* Naruto é um anime e não me pertence. Feito de fã para fãs sem fins lucrativos.
* As imagens usadas nessa fanfic não me pertencem. Foram retiradas do Google e editadas para servir de capa. Deixo os créditos aos devidos artistas.
* Não foi betada, revisei com cuidado. Mas erros sempre escapam.
* Dedicada a todos os fãs do casal. Eu estava em dúvida entre seguir essa temática ou "Visco de Sangue". Mas a ideia de trabalha uma gestação durante a gravidez. Não descarto Visco, claro. Sou daquelas que nunca diz nunca. Huasuahsau. Tenho 25 capítulos até o momento! E correndo pra terminar logo.
* Boa leitura
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— Naruto, preciso de ajuda! — Kiba falou ofegante, tão logo chegaram ao telhado do colégio, para onde tinha puxado o melhor amigo.
— Aconteceu alguma coisa? — não compreendeu a urgência do outro.
Kiba olhou de um lado para o outro. Faltava pouco para acabar a hora do almoço e começar o período do contra turno, o telhado estava vazio, exceto pelos dois. Mesmo assim, agarrou a manga do uniforme de Naruto e o levou para o cantinho.
— Quero que compre uma camisinha pra mim.
Naruto ficou em silêncio, ruminando as palavras daquela frase.
— Que caralho, Kiba!
— Não me zoa, maldito! É sério…
A fala ofendida foi interrompida quando Naruto passou o braço pelo pescoço de Kiba, num mata-leão de brincadeira cheio de empolgação e passou a bagunçar os cabelos castanhos.
— Tá pensando em fazer com o Shino, é?! — riu — Crianças crescem tão rápido!!
— Porra, cara! — Kiba tentou se soltar, porém mesmo sendo um gesto de brincadeira, não era algo do qual podia se livrar assim tão fácil.
Mas Naruto estava certo. Namorava com Shino há quase seis meses. Eram companheiros destinados, não apenas unidos pelo lado shifter de cada um, mas se apaixonando pouco a pouco pelo lado humano.
Kiba sentia que estava na hora de dar aquele importante passo na relação. Mais do que sentir, ele queria. E isso o deixava inquieto e impaciente nas últimas semanas.
— Não precisa ficar tímido — Naruto o libertou, ainda rindo — Tá com vergonha de entrar na farmácia? Se tiver uma mulher atendendo é meio constrangedor mesmo.
Tanto despojamento irritou Kiba. Tinha em Naruto um grande amigo e parceiro de travessuras, todavia, algumas vezes o jeito distraído o magoava profundamente. Sem querer, claro, o que não diminuía a tristeza.
Acabou por acertar um tabefe na nuca de fios loiros, descontando toda a frustração.
— Não tenho porra de vergonha nenhuma, seu cuzão. Se pudesse eu comprava sozinho!
— Kiba, então por que quer minha ajuda?
— Porque eu um Ômega, caralho! E menor de idade! Só posso comprar camisinha com autorização do responsável! Como é que eu vou pedir algo assim pra minha mãe ou pra Hana-nee?!! — hesitou — Tá, pra Hana eu até posso pedir, mas ela não sabe disfarçar! Vai ficar cheia de “nhommm” pra cima de mim e a mamãe vai descobrir!
O diálogo inflamado serviu para extravasar a raiva e decepção que Kiba sentia. Ele aprendeu na última traquinagem (justo a que o fez conhecer Shino), que havia regras diferenciadas para Alphas, Betas e Ômegas que eram importantes para a segurança e boa convivência.
Porém, apesar de toda a evolução social, algumas coisas irritantes permaneceram paralisadas no tempo. Entre elas, Kiba descobriu com tristeza, só podia comprar itens de teor sexual quando fosse maior de idade! Exceto se a pessoa responsável por ele desse uma procuração assinada ou estivesse presente.
— Não sabia, cara. Que foda — Naruto ficou chateado pelo outro. Era um Beta, tinha muita liberdade de ação — O Shino deve ter alguma na carteira, não?
— Nunca perguntei — Kiba deu de ombros — Queria ter algumas também, sei lá.
— Depois da aula a gente vai comprar — Naruto sorriu cheio de dentes.
— Você já comprou antes?
— Não, né? — ele fez um bico. Pra que compraria? Era o peste número um do colégio, nunca ninguém se aproximou dele com interesse, nem ele se sentiu atraído por alguém — Mas nem deve ser tão difícil. Ou será que só Betas maiores de idade podem comprar?
— Não. A regra é só pra Ômegas — Kiba descobriu fazendo pesquisas mais... maduras na internet.
— Suave, considere compradas!
Kiba sorriu, voltando a se animar.
— Perfeito! Nossa nova missão!
Os dois trocaram um soquinho de punhos, firmando a promessa. Depois disso a ansiedade fez as horas passarem muito mais lentas do que eles gostariam.
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Pois bem. Após o término das atividades dos clubes, Naruto e Kiba se encontraram no portão da escola, prontos para a louca aventura de comprar uma camisinha. O tempo era curto, Naruto trabalhava em restaurante de lamen depois do colégio. Precisavam se apressar.
Mas tal aventura se mostrou mais complicada do que pensaram.
Na primeira farmácia, ambos entraram e foram dar voltas ao redor do mostruário onde estavam os pacotes com camisinha. Isso lhes valeu um olhar desconfiado de reprovação por parte do atendente que os fez fugir rapidinho do local.
— Acho melhor você ficar esperando do lado de fora — Naruto sugeriu enquanto caminhavam para outra loja. Sentiu na pele como algumas coisas podiam ser complicadas para um Ômega.
— Que porra — Kiba resmungou com as mãos no bolso, mal humorado. Não rebateu a oferta, devia ser a melhor opção mesmo.
Ao chegar na segunda farmácia, Naruto entrou e foi confiante até as camisinhas expostas no canto perto do balcão. Pegou cinco e caminhou até o caixa.
O funcionário, que não era bobo nem nada, cruzou os braços e analisou Naruto com ar de reprovação.
— São pra você? — perguntou.
— Sim! — Naruto respondeu rápido demais.
— Ah, porque se forem pro seu amigo ali vou precisar da autorização por escrito — acenou na direção da porta, onde Kiba espiava atentamente, meio escondido e cheio de curiosidade.
Naruto engoliu em seco, largou as embalagens no balcão e saiu pisando duro.
— Não deu certo? — Kiba perguntou quando o outro o alcançou. Isso lhe valeu um tabefe na nuca tão dolorido quanto os que Tsume lhe presenteava.
— Cara, que vacilo! Você ficou com esse carão na porta e o vendedor matou na hora!
O Ômega arregalou os olhos e sentiu-se um tanto culpado. Na próxima vez ia esperar na esquina para não correr riscos.
Infelizmente na próxima farmácia quem estava no balcão era uma jovem Ômega linda de parar o trânsito, a personificação da simpatia. Naruto entrou e deu incontáveis voltas entre as prateleiras, meio envergonhado de passar com as camisinhas pelo caixa.
Demorou tanto circulando lá dentro, que a menina resolveu interferir:
— Precisa de ajuda?
— Não! — Naruto respondeu depressa e saiu sem pegar nada.
Foi a vez dele de receber um tabefe. Kiba não acreditou na chance desperdiçada!! Que missão impossível era comprar uma simples camisinha!!
Depois de breve ponderação, resolveram tentar uma loja de conveniência. Pois a probabilidade de ter mais de um caixa funcionando era alta!
E deram sorte. Havia uma kombini por ali. Kiba esperou na esquina do quarteirão novamente. Apenas Naruto entrou na loja. Estudou o ambiente: dois caixas estavam funcionando, ambos os atendentes eram rapazes.
Pôde pegar os pacotinhos, passar pelo balcão e pagar com o dinheiro que Kiba havia lhe entregado anteriormente. Foi um sucesso total!
Quando reencontrou com o amigo, a expressão em seu rosto foi a certeza de que o plano funcionou daquela vez.
— Vamos lá pra casa! — Kiba resolveu, o coração ia aos saltos. Sentia-se até uma espécie de traficante negociando drogas ilícitas.
— Okay! — Naruto não perdeu a chance. Passava das cinco horas da tarde, mesmo se corresse não chegaria a tempo no arubaito. Se fosse à casa do amigo, provavelmente seria convidado para jantar! E a comida de Tsume-kasan era uma delícia, considerava uma troca equivalente pelo dia que seria descontado!!
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Tsume soube que tinha algo errado no instante em que os meninos pisaram no genkan.
— Tadaima! — gritaram ao mesmo tempo antes de passar como dois pequenos furacões em direção às escadas e sumir das vistas.
— Okaeri — ela respondeu para o ar, estreitando os olhos.
Da última vez que eles se comportaram de tal forma, foi chamada pela polícia que apreendeu seu filho tentando invadir um banho público só para Alphas.
— Santo inferno — ela resmungou jogando as mãos para o alto — Esse moleque nunca vai ter juízo.
Entrementes, os garotos chegaram ao quarto de Kiba, fecharam a porta (e o dono do quarto colocou a mochila contra a porta. Tsume proibia que trancasse, isso ao menos serviria para avisar caso alguém tentasse entrar sem convite). Naruto se acomodou na cama, tirou a mochila das costas e resgatou as cinco embalagens quadradas de um dos bolsos.
— Toma.
— Caralho, Naruto! Obrigado — o sorriso de Kiba era tão grande que mais um pouco dividiria seu rosto em dois. Puxou a surrada carteira do bolso, os símbolos Hokage que a ilustravam iam desbotadas pelo uso. Abriu e guardou duas embalagens no compartimento de notas, vazio até então.
Fechou a carteira e mirou Naruto com os olhos brilhando. Se sentia tão adulto!
— Faça bom uso delas! — o Beta cruzou as mãos atrás da nuca, divertido.
A certo ponto da aventura Naruto desanimou e pensou que Shino era um Alpha e com certeza tinha suas próprias camisinhas. Mas não teve coragem de relembrar Kiba da possibilidade. O amigo já se sentia injustiçado por ser Ômega e ter que lidar com as barreiras do dia a dia. Jogar a liberdade de um Alpha na cara de Kiba, após os fracassos tentando comprar as desejadas camisinhas, era insensível até para alguém sem muita noção como Naruto.
— Vou usar muito bem! — o Ômega garantiu indo guardar as outras três na gaveta de cuecas, lá no cantinho do fundo, enroladas em uma boxer preta, só por garantia — Depois te conto tudo!
— Só não precisa dar muito detalhe — Naruto debochou, coçando a ponte do nariz.
Kiba fez uma careta e mostrou o dedo do meio. Claro que não ia contar detalhes da sua intimidade!
— Besta — Kiba resmungou.
— Não acredito que você vai transar primeiro! — debochou gargalhando.
A frase incomodou o outro garoto.
— Só porque eu sou um Ômega? — perguntou ofendido.
Naruto balançou a cabeça, veemente:
— Claro que não, besta! Porque você é um crianção lerdo, ué!
— Crianção lerdo é teu rabo! — ele irritou-se, no fundo um tanto aliviado, e foi pegar os controles do videogame. Não trocaram os uniformes, nem fizeram a lição. Ficaram jogando, rindo e se provocando até que Tsume os chamou para jantar.
Ambos levaram uma bronca fenomenal, com direito a puxão de orelha. Nada que já não estivessem acostumados. A atitude bem humorada e despojada da duplinha colocou até mesmo Hana em alerta. Aqueles dois planejam algo, ficou óbvio. Mãe e filha trocaram um olhar de entendimento. Sermões não adiantariam de nada, só os faria ficar na defensiva. Hana podia tentar escavar alguma informação depois com o irmão.
Mas pelo que conheciam de Kiba a única solução era aguardar a traquinagem. E torcer para que não fosse nada grave ou absurdo.
E que não trouxesse consequências pesadas.
Obrigado pela leitura!
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