ichygo-chan ichygo Chan

Desde que ele partiu, minha vida se tornou inverno. Todos os dias são frios e cinzas. Sem cor ou vida. O som de sua risada, a cara de idiota... Tudo me faz falta. Mas eu me recuso a ir atrás dele, afinal, tenho meu orgulho e reputação a zelar. A questão é: até quando serei capaz de suportar essa saudade que está me matando aos poucos?


Fanfiction Anime/Mangá Para maiores de 21 anos apenas (adultos).

#kiribaku #bakushima #uo #bnha #lemon #yaoi #ciúmes #angst
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Em progresso - Novo capítulo Todas as Segundas-feiras
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Vazio

As vezes a gente tem que sair da zona de conforto, não é? Essa é a primeira fic que eu escrevo com esse casal que me roubou o coração, e espero não caminhar pelo vale do ooc, queridos. Juro que farei o máximo para que isso não aconteça.


Não sei se ela vai ser uma long, ou se termino nesse capítulo e transformo em uma one. Veremos o que sai.


📷


Mais uma vez o clima estava tenso entre nós.


— Não precisa ser desse jeito, Bakugou. Podemos conseguir se você deixar de ser tão teimoso.


Aquela fala inflamou meus ânimos já alterados.


— Eu teimoso? Quem é que não para de insistir no mesmo assunto de merda há anos? Eu não preciso de porra de tratamento nenhum! — sem me conter soquei o móvel ao meu lado. O impacto rachou a madeira polida.


Imaginei que Eijirou fosse reclamar da minha atitude, mas, para a minha surpresa, ele apenas suspirou profundamente, com um semblante cansado.


— Eu não vou mais tentar. Pra mim já deu. — virou as costas e foi para o nosso quarto.


Não é como se eu fosse um idiota. Conheço a minha natureza inconstante e sei que ela tende a chatear as pessoas ao me redor - não que eu me importe com a opinião alheia - mas ultimamente o Kirishima tem estado menos disposto a aceitar. Cansado de mim.


— Ei, volte aqui que eu não acabei de falar! — urrei indo atrás dele, pisando forte.


O som de um click fez a minha mente trabalhar no modo fúria. Quem era ele pra fechar a porta do quarto e me impedir de entrar?


— Ei, Eijirou, abre essa porra antes que eu detone esse trinco — avisei puto da vida com a ousadia dele — Eijirou, eu não estou brincando. Abre logo!


— Me dê um tempo sozinho pra pensar, Katsuki — a voz dele soou cansada e meio embargada do outro lado. Por isso ele tinha fechado a porta, não queria que eu o visse chorar, já que não era uma atitude muito máscula.


No fundo eu queria dar a ele esse espaço, mas a minha personalidade explosiva me impede de pensar direito, principalmente quando estou irado. Bati na porta com mais vigor, querendo a todo custo derrubar aquela maldita barreira entre nós dois. Detestava quando algo ficava entre a gente, fosse objeto ou mesmo outras pessoas. Simplesmente quero explodir todos os malditos estorvos que se puserem entre mim e a pessoa que mais amo.


— Pensar em que, caralho?! Não tem nada pra pensar. Abre logo essa porra! — soquei a porta com mais veemência.


Esperei pacientemente por um minuto antes de explodir a fechadura e entrar. Paciência nunca foi, nem será o meu forte.


Não pude evitar a revirada de olhos que dei ao vê-lo tentar ocultar com as mãos o rosto coberto de lágrimas.


— Ora, não seja tão dramático — disparei sem pensar.


A minha fala pareceu irritar ele também. Com mil demônios, com o passar dos anos e a intimidade do nosso relacionamento ele adquiriu alguns hábitos irritantes, a maioria em convivência comigo. Não que ele houvesse se tornado um novo Bakugou, mas que estava menos complacente com algumas coisas, ah, isso era bem verdade.


— Será que poderia respeitar a minha privacidade ao menos uma vez?- eu detesto esse lado prepotente dele quando fica nervoso. Só me deixa mais irado.


— Nós somos casados. Não existe mais privacidade quando se casa com alguém — afirmei chateado, cruzando os braços na frente do peito.


— É mesmo? É quanto a confiança? Deveria existir também, não é? — acusou-me com os olhos furiosos.


— Lá vem você de novo... — resmunguei emburrado. Kirishima me encarou desacreditado, enxugando rudemente as lágrimas com o braço.


— Está vendo? Por isso que eu disse que não quero mais tentar conversar com você — soou magoado — Você não ouve e sempre faz pouco caso.


Olhei chateado, semicerrando os olhos. Apesar de ser exaltado na maioria das vezes, eu também sabia diminuir um pouco o ritmo quando precisava.


O problema era que esse pouco era praticamente imperceptível.


— Não é você quem sempre diz que devemos resolver os problemas com conversa, que nem tudo dá pra resolver na porrada? — cutuquei ganhando um olhar austero — Porque está fugindo agora?


— Agora você lembra disso? Podia ter evitado todo aquele estardalhaço se realmente seguisse essa regra — revidou corajosamente. No entanto, naquele momento, a fala dele serviu só pra me atiçar ainda mais.


— O cara estava dando em cima de você, o que queria que eu fizesse? — eu gesticulava como um louco, fechando e abrindo os dedos enquanto tentava conter a vontade de sair por aí, encontrar o maldito e estourar a cara dele — Que assistisse tudo calado? Sabe que eu não consigo me conter.


— Queria que confiasse em mim ao menos uma vez!


— Eu confio! — e levei ainda mais o tom de voz — Eu não confio é nos outros.

— Ah, claro, a resposta mais manjada de todas. Eu não sou uma garota em apuros, você lembra? Sou um herói credenciado e sei me defender.


— E mesmo assim deu assunto pro cara! Ele achou que você estava dando mole e te pegaria se tivesse chance! — bufei irritado.


— Você me viu fazer algo assim, Katsuki? Só estávamos conversando, não tinha nada demais nisso! — o olhar dele estava ofendido. Droga, eu odeio brigar com ele e ver esse semblante, mas faz parte da minha natureza — Misericórdia, você precisa se tratar. Esse teu ciúme não é normal!


— Eu já lhe disse para parar de insistir com essa merda, não foi? — resmunguei — Eu não tenho problema nenhum!


— Você diz isso, mas não tenta mudar! Não tenta melhorar, porra! — ele se ergueu furioso. As malditas lágrimas ali presentes. Uma parte de mim dizia para o abraçar e acabar com aquela briga, porém o meu orgulho falava mais alto. Eu não ia ceder, de jeito nenhum.


— É porque não tem nada para mudar, ou mesmo melhorar! —concluí cerrando os dentes.


Eu queria explodir tudo ao meu redor, queria abraçar aquele idiota e mandar ele parar de falar idiotices, mas permaneci onde estava, trincando os dentes de raiva por estar sendo chamado de descontrolado. Qual era o problema do Eijirou afinal?Ele sabe como eu sou, porque estava fazendo todo aquele circo?


— Pra mim basta. Eu não posso mais viver assim, Katsuki. Eu te amo, mas você e esse seu ciúme estão me sufocando. — suspirou cansado, passando a mão pelo rosto de maneira frustrada.


Aquela declaração me deixou atônito. Não pude evitar o olhar apreensivo que ele não viu por estar olhando para a janela. Rapidamente me recompus, escondendo a surpresa o melhor que conseguia.


— O que quer dizer com essa merda, Eijirou? — perguntei, sentindo o meu estômago revirar.


Ele suspirou de novo. Que merda! Quantas vezes ele ia repetir o mesmo gesto? Eu sabia que ele estava cansado das nossas brigas, afinal conviver comigo apesar de maravilhoso não deve ser fácil, mas ele precisava mesmo fazer isso de minuto em minuto?


— Você entendeu, Katsuki. Sei que sabe onde quero chegar. — tentou desviar do assunto, sem encarar os meus olhos que estavam em fúria.


Eu sabia, com certeza. Sempre fui inteligente, e compreender algo assim era moleza para mim. Mas eu não queria aceitar, porra. Eu não era tão falho assim, certo? Decerto que tenho alguns pontos negativos, mas não tantos a ponto dele querer tomar uma decisão dessas de cabeça quente.


— Acho que o melhor para nós seria dar um tempo. — concluiu ainda sem me olhar.


—De que porra você está falando? — cerrei os punhos. Aquela ideia estapafúrdia realmente me deixou revoltado. Minha voz já alcançava os familiares decibéis altos. Como eu queria socar algo! Nunca faria isso com o Eijirou, lógico. Eu o respeitava como herói, homem e companheiro.


— Você está exagerando as coisas, Eijirou. Ninguém precisa de merda de tempo nenhum. — dei as costas irritado e sai do quarto. Não faria bem continuar aquela discussão.


Decidi sair em patrulha novamente. Coloquei o uniforme e saí, batendo a porta com força. Se calhar, os vizinhos vão vir reclamar de novo, mas eu não me importo. É bom não me encherem a porra do saco, ou vou acabar cometendo um assassinato hoje.


Quando voltei, Eijirou estava dormindo no sofá, provavelmente a minha espera. É um idiota mesmo. Eu sou a porra de um herói, e um dos mais fortes. Quem seria o retardado que tentaria me fazer algum mal na rua correndo o risco de ter a cara redecorada com as minhas explosões? Ainda mais com o meu humor do jeito que estava?


Passei e dei um beijo em sua testa me demorando alguns instantes enquanto olhava para o rosto que me cativava. Eijirou sempre foi um cara legal, animado e sorridente, além de lindo. O oposto da minha personalidade. Me magoava vê-lo naquele estado. Talvez eu realmente precisasse me acalmar um pouco e controlar o meu ciúme.


Só que era quase impossível fazer algo assim sendo casado com alguém como Eijirou. Ele mais parecia um anjo na Terra, enquanto eu era parecido com o satanás. Atraía uma centena de malditos que o queriam, por mais que ele dissesse que era paranoia minha, eu sei que eles o desejam.


Rumei para o quarto, tirei o uniforme e tomei um banho. Não ia tocar no meu esposo estando imundo. Voltei para a sala e dei alguns beijos nele até que acordasse sonambulando. O desgraçado é pesado, e nem fodendo que eu carrego ele estando todo machucado das batalhas da noite. Passei o braço dele em volta do meu pescoço e o conduzi para o quarto, depositando-o na cama com cuidado. Ele resmungou algo e logo me agarrou assim que deitei ao seu lado, me abraçando e balbuciando. Fechei a cara irritado, mas no fundo dormir sendo abraçado por ele era maravilhoso demais para ser dispensado.


Passaríamos mais um bom tempo entre discussões, até a noite em que tudo deu extremamente errado. Quando voltei para casa tudo o que encontrei foi um bilhete com a letra garranchada dele, o papel molhado pelas lágrimas que ele deixou cair enquanto escrevia. Bastou ler as primeiras linhas para que as minhas também caíssem, ainda que eu gritasse de raiva, acertando e explodindo o que via pela frente, sem distinção. Eu não queria viver sem ele, mas também não ia atrás do sujeito que me abandonou.


Ao menos foi o que tentei fazer, até receber aquela maldita ligação.


_ Katsuki... eu sei que está ouvindo... — a voz soou pesada do outro lado, embargada. Eu sabia que ele estava chorando. Eu mesmo estava, de saudade e raiva. Não tinha como me controlar, e por isso não consegui responder imediatamente. Não podia deixar ele ouvir o tom choroso da minha voz — ... se quiser eu... eu posso ligar outra hora...


Me alarmei com a possibilidade dele desligar o telefone. Eu não o via a uma semana, e porra, depois de morar junto com a pessoa por cinco anos, passar esse tempo longe é desesperador.


— ... Não ouse desligar na minha cara ou eu vou matar você. - ele riu levemente. Aquele som, que saudade que eu tinha dele — ... quando você volta para casa?


Houve um silêncio pesado que me torturou. Aquilo não devia significar coisa boa.


— Eu não vou voltar, Katsuki, acabou.


***************


Meu coração está em pedacinhos.... Send Help, please.

15 de Maio de 2019 às 17:41 0 Denunciar Insira Seguir história
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