Local: Céu
Data: Indeterminada
Hora: Indeterminada
Loc. Específico: Indeterminado
―E então?― Ainda que a conversa se desse através de sussurros, a ansiedade era evidente na voz do homem.
―Os rumores estão se mostrando verdadeiros. ― A mulher afirmou enquanto olhava para os lados, certificando-se de que ninguém estava os ouvindo.
―Não é possível!― A exclamação veio demasiada alta, então acabou por receber um olhar de reprovação por parte da outra ―Então é verdade? Há um traidor entre nós?!
―Ao que tudo indica...― Era notório o pesar presente na voz melodiosa. Era algo realmente decepcionante saber que havia alguém entre eles capaz de tal atrocidade.
―O que faremos, então?― A indagação veio acompanhada de um certo desespero ―Pelo que sabemos, pode ser qualquer um...
―Estamos cientes disso. ― Aquela afirmação a deixou levemente irritada. Era evidente que eles tinham noção da gravidade da situação e já estavam tomando as devidas providências ―A Cúpula* irá enviar alguém para investigar.
― "Alguém"? Você diz,ele?― A possibilidade de ter o melhor guerreiro do Céu investigando o caso deixava tudo mais fácil, afinal, quem mais apto para essa missão?
―Provavelmente... ― Os belos olhos esmeraldinos se perderam no nada ―Aos olhos da Cúpula, ele é o mais indicado para esse serviço.
―Quanto a isso, não é algo de que se possa discordar. Se há alguém no Céu capaz de descobrir a identidade do traidor, é ele.
―De fato...― Se viu obrigada a concordar com o dono dos olhos azuis que a fitavam tão intensamente ―Espero que não estejamos errados. Se ele falhar, será o fim de todos nós.
― Para onde ele será enviado?
― Para a Terra.
悪魔**
Local: Inferno
Data: Indeterminada
Hora: Indeterminada
Loc. Específico: Indeterminado
―O quê?!― Um misto de surpresa e indignação era perceptível na voz daquele homem.
―Exatamente. ― O outro lhe sorriu. Seu típico sorriso que tanto o assemelhava às cobras.
―Não, mestre!― A descrença do rapaz era mais que evidente, era quase palpável ―Deve haver alguém melhor para isso.
―Pelo contrário,elaé a melhor para isso.
― Mestre... ― Respirou fundo. Se via obrigado a tentar dissuadir seu mentor de tal ideia, aquela mulher poria tudo a perder se fosse encarregada de algo tão grandioso quanto aquilo ―Ela é desrespeitosa, desobediente e extremamente cabeça dura. Irá arruinar todo o nosso plano!
―Ah, meu caro.― O sorriso do demônio de olhos reptilianos se alargou ainda mais ―É exatamente por ser desrespeitosa, desobediente e cabeça dura que ela é ideal para essa missão.
―Perdão, mestre, mas não estou entendendo...
― Segundo nosso informante, ela é o total oposto daquele que será enviado para investigar.― Pôs-se a esclarecer as coisas para o homem de cabelos esbranquiçados, que limitou-se a ajeitar os óculos ―E é por isso que ela é perfeita para o trabalho.
―O senhor tem certeza?
―Está me questionando?! ― A voz calma adquiriu um tom ameaçador.
―N-não, senhor. Jamais, mestre.― Ele sabia que não era sábio discordar de seu mentor.
―Assim espero. Chame-a, vou passar os dados da missão a ela.
― Como o senhor desejar...― Virou-se, com a intenção de sair do cômodo, porém voltou-se novamente para seu superior, com o intuito de fazer--lhe uma pergunta ―Ah, mestre, perdoe a minha petulância mas, para onde ela será enviada?
― Para a Terra.
天使***
Local: Terra
Data: 03/02/2017
Hora: 06:30272;
Loc. Específico: Konohagakure
―Chegou ao seu destino? ― A voz firme de Hiashi se fez presente do outro lado.
― Sim, senhor. ― A resposta veio de imediato.
―Não se esqueça de mandar relatórios diariamente. Precisamos ficar à par de tudo o que acontecer.
― Não esquecerei, senhor. ― Garantiu, enquanto avaliava o local onde se encontrava.
―Ótimo. Vá para o prédio à sua frente. Você ficará no quarto 302.
― Que sobrenome eu devo usar, senhor?
―Hyuuga.
― Certo. Irei desligar, senhor. ― Se preparou para encerrar aquela conversa.
―Está bem... Ah, só mais uma coisa...
― Senhor?
―Tome cuidado, Neji.
― Eu tomarei, tio.
Após receber a confirmação de que ele tomaria cuidado, Hiashi desligou.
De imediato Neji se dirigiu ao prédio ao qual residiria durante a missão. Era um anjo de elite competente e que todos respeitavam, no entanto, aquela era sua primeira missão na Terra, por isso todos estavam preocupados com seu desempenho. E isso o irritava.
A raiva é uma emoção humana, dizia à si mesmo,não é digna de um anjo.
― Em quê posso ajudá-lo, senhor...? ― A recepcionista, que até então ele não havia notado, chamou-lhe a atenção.
― Hyuuga. ― Disse, após alguns segundos.
Preciso me acostumar com esse sobrenome...
― Muito bem, ― a recepcionista sorriu ― Em quê posso ajudá-lo, senhor Hyuuga?
― Eu tenho uma reserva. ― A voz firme deixou a mulher levemente arrepiada.
― Certo, irei checar. ― Sorriu mais ainda enquanto avaliava o rapaz de cima a baixo, gostando do que via ― Primeiro nome?
― Neji.
― Só um instante.― Ela digitou algo numa espécie de caixa que Neji desconhecia ― Ah, sim, aqui está. Hyuuga Neji, o senhor está hospedado no quarto 302. Fica no 3º andar. Se quiser, posso levá-lo até lá.
― Não será necessário. ― Ignorando completamente as intenções da recepcionista, Neji pegou a chave que ela lhe oferecera e se encaminhou ao elevador ― que conhecia graças às "instruções" de Naruto.
Quem diria que aquele idiota me seria útil algum dia...
Quando as portas se abriram, ele se dispôs a procurar o quarto 302, o que não foi difícil, pois era um dos primeiros a se ver quando se saía do elevador.
Caminhou sem pressa até a porta, inseriu a chave e então abriu a mesma.
Era um quarto bonito, bem mobiliado e cheio de coisas desconhecidas para ele, como uma caixa semelhante àquela que a recepcionista usava.
― Naruto, estou olhando para uma caixa da qual não faço a menor ideia da utilidade. Esclareça. ― Falou, apertando algumas teclas, por curiosidade.
― Caixa? Que caixa? Ah, sim! O computador. ― O loiro deu uma risadinha ― Pode relaxar, você não vai precisar usar isso.
― Então pra que diabos tem um no meu quarto?! ― Perguntou afastando-se quando a tela acendeu.
― Olha a boca, anjo de elite. Que blasfêmia é essa?
― Apenas responda! ― Não estava disposto a levar sermão de um anjo inferior, definitivamente.
― Nada demais,Chatoji. É só porque é um aparelho comum aos humanos, se você não tivesse um seria estranho.
― Que seja, então. ― Deu alguns passos até a comoda e pegou outro aparelho estranho ― E essa caixa menor encima da comoda? Pra quê serve?
― Pelo menos você sabe o que é uma comoda,. ― Ouviu a risada do "instrutor" com uma veia saltando da testa ― É um celular, você também não vai precisar usar, eu acho.
― "Acha"? ― Segurou a caixa à qual Naruto chamara de celular e a mesma acendeu, assustando-o.
Esse mundo é cheio de coisas estranhas, eu preciso me acalmar.
― Você não vai precisar usar. ― Disse, firme. Sabia que com Neji não havia espaço para especulação. Ou era ou não ― Só se você fizer algum amigo ou arrumar uma namorada.
― Tchau, Naruto! ― Encerrou aquela "chamada telepatica" e foi ver o resto do quarto.
Depois de muito explorar o ambiente, chegou à uma conclusão: humanos são estranhos.
Saiu do quarto para fazer o reconhecimento da área, mas acabou esbarrando em alguém.
― Ai. Olha por onde anda, imbecil! ― A moça em quem esbarrara exclamou, irritada.
― Foi você quem esbarrou em mim. ― Disse, no seu tom calmo.
― Ah, claro! Eu.
― Você está atrapalhando. Saia da frente. ― Já estava irritado com aquela moça, embora não deixasse transparecer.
― Além de cego, é mal educado. ― A viu revirar aqueles olhos castanhos.
― Eu poderia dizer o mesmo de você... ― Um leve sorriso de canto se formou em seus lábios.
― Idiota! ― Ela esbravejou, dando-lhe as costas e indo para o elevador.
Neji, ao contrário, foi em direção às escadas. Não queria ter contato com aquela baixinha esquisita de novo.
Além de estranhos, humanos são mal educados.
悪魔
Local: Terra
Data: 03/02/2017
Hora: 06:20272;
Loc. Específico: Konohagakure
―Chegou?
― Cheguei! ― Olhou em volta, para ter certeza de que ninguém a viu.
―Então vá para o prédio à sua esquerda. É lá que você vai ficar.
― Tá! ― A impaciência dela era evidente.
―Mande relatórios periodicamente e-
― Eu sei fazer o meu trabalho, Kabuto! Vê se não me enche. ― Revirou os olhos.
―Insolente! ― Gritou, farto da petulância daquela morena atrevida ―Não entendo como Orochimaru-sama confia em você pra essa missão...
― É porque o tio Orochi sabe que eu sou bem mais capaz que você pra essa missão. ― Mesmo sem estar na presença do homem, piscou o olho esquerdo, satisfeita por ouvi-lo rosnar.
―Mais respeito, sua insolente! OOrochimaru-samasó te deu essa missão porque, se tudo der errado, você é dispensável.
Ela pôde imaginar o sorrisinho convencido nos lábios daquela cobra venenosa.
― Se isso faz você se sentir melhor... ― Não esperou uma resposta do homem, simplesmente removeu o dispositivo do ouvido e o pôs no bolso.
Ela foi direto para o prédio indicado por Kabuto e se dirigiu ao balcão da recepção.
― Com licença, ― buscou chamar a atenção da moça ― eu vim me hospedar.
― Certo, senhorita. ― Pôs um sorriso agradável no rosto ― Tem reserva?
― Claro!
― Em nome de...?
― Mitsashi TenTen.
― Só um instante... ― A recepcionista digitava algo no computador, mas estava lenta demais aos olhos da morena.
― Anda rápido com isso, eu tô com pressa!― Bateu as mãos no balcão, já cansada de esperar.
― Claro, senhorita... ― A moça se assustou com o gesto repentino e pôs-se a digitar com mais rapidez ― Ah, aqui está. Mitsashi TenTen, a senhorita está hospedada no quarto 301. Fica no 3º andar.
TenTen praticamente arrancou a chave da mão da recepcionista e foi para o elevador. Não tinha muita paciência e, a pouca que lhe restara, foi torrada por Kabuto há poucos minutos atrás.
Depois de longos minutos ― aos olhos dela ―, finalmente chegara ao andar no qual estava hospedada.
Foi a passos apressados até a porta, não era sempre que era enviada a hotéis de luxo, então queria ver o quarto.
Quando abriu a porta, ficou de queixo caído. Era lindo, bem mobiliado, só um pouco iluminado demais pro gosto dela mas, fora isso, era perfeito.
― TV à cabo, computador, celular... Essa missão deve ser realmente muito importante. ― Constatou analisando o local.
Depois de checar todo o quarto, ela foi até o banheiro, precisava de um banho. Queria tirar o cheiro de enxofre que ficara impregnado em cada um de seus poros.
Entretanto, quando estava na porta do banheiro, ouviu o estômago roncar.
É, acho que o banho pode esperar um pouquinho mais.
Com esse pensamento, pegou a bolsa e saiu do quarto, mas quase fora jogada no chão por alguém que esbarrara nela.
― Ai. Olha por onde anda, imbecil. ― Qualquer resquício de paciência que ainda tivesse, havia se dissipado naquele momento.
― Foi você quem esbarrou em mim. ― O prepotente tivera a cara-de-pau de lhe dizer. Inacreditável.
― Ah, claro! Eu.― Revirou os olhos.
― Você está atrapalhando. Saia da frente.
― Além de cego, é mal educado.― Bufou.
― Eu poderia dizer o mesmo de você... ― Aquele sorriso que se formara nos lábios dele a tirou do sério.
― Idiota! ― Ela deu-lhe as costas e foi em direção ao elevador.
Quando entrou no mesmo, olhou para o homem mais uma vez. Só aí o reconheceu.
É ele!
Pegou o comunicador em seu bolso e o pôs no ouvido.
― Kabuto! Acabei de fazer contato com o alvo.
Cúpula*: É uma espécie de conselho formado para tomar decisões sobre os anjos, relativo a missões e coisas do gênero;
悪魔** (Akuma): Significa "demônio". Será usado como quebra de tempo e irá marcar o ponto de vista dos demônios (mesmo a fic sendo escrita em terceira pessoa, os sentimentos e pensamentos presentes na parte que começar com isso serão do demônio em questão);
天使*** (Tenshi): Significa "anjo". Será usado pra marcar o ponto de vista dos anjos.
Obrigado pela leitura!
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