Os livros que Oh Sehun carregava nos braços foram praticamente jogados na carteira que sentaria.
— Pra que bater essa merda, Oh? Não são nem oito da manhã ainda. — Do Kyungsoo, amigo, por assim dizer, de Sehun perguntou-lhe, sem um pingo de paciência, incomodado com o barulho repentino e desnecessário.
— Talvez por que hoje tem natação? — perguntou retórica e ironicamente — Você sabe como eu odeio nadar. E o pior é que nem nadar eu sei e as aulas são obrigatórias. Vou quebrar meu pé, aí não vou poder fazer aula.
— Ai, ai… — Byun Baekhyun suspirou — Brasil e seu povo com a mania de sempre tentar dar um jeitinho em tudo antes mesmo de encarar os fatos.
— Fecha o bico que a conversa ainda não chegou no curral. — o Oh olhou de soslaio para o menino intrometido, a voz carregada de veneno.
— Chamando quem de vaca, Sehun? — então o professor de física entrou na sala, pegando Sehun e Baekhyun no flagra com sua pequena discução. Com a entrada do professor, todos os alunos se levantaram e ficaram ao lado de suas respectivas carteiras.
— Ninguém, professor, mas se a carapuça serviu… — olhou novamente para Baekhyun e soltou uma pequena risadinha. — Ah, e bom dia, professor.
~~~
Tudo bem, vamos começar do começo, certo? Certo.
Ah, os anos 20! A era do jazz, os filmes hollywoodianos, a ascensão de Hitler ao poder, a queda da bolsa de valores (apesar de esses últimos citados não serem muito bons)... Era uma linda época mesmo. Pena que Oh Sehun foi nascer apenas em 1942. O garoto sentia tanto a falta de uma época que nunca viveu. Tudo bem que ainda ouvia várias canções de Frank Sinatra e Louis Armstrong no rádio, mas não era a mesma coisa. Não eram mais os anos 20. Mas vamos pelo menos citar alguns fatos interessantes que sucederam no ano que nosso querido protagonista nasceu, uh? Vejamos… começamos a utilizar cruzeiros como moeda monetária, Stephen Hawking, Paul McCartney, Gilberto Gil e Caetano Veloso nasceram… Ok. É só isso mesmo. Bom, poderia ser pior. Mas vamos ver pelo lado bom: esse foi um ano de ouro para a música! Vários cantores essenciais nasceram.
Entretanto não estamos aqui para falar de Caetano Veloso ou Paul McCartney, estamos aqui para falar de Oh Sehun.
Nosso pequeno menino brasileiro nasceu nos braços da Cidade Maravilhosa. 12 de Abril foi um dia e tanto para a dona Oh, que sentiu mais dor do que nunca; nem se juntasse as dores de todas as cólicas que a jovem mulher sentiu na vida, elas ainda não chegariam aos pés da que sentiu no dia que seu filho veio a nascer. As dores valeram a pena quando recebeu o filho pela primeira vez no colo e viu seus olhinhos curiosos olharem tudo ao redor; o choro era música para os ouvidos de mãe de Oh Seyoung.
Sehun, já com seus 16 anos, Seyoung e Woohun, seu pai, moravam numa casinha simples em Botafogo. Com muito esforço por parte de sua mãe, o menino Oh havia conseguido uma vaga no Colégio Santo Inácio. Diferentemente de Woohun, Seyoung se preocupava com a educação do filho, a mulher iria ao quinto dos infernos para ver seu filho ser alguém na vida.
Sehun estudava no Santo Inácio desde o primário, logo, boa parte dos alunos e funcionários da instituição o conheciam por ser um menino com um vocabulário venenoso e linguajar afiado.
Desde o primário, Sehun e Kyungsoo andavam juntos; nem um, nem o outro sabia como começaram aquela amizade, mas tinham a certeza que dava certo e seguiam normalmente.
— É o seguinte, Oh Sehun: ou o senhor pula agora nessa piscina ou terei de dar-lhe mais uma suspensão — o professor de educação física ameaçava, os braços cruzados em frente ao peito definido —, eu não estou brincando.
— E o senhor acha que eu estou? Eu não vou entrar nessa piscina, ela deve estar cheia de mijo e outros fluídos. — o garoto citado respondeu com nojo no olhar.
— O Oh não é macho o suficiente nem para entrar numa piscina, quem dirá encarar a mãe quando chegar em casa com mais uma suspensão na mão para assinar? Hahahahaha! — os outros meninos, já devidamente dentro da piscina e com água até os ombros, tiravam sarro de Sehun, mas não era como se esse último desse bola para isso.
O professor assinava o costumeiro papel de suspensão com o mais costumeiro ainda nome do aluno com língua afiada em sua frente. Terminado de assinalar o papel de suspensão, estendeu-o para Sehun, que o pegou e o colocou nos bolsos, juntamente com suas mãos, mesmo não fazendo frio.
— Você já sabe para onde ir, Oh.
Obrigado pela leitura!
Podemos manter o Inkspired gratuitamente exibindo anúncios para nossos visitantes. Por favor, apoie-nos colocando na lista de permissões ou desativando o AdBlocker (bloqueador de publicidade).
Depois de fazer isso, recarregue o site para continuar usando o Inkspired normalmente.