ichygo-chan ichygo Chan

Na infância, ambos partilharam da amizade mais bela e inocente que poderia haver entre duas criaturas tão distintas, encontrando um no outro o companheiro perfeito para as peripécias infantis. No entanto, em sua inocência infantil, Eijirou, ao oferecer ao amigo um poder ancestral proibido, acabou criando o mais poderoso e sagaz assassino de dragões que o mundo já viu. Agora resta a ele parar o que iniciou, mesmo que isso signifique sepultar o pouco de bondade que ainda resiste dentro de si.


Fanfiction Anime/Mangá Para maiores de 18 apenas.

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Dádiva


ITI MALI, EU ESPERO QUE VOCÊS ESPOQUEM COM ESSE PRIMEIRO CAPÍTULO ASSIM COMO EU!


      


Mesmo sua mãe tendo expressamente lhe proibido de atravessar os limites do vilarejo, o jovem Bakugou não lhe deu ouvidos e entrou na floresta, animado em sua empreitada e louco para desbravar os segredos daquele local misterioso.


No auge de seus cinco anos ele se considerava corajoso, autossuficiente e mais do que capaz de se embrenhar na mata sozinho, munido de sua alabarda de madeira, um brinquedo talhado do tronco de uma árvore pelo próprio pai que lhe dera e o incitava a treinar, preparando-o para o dia em que herdaria a original, feita por seu avô a partir das presas de um dragão, cinco vezes mais resistente e potente que uma forjada de metal, polida até brilhar.


De maneira destemida ele caminhava, atento aos perigos que poderiam surgir, desviando dos galhos e evitando tropeçar em raízes expostas que emergiam do solo traiçoeiramente. Falava alto, proclamando-se o rei do lugarejo, tentando afugentar ou mesmo atrair algum inimigo.


No entanto atraiu outra coisa que o deixou atônito.


Um pequeno animal escamoso saiu de trás de trás de alguns arbustos, escapando de algo e veio esconder-se atrás de si. Bakugou não teve tempo de raciocinar ou mesmo reagir ao animal que se escondera às suas costas, volvendo o olhar para a frente e empunhando sua arma assim que percebeu que outra criatura se aproximava, pisando nas folhas esmagadas do chão e trazendo tensão ao ambiente.


Os arbustos trepidaram, com sua folhagem farfalhando enquanto outro animal passava em meio a vegetação.


O coração do pequeno Bakugou bateu acelerado, mas ele não se intimidou a ponto de fugir, pelo contrário, manteve-se firme, segurando firmemente a parte central de sua arma e posicionando o pé no chão, assim como vira o pai treinar várias vezes. O pequeno lagarto que havia corrido para perto de si tremia, e agarrou-lhe a perna em busca de proteção. Era tão diminuto que mais parecia um filhote de calango, ainda que tivesse o triplo do tamanho de um. Curiosamente suas patas não eram frias como as de um réptil, mas cálidas como as de qualquer outra criatura de sangue quente, e as presas na ponta dos dedos, essas eram arredondadas, inúteis. Emitia pequenos guinchos assustados, como se chorasse que o compadeceu.


_ Eu vou te proteger, não se preocupe. - Bakugou tentou acalmá-la, ainda que o próprio coração batesse disparado.


Foi então que do meio da mata, por entre as folhas saiu um pequeno coelho, felpudo e brincalhão, que parecia estar atrás do lagarto para brincar com ele, ao invés de lhe machucar.


Bakugou piscou os olhos desacreditado.


_ Você está com medo de um coelho? - perguntou incrédulo se abaixando para encarar o lagarto bebê que ainda tremia agarrado a si. - Mas você é muito medroso mesmo. Coelhos são inofensivos.


O pequeno animal permanecia atemorizado demais para fazer algo que não fosse tremer e chorar guinchando. Bakugou revirou os olhos com a cena, achando-o fofo e patético ao mesmo tempo.


_ Você vai ficar se escondendo igual um covarde? - brigou. - Não senhor, vai enfrentá-lo! Anda!- tentou soltar o aperto dele de suas pernas, mas ele se apegou ainda mais, chorando desolado. - Não seja tão cagão, vá enfrentar o seu inimigo! Vai viver se escondendo para sempre, é?!Como um maricas?


O pequeno lagarto o encarou surpreso, os grandes olhos reptilianos e rubros o fitando em dúvida. Parecia pensar no que fazer alternando o olhar entre Bakugou e o coelho, quando finalmente se decidiu, soltando a perna dele e se colocando a frente corajosamente.


_ Isso, o enfrente. Mostra para ele quem manda aqui!- Bakugou incentivava com o punho cerrado.


Corajosamente, o dragão se aproximou batendo as grossas pernas no chão, e Bakugou achou aquilo monstruosamente fofo demais, era como ver um bebê tentar intimidar alguém.


Um guincho fino e destreinado saiu de sua boca, chamando a atenção do coelho que se lambia, farejando o ar ao redor. Bastou dar um pulo em direção ao dragão para que ele guinchasse de medo, retornando para trás das pernas de seu salvador, que resmungou de sua covardia.


_ Seu cagão. - pegou uma pedra e atirou ao lado do coelho que pulou assutado, fugindo. - Sai daqui, seu bobo! E fale para os seus amigos que se eles se meterem novamente comigo vão virar o meu jantar!- ameaçou de peito estufado, sentindo-se um homem destemido.


Ao virar se deparou com os grandes olhos vermelhos lhe mirando com uma admiração que parecia surreal, e o deixou envaidecido.


_ Tem que ser corajoso como eu, está vendo? É assim que se lida com quem tenta nos assustar.

O dragão assentiu, balançando a cauda efusivamente como um cão. Bakugou arqueou as sobrancelhas intrigado, abaixando-se para vê-lo melhor.


_ Que tipo de criatura é você? - analisava atento, passeando a mão pelas escamas vermelhas que eram estranhamente quentes e macias ao toque, como se possuísse uma micro pelugem, imperceptível aos olhos. - Não é cachorro, e tem uma cara engraçada. - sem pedir permissão continuou avaliando, abrindo a boca e se deparando com fileiras completas de dentes afiados, mais do que sabia contar. - Com esses dentes tão afiados e tem medo de um coelho?!- O dragão expirou, expelindo uma nuvem de fumaça e fuligem que fez o menino engasgar e tossir. - Nossa, que bafo de merda, você come o que, hein? Parece que só come bicho morto.


Agradado pela análise que mais parecia um carinho, Eijirou se abaixou, deixando que Bakugou olhasse cada detalhe seu, desde os dedos e garras até as partes mais impudicas, totalmente submisso e a vontade com os dedinhos curiosos que lhe tateavam inocentemente.


_ Que bicho esquisito. - terminou coçando a nuca ainda em dúvida. - Nunca vi um igual na minha vida.


O dragão levantou eufórico, encarando-o saltitante enquanto Bakugou fazia um bico de dúvida, ainda intrigado e com a mão debaixo do queixo, imitando os adultos que faziam o mesmo quando examinavam algo. Sem nenhum aviso recebeu uma lambida longa, demorada e caprichada de uma língua muito mais comprida do que imaginou.


_ Eca! Que nojo!- reclamou passando a mão pelo rosto e segurando o focinho do animal, fechando sua boca a força. - Não faça isso de novo, se não vou te assar e comer, seu nojento! Eu não sou nenhuma pedra doce para você ficar me lambendo!- balançava o dedinho em ordem


A partir daquele dia, Bakugou sempre escapava para poder ver seu novo amigo, brincar e se divertir. Os dias se transformaram em meses, e os meses, consequentemente em anos. Mesmo não admitindo, a presença do estranho animal era muito agradável, e juntos exploravam muitas áreas desconhecidas. Caçavam e pescavam, usando os instintos do pequeno dragão como bússola, tão aguçados e certeiros quanto uma. Eram excelentes juntos e adoravam passar cada segundo, dormindo juntos ou compartilhando algo.


Quando completou sete anos, Bakugou começou a ser treinado para suceder o pai, e teve cada vez menos tempo para poder visitar o amigo a quem nomeou de "Bafo Podre", um apelido carinhoso pois, de acordo com ele, era a característica mais marcante do estranho animal. Se estava com o amigo as horas voavam, mas quando tinha que ficar em casa e treinar cada minuto parecia se arrastar eternamente, e a noite era um martírio.


Foi em uma tarde em que o pai não estava em casa para treiná-lo que ele aproveitou para fugir e ficar com o amigo.


Ambos estavam se banhando na cachoeira. O pequeno dragão, que antes parecia um filhote de cachorro, agora estava duas vezes maior que ele, e suas escamas iam ficando cada vez mais brilhantes e menos macias ao toque, como se todos os micro pelos estivessem caindo. Bakugou não se importava com isso, na verdade achava-o incrivelmente bonito, e sua brincadeira divertida era quando ele o deixava montar e juntos voavam. Mesmo assim o fato de não poderem dialogar era algo que o deixava triste e cabisbaixo.


_ Eu gostaria que você pudesse falar e me entender. - desabafou quando subiram em uma enorme pedra redonda que usavam para descansar depois de nadar. Alisava a cabeça do dragão com cuidado, fazendo-o arqueá-la com a carícia. Como sempre, ele o fitava atento, como se pudesse compreender cada palavra que saia de sua boca, ainda que Bakugou soubesse que aquilo era impossível.


Foi então que diante de seus olhos, após um segundo de intenso brilho, o dragão tomou uma forma humanoide, surpreendendo-o e o fazendo cair na cachoeira com o susto, submergindo e espirrando água para todas as direções. Poucos segundo se passaram até que emergisse novamente, cuspindo a água que tinha lhe entrado pelo nariz.


_ Que merda é essa? - encarou assustado o garoto ruivo e nu que estava sentado na pedra, com cabelos molhados e dentes afiados em um sorriso brincalhão e sem jeito.


_ Desculpe, eu não quis te assustar.


Bakugou se ergueu da água, ainda encarando-o como se ele fosse uma miragem. Lentamente tocou a face do garoto que parecia ter a mesma idade que a sua, pasmo com a transformação. Como sempre acontecia, ao receber a carícia ele semicerrou os olhos agradado do carinho. Dessa vez no entanto, o rosto corado do garoto deixou Bakugou sem jeito, ainda mais porque ele o tinha achado muito bonito.


No segundo seguinte, o empurrou para dentro da água como punição. Ele o tinha enganado! Porque diabos não falou que era capaz de fazer aquilo?


_ Porque não me disse que podia fazer isso? Quem diabos é você?- reclamou com o nariz empinado, querendo passar autoridade e expressar sua inconformidade pelo amigo ter-lhe escondido tal segredo.


O menino ruivo se ergueu da água, levantando-se e subindo novamente na pedra, balançando-se para poder se secar. Katsuki o encarava irritado com aquela farsa toda, enquanto o amigo tentava escapar de seu olhar acusador.


_ Eu não podia te contar. Na verdade, eu nem mesmo deveria estar fazendo isso porque se a minha mãe descobre ela vai me castigar, e não vai ser nada legal. - balançava os cabelos retirando água dos fios. - É proibido mostrar essa forma aos humanos.


_ Seu merda, eu achei que a gente fosse amigo. - acusou-o com os lábios contraídos e os braços cruzados.


_ E somos. - O ruivo se apressou em dizer.


_ Amigos não mentem um para o outro!- acusou com o dedo em riste.


_ Eu não estava contando mentira nenhuma. Você que nunca me perguntou meu nome.


_ E como eu ia saber que você é um bicho que vira gente? E afinal, que diabos de bicho é você?


Novamente os olhos rubros escaparam dos seus, temerosos.


_ Não posso dizer.


Revoltado, Bakugou se levantou. Era ultrajante descobrir que o melhor amigo não confiava nele o suficiente para contar-lhe um segredo quando ele mesmo já havia lhe confidenciado tantos.


_ Então eu vou embora! Não quero ser amigo de quem me conta mentiras!- anunciou batendo o começando a andar em direção a floresta. Queria ir pra casa, se trancar no quarto e nunca mais ter que olhar na cara daquele maldito farsante mentiroso.


O ruivo se levantou de um pulo, assustado com o comportamento do loiro, seguindo-o. Não queria perder um amigo, ainda mais Bakugou a quem tinha se apegado a ponto de não saber mais viver sem sua companhia.


_ Não, por favor, eu gosto de você!- apressou-se segurando sua mão, mas foi repelido quando Katsuki puxou a própria, escapando e ser aperto.


_ Se gostasse contaria a verdade.


O menino ruivo percebeu algumas lágrimas se empoçarem nos olhos infantis, ameaçando cair enquanto ele tentava disfarçar e sentiu mal por tê-lo feito se chatear tanto. Bakugou mordia os lábios que começaram a trepidar, tentando conter a decepção e esconder que estava se sentindo triste, algo que magoou muito.


Realmente Bakugou estava certo, ele era um péssimo amigo. Tinha que dar um jeito de reverter aquela situação.


Se aproximou novamente segurando sua mão com cuidado e carinho, mas dessa vez teimando em mantê-la segura quando ele ameaçou novamente recuar.


_Me solte!- Bakugou exigiu, ainda que não fizesse muta força para soltar. Infelizmente, para ele, mesmo que quisesse não conseguiria. A verdadeira natureza de Kirishima fazia dele uma criatura três vezes mais forte que um humano normal, ainda que fosse considerado apenas um filhote.


_Espere, por favor, deixa eu me desculpar.


_Eu não preciso das suas desculpas, nem de você, seu mentiroso!- rebateu. Aquilo feriu o pequeno garoto ruivo que por pouco não o soltou.


_ Eu vou... é... - pensava em algo, ainda segurando a mão dele. - ... eu vou contar, mas não quem eu sou, isso eu não posso, mas outras coisas! - Disse de supetão, mas o loiro parecia decidido a sair de perto de si, pois ainda o olhava de maneira irritada e desgostosa. Foi então que resolveu apelar para algo que tinha certeza de que o convenceria ao pelo menos lhe dar uma chance para falar.- .... se ficar eu vou te mostrar uma magia muito legal!


Subitamente curioso, Bakugou resolveu parar de lutar, a curiosidade falando mais alto que o orgulho. Já havia visto magos fazendo alguns feitiços, mas apenas de longe, e não haviam sido tantas vezes. Ele mesmo já desejou ser um feiticeiro ao invés de caçador, no entanto tinha que seguir a mesma profissão do pai por ser uma tradição em sua família.


Pensou até em perguntar se havia sido mentira, descrente de que ele realmente poderia fazer alguma mágica como havia dito, porém ver o amigo se transformar de animal para humano na sua frente não deixava dúvidas de que ele conhecia algo sim.


_ Tá. - disse finalmente, de braços cruzados. - Eu quero lhe perguntar três coisas então, mas tem que ser totalmente sincero.


_ Menos que tipo de criatura eu sou. - o garoto reavisou.


_ Sim, eu sei, não sou nenhum burro, tá!- rebateu- Qual o seu nome de verdade?


_ Kirishima Eijirou.


_Melhor do que te chamar de Bafo Podre, apesar de você ainda ter. -riu traquina-Quantos anos você tem?


_ No calendário humano? Acho que uns quarenta... - fazia as contas mentalmente, com algumas caretas.- Não... na verdade, acho que são cinquenta.


O semblante confuso e perplexo de Bakugou o fez rir.


_ Para de mentir, Bafo Podre!- disse ríspido.- Eu disse para não mentir.


_ Eu não estou mentindo!- tentou se defender. - Para minha raça o tempo é algo diferente.


_E que raça esquisita é essa? Você é mais velho que o meu pai!


_Boa tentativa, mas não posso falar.


Bakugou bufou. Imaginou que conseguiria aquela informação com aquela estratégia, mas falhou.


_ Ok. Então tá bem.- passou a mão pelos cabelos arrumando-os. - Pode me ensinar alguma magia?


_ Não.


O garoto loiro se empertigou, confuso e chateado. Como assim ele não podia ensiná-lo?


_Por que?- resmungou, emburrando um bico e cruzando os braços.


_Porque você sendo humano não vai poder usar a mesma magia que eu. Nem adiantaria eu tentar. Quer ver?Deixa eu te mostrar, me dê a sua mão.


Desconfiado, o jovem ergueu a mão entregando a Eijirou que a pegou com carinho, analisando-a e segurando seu pulso. Parecia buscar algo, tamanha concentração que mantinha.


_ O que está fazendo?- tentava entender, olhando para o braço sem ver nada de diferente.


_ Procurando... fica quietinho e deixa de ser abelhudo... - seus olhos rodavam cada canto, até que se deteve em uma área. Umedeceu os lábios secos, passeando a língua por eles, e Bakugou encarou seus dentes ainda afiados, questionando-se como ele conseguia fazer aquilo sem cortar a própria língua. Parou de fantasiar assim que viu os olhos rubros presos em si, sérios - Para fazer isso você precisa saber de duas coisas: não tem como desfazer e eu vou precisar fazer um corte no seu punho. Tem certeza que quer?


_ Eu tenho cara de molenga? Que eu lembre era você quem estava fugindo de um coelhinho felpudo quando nos conhecemos. - brincou sorrindo.


_ Eu não fujo mais e você sabe disso.- resmungou ofendido. - Posso?


_ Faz logo, merda!- gritou chateado com a demora.


Eijirou deu de ombros e levou o pulso dele até a própria boca, mordendo-o. A sensação foi dolorosa, estranha e incômoda, como se alguém estivesse lhe cravando um prego em chamas que queimava e fazia os músculos arderem como se derretessem, mas Bakugou segurou a dor sem reclamar, ainda que os olhos traidores tenham se enchido de lágrimas.


Logo em seguida o ruivo fez o mesmo com o próprio pulso, só que com um pouco mais de força, fazendo o sangue verter e pingar. Era diferente do seu, como se houvesse ouro misturado ao vermelho do sangue, e muito mais denso pois pingava grosso. Com cuidado ele ergueu a ferida e deixou que um pouco do próprio sangue pingasse na ferida exposta de Bakugou, observando atentamente quando ela absorveu-o sôfrega, como se estivesse viva. Os olhos de ambos se encontraram, sérios e compenetrados.


Com cuidado, Eijirou levou o pulso do amigo para perto do rosto, dessa vez lambendo-o e Bakugou se arrepiou cheio de gastura com a língua macia e quente, substituído pelo incomodo quando sentiu a pele repuxar assim que ele começou a recitar baixo, quase um sussurro, uma frase em um idioma desconhecido e praticamente impronunciável, por ter sons que ele jamais seria capaz de imitar. Entendeu então porque ele disse que não conseguiria, pois Eijirou parecia mais sibilar e guinchar do que falar, mas era um espetáculo legal e bonito de se presenciar, ainda mais para uma criança que ama assistir rituais mágicos.


Quando ele soltou-lhe a mão e se afastou a ferida havia se fechado, e Bakugou levou a mão a frente do rosto, intrigado com tudo aquilo e fascinado com a pele que parecia nunca ter sido ferida.


_ E o que acontece agora? - questionou surpreso.


Eijirou tombou a cabeça com um sorriso divertido nos lábios e riu, transformando-se novamente em dragão e guinchando enquanto andava ao seu redor, enrodilhando a cauda ao redor de seu corpo e o cutucando com o focinho. Bakugou Quase caiu ao ouvir os sons que ele emitia, pois não soaram como de costume, mas com o timbre de uma voz humana. Podia compreendê-lo e falar com ele mesmo naquela forma.


_ Agora você pode me entender, e vai poder caçar muito melhor. Feche os olhos? Consegue sentir tudo ao seu redor com mais intensidade? Os sons, os cheiros.


Não foi preciso muito, pois ao fechar os olhos Bakugou percebeu algo dentro de si pulsar, e com isso tudo a sua volta pareceu mais vivo e nítido.


_Como isso é possível? O que você fez?- perguntou intrigado.


_ Com uma parte do meu sangue, você vai ficar mais forte e com instintos ainda melhores. Não como os meus, é claro, mas sem dúvida melhores dos que os de um humano normal.- ficou sobre as patas traseiras, erguendo-se em pé, com a cabeça baixa, bufando quente contra o rosto de Bakugou que achou aquilo muito acolhedor e agradável.- Considere um presente.


Antes que percebesse, Bakugou segurou o rosto dele, encostando seu pequeno nariz ao enorme focinho, verdadeiramente grato pela dádiva que seria mais do que útil em sua jornada como caçador.


_ Eu prometo que vou te retribuir esse presente.


Se Eijirou soubesse que esse presente se voltaria contra si anos mais tarde, quando frustrado, Bakugou teve que provar a todos sua virilidade e valor, usando de seu treinamento para caçar um dragão que no caso foi o próprio amigo, talvez tivesse repensado a oferta, pois a retribuição que ganhou em troca foi amarga e dolorosa.


*********


Olha esses nenês! AHHHH EU VOU ESPOCAR DE FELICIDADE! ALGUÉM SEGURA A MINHA MÃO!

Alabarda: é uma arma antiga composta por uma longa haste. A haste é rematada por uma peça pontiaguda, de ferro, que por sua vez é atravessada por uma lâmina em forma de meia-lua, com um gancho ou esporão no outro lado. Está incluída na categoria de armas de cabo longo, que se tornaram mais conhecidas no século XVI. Como nos exemplos abaixo.

 


A do Bakugou é mais nesse estilo aqui.


 
6 de Novembro de 2018 às 19:31 1 Denunciar Insira Seguir história
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md mel de
Amei muito, tenho só um pedido: a vossa senhoria poderia considerar a ideia de uma “amiga”, e por uma jovem garota, tipo da idade do “nosso querido bakugou”, com a aparência da Zero Two (sabe, cabelo rosa), para que essas lindas “3” crianças virem um grupo tals e tals. Não sei se já tem algo assim no meio da história, mais essa é minha ideia. Obrigada pela atenção se vc pelo menos leu.
December 18, 2019, 22:39
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