dakho 𝒅𝒂𝒌𝒉𝒐 🏳️‍🌈

Assim que nasceu, a previsão da anciã da tribo para a vida de Chanyeol era próspera, e ele alcançaria o sucesso logo cedo. Tudo isso se tornou verdade, mas ele não sabia que morreria logo depois, tanto que fora o demônio de sua irmã abortada a ensiná-lo que, na verdade, eles nasceram para morrer. angst | chanyeol x da hye/heize | +18 | folclore brasileiro!au


Fanfiction Impróprio para crianças menores de 13 anos.

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Guaraná.

Quando Chanyeol acordou naquela manhã, não fazia ideia de que, em algumas horas, nada mais sobraria dele além do seu corpo morto em cima de todas as frutas que ele já havia comido.
A aldeia estava calma, o céu estava limpo e, apesar do sol forte do país tropical onde vivia, um sorriso aberto estava estampado em seu rosto logo abaixo da linha vermelha pintada com urucum que passava por seus olhos grandes e parte do seu nariz bonito. Sua mãe pediu para que buscasse as frutas do almoço e, como bom filho, querido por todos ali, ele foi de bom grado, saltitante com as pernas grandes e levemente tortas, para dentro da floresta, procurar alguma mangueira farta, afinal, seu bom paladar merecia uma doce manga naquele dia, e ele ficaria feliz em sujar as mãos com o melado amarelo da fruta.
Ele estava sentado num galho alto quando viu a moça bonita pela primeira vez. Se divertia falando com os pássaros coloridos que alimentava com as sementes da romã que havia colhido no caminho para beliscar quando as folhas da pequena laranjeira ali próxima se mexeram, espantando um mico leão assustado, que correu dali como se o amanhã não existisse em sua pequena cabeça de macaco.

E, para Chanyeol, ele realmente não chegaria.

Não porque o mundo acabaria, ou porque o macaco era, na verdade, um demônio, mas porque o verdadeiro demônio pulou de uma das extensões da árvore direto para o chão, exibindo suas pernas brancas e seu cabelo claro comprido. E nada de ruim aconteceria caso o jovem apenas pegasse as mangas e voltasse para a aldeia como sua mãe lhe pediu gentilmente, mas o Park era, embora sua grande altura, uma criança, e sempre agia como tal.
Todavia, não agiu como criança quando viu o rosto feminino todo pintado de preto, uma tinta que ele desconhecia. Aquela garota que, embora mais baixa que si, era alta, exibia seu abdômen magro enquanto cobria seu quadril e seios com pele animal. Ela não era de sua aldeia. Não era de nenhuma aldeia conhecida. Os índios da região nunca matariam um pobre bicho encouraçado para se enfeitar como ela estava enfeitada, estavam no meio da floresta amazônica, no final de tudo. Ninguém precisava de pele morta para se aquecer, só usavam as folhas secas para se cobrir como sinal de respeito com os outros integrantes da aldeia, tanto que Chanyeol nunca vira nenhuma criança sequer vestida com vegetais mortos, nem com nada.
Talvez tenha sido por isso que ela atraíra tanto a atenção dele. Talvez fossem aqueles olhos tão negros quanto os seus, certamente menores e mais puxados, ou talvez fosse apenas aquela magreza incomum entre seus conhecidos, porém muito encantadora, que combinava com os traços fortes e femininos de seu rosto. Talvez tenha sido apenas a maneira com a qual ela o encarou, tombando a cabeça para o lado de forma inocente, contrariando todo o seu interior negro e corrompido.
Chanyeol perguntou quem ela era. Estava curioso, mas seu recente treinamento para se tornar guerreiro o obrigou a arrancar uma ramificação de galho perto de si para usar como lança. Segundo os mais sábios que si, qualquer um deve se defender do desconhecido, ainda mais quando este parecer tentador. E tentador era pouco perto do que a aura da desconhecida fazia o Park sentir.

Até porque Tupã sempre os avisou sobre as armadilhas de Jurupari, o deus do mau.

— Sou Da Hye. — Contou sem hesitação para disfarçar a mentira que viria à seguir. — Vim em paz.

E, com essa condição, a alma infantil de Chanyeol cedeu à beleza alheia e permitiu que seu corpo esguio descesse da mangueira onde estava para ir explorar mais sobre a mulher bela que surgira do vácuo. Sempre cuidadoso como sempre fora, mas sem desconfiar das más intenções dela.

— Qual é o nome da sua tribo? — Ele perguntou, preocupado com qualquer ameaça que possa atingir sua aldeia.

Mal sabia ele que, de sua aldeia, Da Hye nada queria. Nada além de sua morte.

— Eu venho de longe ao norte, você não reconheceria se eu dissesse. — Desviou, astuta.

E, ao pronunciar a frase que o fez perder totalmente a guarda, Chanyeol não imaginava que a jovem em sua frente transbordava conhecimento e estratégia. Tinha disso de sobra, muito mais do que ele jamais sonharia em ter.

— Tente, eu sou inteligente.

Mas a índia desconhecida sabia que o conhecimento do garoto alto não bastava para reconhecer suas intenções. Sabia que conseguiria o que queria, fora criada para isso.

Há muito tempo atrás, Park Ji Hoon e Chang ki desejavam uma cria. Aquela pela qual esperaram longos e longos meses depois da cerimônia de união, mas que não veio tão cedo. Sem perder as esperanças, eles tentaram mais algumas vezes e, pela graça de Tupã — pelo menos, era o que achavam — uma criança começou a crescer no interior do ventre de Chang ki. O casal ficou tão feliz quando perceberam o feto que decidiram comemorar passando uma noite fora da aldeia com a autorização de seu Pajé. Antes fosse no dia seguinte ou no anterior, mas, especificamente naquele entardecer, a lua surgiu mais forte do que o sol podia suportar, então este chorou estrelas cadentes para que pudessem ajudá-lo a se reerguer, pois todos sabiam que, quando a escuridão predomina, Jurupari está à solta. No entanto, o casal feliz nada se ofendeu com todos aqueles pontos brilhantes caindo do céu, bem pelo contrário. Visto o quanto era raro tal fenômeno, ambos os índios apaixonados ficaram encantados e gratos por poder observar aquilo, sem saber se aconteceria outra vez em suas vidas.


Mal sabiam eles que se encantaram pela obra do deus do mau, tão bela quanto o pecado parece ser antes de ser feito, e, embora não soubessem, ficar ali observando as lágrimas do sol despencarem com gosto pelo céu negro, também encantou outra coisa entre eles, e essa coisa, que dormia com tranquilidade dentro do útero de Chang Ki durante aquela noite encantadoramente perigosa, acordou no outro dia com os olhos negros puxados abertos, chutando com força as paredes quentes que protegiam-no do mundo exterior.
Preocupados com todas aquelas fisgadas que a barriga da mulher de Ji Hoon recebia, ambos seguiram até a curandeira da tribo, e ela lhes deu a pior notícia que podiam ter escutado até o momento.

— Essa garota está amaldiçoada pelo demônio! Ela matará todos caso não o façam primeiro!

Não foi fácil para os futuros papais se desfazerem aquela criança, mas as palavras da curandeira ressoaram em sua mente demais para apenas ignorarem a mórbida profecia.

"Matem-na e deixem ir a alegria ou deixem-na viver e matem à todos nós!"

Chang Ki sentiu a vida do feto se esvair de dentro de si quando tomou aquele chá fedido que desceu queimando por sua garganta, matando qualquer célula restante daquele bebê que crescia em seu útero. Não demorou muito para que, longe da aldeia, ela parisse a criança abortada junto de todo o sangue ruim que ela carregava dentro de si debaixo da sombra de uma laranjeira, que parou de crescer assim que sugou aquele líquido vermelho e podre para dentro de suas raízes.
Sentido com toda aquela história de amor que não deu certo por causa de um mínimo tropeço, Tupã concedeu ao casal, alguns meses depois, um outro filho. Diferente da vez anterior, a curandeira previu um grande futuro para ele antes mesmo de nascer. Disse à grávida que ele traria muita energia não só para a aldeia, como para toda a floresta. Que alcançaria o sucesso rápido e, assim, o ápice da sua vida.
De certa forma, nada do que ela viu passar diante dos olhos enquanto proferia aquelas frases de sucesso estava errado. Ela apenas não sabia que, ao nascer do menino, a inveja de Jurupari incendiasse sua sanidade já quase inexistente e planejasse que, quando sua cria obscura abortada atingisse a idade correta, aquele que traria a felicidade para a aldeia morresse por ela, que renasceu aos pés da mesma laranjeira onde foi deixada morta antes mesmo de completar seis meses de existência.

Foi por isso que, depois de horas de conversa com a tal Da Hye, Chanyeol deitou-se com ela em uma gruta perto das margens do Amazonas, sem saber que, ao tocar a pele lisa, estava sentindo prazer às custas da própria irmã mais velha abortada.


Ele tocou os lábios tentadores com a ponta dos dedos, sujando-os da tinta preta com a qual estava pintado o rosto da índia, e o Park esqueceu-se totalmente das mangas que fora buscar para a mãe quando puxou o corpo magro contra o seu, tomando aquela boca pecaminosa para si enquanto apertava a cintura fina com as mãos grandes.
Da Hye, ou apenas Hye, como Chanyeol a chamava depois de uma tarde conversando sobre sua vida e sobre o que ela inventara sobre a dela, segurou a nuca do maior com suas mãos gélidas, puxando-o contra si enquanto sentia a língua dele roçando na sua, juntando ambos os corpos ainda mais com a ajuda de seus pés, que se esticaram, na tentativa de fazê-la mais alta, e os instintos do jovem índio tomaram o lugar de sua consciência quando, minutos depois de muitos beijos quentes, ele a deitou sob a grama e subiu em cima do corpo pequeno quando comparado ao seu.
Chanyeol nunca fora do tipo de jovem que só pensava em coisas de adulto. Ele fora muito bem criado pela família para que, quando os picos hormonais acontecessem, ele já estar preparado, por isso, soube se virar bem quando acordou na sua oca com a pelve um pouco suja e melada pouco antes do sol nascer. Contudo, observando ali os longos cabelos estranhamente claros junto da pele quase albina da mulher que conhecera poucas horas atrás, ficou um pouco embriagado. Talvez tenha sido pelo modo em que o rosto dela era atingido pela luz do sol que entrava rara em meio às sombras naquela pequena caverna, pelo modo carinhoso com que ela o tratou enquanto conversavam, mas nem passou pela cabeça do Park que Da Hye estava, literalmente, enfeitiçando-o.
A inocência do garoto foi embora quando sentiu seu próprio falo esticar as folhas da saia que usava para se cobrir, quase encostando em seu abdômen. Ele nunca tinha feito algo daquele jeito com qualquer outra pessoa; estava sendo criado para ser o futuro guerreiro cacique, afinal, honrava a fé por Tupã acima de tudo, mas esqueceu de seus princípios ao sentir a mão da moça lhe acariciar na base. Ela estava sendo cuidadosa, tanto que, se algum cara pálida os visse, realmente pensaria que eram um casal de longa data, e procuraria o cocar farto que usavam em casamentos, pois provavelmente estariam passando pela lua de mel.
Seus olhos grandes e puxados foram fechados pelas pálpebras apertadas quando a Jang, sobrenome que descobriu pertencer a recém conhecida colega, começou a movimentar a mão, bombeando-o de cima à baixo, às vezes parando para apertar de leve um dos dedos na fenda que já expelia pré sémen. Ele estava pasmo e confuso, mas não conseguia pensar direito. Os sábios da vila nunca disseram para ele sobre algo daquele jeito; chegava a ser surreal. Para ele, deitava-se apenas com aquela que gostaria de procriar-se e só. Seus colegas mais velhos espalhavam algumas histórias sobre uma sensação gostosa no final, mas nada daquele jeito. Pelos poucos conhecimentos do ingênuo Chanyeol, aquilo que Hye fazia em si era algo totalmente novo, ainda desconhecido por seus companheiros de convivência.
Ele perguntaria o que é que estava acontecendo se ao menos conseguisse parar de soltar aqueles sons baixos e estranhos ao tentar usar a voz. Não que estivesse desgostando, longe disso. Park Chanyeol era apenas um índio que gostava de ajudar os amigos, e contaria aquilo a eles quando chegasse a vila.

Ou, ao menos, era o que pensava.

Quando percebeu que quando a garota levava a mão do início ao final era mais gostoso, passou a se aproveitar levemente da posição em que estavam e impulsionar o quadril na direção dela, o que a fez sorrir de canto. Seus olhos nublados conseguiram perceber aquilo. Outra coisa que conseguiu perceber foi que, ao começar a contrair demais o abdômen involuntariamente, Hye parou.
Ele estava confuso. Dúvidas bizarras que nunca sequer achou que teria rondaram sua cabeça, cozinhando sua mente mais rápido do que qualquer invenção dos caras pálidas fariam. Tocou a pele quente da colega e adorou como seus dedos sentiram o fogo queimá-los, atingindo a palma inteira quando esta deslizou sobre as costas da mulher, sentindo desde a cintura e descendo. Sentiu as covinhas do final das costas dela, desceu mais um pouco, apertou e, depois, desceu mais, até agarrar-se na coxa fina da índia branca.
Queria poder pensar que a névoa se dissipou, que seus olhos enxergaram a verdade e que, na verdade, Chanyeol sabia o que estava fazendo — ou deixando Da Hye fazer — mas continuava confuso, e tudo apenas aumentou quando ela o girou como um felino africano, com rapidez e força anormais. A palma feminina apertando o peito descontrolado do Park, e ele gostando, sorrindo antes de tomar os lábios da moça para si mais uma vez, e a última antes de ele não conseguir mais parar de morder os lábios de prazer, porque Hye se adiantou em sentar nele, mesmo sem pressa. Era uma pecadora, criada para ser e, por isso, era da forma mais impecável possível, sem cometer erros ou deslizes. Já o pobre Chanyeol, se tornou um mísero rato selvagem, que a jibóia sequer precisava estrangular antes de comer, mas, se a jiboia fosse Da Hye, ela estrangularia, quebraria todos os seus ossos de roedor e o mataria antes mesmo de fincar os dentes venenosos com força, esmagando os órgãos pequenininhos e criando bolsas de sangue dentro do próprio corpo.

Se fosse Chanyeol ali, seus olhos grandes pulariam pra fora das órbitas antes mesmo da sua morte.

Mas ela resolveu matá-lo de uma maneira diferente. Estava transando com ele, cavalgando e gemendo seu nome como se já fosse usual fazer aquilo. Ela fingia ser sua amada e ele, inocente, achava ser amado por ela. Achava que a levaria para a aldeia, a apresentaria para seus pais e seus amigos, que fariam uma cerimônia para oficializar a união.

E, se conseguisse fazer outra coisa fora franzir o cenho de prazer enquanto apertava as coxas de Da Hye em cima de si, pensaria que todos da aldeia adorariam-na. Ela era inteligente e bonita, e, mesmo que magra e clara, era nômade e se virava muito bem sozinha, imagine então com a ajuda de uma trupe de índios inteira.

Seus cabelos pretos estavam grudados na testa úmida e quente quando a mulher roubou-lhe os lábios outra vez, num último beijo antes de fazê-lo atingir o ápice e se despejar dentro de si, gemendo rouco e descontando o prazer nos apertos que suas mãos davam no corpo em cima do seu, fincando os dedos grandes na carne branca e venenosa da tentadora e nova versão de Lilith.

Quando seus lábios desgrudaram dos dela, ele ofegou. Nunca havia sentido algo parecido com aquilo. Era insanidade, loucura e prazer misturados em um único caldeirão sobre a fogueira. Era confusão, bem-me-quer e um punhado de mal-me-quer no mesmo ambiente. Era confusão total. O que antes era bom se tornou bom demais quando sentiu Da Hye contrair em si, gemendo alto também, e mesmo que fosse muito prazeroso, o ruim já estava enraizando em Chanyeol como nunca em ninguém antes. Era traiçoeiro e rápido o suficiente para fazer o agora nem tão inocente Park estranhar.

Mas, ora, se o sol fez a pele dela brilhar e seu sorriso o fez esquecer das mangas que levaria para o almoço da mãe, nada de mal podia vir dela. E ele estava certo. Nada de mal viria, mas sim, tudo de horrendo. Muito mais do que um simples mal. Ela sorriu de novo e, oh, a luz atingiu Chanyeol novamente com tamanha intensidade que o contagiou feito doença do homem branco. Era lindo demais para ser verdade. A personificação da planta carnívora mais doce da floresta. E Chanyeol era seu alimento. A presa inocente que achava saber caçar, mas que já estava morta há muito tempo na mente de seu predador.

Sol, lua, terra fértil e água doce do rio Amazonas se misturaram para assistir, com lágrimas de chuva tropical, expressando em nuvens pesadas a perda de seu futuro cacique.

Era certo, já. A alegria em seu rosto foi se esvaindo aos poucos, sentindo o prazer dar lugar à dor, e a feição inocente de Da Hye se transformar em uma feia malícia pecadora.

— Não se preocupe, irmão. — Ela sussurrou no ouvido do jovem Park, que permaneceria jovem para sempre. — Nós nascemos pra morrer.

Ígneo ficou o corpo de Chanyeol quando ele forçou um dos apoios para se levantar. Doía muito. Sua voz baixa expressou o sofrimento ao gemer dolorido enquanto contraía o corpo, tentando ficar de um jeito que não sofresse tanto, porque já imaginava o que viria a seguir.

Hye sumira depois do corolário de sua missão. Antes mesmo do índio conseguir abrir os olhos para impedi-la de partir e levar mais mal à outras pessoas, ele não a sentiu sobre seu colo. Tudo continuava insano, mas muito pior. Estava escuro, doendo e com manchas por toda a parte. Coisas pretas sem formas piores que cara-pálidas flutuavam perto de Chanyeol, amedrontando-o, o fazendo desistir de abrir os olhos e tentar lutar pela vida que sabia que perderia.

Covardia; pensou nos últimos minutos noturnos de vida, sendo perseguido pela risada maligna de Jurupari enquanto sentia algo queimar-lhe internamente, colocando pra fora o resto de frutas que matou sua fome horas antes, desmaiando sobre a própria bile amarela.

Ainda teve alguns últimos suspiros antes da alma o deixar morto e subir ao céu para encontrar o criador e agradecê-lo pela vida maravilhosa, mas não sentiu mais dor. Estava apagado; nem o cara-pálida mais inteligente saberia se Chanyeol desmaiou pelas desavenças internas ou de dor, porque o que ele sentia era anormal. Até mesmo a grama suja de vômito sentiu dó do jovem índio, tamanho foi seu sofrimento em tão poucos segundos.

Era como ter piranhas nadando no estômago.

Seu coração já não pulava mais tanto quanto ele em dias felizes, quando brincava com as crianças da tribo e as ensinava a pescar com lanças, muito menos era tão forte quanto era horas atrás. Míseras horas. Bem que a anciã dizia que o tempo, do tamanho que fosse, mudava vidas.

No caso de Chanyeol, a tirava.

Além da pobre grama morrendo afogada em vômito junto do Park, Tupã também sentiu por ele. Não dó, porque sabia que seu garoto era forte e completaria a passagem com firmeza e devoção, mas com tristeza. O grande Deus sabia que ele ainda não completara sua missão e morrera injustamente. Teve seu ciclo interrompido por uma maldade intensa vinda de terceiros muito mais poderosos que ele, mesmo que sua energia fosse incomparável com a de qualquer outro ser da floresta.

Energia.

Era isso.

Tinha que continuar levando energia aos seus irmãos de outro sangue da vila. Era seu dever; sua maneira de viver, e Tupã não o deixaria morrer tão facilmente como estava.

E floresceu.

Eram brancas, assim como era seu sorriso quando feliz. Flores pequenas em abundância cresceram por ali, subindo caules e transformando o corpo morto de Chanyeol na mais pura energia da floresta. O que ele era vivo, continuou sendo sem seus sorrisos, mas com frutas tão redondas e grandes quanto seus próprios lindos e arregalados olhos.

Amadureceu.

Frutas vermelhas cheias de energia que ajudariam as crianças da tribo a pescar com lanças e prolongaria a vida da sábia anciã. Eram seus olhos grandes se multiplicando feito coelhos no cio milhares de vezes mais rápido do que a natureza um dia permitiu ser. Estava nascendo de novo, crescendo verde com folhas compridas e caule forte, cheio de energia. Cheio de guaraná.

E, com toda a sua energia, adubado com vômito de frutas da floresta, o guaraná nasceu em cima da morte que, um dia, também teve tanta energia quanto aquelas frutinhas gozadas.

Mas mesmo que Da Hye o ensinara que nasceram para morrer, sua graciosidade compensava milagres, e Tupã os fez com gosto.

30 de Junho de 2018 às 00:11 0 Denunciar Insira Seguir história
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Fim

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𝒅𝒂𝒌𝒉𝒐 🏳️‍🌈 beau swan versão fracassado e baekhyun stan. ouço j-rock no ônibus e escrevo umas coisas do exo. » protect and support trans folks «

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