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Baekhyun viu a seu passado ser remexido após uma das suas personagens ganhar vida. Talvez não o devesse ter feito igual a Park Chanyeol.


Fanfiction Bandas/Cantores Todo o público.

#chanbaek #baekyeol #exo #chanyeol #baekhyun
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Sorry

«Ela sai apressadamente de casa, com uma determinação há muito não vista naquele rosto. Tenta não desviar o olhar do chão, com medo de ser reconhecida. Não pode correr o risco de ser parada, não agora. Deixou tudo pronto. Um bilhete para Chanyeol e outro para Eunjun e Yejun. Talvez eles percebam daqui a uns anos, espera ela.

Caminha decididamente, cantando mais baixo do que um suspiro, a mesma melodia que Chanyeol tanto gostava em pequeno. Que os seus filhos tanto gostam agora. Sente que aquela é uma das poucas coisas que a faz sorrir, que a faz deitar uma lágrima e questionar se é esta a única solução.

Decide parar na cafetaria do costume. «Um último sorriso», pensa. Esforça-se para o dar à atendente de rosto familiar que a recebe com o bom dia habitual. O pedido é o mesmo de sempre, e o sentimento de que vai ser o último, faz o tempo passar devagar, tortuosamente. Paga e sai, não respondendo ao «Até amanhã» da nova empregada.

Ao caminhar, sente o barulho dos tacões expandir-se por todo o corpo, marcando como um metrónomo bem afinado, os seus últimos passos por aquela cidade. Aquela marcha ritmada dava suporte a tudo o que se passava à sua volta.

Os velhos hábitos de violinista fazem-na adaptar a velocidade ao ritmo dos outros. Afinal, era aquilo que fazia melhor.

Consegue identificar uma pequena repetição de duas semicolcheias, colcheia, mínima, sempre que o Sr. Gook, o dono da esplanada mais conhecida de Hanam, tirava um café. Fecha os olhos, continuando a andar firme, e funde aquele mote com o seu metrónomo. Juntam-se-lhe ao poucos, um de cada vez, diversos ritmos das mais variadas pessoas que passam por si. Uns abandonando-a passado alguns segundos, outros permanecendo até ao final naquela jornada ritmada que só na sua cabeça parecia ter sentido.

Aquela orquestra desgovernada torna-se cada vez mais épica, mais dramática a cada passada, como se estivesse em ebulição, prestes a explodir. Chaewon sente-se em transe quando o clímax finalmente chega, abre os olhos lentamente percebendo que chegara ao seu destino.

Tudo ao seu redor perde o som, e nem mesmo as buzinas do trânsito matinal parecem acordá-la dos seus pensamentos. Sente a briza suave a fazer-lhe cocegas na face, a maciez das luvas que leva nas mãos a tremer, o sabor amargo do café que ainda permanece na boca. Sente, e por isso elouquece.

É agora. Finalmente teria o papel de solista. Podia fazer os outros esperar o tempo que quisesse, ou então acabar com a música rapidamente. Ela é que decidia, e num último pensamento egoísta, salta com os olhos sempre abertos. A partitura estava bem ali à sua frente, só tinha de a saber interpretar naquelas correntes cada vez mais agitadas pelo temporal que se aproxima.

Imagina-se no Centro de Artes de Seul, a tocar em frente a milhares. Todos estão ali por si, pela renomada primeira violinista da orquestra Orquestra Sinfónica Nacional. Nas primeiras filhas estão os seus amigos, colegas e até pessoas com quem nunca falara, mas que os rostos não lhe são de todo estranhos.

E mesmo no centro, com a respiração suspensa, a boca a formar um sorriso de orgulho e os olhos vidrados em si, está ele. A única pessoa que um dia a fez acreditar que talvez aquele pesadelo teria um fim diferente deste, que realmente aquele seu maior desejo se podia tornar verdade.

Chanyeol tratava-a como se fosse a melhor das artistas, a mais dedicada das mães e a mais apaixonante amante. E no fundo, Chaewon sabia que aquilo era realmente o que ele pensava, pois todas as suas palavras, todas as suas ações e todos os seus toques lhe mostravam o quão importante ela era para a vida do escritor.

Mas por aceitarmos a opinião dos outros, não quer dizer que esta se torne a nossa, e no final do dia sentia-se apenas um estorvo na brilhante carreira que ele tinha pela frente. Um impedimento na vida profissional de sucesso e estabilidade emocional que merecia.

E ao pensar naquele sorriso que a fazia sempre sentir as famosas borboletas na barriga, abre finalmente os olhos, entregando-se ao destino que escolhera, por amor a Chanyeol.»

Baekhyun fecha os olhos. Foi mais difícil do que estava à espera, pensa espreguiçando-se. Mas aquele era o único desfecho que acreditava ser credível para a história que já estava a escrever à mais de meio ano. Era estranho dizer adeus assim de uma forma tão descomprometida e quase desleixada às duas personagens que lhe fizeram companhia nos últimos meses. Muitas foram as vezes em que só Chanyeol e Chaewon eram capazes de o deixar feliz e satisfeito com a sua história de amor épica e (sejamos realistas) um pouco irreal. Tudo o que passaram estava escrito naquelas trezentas páginas de gargalhadas, encontros ao acaso, desilusões, sofrimento e principalmente amor.

Mas desde início tinha bem definido o desfecho das personagens, apesar de muitas vezes o enredo se ter complicado ainda mais e saído um pouco dos trechos, afinal todas suas narrativas pareciam ganhar vida própria. Não se atreveu a mudar nem um gesto do que tinha idealizado para aquelas últimas páginas do livro, pois aquela seria também a sua despedida da escrita.

Nos últimos dias ficara tão obcecado em deixar tudo tão perfeito, que até sonhava com a violinista e o escritor nas poucas horas que se permitia a descansar. Eles tomaram completamente conta da sua mente e dos cadernos de esboços que desde adolescente se arriscava a tentar preencher. Podia muito bem mostrar aqueles desenhos ao mundo, quando apresentasse o livro, mas tornaram-se demasiado pessoais, demasiados parecidos com a realidade, com as pessoas em que foram inspirados.

E agora tudo simplesmente acabara. Não existia mais nada. A sua história estava contada. Restava-lhe olhar para os retratos de ambos que tinha sobre a secretária para matar as saudades.

O último que desenhara fora de Chanyeol. Ele tinha um olhar sereno e os cabelos bem penteados. Ah, e claro, estava com aquele sorriso. O que provocava borboletas em Chaewon e comichão na ponta dos dedos de Baekhyun sempre que desenhava.

Levantou a folha colocando-a contra a luz que vinha da janela do seu pequeno escritório. Era quase de manhã, e agora o nascer do sol dava outra tonalidade à sua aguarela. Sorriu, era realmente uma visão encantadora.

-Não lhe posso dar um último beijo?

Petrificou. Como é que alguém tinha entrado no seu apartamento, o que raios aquela pergunta significava? Virou-se rapidamente dando de caras com um homem alto de feições tristes e postura abatida. Esfregou os olhos. Só podia estar a delirar. Não podia ser verdade. Era a falta de sono.

-Baekhyun, não é? – assentiu automaticamente com os olhos arregalados – Porque é que eu não me posso despedir da Chaewon? – disse sussurrando à beira do choro.

E foi aí que Byun Baekhyun desmaiou.



*****

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27 de Junho de 2018 às 09:24 0 Denunciar Insira Seguir história
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