Ok, eu precisava, mesmo mesmo, fazer algo de dia dos namorados pra esses nenis. A ideia já tava me rondando à um tempo então eu só deixei fluir. É algo bem curtinho mesmo, bem fluffy pra aquecer o coração e dar cárie com os nenês, mas eu precisava e queria isso, então saiu. Mas é isto, espero que gostem!!
_____________________________
Aos dezessete anos, quando beijou Sasuke pela primeira vez, Naruto sabia que ele seria a pessoa que iria querer ter ao lado o resto da sua vida. Seus amigos, na época, o disseram que era só a emoção de estar apaixonado pela primeira vez. Ele não acreditou.
O que sentia pelo Uchiha, mesmo com a pouca idade, era algo que nunca tinha sequer imaginado existir. O fazia querer transbordar de tanto amor e felicidade com cada pequeno toque, querer estender todo e qualquer momento que passava ao lado do namorado. Na época, ainda estavam no primeiro ano da faculdade, e tudo parecia novo.
Mas os anos se passaram. E mesmo que ouvisse todas as pessoas ao seu redor dizendo que, em algum momento, o amor ficaria morno e se tornaria só uma coisa do dia a dia, isso não aconteceu.
Aos vinte e dois anos, quando (finalmente) terminou a faculdade e se viu diante de várias decisões (que, nos últimos tempos haviam feito com que brigassem mais do que o normal), Naruto ainda tinha a certeza de que Sasuke era a pessoa que ele queria ao seu lado. Pra sempre, todos os dias, pro resto da sua vida. E todo aquele sentimento intenso demais que tinha no peito desde o primeiro momento ainda o acompanhava. Ele se mostrava tão intenso como no primeiro dia sempre que acordava ao lado do Uchiha e podia assistir seu rosto sereno, livre de preocupações enquanto ainda dormia. Fazia seu peito apertar quando Sasuke o beijava a testa e o segurava contra o peito em momentos onde ele só precisava ser segurado.
Se fosse sincero consigo mesmo, Naruto diria que a palavra amor não era o suficiente para descrever todo aquele mar de emoções que era estar com Sasuke. Oras, claro que ele amava o outro rapaz. Mas era algo mais do que isso, era além disso e ele não conseguia apontar exatamente o que era, mesmo que tentasse.
Foi essa certeza, porém, que colocou em seu coração uma semente que crescia cada vez mais, regada com todos os momentos íntimos que trocavam, com cada carinho e cada vez que dormiam juntos, que se amavam. E o Uzumaki só percebeu o quão enraizada já estava em seu coração quando se viu de frente à vitrine de uma joalheria pequena, encarando um anel dourado, grosso, com um vinco no meio e um pequeno diamante por dentro. A idéia de se casar nunca havia passado por sua cabeça. Parecia burocracia demais, desnecessário. Não sentia a necessidade de afirmar ao mundo que Sasuke era sua pessoa. Mas encarando a pequena jóia que parecia chamar por ele, o loiro viu todo esse pensamento desmoronando aos poucos.
Foi um daqueles momentos da vida onde não se para pra pensar. Entrou na loja, aceitou o destino de ter que trabalhar algumas horas à mais para pagar as parcelas dos anéis, e saiu dali satisfeito com a pequena caixa no bolso.
As semanas seguintes se passaram com um Naruto incaracteristicamente nervoso e um Sasuke desconfiado. Morarem ainda separados tornou o trabalho de esconder as alianças mais fácil, e agora tudo que o Uzumaki precisava planejar era o momento perfeito para fazer o pedido. Essa era a parte difícil. Naruto sempre agia no impulso, mais guiado pelas emoções do que pela razão. Mas pedir Sasuke em casamento era diferente. Precisava ser no dia perfeito, de um jeito perfeito, algo que fosse só dos dois e que não envolvesse nenhuma data clichê com champanhe em um restaurante caro (e isso fez com que riscasse todas as idéias que havia tido depois de assistir vários filmes de romance).
Não sabia nem mesmo se Sasuke queria se casar, e isso era outra coisa que pesava, e muito, em todo seu planejamento. Ele ainda não havia tido a idéia perfeita, só tinha os anéis e todo o sentimento que carregava pelo outro.
E Naruto esperou que a idéia brotasse em sua mente. Escreveu várias e várias vezes seus votos, começou a pensar em como seria a cerimônia, as músicas, a entrada, tudo. Sonhava acordado com o dia em que acordaria ao lado de Sasuke e poderia o chamar de marido, e toda essa noção estranha – e assustadora – fazia com que seu coração flutuasse sempre que estava ao lado do moreno.
Era como se fosse de novo um adolescente de dezessete anos vivendo seu primeiro amor do começo, passando por todas as sensações novas que ainda tinha vergonha de dividir com o parceiro por não saber se era recíproco na mesma intensidade (o que sempre se mostrou bobagem, já que Sasuke sentia tudo com a mesma força, e nunca escondeu). Cada beijo trocado fazia seu corpo se aquecer e os lábios se esticarem em um sorriso, e Sasuke parecia contagiado com a alegria repentina que tomara o namorado.
No dia dos namorados, Naruto sentiu que talvez não precisasse de um anel, casamento ou qualquer coisa do tipo, porque já tinha tudo o que queria na vida. Havia sido uma data como qualquer outra comemorativa para eles. Sasuke fez o jantar, ele cuidou de comprar o espumante e a sobremesa. Passaram o resto da noite na cama, se amando, trocando olhares e palavras de devoção que só escapavam quando o sentimento era mais do que podiam agüentar, e ficaram deitados na cama, se encarando, esperando o sono vir.
- Pode parecer estranho o que eu vou dizer. – O Uchiha começou, a voz arrastada mostrando que o sono estava prestes a o tomar. – Mas parece que a gente começou a namorar ontem, de novo.
- Não é estranho. Eu acho que sinto a mesma coisa. – Naruto riu. – É estranho porque nada nunca mudou, sabe? Eu sempre, sempre senti a mesma coisa por você. Mas parece que ‘tá tudo novo.
- Você anda mais radiante. – Quando a mão pálida tocou o rosto de Naruto, ele sentiu a garganta apertar com as palavras que queriam se derramar dali. – Nos últimos dias. Mais brilhante. Eu não sei dizer o porquê, mas você parece carregado de uma energia boa. E, quando você fica assim, fica tudo mais intenso. A gente fica mais intenso. Você fica mais intenso, e eu não consigo evitar de ficar feliz com isso. Mas a última vez que você brilhou tanto foi quando a gente começou a namorar.
Em qualquer outro momento de sua vida, Naruto atribuiria o sono às palavras que saíam da boca do namorado. Sasuke não era uma pessoa de usar palavras para mostrar seus sentimentos, mas nas raras ocasiões em que isso acontecia, Naruto se sentia no foco de algo que era forte demais para poder explicar. Era assim que se sentia agora, como se o moreno estivesse com seu coração na mão, e cada palavra dita fazia com que a ansiedade crescesse dentro de si.
- É porque eu amo você, teme. Muito, muito mesmo. – Ele pegou a mão que descansava em sua bochecha e levou aos lábios, beijando a ponta de cada um dos dedos frios. – E nessas últimas semanas, com tudo mudando, a vida adulta chegando, eu só percebi que essa é a única coisa que não mudou. E que não vai mudar. E isso me deixa feliz e um pouco afoito. Saber que isso aqui é o que nunca vai mudar só me fez ter vontade de te amar de novo como se fosse o primeiro dia todas as vezes.
- Eu também amo você.
Havia um brilho nos olhos de Sasuke naquele momento, algo que o loiro conseguia ver mesmo na escuridão do quarto. Os olhos de Sasuke, às vezes, mostravam muito mais do que qualquer palavra ou gesto. E Naruto podia ver tudo ali, claro como a água. Ele podia ver refletido tudo que ele mesmo sentia, e isso fez com que toda a confusão da sua mente clareasse. Naqueles pequenos segundos de contato, ele soube que nunca haveria um momento mais certo que aquele, e quase se sentiu estúpido por pensar em desistir da idéia. Mas ele soube, ali, dentro do quarto, que não importa quantos anos passasse pensando em comprar um terno bonito, levar Sasuke para passear e fazer o pedido de joelhos como em um dos diversos planos que tinha na cabeça. Porque as coisas entre eles aconteciam sem planejamento e sem controle, e foi essa certeza que encheu seu peito e fez com que tudo aquilo que parecia tão difícil se tornasse o certo.
- Então casa comigo.
Não sentiu como se o tempo tivesse congelado (aparentemente, os sites de relacionamento também mentiam) ou a respiração travar. Na verdade, sentiu-se leve. Solto. Como se tivesse tirado uma tonelada das costas. Se sentiu bobo, por pensar que seria tão difícil, quando na verdade foi tão natural. Mas ele viu como Sasuke prendeu a respiração por alguns segundos, como os dedos longos apertaram sua mão, e como um sorriso largo começou a nascer em seu rosto.
- Eu caso.
Um dia, no futuro, Naruto iria contar para ele sobre o momento em que comprou as alianças. Sobre as semanas que passou nervoso e inquieto pensando em como fazer o pedido. Talvez colocasse isso nos seus votos (mesmo que algo no fundo da mente o dissesse que, assim como todas as outras coisas, seus votos acabariam sendo algo do momento e não uma coisa planejada e já escrita).
Ali, naquele momento, ele não tinha os anéis. Não tinha uma enxurrada de palavras bonitas sobre como queria passar o resto da vida do lado de Sasuke. O que ele tinha era todo aquele sentimento bonito que fazia seu coração bater descompassado. Tinha Sasuke ao seu lado na cama, os lábios finos cobrindo o seu em mais um beijo, o corpo nu se colando ao seu para que se amassem mais uma vez. E aquilo era mais perfeito e certo do que qualquer coisa que ele pudesse planejar.
Obrigado pela leitura!
Podemos manter o Inkspired gratuitamente exibindo anúncios para nossos visitantes. Por favor, apoie-nos colocando na lista de permissões ou desativando o AdBlocker (bloqueador de publicidade).
Depois de fazer isso, recarregue o site para continuar usando o Inkspired normalmente.