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Amber, quando criança, teve sua cidade destruída e sua família assassinada por golens de fogo. Fugindo, ela encontra um animal místico e o desenrolar dos fatos faz com que a garota cresça em Avalon, uma ilha flutuante repleta de deuses, até que cumpra seu destino. Amber aparece no livro; "Jason Lucker e os Guardiões do Olimpo - O Resgate no Mundo dos Mortos".


Aventura Todo o público.

#aventura #ação #JasonLucker #mitologias #Olimpo
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Avalon

     Em Asgard, alguns tantos anos antes da grande vitória de Ronald Lucker contra Surtur, uma pequena cidade no Reino Sul chamada Feuer fora invadida por Hades. O deus usava de meios agressivos para conquistar terras e perante a resistência dos protetores da cidade, ele subiu ao Monte Fajro, que ficava muito próximo, e fez dos golens de fogo seus aliados.

Foi um massacre. Praticamente todos os cidadãos foram assassinados e os que sobraram foram feitos de escravos para a construção da Nova Feuer ou foram vendidos no mercado negro.

     Uma garota de cabelo lilás conseguiu escapar. Na verdade, os golens que estavam de guarda fizeram vista grossa, afinal, o que importava a fuga de uma pequena escrava? Nenhum deles quis perder tempo com isso. Seu nome era Amber.

     A garota tinha uma cabana no bosque Gluhend, que ficava próximo a cidade, onde costumava brincar com seu pai. Ela correu até lá, o bosque estava parcialmente destruído devido ao ataque furioso dos golens e a cabana nem existia mais. Havia ali somente uma pilha de destroços. Um papel chamuscado destacava-se de madeiras, nele havia um desenho. Era Amber, seu pequeno irmão e seus pais.

    Com muito medo e lágrimas nos olhos ela correu mais adentro do bosque. Gluhend era um lugar perigoso. Cheio de criaturas fortes e assassinas. Por muitos dias ela passou fome, procurava pelo chão por qualquer coisa que fosse mastigável. Vivia na escuridão, sempre se escondendo. Usava raízes das grandes árvores como abrigo e proteção da chuva.

     Certo dia, ela achou um xerneas – Um animal parecido com cervo, mas seus chifres pareciam-se com galhos de uma árvore, com folhas e flores – O animal estava quase morto, aparentemente caíra de um pequeno penhasco. Amber podia sentir seu estômago rugir de fome e aquele grande animal, mesmo com sua inacreditável beleza, não parecia nada mais do que uma presa.

    Ela se aproximou cautelosamente. Não se parecia mais com uma criança, com seus cabelos bagunçados e sujos, dentes amarelados e um olhar assustador. Percebeu logo que o animal estava bem, apenas estava fingindo, pois, sua pata traseira estava presa em baixo de um grande tronco. A respiração do animal ficava cada vez mais forte a cada passo que Amber dava, até que ele desistiu de tentar se fingir de morto e passou a se debater freneticamente.

    Amber estava com um pedaço de madeira parecido com uma lança em suas mãos. Ia perfurar a garganta do animal. O olhar puro daquela criatura fez com que ela abaixasse a lança.

     - Eu devia te comer – Disse encarando o animal. – Mas não consigo...

     O animal continuava a se debater. Ela pegou uma pedra grande no chão e começou a bater na parte do tronco que estava em cima da pata do xerneas. Era um tronco velho e depois de alguns minutos batendo sem parar, mesmo com as mãos doendo, ela conseguiu libertar o animal.

    O xerneas ainda estava muito assustado e por isso, assim que foi libertou, começou a saltar e correr desesperadamente. E sua pata traseira acertou a cabeça de Amber, deixando a garota inconsciente.

     Amber acordou, mas ainda não conseguia ver nada além de borrões.

     - Será que ela está bem? – Perguntou uma voz.

    - Eu não sei dizer, mas acredito que não foi nada fatal – Respondeu outra voz, só que mais grave. – Olhe! Ela está acordando.

     Amber coçou os olhos com a palma das mãos. Sentiu que uma faixa lhe cobria a cabeça como um curativo. Estava numa cabana simples e bem iluminada pelo sol, havia muitos vasos de flores, potes com líquidos e livros. Alguma coisa molhada e áspera cruzou seu rosto. Era a língua do xerneas.

     Sua visão rapidamente se acostumou com o ambiente.

     - Você está bem? – Perguntou o xerneas com uma voz doce e suave. – Eu peço desculpas. Não fui eu quem te acertou, mas foi um de meus semelhantes, uma criação minha. Você o salvou... Obrigado.

     O coração de Amber quase saltou pela boca. O animal estava falando? Isso não era normal, mesmo em Asgard. Ela ficou sem palavras, um barulho na janela chamou a atenção da garota, havia uma grande águia ali. Grande suficiente para não caber na cabana.

     - Garota, como te chama? – Perguntou a águia.

   Amber saltou da cama em que estava e procurou uma saída. A porta estava fechada e a janela inteiramente guardada pela criatura.

     - Vejo que está bem – Disse o xerneas. – Agora fique calma, o ferimento em sua cabeça pode abrir.

     - Se quiséssemos te fazer mal, criança, você não estaria viva – Disse a águia com sua voz grave.

     Amber soltou a vassoura que empunhava como uma espada e sentou-se na cama.

     - O que são vocês?

     O xerneas aos poucos se transformou num homem, ou algo parecido com homem. Tinha os chifres do xerneas, mas sem as folhas e flores. Seu rosto era igual o de um cervo. Tinha longos cabelos louros com orelhas, também de cervo, saltando para fora. Suas pernas também eram de cervo, apesar de serem apenas duas. Usava um manto verde e uma roupa branca por baixo. Segurava um grande cajado dourado com pedras preciosas entalhadas.

     - Meu nome é Cernuno e você é...?

     - Meu nome é Amber – Ela olhou para a águia. – Quem é você?

     A águia fez um som parecido com uma risada.

     - Eu sou só uma águia – A águia deu as costas á cabana – Nos veremos novamente, Amber – Disse alçando voo.

     - Onde você mora, criança? – Perguntou Cernuno enquanto servia Amber com uma xicara de chá. – Onde estão seus pais?

     - Estão mortos – Respondeu secamente. – Onde eu estou? Não conheço essa parte do bosque – Disse olhando pela janela.

     A cabana estava no topo de uma colina e dava pra ver muita coisa pela janela. Árvores como Amber nunca vira antes, animais fantásticos e uma enorme lagoa. A garota olhou para trás a procura da criatura, mas não o encontrou.

     - Venha até aqui – Chamou a voz de Cernuno vinda de fora da cabana.

     Amber olhou pela janela. Cernuno estava tocando uma flauta, na verdade seu cajado era uma flauta. Era um som harmonioso, gostoso de ouvir. Ela saiu e ele gesticulou para que ela sentasse na grama ao lado dele. Por alguns minutos ele permaneceu tocando a flauta/cajado.

     - Você está na terra sagrada, bem-vinda á Avalon.

    - Eu não acredito – Disse Amber secamente. Embora estivesse agradecida, ela ainda n confiava naquele estranho ser. – Avalon é apenas uma lenda. Qual é? Vai dizer que estamos numa ilha no céu? Assim como dizem nas histórias para crianças.

     - Hm... Venha comigo.

    Então Cernuno começou a andar em direção ao fundo da cabana. Amber reparara que ele andava engraçado, mas preferiu não falar nada. Ele provavelmente já estava cansado de piadinha com suas pernas e seu jeito de andar. Caminharam por alguns minutos entre as árvores até que ele parou.

     - Olhe – Disse apontando para frente.

     Amber andou enquanto empurrava alguns arbustos. Quase caiu, mas Cernuno a segurou. Eles estavam acima do bosque Gluhend e de boa parte do mar, numa pequena ilha flutuante. A ilha lendária, Avalon.

    - Pensando bem... – Disse Amber arfando por conta do susto. – Mamãe sempre dizia que um dos deuses de Avalon se chamava Cernuno.

     - Muito prazer – Disse Cernuno fazendo uma reverência exagerada.

    - Vamos, venha cá – Disse Cernuno gesticulando de forma engraçada – Morrighan quer vê-la, doce criança.

    Amber seguiu Cernuno enquanto observava tudo ao redor. Estava maravilhada com a beleza de Avalon.

28 de Maio de 2018 às 11:26 0 Denunciar Insira Seguir história
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