Devido à problemas precisei excluir a one. Mas não se preocupem, não houve nenhuma mudança. Boa leitura!
Faziam exatos dois meses desde que Sakura havia ido embora da casa do marido e voltado a viver com os pais. Passava a maior parte do tempo calada, triste, chorando e sem vontade para nada.
Ela e Sasuke estavam casados há três anos e tudo foi rompido desde que ela fora ao escritório do moreno e vira sua melhor amiga Ino o beijando. Dominada pela fúria, Sakura agarrou-a pelos cabelos e encheu-a de tabefes, a colocando para fora do escritório aos pontapés. A discussão com Sasuke foi longa, e após dar-lhe um tapa na cara foi embora aos prantos, pegando tudo o que lhe pertencia e saindo de casa.
Várias e várias vezes o Uchiha foi procurá-la para pedir perdão e esclarecer tudo, mas ela não queria saber. A mágoa era maior que qualquer coisa, e ouvir a voz dele só lhe dava ainda mais raiva. Três anos de casamento foram uma completa mentira.
Mesmo depois de um mês longe do marido Sakura sentia saudades, porém não iria dar o braço à torcer. Sentia-se também muito estranha, pois desde a última vez que o viu certos “sintomas” começaram a aparecer.
Para começar, passou a sentir certo desconforto abdominal quase toda hora. Várias vezes pela manhã acordou sentindo dores uterinas e julgando ser o começo de sua menstruação, corria para o banheiro para ter certeza, porém nada acontecia. Esperou mais um pouco; entretanto, o que desceu foi um corrimento cor-de-rosa, sem odor, muito estranho. Ainda sim usaria absorventes para garantir.
Logo veio a sensibilidade nos seios. O menor contato com o sutiã ou um simples toque a incomodava, sem contar que os notara um pouco inchados. Depois vieram as dores de cabeça e o cansaço extremo, até para levantar da cama. Em menos de duas semanas os enjôos matinais começaram, muitas vezes vomitava até não poder mais. A rosada também estranhava o fato de estar comendo mais que o normal, as mudanças de humor repentinas e o excesso de sono, inclusive aversão à certos tipos de odor e a vontade frequente de ir ao banheiro.
Sakura desconfiava que poderia ser uma gravidez, mas não queria ser precipitada, afinal, podia ser apenas um mal estar. Em todo o caso, aconselhada pela mãe, foi até a farmácia mais próxima e comprou um teste. Feito isso, correu para casa e o fez. Minutos depois veio o resultado: positivo. Ela estava grávida!
Sakura não sabia se chorava, se ria ou o quê. Uma gravidez não estava em seus planos naquele momento, e nem queria imaginar o que faria se Sasuke descobrisse. Aliás, não estava nem pensando em contar à ele. O Uchiha jamais saberia que estava grávida, muito menos saberia da existência da criança, não depois do que viu naquele escritório.
Seus pais ficaram em extremo felizes em saber que seriam avós e se puseram a fazer mil planos para a chegada do netinho ou netinha. A rosada pediu-lhes que não contassem à ninguém, pois não queria que a notícia chegasse aos ouvidos de Sasuke. Entretanto, justo no dia em que iria ao médico para fazer uma ultrassom, o Uchiha apareceu de surpresa, disposto a falar com ela.
Ela arregalou os olhos espantada no momento em que abriu a porta e o viu parado ali. Engoliu em seco e adquirindo uma postura rígida perguntou:
— O que está fazendo aqui Sasuke? Não já falei para sumir da minha vida?
— Não, e também não sairei daqui enquanto não pudermos conversar - ele falou em tom sério, mas ela não quis nem saber.
— Não vamos conversar nada, eu quero você fora daqui! - empurrou-o e tentou trancar a porta, porém o Uchiha forçou até entrar e encurralá-la na parede.
— Eu não vou sair até esclarecer tudo! - ele a fitou triste - Você não viu o que pensou que viu aquele dia Sakura.
— É mesmo? - ela retrucou irônica - Então naquele dia eu não vi a Ino te agarrando e beijando no escritório, foi uma miragem, uma alucinação?
— Você viu muito bem que não retribuí o beijo e que me separei dela no mesmo instante. É você quem eu amo Sakura, acredite em mim.
— Não acredito em nada do que você diz, vai embora Sasuke - pediu sem olhá-lo nos olhos. Ele foi se aproximando lentamente dela.
— Sakura…
— Vá embora Sasuke! Eu nunca mais quero te ver, eu não preciso de você!
— Mas eu preciso de você - o moreno a abraçou pela cintura, colando-a contra si - Você é a mulher que eu amo Sakura.
— Não, você está mentindo! - ela se debatia, chorando - Você sempre mentiu pra mim, jogou nosso casamento no lixo! Eu te odeio Sasuke! Eu… te… odeio… - e perdeu os sentidos. Sasuke a amparou bem a tempo.
— Sakura, o que você tem? Sakura!
Desesperado, Sasuke a ergueu no colo e levou-a de carro até o hospital. Após ser atendido ele ficou esperando o médico voltar com os exames que fizera dela, e no instante em que o viu, foi logo ao seu encontro.
— Doutor, e minha mulher? Como ela está? - perguntou preocupado.
— Ela teve uma queda de pressão, por isso desmaiou. Mas no estado em que se encontra é normal que isso aconteça - disse o médico calmamente.
— Como assim? - indagou confuso.
— Não sabe ainda? Sua esposa está grávida senhor Uchiha. O senhor será pai.
Sasuke ficou paralisado por alguns instantes, tentando absorver o que ouviu. Esboçou um pequeno sorriso ao enfim se convencer.
— Ela está… grávida? De quanto tempo?
— Pelos exames já completou um mês. Quer vê-la? Já deve estar acordada.
— Sim senhor, quero muito.
Sakura acordou sentindo-se estonteada. Levou a mão à testa, cerrando os olhos com força e só então percebeu que estava em um quarto de hospital. Havia recuperado um pouco da cor devido ao soro mas ainda estava enjoada. Suspirou cansada e então a porta do quarto se abriu, permitindo a passagem do médico e de Sasuke. O doutor relatou-lhe sobre o que acontecera e falou-lhe também dos cuidados necessários para que tivesse uma gravidez saudável. Feito isso saiu e deixou-a à sós com Sasuke.
— Como se sente agora? - ele perguntou zeloso.
— Um pouco tonta e enjoada, mas vou ficar bem - respondeu ela cansada. O Uchiha então se sentou ao seu lado.
— Pretendia me esconder que estava grávida, não é? - perguntou e ela virou o rosto, evitando encará-lo - Ora vamos Sakura, não seja uma criança mimada. Pensava mesmo em esconder sua gravidez?
— Sim, eu pensava sim. Eu não ia deixar você tirar meu bebê de mim por nada no mundo - disse se alterando, o que a fez se sentir tonta - Ai minha cabeça.
— Não se altere. Eu nunca ia tirar nosso filho ou filha de você, não sou nenhum monstro - Sasuke acariciou seu rosto - E também não vou mais me afastar de você.
— Não pense que vai me enganar Sasuke, eu não…
Antes que ela terminasse Sasuke se inclinou e deu-lhe um beijo. Ela corou com aquilo, mas logo se deixou levar, correspondendo. Separaram-se por falta de ar e Sakura o encarou surpresa.
— Eu disse que não vou mais me afastar de você - levou a mão ao ventre dela e o acariciou - não importa o que você diga ou faça. Você é a mulher que eu amo e ninguém vai desmentir. O nosso filho é a prova disso, a nossa jóia de amor.
— Se estiver mentindo…
— Não estou. E vou te provar que falo sério. Eu te amo Sakura, sempre vou te amar.
A rosada sentiu seus olhos lacrimejarem e Sasuke os enxugou com a ponta dos dedos. Talvez demorasse, talvez não, mas ela iria se convencer de que ele falava a verdade.
☆
Os meses foram passando. Sakura voltou a morar com o marido, que tudo fazia para agradá-la. Ela ainda não o perdoara de todo, porém ainda sim lhe daria uma chance para provar que queria mesmo ficar perto dela e do filho.
A rosada acostumara-se com a ideia de ser mãe e amava o bebê que carregava dentro de si. Entretanto, a gravidez a deixava cansada e resmungona, quase sempre reclamava e chorava por pouco ou nenhum motivo. Aguentou tudo: enjôos, desejos, estresse, dores nos seios e nas costas, pés inchados… Sasuke compreendia seu intenso mau humor e ficava feliz por poder ajudá-la, pensando somente no bem estar dela e do bebê.
Quando o sexo da criança foi descoberto Sakura ficou animada ao extremo. Era uma menina e Sasuke escolheu um nome que ela achou perfeito: Sarada. Comprou muitos vestidinhos, ursinhos, bonecas, tudo para mimar a filhinha. Ao mesmo tempo em que achava maravilhoso sentir a filha se mexendo Sakura achava estressante quando ela não a deixava dormir à noite, fazendo tamanho rebuliço em suas costelas.
Faltando apenas algumas semanas para o nascimento de Sarada, Sakura se sentia uma lesma. Sua barriga estava enorme, andava parecendo um pato desengonçado, dormir quase lhe era praticamente impossível e parecia que tinha um buraco no lugar do estômago, pois vivia com fome. Sasuke era quem tinha que se virar para ir comprar ou cozinhar algo para ela comer, na maioria das vezes sendo acordado às três ou quatro da manhã. Era melhor para ele fazer o que ela queria do que vê-la brigar ou chorar.
Foi em uma manhã ensolarada que Sakura, tranquilamente bordando um macaquinho verde claro na sala de estar, começou a sentir contrações. Primeiramente pensou que era apenas um chute da pequena, mas quando as dores aumentaram ela chamou pelo marido. Sasuke foi imediatamente ao encontro da esposa no momento em que a ouviu o chamando.
— Sakura, o que foi? É a Sarada?
— Claro que sim. Me leva para o hospital, por favor - pediu chorosa segurando a barriga. Rapidamente ele pegou as bolsas dela e da filha e foram ligeiro para o hospital.
Lá foram logo atendidos e a rosada teve suas roupas trocadas. Sasuke tentava acalmá-la da melhor maneira possível até que entrassem na sala de parto, Sakura apertava sua mão a cada contração que sentia. A bolsa rompeu no momento em que entraram na sala e com isso as dores só aumentaram.
Já preparada Sakura fazia um enorme esforço para empurrar a criança; suava, tremia, parecia que ia morrer. O Uchiha por sua vez estava angustiado, queria fazer algo para ajudar, para aliviar a dor da esposa, mas o que poderia fazer além de segurar sua mão? A rosada tinha medo de desmaiar, estava exausta e fraca para empurrar, porém o obstetra continuava a estimulá-la.
— Vamos senhora, faça força! Já estou vendo a cabeça! Força!
— Você consegue Sakura, vamos - disse Sasuke em seu ouvido. Ela respirou fundo e reuniu suas últimas forças para empurrar a criança, até que logo se ouviu o choro do bebê.
Sakura respirou aliviada ao mesmo tempo em que chorava de emoção. O cordão umbilical foi cortado, a menina foi limpa, enrolada em uma manta e levada para a mãe para reconhecê-la pelo cheiro. Sasuke, também chorando emocionado, falou enquanto acariciava a filha:
— Seja bem vinda filhinha. Papai te ama muito.
— Oi Sarada, é a mamãe. Que bom que finalmente posso te ver meu anjo - disse a rosada exausta. Finalmente sua felicidade estava completa.
☆
Horas mais tarde Sakura acordou e suspirou cansada. Apesar de estar debilitada qualquer incômodo ou dor era esquecido ao ver a bebezinha dormindo tranquila no berço ao seu lado. Sasuke estava distraído arrumando alguns cobertores e percebendo que a esposa já havia acordada dirigiu-se à ela preocupado.
— Você está bem querida?
— Me sinto cansada, muito cansada - respondeu fracamente - Mas nada que não valha a pena - lançou um olhar doce para a pequena no berço.
— Ela é tão linda - Sasuke comentou fitando a pequena - Parece muito com você.
Sakura esboçou um sorrisinho. Apesar de nunca ter cogitado a ideia de ser mãe sentia uma grande onda de felicidade banhar seu coração. Naquele momento tão especial não pensava em brigar com Sasuke, reclamar, nada… sua filhinha nascera forte e saudável e nada iria estragar aquela alegria.
Após algum tempo a menina acordou e se pôs a resmungar no berço. Sasuke foi pegá-la, um pouco desajeitado e receoso de machucá-la e depositou-a no colo da esposa, que carinhosamente a aconchegou em seus braços. A bebê se pôs a “fuçar” por entre a roupa da mãe, Sakura lhe ofereceu o seio e a menina gulosamente o pegou, sugando o máximo de leite que podia.
— Que fome hein? - brincou Sakura sorrindo.
— Mal nasceu e já é gulosa desse jeito? Só podia ser uma Uchiha - disse Sasuke orgulhoso e mudou de assunto - Sakura eu…
— Tudo bem querido. O que aconteceu ficou no passado. Eu fiquei magoada, mas depois percebi que você realmente queria estar perto de mim e da Sarada. E eu agradeço por isso - concluiu ela docemente.
— Eu é quem tenho que te agradecer Sakura. Nenhuma outra mulher me faria tão feliz quanto você me faz - beijou-a - Eu te amo.
— Eu te amo ainda mais - sussurrou ela e sorriram.
A partir daquele dia tudo ficou em paz. O que aconteceu ficou no passado e eles viveriam pelo futuro por Sarada, a sua jóia de amor.
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Problema resolvido!
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