ayzu-saki Ayzu Saki

Fim de ano Nunca vi sentido em todo o alvoroço que as pessoas faziam para esse dia. Como se fosse decisivo, tudo fosse mudar do nada. Para mim, mudar requer fatos, tempo. Mudar requer querer, e tentar. Assim como Naruto fazia, de uma maneira bem mais aberta, bem mais entregue. Ele não hesitava. Era... fascinante. Ele era como a música de seu Sax tocando no ar, no fim de tarde, como eu o vi pela primeira vez. Ele era livre, leve. Tudo o que eu não era, e o que eu agora me pegava querendo ser.


Fanfiction Anime/Mangá Todo o público.

#sasunaru #inkspiredstory #fluffy
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Capítulo Único


"And all the night's magic seems to whisper and hush

And all the soft moonlight seems to shine in your

blush

Can I just have one more Moondance with you, my love

Can I just make some more romance with you, my love"

(Moondance)


Era o último dia do ano, e seu quinto dia na Austrália. Nesses três dias, havia visitado Melbourne, Sidney e se estabelecido em Brisbane para as festas de fim de ano, juntamente com sua prima que morava ali. Fora tudo ideia dela, no fim das contas, ele trocar toda a agitação maluca de Tokyo por um lugar mais tranquilo e - mais importante - longe dos negócios da família que administrava. 

Seu irmão mais velho havia chegado naquele mesmo dia, pelo mesmo motivo, vindo com muito mais gosto que ele, que precisou ser praticamente sequestrado por Hinata para chegar ali.
Seu irmão e sua prima riam de si, que ele não sabia relaxar. Bom, alguém tinha que ser o adulto, com certeza. Já que Itachi, aos 33, sendo 4 anos mais velho que si as vezes parecia uma criança travessa.

Suspirou com esse pensamento, com certeza esse fim de ano ia ser agitado. Agitado demais. Preferia ficar na casa de Hinata lendo um livro ou assistindo algum especial de fim de ano, mas não, o obrigavam a ir a Gold Coast Beach para alguma festa desbunde, onde provavelmente Itachi terminaria bêbado de cair e se agarrando com Hinata, como sempre faziam quando bebiam, e ele ficaria entediado pensando em algum a coisa verdadeiramente útil que poderia estar fazendo em sua vida naquele momento.
– Here. Thank you Sir. (Aqui. Obrigado, Senhor)- avisou ao motorista do táxi que parou na rua pedida. Caminhou alguns passos até encontrar toda a agitação da Queen Street Mall, com sua profusão de lojas, e música e pessoas.
Odiava multidões.
Pedindo informações chegou até a pequena loja de quadros e arte onde sua prima trabalhava, ou na verdade era dona, após sete anos vivendo ali depois de dar dedo ao pai rico e ir viver a sua vida com seus próprios pés.
Entrou na loja ouvindo o barulho do sino e revirando o olhos, só ela para usar um negócio daquele em pleno esse século. 

Tinha que admitir que o lugar era bem charmoso. 

Logo a avistou entre as vendedoras que tentavam lhe chamar atenção. O cabelo negro preso em um coque elegante, o vestido bege que valorizava as curvas no corpo pequeno. E principalmente a viu por que Itachi estava sentado no balcão flertando de forma descarada com ela, com uma camiseta sem mangas e um short bege e havainas, o cabelo preto preso em um rabo de cavalo, totalmente o oposto do executivo que era, para um surfista, ou skatista de 20 anos de idade.

 E totalmente oposto ao ambiente.
– Se nossos clientes nos vissem agora. - resmungou tendo a atenção de ambos os parentes que riram. Itachi pulou do balcão e rápido como um raio estava o abraçando e bagunçando sua cabeça como se ele tivesse dez anos de idade.
– Larga Itachi! - gritou tentando não rir.
–Saudades do meu maninho! - ele continuou fazendo o mais novo morrer de vergonha enquanto as pessoas riam na loja. 

Ah, Itachi ia lhe pagar depois.

– Eu ti vi há uma semana desgraçado, me solta! - o outro o soltou ajeitando seu cabelo bagunçado enquanto Hinata vinha lhe abraçar e bagunça-lo de novo.

 Ok, ele devia ter feito algo muito errado na vida para merecer aqueles dois.

– Sasu! Que bom que saiu da toca! - ela falou apertando suas bochechas. - E não faça essa cara que dá rugas.
– Ele parece ter 40 anos as vezes. - Itachi fez cara de desgosto.
– E você doze... - resmungou se recostando no balcão com os dois.
– Para equilibrar maninho. Equilíbrio é tudo.
– Estou tão feliz que vamos sair hoje, todos juntos...
– Sobre isso...
– Nem vem Sasu! Você vai nem que seja arrastado!
O moreno suspirou, resignado.
– E vamos agora, vou te mostrar o que a Queen Street Mall tem a te oferecer.
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O som do sax tomava conta das ruas, se destacando acima de outros sons.

 Algumas pessoas paravam para ouvir, tomando sorvete sentadas nos bancos perto da fonte. O dia já acabava, as lojas já começavam a fechar enquanto as pessoas rumavam para as festas de fim de anos nas praias. 

O loiro tocava sua ultima música para ninguém,já que era totalmente ignorado. De olhos fechados, imaginava uma grande platéia, como a que seu avô tivera um dia. Seu avô fora um famoso músico, conhecido por todo o mundo, e o único da sua família fora sua falecida mãe que herdara seu legado havia sido ele.

Sua mãe morrera perto do fim de ano, por isso essa data sempre o machucava. E sempre acabava a passando sozinho, por mais que não quisesse isso.

De olhos fechados ainda, ele tocava com a alma, como sempre tocava. Ele nunca tocava por tocar, ele sempre o fazia com tudo o que tinha, não importando se fosse em uma plataforma de estação, na rua, ou se fosse em um conserto que iria um dia. Ele sempre tocava como se sua vida dependesse disso, e fosse a última vez.

Quando parou as última notas se surpreendeu com palmas isoladas. Abriu os olhos azuis, por que isso nunca acontecia, e se deparou com um ser solitário sentado no banco de frente a si, levantando-se, ainda batendo as mãos. Ficou paralisado e curioso enquanto o outro vinha até si e jogava moedas em sua case. Sorriu e agradeceu com uma reverência.
Thank you, sir.
O moreno sorriu de canto. Era no minimo uns 20 centímetros mais altos que o pequeno loiro, e usava roupas caras,que pareciam um tanto bagunçadas. Era claramente oriental, e tinha uma pose elegante, tão diferente da sua própria. 

–  You are amazing! (Você é fantástico!) - o moreno falou de uma maneira tão estoica que nem pareceu um elogio. 

O pequeno músico notou, naqueles poucos segundos, que aquela devia ser a personalidade do homem a sua frente e riu, guardando seu sax na caixa e recolhendo sua coisas. Devia ser por volta de 6 e meia, pois começava a escurecer. O homem continuava parado a sua frente, o analisando.
O loirinho riu.

– Arigatô. - falou notando que a primeira frase do outro havia sido em Japonês.
– Do you speak Japanese? (Você fala Japonês?)
– Hai. - sorriu já com tudo arrumado. - I have a japanese friend, and I lived in Japan for two years, Sir. (Eu tenho um amigo Japonês, e eu vivi no Japão por dois anos, Senhor ) - Ele tentou levantar a bolsa pesada e o moreno lhe ajudou, a segurando. - Thanks.

O moreno assentiu, e ia falar mais alguma coisa quando uma voz gritou da rua.
– Encontrei ele! Não vai fugir Sasu!
O rosto já branco ficou mais branco ainda sob o olhar curioso do pequeno. O moreno virou para a direção da voz onde uma mulher baixinha cheia de sacolas apontava para si enquanto o moreno mais alto bem parecido com esse outro vestido como um surfista vinha correndo.
– Shit! (merda!) - falou correndo em direção oposto aos outros. O loirinho olhou confuso, e notou que o outro ainda carregava sua bolsa.
Não teve opção, e correu atrás dele.
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– Well, você está fugindo da sua prima e do seu irmão para não ir a uma festa de fim de ano? - O loirinho riu enquanto brincava com o canudo entre os dedos.

 Respondi com um resmungo a risada dele. Já estávamos naquele bar há uma hora, e me vi sem querer lhe contando minha situação catastrófica. Eu nunca fiz isso, conversar com estranhos, mas era até uma coisa engraçada. 

Talvez por que fosse ele.

Ele apenas ouvia, rindo e comentando enquanto tomava em pequenos goles a bebida que paguei.
– Isso é tão bobo, apenas diga que não quer ir ora. - ele falou com simplicidade. Com um sotaque forte, a língua enrolada.
– Você é mesmo Australiano? - No mesmo momento bufei. - Nunca fui uma pessoa curiosa, ou de ficar me abrindo pra estranhos. Devo ter bebido demais com Itachi hoje.
Ele riu do meu comentário: - É fim de ano, Sir, é um dia que tudo de estranho pode acontecer. Como alguém bater palmos para mim. - Ele deu de ombros. - E depois fugir com meu equipamento de som.
–Eu não fugi com seu equipamento, idiota.
Ele me olhou desconfiado, e então sorriu. Ele tinha um cabelo loiro cacheado, caindo na testa, e um par de olhos azuis muito profundos. Eu tinha me cansado de ver olhos azuis naquele país, mas os dele eram diferentes, acolhedores, confiantes e ingênuos demais.
– Sou Australiano sim. Pai Australiano, mãe japonesa. Nasci em Melbourne, mas moro em Brisbane há dois anos. Mas antes morei na Inglaterra, Japão e USA.
Tentei disfarçar meu espanto em vão: - Qual sua idade?
– Vinte e dois, Sir.
Ok, aquilo havia sido uma surpresa. Ele tinha cara de 18 ou menos. Ele riu de mim e bufei.
– Sou formado em música, apesar de acharem que estou no colegial ainda. - ele riu divertido e não respondi, até por que era exatamente o que eu havia pensado.
– Se é formado, por que toca na rua? - perguntei sem cuidado. O outro suspirou.
– As coisas são complicados. Minha vida não é exatamente o que minha família queria para mim. As vezes você precisa correr atrás de seus sonhos de qualquer forma... - Ele olhou para mim e sorriu. - Provavelmente, eu tenho uma vida bem mais complicado do que poderia ter, mas faço o que amo fazer. E sei que um dia as coisas vão sorrir para mim.
– É um pensamento um tanto... inseguro. - repliquei fingindo-me de não impressionado. Ele era exatamente o oposto de mim. Eu não não suporto viver uma vida que não seja segura, que eu não saiba o que vai acontecer, não programada. Quando eu era mais novo, eu tinha vários sonhos, mas os que não condiziam com o caminho que meus pais queriam para mim eu fui deixando para trás. Ele era como um fantasma do que um dia eu fui, do que eu poderia ter sido.
E o fato de ele sorrir o tempo todo me intrigava, afinal, tocar nas ruas não pareciam ser rentável.
Talvez ele precisasse de mais uns anos, para a realidade lhe cair na cabeça. Será que aquele sorriso iria continuar?
– A vida não é segura Sir. Você nunca sabe o que vai acontecer quando acordar. Nunca sabe o que a maré lhe trará pela manhã. Mas você trabalha com o que ela tem. Talvez, se eu tivesse seguido o sonho de meu pai, hoje eu trabalharia em um escritório em um prédio alto, teria uma casa bonita, comida boa e a certeza de uma vida segura. Exceto que essa certeza não existe. 

Ele pareceu contemplar longamente, focado na bebida.

 -A vida é curta demais para eu ao menos não tentar ser o que quero. Se eu falhar, eu ao menos tentei com tudo o que eu tinha. Eu hoje, toco em bares, nas ruas, moro em um apartamento pequeno com a porta emperrada e meu vizinho é um tarado que gosta de fazer bombas caseiras. Meu pai voltou a falar comigo, e eu me sinto vivo quando toco, não importa onde esteja. Eu amo música, eu respiro ela. - os olhos dele brilharam. - Eu não sou feliz o tempo todo, mas ninguém é. Sem falar que encontrei um estranho para me ouvir. O que eu poderia esperar mais?

Ok. Ele me impressionou e não disfarcei. Maldita bebida.

– Naru! Sua vez!
A voz nos interrompeu. Estávamos no bar que ele trabalhava tocando. Ele não parecia triste por ter que trabalhar na virada do ano. Havia pouco publico, a maioria devia estar se preparando para os fogos, muitos iam para Southbank, para o show de fogos, ou vê-los da ponte.
Ali deviam estar os depressivos, os contra festas, e os que tinham que trabalhar.
Vi quando ele se posicionou com o sax, enquanto sorria para uma garota de cabelos rosas que pegava o microfone e um moreno pálido no baixo, seguido por um homem grisalho no piano de canto no palco.
Ele olhou para mim e piscou o olho. Sorri sem querer. Eles começaram e reconheci Moondance. Para mim, era um cúmulo as pessoas não prestarem atenção na maneira como ele manejava o sax. Os olhos fechados, o movimento de seu corpo. A alma pulsando na música. Alguns começaram a dançar, e eu me peguei batendo o pé. A voz da garota era rouca, poderosa, e o som do sax era magnifico.
Ele tocou mais algumas músicas enquanto eu o olhava.
Era definitivo. Eu estava atraído por aquele estranho.
Estava perto da meia-noite quando ele saiu do palco para beber água e deram uma pausa, ligando o sistema de som. Ele veio até mim, eu olhava meu celular, respondendo as mensagens xingadas de Itachi dizendo que não queria ir, e pronto.
– E aí? - Ele se recostou no balcão me olhando, suado, os cabelos loiros grudados, os olhos brilhando. Senti uma pontada ao ver a cena. - Gostou?
– Você estava muito Sexy. - falei o que queria, direto, como sempre. Era um Uchiha, no fim das contas.
Para minha surpresa ele apenas riu.
– Essa eu nunca tinha ouvido.
Vi a fileira branca para mim. E lá estava eu, em plena noite de fim de ano, faltando minutos para meia-noite, flertando com um músico de rua, bonito. E homem.
– Noite estranha. - balbuciei e ele riu.
Let's go, Sir.– Ele me estendeu a mão e ergui a sobrancelha. - Vamos ver os fogos.
– Não quero. - rebati e ele me levantou. Troquei as pernas um pouco, mas estava bem. Subimos as escadas laterais do bar, que levava a parte de cima. Era um lugar saído dos anos 60, com muitas luzes, e aquelas máquinas antigas de escolher som. Havia um balcão de madeira, mesas, uma pista de dança antiga, e o palco de frente. O chão era aveludado, e não havia muito barulho ou luzes piscantes. Realmente, saído de um filme antigo, ainda mais com o jazz dominante. A escada de madeira lateral levava ao andar de cima, onde havia uma varanda abaixo do letreiro piscante. Haviam mais mesas, mais reservadas, onde algumas pessoas conversavam e o som era mais baixo. Ele me levou para a varanda e se recostou na grade de madeira. De lá podia ver a rua, os prédios e algumas pessoas de branco passando, de longe a ponte e o Rio Brisbane que cortava tudo. Ele apontou para lá.
– Podemos ver daqui. Tem certeza que não vai cair?
Bufei em resposta. Ele apenas riu. E eu devia estar bêbado, pois amei o som. Me recostei com as costas na grade, o olhando com um sorriso de canto e ele ergueu a sobrancelha.
– Está me deixando sem graça, Sir.
– Me chama Sasuke.
– Você está flertando comigo. - ele sorriu olhando para a ponte. Admirei o perfil suave. Os cachos balançando com o vento da madrugada, entrando pela camisa branca fina de botões que ele usava, e ele parecia não se incomodar. Me lembrava um ser livre e selvagem, vindo dos filmes antigos. Tudo naquela noite estava assim.
– Está funcionando? - perguntei curioso.
Maybe. (talvez)
Vi sua bochecha repuxar em um sorriso.
– Me avise quando tiver certeza. - pedi e me virei de frente para a grade, ao seu lado.
– Devo dar um sinal? - ele perguntou irônico sussurrando como uma criança. - Talvez falar um código secreto?
– Quem sabe... - dei de ombros. E então o olhei sarcástico. - Quem sabe Canguru.
Ele riu com gosto.
– Of course! (Com certeza!)
Não repliquei. Estava concentrado naquele cheiro de café que desprendia dele. Um cheiro antigo e aconchegante. Estávamos do lado um do outro, nossos cotovelos apoiados nas grades quase se tocando. Eu o fitava, ele fitava a ponte. E então os fogos estouraram. As cores começaram a brilhar no céu e ele sorria como criança. Eu me desviei dos fogos para olhá-lo, as cores refletindo no rosto dele, na blusa branca. Ouvia gritos, vindos de baixo, alegres pelo novo ano, a esperança de mudanças.
Sempre achei isso desnecessário. Para mim, era só mais um dia. Afinal, não é um ano, um dia que muda para outro, que iria trazer as mudanças, mas o que você faz, o que você busca. Qualquer dia é dia de mudar, se a pessoa assim quiser.
Nunca vi sentido em todo o alvoroço que as pessoas faziam para esse dia. Como se fosse decisivo, tudo fosse mudar do nada. Para mim, mudar requer fatos, tempo. Mudar requer querer, e tentar. Assim como Naruto fazia, de uma maneira bem mais aberta, bem mais entregue. Ele não hesitava. Era... fascinante.

Ele era como a música de seu Sax tocando no ar, no fim de tarde, como eu o vi pela primeira vez. Ele era livre, leve. Tudo o que eu não era, e o que eu agora me pegava querendo ser.
Minha observação parou quando ele me olhou, ainda com aquele sorriso no rosto.
– Happy New year, Sasuke. Thank you. (Feliz ano novo, Sasuke, Obrigado)
Franzi a testa.
– Por que me agradece?
– Por não ter que ver os fogos sozinho este ano. - ele disse com simplicidade. Meu coração falhou uma batida. Havia uma melancolia nos olhos azuis. Eu me peguei querendo saber o porquê. Eu sentia que tinha milhares de coisas sobre ele, que compunham aquele ser em minha frente. Como o fato de ele não falar da sua mãe, do por que fazer tudo pela música daquela forma, largar tudo, também, aquela certa tristeza escondida.
Eu queria saber tudo dele. E talvez não fosse pela bebida.
Foi com esse pensamento que o beijei de surpresa. Simplesmente abaixei minha cabeça, segurei sua nuca e o beijei. Alguns fogos estouravam. Ele pareceu surpreso, mas retribuiu. O cheiro me tomou mais forte, vindo dele.
Queria mais.
O puxei mais forte, colocando minhas mãos nas bochechas. As mãos dele seguraram meu pulsos e ele estava na ponta dos pés enquanto eu o puxava sem cuidado nenhum. Terminei o beijo com mais alguns selos e fitei os olhos fechados, o rosto quente em meus dedos. Os fogos brilhando.
Eis uma noite estranha.
Eis uma surpresa de ano novo.
Afinal, eu havia passado 2013 tendo convicção que era hétero. E se dependesse de mim, 2014 não.
Ri com esse pensamento bobo e vi os olhos azuis me encarando em silêncio.
– Do que está rindo?
É fim de ano, Sir, é um dia que tudo de estranho pode acontecer.– imitei sua voz, e ele riu. Larguei seu rosto e o abracei.
Eu nunca acreditei em pressentimentos, mas tinha a impressão que ainda ia sentir muito a sensação aconchegante que sentia agora, com ele respirando em meu peito. Meu celular vidrou e abri uma mensagem de Itachi, com uma foto dele e de Hinata com flores na cabeça em uma praia lotada e com cara de bêbados.


"Happy New year, irmãozinho. :)"

Sorri, mais amável. E respondi outro, igualmente. Ainda abraçado com o loiro, mexendo no celular enquanto meu queixo estava apoiado em sua cabeça loira.
Outra mensagem

"Espero que esteja comendo alguém. 8)"

Respondi um vai se foder. Outra mensagem.


"Também te amamos ^^"


Respondi. "Eu sei."
Sorri e guardei o celular. Apertei forte o loiro.
– Happy new Year, Naruto. - "Tenho o pressentimento que vou repetir isso para você durante muitos anos."
E como para marcar meu pensamento, um último fogo estourou.
Ele riu baixo e fitei seu rosto. Beijei sua testa. As mãos dele estavam em meus braços.
– Ei, Sasuke. - Amei a voz enrolada falando meu nome. Era quase como uma profecia se cumprindo para mim.
– Hum? - olhei curioso para o sorriso dele. Os olhos azuis brilhavam de um jeito diferente, e mas uma vez me peguei querendo saber de tudo que ele transmitia.
– Canguru.

11 de Maio de 2018 às 14:33 3 Denunciar Insira Seguir história
7
Fim

Conheça o autor

Ayzu Saki Detesto o tempo, sempre adianto meu relógio para nunca me atrasar, e ainda assim me atraso. Detesto o tempo, porque ele não cura as coisas, só passa. Queria domar o tempo mesmo, para viver todo o que quero viver e não pode caber na minha vida. Essa é a minha sina, e um monte de histórias não terminadas no fundo da gaveta.

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KL Kitsune Lyra
Ai que delicia de fic maravilhosa, não importa quantas vezes eu Leia, vou me encantar em todas, esse Naru é apaixonante demais, e eu amei o Sasuke, de Verdade, achei um desenvolvimento tão lindo, enamorada estou <3
September 01, 2018, 22:55
=>Flor Danii=>=> =>Flor Danii=>=>
Perfeito Como me lembrava
May 12, 2018, 01:48
Barry A. Barry A.
Gente o que foi isso? Eu n to sabendo lidar com o quanto eu amei essa história!! Isso aqui é tipo a chegada do Thor em Wakanda! Toma meu ❤ pra adicionar a sua coleção kkk
May 11, 2018, 15:48
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