dimple doctor Jin

E desde então, em minha cidade um burburinho se iniciou, nenhuma mulher ou menina queria ser tratada como inferior. As que abriram seus olhos para a desigualdade de gênero deram espaço e voz aos sonhos do passado, tentam quebrar o ciclo de inferiorização.


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Por que deveria ser utópico?

 Queria ser tão forte, bonita e corajosa quanto Diana, mas não me sentia capaz de ser como ela. Me perguntei o que fazia da Mulher Maravilha uma heroína tão especial para as meninas e, como um clarão, notei diferenciais nela que quase não se viam na TV.

 Não haviam tantas personagens femininas nos desenhos que demonstram tantas características marcantes, há poucas heroínas e a Mulher Maravilha é tida como um símbolo de representatividade. Ela era o diferencial, mostrava o que muitas queriam ser em contrapartida aos discursos que sempre ouviam dos adultos.

 Como o contraponto nos discursos dos pais, Diana trazia sonhos e idealizações para os corações de muitas meninas que, por tanto ouvirem o que os outros dizem, acreditavam que ser uma Mulher Maravilha era utopia. Cresciam repetindo as frases cruéis para suas pequenas Diana’s sem perceber que o sonho não estava tão distante.

 Certa vez, Uma das mães que sempre recebiam uma rosa pintada no dia da mulher se questionou porque neste dia tudo era tratado de forma tão estranha, a sociedade agia como se não obrigasse as esposas a fazerem o que os maridos queriam, desistir do que gostavam para cuidar da família.


Afinal, o que é ser mulher?


O que é ser mãe?


O que é ser esposa?


O que é ser humano?


 E depois de tanto matutar foi percebendo em meio as nuances desse dia que as obrigações que sempre lhe caiam aos ombros não eram tão obrigações assim. Que ser Diana não era utópico, na verdade é tão real que em todas as mulheres e meninas existem um pouquinho de si, Mulher Maravilha não era apenas uma mulher forte, bela e corajosa que luta contra a desigualdade.

 Seu peito se encheu de esperança e seus olhos voltaram a brilhar, disse então para todas as mulheres que conhecia:


"Todas somos Diana e juntas devemos buscar nossa liberdade dessa algema de machismo e repressão!"


 E desde então, em minha cidade um burburinho se iniciou, nenhuma mulher ou menina queria ser tratada como inferior. As que abriram seus olhos para a desigualdade de gênero deram espaço e voz aos sonhos do passado, tentam quebrar o ciclo de inferiorização.

 Hoje então, sempre dizemos umas as outras:


"Você é uma mulher maravilhosa, não permita que tirem de si sua coragem, força e beleza por meio de opiniões e padrões irrelevantes. Arregaça as mangas e lute pelo que é certo!"



8 de Março de 2018 às 18:17 3 Denunciar Insira Seguir história
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doctor Jin Fantasmando enquanto posto minhas histórias.

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Isís Marchetti Isís Marchetti
Olá, tudo bem? Faço parte do Sistema de Verificação e venho lhe parabenizar pela Verificação da sua história. Ao meu ver, todas nós somos mulheres maravilha, todas nós temos características da Diana que existem dentro de cada uma. Eu particularmente comecei a trabalhar fora cedo, no começo foi difícil conseguir um serviço, coisas como "já que mulher quer trabalhar, precisa ser algo relacionado com vendas pois chama atenção do público masculino" de fato aí já vemos algo errado... Passei por situações humilhantes como: "você está demitida agora que vai se casar" e coisas incrivelmente constrangedoras como: "desculpa, no momento estamos procurando mulheres que não tenham filhos" e quando parece que as coisas enfim estão encaminhando vem às bombas "mas se seu filho precisar quem vai cuidar dele enquanto você está no serviço?", "Como você pretende lidar com uma vida profissional e ser mãe?" O pior de todas essas perguntas infundadas é quando elas vêm de outras mulheres, outras Dianas, essas que provávelmente abriram mão de um relacionamento, uma maternidade pois era assim que tinha que ser se quisessem ser sucedidas profissionalmente. Infelizmente existem muitas Dianas interiores que estão dormindo, mas que no fim acabam pisando em outras mulheres maravilhas. Pode até parecer besteira, mas mesmo sendo hoje em dia uma pessoa dedicada as coisas de casa e uma mãe que dá toda atenção ao filho, me vejo como uma mulher maravilha, pois acima de tudo não deixei que ninguém ditasse na forma com que eu queria fazer as coisas. Eu sou feliz do jeito que as coisas estão, mas não pretendo nunca me sentir satisfeita ou mendigar para o próximo. Existem muitas Dianas, muitas delas lutando suas batalhas de forma diferente das outras, mas não deixam de ser heroína por irem a luta de sua forma. Bom, a coesão e a estrutura do seu texto estão ótimas. A narrativa está muito encantadora e deixa aquele sentimento de ser um texto forte e motivador. É como se ele estivesse aqui para quando uma mulher estiver para baixo não esquecer que ela é realmente uma heroína independente da luta dela. Quanto à gramática, seu texto está muito bem escrito e é um colírio para os olhos, não só pelo domínio do português, mas também pelo conteúdo no geral. Eu particularmente espero que esse texto seja encorajador para muitas outras Dianas e que até mesmo sirva de lição para qualquer outro homem que vier ler e possa sentir um pouco mais de simpátia. No geral é realmente um texto encantador! Desejo a você sucesso e tudo de bom. Abraços.
August 23, 2020, 03:42
Karimy Lubarino Karimy Lubarino
Gostei muito, é motivador e forte. Você soube usar as palavras para transmitir o que as mulheres, ainda hoje, lutam para alcançar, mostrando que a Mulher Maravilha pode estar dentro de cada uma de nós. Está de parabéns por essa história!
March 29, 2018, 01:18

  • doctor Jin doctor Jin
    Muito obrigada! Ao meu ver é uma luta diária contra as ideias da sociedade e as que estão impregnadas no nosso subconsciente de tanto tempo vivendo nessa bolha. Quando percebemos o quanto somos incentivadas a nos menosprezar parece que o mundo se torna um lugar totalmente diferente, os detalhes de cada palavra ou ato minimo revelam ter um machismo por trás nunca antes enxergado por nós. E se torna uma luta diária quando percebemos que nós tratamos umas as outras da mesma forma, criticando mulheres que não se restringem diante dessa supremacia. Não sei se ficou perceptível, mas também queria mostrar que a irmandade também é importante para enfrentar tanta imposição, somos a Diana uma da outra, salvando nossas irmãs do próprio machismo, do cara que assedia no ônibus, de algum estranho que tenta agarrar na rua ou festa e fingimos conhecer a garota pra tirar ela do perigo. A gente não precisa ser um grande super herói para salvar os outros ou realizar grandes atos heroicos, as vezes questionar um comentário ou revidar uma frase abusiva já muda muita coisa. Estou muito feliz mesmo por ter lido minha história, obrigada novamente! Espero que tenha um bom dia! March 30, 2018, 13:25
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