Mustang já esquecera o que era ter um dia de folga. Sua rotina, nos últimos seis meses, fora dormir no máximo três ou quatro horas por dia, comer e cuidar de mais e mais papeladas que se instalavam por mágica em sua mesa.
Ele também já perdera a conta de quantas vezes quase incendiou os papéis por raiva. Felizmente sua assistente estava ali para colocar algum senso em sua cabeça.
Ela só não podia ajudar a colocar o devido senso que Mustang precisava: o senso de esquecer aquele pirralho Fullmetal, que sempre lhe trazia dor de cabeça. Quando menos esperava, o loiro estava de volta a seus pensamentos. Parecia maldição tudo àquilo; por que seu cérebro insistia em lhe trazer imagens de Fullmetal, quando o que ele mais queria era distância do baixinho cabeça-quente?
Vendo por outro ângulo, é hilário a situação que ele, o grande Alquimista de Fogo, se metera por teimosia: a pessoa que mais lhe irritava na face da Terra não saía de seus pensamentos. E, convenhamos, alguns não eram nada castros. Uma parte dele sentia vergonha por isso – ele era um moleque de dezoito anos, porra –, mas a outra gostava de como as coisas estavam indo...
Algo absurdo se instalara no peito do orgulhoso Coronel sem que este sequer percebesse: do companheirismo foi-se para o afeto, e mais tarde... parecia ser mais do que simples atração carnal.
Quem diria... o cara mais galinha que já se vira – segundo muitos boatos, obviamente – estava caindo de quatro por um simples pirralho medito a gênio. Francamente, a que ponto chegaste Coronel Mustang?
Não que ele desgostasse desse tipo de situação. Pelo menos não totalmente.
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