ayaneyanoy Ayane Yano

Há sentimentos que não somos capazes de presencia-los, compreender ou até mesmo aceitá-los. Afinal o que é para ser sentido não precisa ser visto ou entendido. Basta somente.....sentir.


Fanfiction Todo o público.

#Naruto #SasuSaku #Sakura #Sasuke #Sarada #Romance #Familia
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Capítulo Único

“Sarada meu amor seu pai está descansando. Nada de aprontar hoje, daqui a pouco ele sairá em missão”. Escuta sua mãe dizer da cozinha assim que adentra a sala. Sakura era conhecedora das tentativas da filha de bisbilhotar e tentar pegar Sasuke de surpresa. Nunca davam certo. “Okaeri, mãe”. Jogou-se no sofá e lembranças de como sua mãe fica nas vezes em que seu pai sai em missão povoaram sua mente. “Mas faz pouco tempo que ele chegou e já irá sair novamente?” questiona. “Querida, seu pai é ocupado e ele tem que fazer isso” Senta-se ao lado da garota no sofá “Mas essas missões são realmente tão importantes assim? Ele quase nunca fica com a gente.” Resmunga enquanto tem seus cabelos acariciados pela mãe. “Sarada, já conversamos sobre isso. Seu pai nos ama. Não importa onde esteja nós sempre estaremos com ele, estamos conectados. Posso lhe garantir que o que ele faz é uma das mais difíceis prova de amor que já vi. Eu mesma não teria a certeza se conseguiria fazer tudo isso” explica e desabafa a rosada. “Eu sei, mas...” levanta os olhos e tenta questionar sua mãe “Mas nada mocinha. Levante já daí e vá se lavar! Já já o jantar fica pronto Encerra ela dando um beijo e um suave toque em sua testa. “Eu te amo meu bem, jamais se esqueça disso” Amava isso na mãe, só ela tinha esse dom de acalmá-la, sempre a mantinha firme em relação ao pai, a fazia ver coisas que ele jamais demonstrou abertamente, todavia estavam lá e só eram percebidas por quem ele permitisse. Porém por agora isso não lhe era suficiente. Queria mais. Queria saber sobre o passado deles. Não aguentava mais engolir essa de “Eles sempre gostaram um do outro, só demoraram a perceber”. Estava realmente disposta a descobrir isso.

Sakura sempre tentava tirar da mente de Sarada esses pensamentos, é claro que entendia o comportamento da filha, a própria já havia passado por algo parecido quando se tratava de Sasuke, a diferença entre ambas era que ela conviveu com ele o suficiente para entender e saber lidar com seu jeito, já Sarada não teve chance. Os períodos em que Sasuke passava longe de sua família somado a seu jeito taciturno só dificultava a relação de ambos.

~~

Subia as escadas lentamente, evitando qualquer ruído, o que era ridículo visto que era Uchiha Sasuke a quem tentava enganar. Era conhecedora da fama de seu pai e obviamente a essa altura ele já deveria ter sentido sua presença. Mesmo assim disfarçadamente, ocultando seu chakra, e andando na ponta dos pés, Sarada desviou seu caminho entrando no corredor a sua direita, parando na porta próxima ao quarto de seus pais. Pela fresta observou Sasuke sentado com certo desleixo na grande poltrona no interior do escritório. Sabiamente entrou no quarto de seus pais e se esgueirou pela janela para logo em seguida adentrar na janela ao lado. Pousando levemente no tapete felpudo, dirigiu-se para o lado de Sasuke que permanecia imóvel com os olhos semicerrados, parecia estar sonhando, observou a pequena. Olhando mais atentamente, o seu rosto transmitia diversas emoções dificultando assim o entendimento da mesma.

Passou alguns minutos apenas o observando, criando coragem e tentando acreditar que realmente estava prestes a cometer essa loucura. Se Sakura soubesse, com certeza surtaria e repreenderia sua atitude para depois rir, o que obviamente só a deixaria mais confusa. Realmente não desejava de todo ter que fazer isso, porém era mais que uma mera vontade, era uma necessidade que chegava a doer. Não tinha um pingo de dúvidas quanto ao amor de seu pai para com sua mãe, presenciara cenas de ambos onde era evidente a reciprocidade, tal como ocorrera após o incidente em que ela fora atrás de Sasuke lhe cobrar explicações sobre sua maternidade. Quando voltaram para casa pode ver a saudade estampada na face sempre polida de seu pai, além de todo o cuidado que esse teve com ela e Sakura. E após o jantar observou quando sua mãe o seguiu até a varanda que ele sempre ia após a refeição, não viu nada demais em continuar a mira-los e assim o fez. Viu que conversavam baixinho e após alguns minutos viu Sasuke tocar a face da esposa e sussurrar-lhe algo sem tirar seus olhos do dela, enquanto que Sakura aparentava surpresa e logo as lágrimas foram vista em seu rosto, logo após ambos se aproximaram e Sarada já sentindo que estava invadindo a privacidade dos pais se retirou e foi para o quarto feliz em presenciar, mesmo que de longe, esse lado do pai. Mas agora, sua curiosidade se baseava em saber mais sobre o passado dos pais, mais exclusivamente de Sasuke, visto que o de sua mãe já lhe fora dito, mesmo que omitidos algumas partes.

Voltou sua atenção para o ninja que dormia e decidida seguiu com o plano, buscou uma pilha de livros para subir e ficar na altura exata, evitando assim qualquer deslize. Concentrou uma quantidade de chakra nas mãos e levou-as de cada lado da cabeça de Sasuke, fechou os olhos para focalizar no que pretendia e ativar sua kekkei genkai e ao abri-los se surpreendeu ao se deparar com um espiral arroxeado e um vermelho escarlate, de pronto as cores se misturaram e a levaram para uma dimensão densa e escura, não saberia descrever com exatidão o que via no momento. As cores dançavam ao seu redor, era como se estivesse caindo por um túnel sem realmente cair. De repente a angústia toma conta de seu coração e mente, mas não via motivos para tal sentimento. Uma dor dilacerante começava a se apoderar em seu interior, tamanha era a aflição que a jovem se encolheu apenas para ver se aquilo acabaria arrependendo-se de imediato do que fizera. Teria alguma coisa dado errado? Canalizou a quantidade exata de chakra? E a mente de seu pai? Teria causado algum dano? E se houvesse ido parar em outra dimensão? Como a encontrariam? Tantas dúvidas rodeavam sua mente que nem notou o clarão a sua volta, apenas quando sentiu mais uma presença ali que se levantou da posição em que se encontrava, sentia que o chakra lhe era familiar. “Pai?” sussurrou ao vazio, era o chakra dele, disso tinha certeza mesmo que em intensidade menores. Mais um clarão e enfim pode ver uma sombra encolhida em um canto mais escuro que o resto do lugar, tentou se aproximar, e quando estava próxima ouviu um barulho de choro que só poderia vir da figura a sua frente, tentou tocar em seu ombro, entretanto suas mãos passaram por entre o corpo tocando o nada. O lugar a sua volta tremeu, mas não teve o mesmo clarão de antes, apenas perdeu o foco e aos poucos foi tomando forma. Agora estava próxima a uma árvore e um pouco mais a frente se encontrava seu pai, que devia ter uns cinco anos, comendo um onigiri. Sorriu com a imagem desse pequeno Sasuke. Como quando entrara nessa dimensão sentiu outra onda de sentimentos a invadir, porém dessa vez era de incômodo, uma antipatia sem igual e imediatamente olhou para trás, no exato momento em que o pequeno a seu lado. E no alto da escadaria a viu. Era sua mãe, usava um vestido verde com diversas flores e em seu cabelo um laço vermelho. Viu como ela havia ficado extremamente vermelha, olhou para o lado e Sasuke olhava diretamente na direção da rosada, esse já mantinha um olhar firme, como se a repelisse e então simplesmente virou-se e saiu do local, levando consigo as sensações de aversão. Sarada tentou ir atrás dele, porém a cada passo que dava a pequena figura se tornava cada vez mais distante até que não se via mais nada, as paredes ao seu redor mais uma vez tremeram e ela fora sugada para trás parando somente quando sentiu suas costas baterem em um tronco de árvore. Abriu e olhos lentamente se acostumando com a vista e bem a sua frente enxergou a cena horrorizada, instantaneamente pensou em correr, tirar sua mãe dali que no momento se encontrava no chão, próxima a Naruto. Reconhecera o casaco inconfundível do atual Hokage ainda em sua versão pequena como seus pais. Sakura se encontrava em um estado deplorável, suas vestes estavam em alguns pontos rasgadas, em seu corpo havia sinais de arranhões e todo seu rosto era alvo de manchas roxas, olhando fixamente para um ponto invisível, entretanto o que mais a chocou foram os cabelos. Fios rosa estavam espalhados por todo o local e próximo a Sakura se encontrava uma kunai com poucos fios presos, não era preciso ser um gênio para deduzir que a arma serviu para cortá-los. Não pensando mais se pôs a correr, porém foi impedida de se mover, era como uma espécie de parede posta bem a sua frente impedindo-a de seguir a diante. Como num estalo as coisas rodaram e mais figuras fizeram-se presentes, reconhecendo uma de imediato, Sasuke estava um pouco mais a frente e em sua volta uma aura arroxeada se fazia presente e agora tudo lhe fazia sentido. O medo e desespero que sentiu assim que pôs os olhos em sua mãe, o olhar da mesma para o que antes Sarada não via, tudo era relacionado à Sasuke. Era para ele que Sakura olhava, era desse poder que vinha a sensação ruim que sentia e do qual queria afastar sua mãe. O chakra que corria por seu pai estava totalmente modificado, mas ainda sim podia sentir os sentimentos que, com toda certeza, vinham dele. Desistiu de tentar se mover e ficou a observar o desenrolar da cena a sua frente. Sasuke minimamente desviou seu olhar e inclinou seu corpo em direção à rosada estática no chão e nesse momento Sarada pôde observar que além do poder sombrio que emanava dele, havia também manchas negras por todo seu corpo. Surpreendeu-se com a frieza e raiva estampadas no rosto do jovem Sasuke assim que algo foi dito para Sakura e esta não emitiu reação alguma, apenas demonstrou desespero quando Sasuke desviou seu olhar e o canalizou para o ninja a sua frente, este que ostentava um sorriso de puro deboche para logo em seguida sobressaltar-se com a repentina aparição do Uchiha a sua frente. Os olhos de Sarada estavam completamente vidrados na cena, na brutalidade do que acontecia. Sabia muito bem que o mundo era um lugar violento, e que para aqueles que escolhiam o caminho ninja tinham que saber lidar com todas as situações. E não era isso em si que a desnorteava, mas sim ver o seu pai, ou melhor, seu futuro pai agir de tal forma. Tamanha era a concentração da menina que mal viu quando a pequena Sakura jogou seus braços ao redor de Sasuke, que tinha uma expressão assustadora, de auto realização. Por um segundo Sarada temeu pela vida de sua mãe, mas rapidamente descartou esse pensamento, pois o que aconteceu no segundo seguinte a fez ofegar. As marcas que antes ocupavam cada centímetro da pele exposta de Sasuke estavam recuando conforme Sakura ia se aproximando mais e mais e apertando o abraço ao redor dele, enquanto isso lágrimas caiam por sua face machucada. Como da última vez o lugar tremeu e Sarada ficou sem chão, a última imagem que conseguiu ver foi dos seus pais no chão, Sasuke desacordado nos braços de Sakura enquanto essa permanecia chorando. Bem ao fundo podia jurar que ouviu um “Sasuke-kun” vindo de sua mãe.

Quando tudo tremeu e novamente ficou sem foco a menina respirou fundo esperando que dessa vez pudesse voltar ao início e quem sabe descobrir uma maneira de sair dessa dimensão. Porém algo em seu interior dizia que não seria possível e a palavra saudade povoava sua mente e tão logo atingiu seu coração. Era insólito, pois não era uma saudade passada, mas sim uma que ainda estava por vir e antecedendo qualquer conclusão que pudesse ter, duas silhuetas surgiram. Reconheceu a saída da vila e uma das silhuetas que se aproximava, era Sasuke que agora carregava uma mochila e se dirigia para essa saída. Parecia distante, as emoções que esboçavam não eram claras, mas a única certeza que tinha era de que a estranha saudade que sentia vinha dele. Um pequeno desfoque e logo atrás a outra silhueta se fez presente. Sakura. Com as mãos em seu peito olhava atentamente para Sasuke que permanecia de costas para a mesma. Palavras foram ditas, ela não conseguia decifrá-las, a bolha que a impedia de seguir adiante também a isolava de qualquer barulho. Tentava ao menos uma leitura labial, entretanto quando focava a visão nos lábios dos jovens um desfoque se fazia presente em meio as tentativas, Sarada sentiu seus joelhos fraquejarem e aquela dor no peito voltar. Angústia, solidão e aquela mesma saudade rondaram-na. Lágrimas saiam de seus olhos sem sua permissão ao olhar para a rosada fragilizada a sua frente. Queria entender o que se passava e o que falavam. E por que Sasuke sentia essa estranha saudade? O que os levou ali? Será que iria embora? E como um flash lembrou-se do que sua mãe, uma vez, havia lhe dito “Sasuke-kun passou um longo período longe da gente, não como essas viagens que faz por agora. Mas o importante é que ele voltou, voltou para nós, sua família e que agora aumentou, pois temos você.”. Só poderia ser a esse tempo que sua mãe se referia. Enxugando suas lágrimas voltou a focalizar no que ocorria, Sakura estava parada a alguns metros de distância quando em um piscar de olhos Sasuke apareceu em suas costas “Sakura… Obrigado” foi tudo e apenas o que ouviu antes de ver sua mãe deitada sobre o banco de pedra. Do outro lado ainda pôde ver seu pai parado olhando na direção da rosada desacordada, viu perfeitamente seu olhar se contrair e ambas as mãos se apertarem. Outra vez a enxurrada de sentimentos apoderou de si, sua vista ficou turva e a falta de ar se fez presente. Então era assim que ele se sentia? A carga era tanta que a menina não sabia se poderia suportar mais, lançou o olhar para seu pai uma última vez e viu seus olhos fraquejarem. Por instantes pensou que ele voltaria e a tiraria dali, a levaria para casa, mas o Uchiha apenas virou-se e se dirigiu aos telhados em direção à saída. Aos poucos os sentimentos de antes se transformaram em determinação. Era isso. Sasuke havia deixado Konoha. Sua casa. Seus amigos. Havia abandonado Sakura.

Após se desfazer por completo das sensações anteriores, a pequena Uchiha se encontrava no mais completo breu. Forçava a vista ao máximo para enxergar a mínima fagulha de luz possível, mas de nada adiantava e então um ruído se fez presente e lá estava ela em frente aos portões de Konoha. O céu mudava rapidamente, deixando a noite e fazendo um lindo amanhecer surgir, que rapidamente se fora, chegando assim à tarde. A sensação de liberdade e ansiedade de algo novo a bombardeou. As folhas da árvore que caíam perto dali chamaram sua atenção. Os pássaros que ali sobrevoavam a agraciaram com sua suave melodia. Estranhou o fato de ouvir os sons ao seu redor, mesmo que somente da natureza, mas era diferente, pois das outras vezes se encontrava em completo silêncio, nem sua própria respiração conseguia ouvir. Um Sasuke, agora mais adulto, surgiu a sua direita e uma Sakura também crescida apareceu ao seu lado, e bem encostada a jovem, um vulto se fez presente, mas esse, Sarada não consiga visualizar por completo. Uma espécie de diálogo acontecia e mesmo que a pequena não pudesse escutar, não se sentia como das outras vezes em que isso a incomodava, mas sim que isso já não era mais necessário, pois tinha a completa certeza do que acontecia ali. Sim. Ela sabia. Sasuke estava deixando Konoha novamente. Entretanto dessa vez iria voltar. A ansiedade que a cercava, a necessidade de conhecer o mundo e se descobrir por completo eram um desejo que crescia dentro desse Sasuke. Muito diferente dos que presenciou antes. O Uchiha que via agora ainda tinha ressentimentos, ódio de si mesmo e sobrepondo a todos esses sentimentos, possuía vergonha do que havia feito tanto para si próprio quanto para as pessoas que amava. Tudo o que Sarada pode perceber era que ele precisava de sua redenção e mais ainda que percebessem isso e o deixassem partir sem mágoa. Os olhos da pequena Uchiha encheram-se de lágrimas, estava triste, pois seu pai deixaria Sakura mais uma vez, podia ver a tristeza, mas também a conformação na face de sua mãe. Ao mesmo tempo sentia alívio de ver o antigo último Uchiha se reconstruindo. O vulto que permanecia ao lado da rosada se desfez por completo e Sarada já se preparava para o golpe de sentimentos que a levariam ao escuro de novo, porém se surpreendeu com a aproximação de Sasuke e mais ainda quando este tocou suavemente a testa de Sakura, algo foi dito, mas Sarada sequer prestou atenção, apenas levou suas próprias mãos a testa junto a um largo sorriso e uma solitária lágrima. Lembrou-se de todas as vezes que ele também fizera esse gesto consigo. Fechou seus olhos e pode enfim respirar com mais tranquilidade, ao abri-los novamente deparou-se com um meio sorriso de Sasuke “Obrigado”.

O clarão veio mais forte dessa vez, mas diferentemente das outras, foi como um flash e tudo permanecia na mesma calmaria. Cenas começaram a surgir aleatoriamente e Sarada as via rapidamente como se fossem retratos de diversos momentos da vida de seus pais. Em uma delas, Sakura se encontrava ao lado de Sasuke, ambos com orelhas de gato, o rapaz se encontrava carrancudo, como sempre, mas podia observar que de fato aquilo não o aborrecia já à rosada estava corada com um sorriso bobo na direção dele. E assim a pequena Uchiha ficou pelo que pareceram minutos, apenas absorvendo o conteúdo dessas cenas.

~~

Mais uma vez se encontrava em um lugar escuro, sua mente girava e começara a sentir enjoos, mas pode perceber que se tratava do mesmo lugar que esteve no início antes de adentrar nas memórias de seu pai. A enxurrada de sentimentos vinda de Sasuke era tanta que a deixara desnorteada. Compreendera, agora, o quanto fora tola de em um curto momento questionar os sentimentos de seu pai. Percebeu que ambos se amavam desde o início, porém infelizmente o destino insistia em afastá-los. Sentira o quanto sofreu por se abdicar da mulher que amava, inicialmente por seu ego e posteriormente por não se achar digno de tê-la, de fazê-la feliz. Pôde ver a maneira como seus sentimentos eram em relação à Sakura e a não compreensão da mesma nos pequenos atos do Uchiha. Verdadeiramente não a culpava, aliás a própria agia assim e já ouvira que Uchihas agiam dessa forma, poderiam parecer frios por fora, mas aqueles que eram próximos e tinham o amor de um Uchiha eram capazes de ver a grandiosidade de seu coração. Sakura compreendera isso, porém já lhe era tarde demais. Sasuke havia partido disposto a quebrar qualquer tipo de laço. Sarada sentira um pedaço de si morrer naquele momento. Viu e sentiu que a dor dele fora maior que de sua mãe. Ali ele deixara o resto de seu coração, sem a certeza de que voltaria.

~~

A esperada escuridão não estava mais presente, ao fundo podia enxergar luzes, bem fracas e olhando para o lado reconheceu de imediato a janela de seu quarto. Sarada levantou-se rapidamente e quando tentou alcançar o chão se viu caindo de volta a cama. Ainda estava tonta e no momento que resolveu se aconchegar nas cobertas, como num estalo, lembrou-se do que tinha feito e vendo onde estava perguntou a si mesma se não havia sonhado com tudo aquilo. Mas não era tola, sabia do que fizera. E ao se dar conta disso tentou se levantar novamente, dessa vez firmando bem os pés no chão. Ia se mover em direção a porta, porém fora impedida por sua mãe que adentrara o lugar e logo a envolve em um caloroso abraço, para logo em seguida seguir com as reclamações. “Sarada, quantas vezes eu já falei para colocar os chinelos assim que se levantar? Shannaro! Olha só como o chão está frio!” exclamava a rosada enquanto a empurrava em direção a cama. Via a preocupação estampada na face de Sakura e também indignação. Os olhos da pequena brilhavam em direção à mãe e um grande sorriso se abriu em sua face, Sakura a observava em uma interrogação muda “Obrigada, mamãe” sussurrou para a mesma que ficou mais confusa ainda e usando um jutsu de substituição saiu em direção a porta do quarto. Tinha que encontrá-lo antes que saísse em missão.

Assim que descia as escadas escutou o farfalhar de armas e tão logo soube de sua localização. Ia adentrando aos poucos na pequena sala de armas sem perceber que Sasuke a observava, parando bem ao lado dele que agora já guardava seus pertences. “Ne, papai eu queria me...” ia começar, porém foi interrompida por ele “Não se preocupe com isso” suspirou o mais velho “Esse tipo de domínio ocular é poderoso tanto para quem o usa quanto para quem é pego por isso, mas não se preocupe, só mostrei a você o necessário.” Afirmou e olhou para Sarada que o encarava boquiaberta “Quer dizer que foi você, papai? O tempo todo eu achando que...” abaixou os olhos e suspirou. Sentia-se mais aliviada por saber que não fizera, de fato, algo de errado. “Você precisava saber, mesmo que o mínimo. Sakura não teve culpa alguma quanto a não revelar coisas sobre nosso passado. Ela e agora você Sarada, são importantes pra mim, são tudo o que eu tenho.” A pequena ficou totalmente sem reação ao ouvir. Sasuke nunca havia se portado daquela maneira, não com palavras. Essas revelações somadas as que tinha visto anteriormente fizeram seu coração se aliviar e lágrimas brotarem em seus olhos. “Papai, eu te amo”. Sorriu para Sasuke que apenas se abaixou ficando a sua altura e já prevendo o que viria fechou os olhos se inclinando para os dedos que cedo demais tocaram em sua testa. Seu pai a amava, afinal. Tanto quanto amava sua mãe.

27 de Fevereiro de 2018 às 22:48 3 Denunciar Insira Seguir história
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Fim

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Alice Alamo Alice Alamo
Olá! Notei que sua história é uma fanfic e, portanto, está na categoria errada do site. Fanfics devem ser postadas na categoria Fanfiction e os gêneros como romance, poesia, lgbt, etc, devem ser postados nas tags ;)
March 01, 2018, 15:50

  • Ayane Yano Ayane Yano
    Gratidão! Eu não havia notado, isso aqui é uma confusão e ainda to aprendendo a usar isso aqui hahahaha Valeu ;) March 02, 2018, 00:08
  • Alice Alamo Alice Alamo
    Não se preocupe! Nós sabemos que ainda está tudo confuso, por isso estamos ajudando. Fizemos vídeos no grupo do facebook para ajudar caso queira dar uma olhadinha ;) March 02, 2018, 00:39
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