13
7.8mil VISUALIZAÇÕES
Completa
tempo de leitura
AA Compartilhar

1

Confuso, era isso que sentia no momento, não sabia aonde estava muito menos como tinha parado ali só sabia que precisava de algum jeito sair o mais rápido possível do local aonde se encontrava. Seus pés se movimentavam se sentia mais alto do que o normal, não entendia o que estava acontecendo.

Sua visão estava estranha, não conseguia ver como antigamente, parecia estar vendo imagens em um raio-x, as imagens eram borradas e escuras. Variando com tons de cinza e Preto contendo formatos estranhas. Sentia vontade de gritar, mas suas palavras não saiam apenas ruídos um tanto grotescos e animalescos.

Então viu um monstro lhe encarando e gritou, ou algo parecido saiu de sua boca, ficou em pânico mas foi ai que notou que o que o monstro fazia era similar a suas ações. Aquilo poderia ser possível? Era seu reflexo e não um monstro terrível?

Passou as mãos pelo corpo, estava musculoso até de mais, alto com os dentes pra fora e por algum motivo, que não soube explicar, seu cérebro também estava exposto. Mas não importava o quanto procurasse não encontrava seus olhos. Não sabia como mas ainda sim conseguia enxergar sem tê-los.

Seu corpo estava estranho, ele não se lembrava de como era seu corpo, pra falar a verdade ele não conseguia se lembrar de muita coisa, borrões repleto de vultos e vozes indecifráveis era o que se passava por sua mente. Não sabia seu nome, muito menos aonde estava, ou seu proposito, apenas estava em um beco escuro, solitário.

Solitário, não era uma palavra de seu agrado ,não entendia o porquê, ele simplesmente sentia em cada fibra de seu corpo que aquela sensação era horrível.

Dava passos lentos, que faziam certo barulho pelo seu peso, afinal o que ele era? Qual era o motivo de sua existência? Eram tantas perguntas que passavam pela sua cabeça, mas ainda sim eram coisas que nem ao menos ele sabia o que mudaria em sua vida.

E se descobrisse que ele era algo que não devia estar vivo? Por acaso se mataria por isso? Não entendia o motivo de se perguntar tantas coisas se nenhuma das respostas faria alguma grande diferença em sua pequena misteriosa existência.

Seus sentidos estavam apurados, um tanto incomodo, já que conseguia ouvir sons de pessoas falando, pessoas normais diferentes dele.Então de fato, ele era um monstro e os outros eram semelhantes de seu antigo ”eu”, mas ainda sim não entendia o motivo de estar sozinho sem nem uma lembrança, mesmo que vaga de onde veio.

Escutava os sons irritantes querendo se afastar, andava um tanto encolhido sem noção de seu tamanho e espaço não queria chamar atenção caso quebrasse alguma coisa. Não entendia o motivo daquilo, só sabia que deveria evitar chamar atenção.

Tudo era tão confuso, milhares de perguntas antes inúteis em sua cabeça, sem contar as inúmeras preocupações, o medo que sentia. Por qual motivo tinha medo? não era um monstro? Monstros não deviam ter medo, eles sim eram que davam medo nas pessoas.

Escutou um barulho abaixo de si, não sabia muito bem o que era, não era humano muito menos algo parecido consigo. Ele fazia um som estranho,mas era...Fofo? Sentiu a criatura pequena se esfregar em si ,por algum motivo ele parecia já conhecer aquela coisa, mas não lembrava o nome, muito menos o que era.

Não entendeu o motivo, as teve uma vontade enorme de segurar aquilo. E assim o fez, com todo o cuidado do mundo com suas mãos gigantescas pegou a pequena coisa peluda preta e segurou vendo os olhos azuis lhe encararem com curiosidade. Meio desajustado ele passou o polegar no bichinho que fez um barulho, parecia vibrar era estranho mas lhe trazia uma certa paz.

Logo colocou o bicho no chão,voltando a andar entre os locais escuros e pouco movimentados, estava tão distraído olhando tudo a sua voltando tentando se lembrar de algo de seu passado, não que importasse muito de fato, mas pelo menos queria saber seu nome.

Era tão estranho lembrar de certas coisas e ao mesmo tempo não lembrar, como por exemplo saber o que eram pessoas e não saber o que era a bola de pelos de minutos atrás. Sua mente estava uma bagunça e aquilo lhe incomodava e muito, acabou até por soltar um ruído frustrado de sua situação.

-ME SOLTA PORRA!! - Gritou algo, ou alguém, fazendo com que parasse de andar, não sabia ao certo aonde tinha sido o grito. Muito menos o motivo de suas pernas estarem o levando para aquela direção só sabia que precisava ir até lá.

-Escuta aqui garoto, ou você passa a droga do dinheiro ou nós vamos acabar com você. - Era outra voz, um tanto mais grave, junto com risadas, era esse o nome desse ruído estranho, não era?

- CAGUEI PRA VOCÊS, ACHA QUE NÃO DOU CONTA? PODE VIR! - A voz anterior falou novamente.

Então ele saiu andando um tanto rápido, o quanto podia pois sabia que tinha capacidade de estragar o chão, chegando assim eu seu destino vendo cinco homens, achava que era assim que deviam chamar pessoas do sexo masculino tinha pouco conhecimento ainda estava um tanto confuso, ele podia se denominar homem já que não se sentia uma garota. Era complexo de mais para seu “grande” cérebro exposto.

Pareceu ser notado pelos 5 maiores, que lhe olharam com pavor e nojo. Então de fato ele realmente era um monstro, não teria outro significado para ser olhado de tal maneira, não sabia o motivo mas se sentia tão mal recebendo tais olhares era como um castigo uma sensação horrível.

- ISSO AÍ PODE CORRER BANDO DE BUNDÕES! - O menor gritou vendo os homens correrem, estava certo que era por sua causa que aqueles vermes recuavam.

Quando se virou com um sorriso vitorioso, deu de cara com algo que não sabia dizer o que era, uma criatura enorme e musculosa de no mínimo 3,5 metros de altura. Possuindo calças com joelheira de metal. Estava descalço, mas o que lhe chamava mais atenção era de fato o cérebro exposto, a falta de olhos e os dentes pra fora.

O garoto não sabia muito o que fazer diante daquilo, aquela coisa a sua frente não parecia demonstrar ameaça, até entendia o motivo dos rapazes correrem, mas por algum motivo ele não tinha essa sensação. Sentia algo beirando a nostalgia. A criatura parecia tão curiosa quanto ele virando o rosto enquanto lhe encarava, isto é, se a mesma pudesse vê-lo.

A criatura não entendia, mas tinha um necessidade enorme em seu peito de se aproximar daquele rapaz, então o fez vendo o mesmo recuar um passo não sabendo como reagir. Ele não lhe encarava iguais os outros homens, aquilo lhe fazia muito bem, por algum motivo se sentia bem perto daquele garoto, queria entender o motivo disso. Por acaso o conhecia?

Soltou um ruído, um tanto manso para quem ouvia podendo muito bem confundir com um pequeno filhote chorando. O que não fora ignorado pelo garoto que franziu as sobrancelhas estranhando tal comportamento, esse então achou melhor sair daquele local.

A criatura vendo que o menor ia correr, agiu por extinto e acabou por esticar sua mão para o corpo que acabara sendo prensado no chão. Mesmo sem usar sua força monstruosa, que por algum motivo sabia que tinha, viu o menor tentar se soltar de suas mãos enquanto gritava mas era em vão ele era forte de mais, mesmo que não fizesse algum esforço.

Foi então que viu o mesmo produzir pequenas explosões com a mão, aquilo lhe trouxe uma lembrança em sua mente, algo que ele não esperava em ter com aquele rapaz. Ele aproximou-se fazendo o garoto parar de se mexer o encarando um tanto assustado mas não com nojo igual os outros homens.

Sentia seu coração bater acelerado e uma sensação boa espalhar pelo corpo, ele conhecia aquele garoto, uma felicidade lhe tomou que nem mesmo entendeu. Era como se o resto do mundo não tivesse importância, não entendeu como, mas quando percebeu tinha conseguido falar o que tanto desejava olhando para aquele tão próximo de si. Uma palavra que mudaria a vida de ambos.

- Kac...- Falou com uma voz animalesca e um tanto grossa -...chan

O garoto, loiro de olhos vermelhos que usava seu uniforme da escola agora sujo, não só pela pequena briga que teve a pouco com aqueles valentões, e sim por estar no chão. Conhecia apenas uma pessoa que o chamava assim e a mesma, havia desaparecido por longos Oito anos, sentiu seu coração bater mais rápido e quando notou estava chorando, mordeu o lábio inferior conseguindo pronunciar apenas uma palavra.

- Deku? - Falou encarando a enorme criatura que lhe olhava com um “sorriso” no rosto.

26 de Fevereiro de 2018 às 20:00 0 Denunciar Insira Seguir história
4
Leia o próximo capítulo 2

Comente algo

Publique!
Nenhum comentário ainda. Seja o primeiro a dizer alguma coisa!
~

Você está gostando da leitura?

Ei! Ainda faltam 8 capítulos restantes nesta história.
Para continuar lendo, por favor, faça login ou cadastre-se. É grátis!