zabalza Maria Diamandis

Em um contexto religioso, o vermelho é a cor do pecado, da tentação; é a cor que provoca a paixão carnal. Nos olhos de Viktor, o vermelho era desejo, não só por Yuri, mas também pelo seu sangue. Yuuri Katsuki não conseguia tirar o homem misterioso e atraente que conheceu no pub da cabeça. Viktor tinha oferecido um par de ingressos para um show, um convite para que se encontrassem de novo. Yuuri nem ao menos imaginava, mas se aproximar daquele homem podia acabar sendo fatal, não só para ele.


Fanfiction Para maiores de 18 apenas. © Kubo

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Save my soul tonight

Seus olhos percorreram a fila quilométrica que se desdobrava em frente ao estabelecimento.

Era uma segunda feira, não muito depois das sete da noite, por que havia tantas pessoas querendo entrar no pub? Toda semana ele estava lá, no mesmo dia e horário, mas nunca tinha visto tanta gente, na verdade, o lugar parecia pequeno demais para comportar aquela multidão.

Tentou espiar para ver se conseguia entender o motivo de tanta agitação. Dois seguranças corpulentos bloqueavam a porta de entrada e Yuuri chegou a conclusão de que não havia outra alternativa, teria que enfrentar a fila. Seu olhar se voltou para a janela que ficava no andar de cima: algumas luzes piscavam e ele percebeu que o lugar não aparentava estar lotado. A situação era no mínimo estranha, por que tantas pessoas estavam esperando do lado de fora se parecia ter espaço dentro do local?

Percebeu uma silhueta aproximar-se do vidro. Os cabelos platinados compridos tornavam difícil observar detalhes do seu rosto, porém, os olhos daquele homem podiam ser notados mesmo a uma certa distância. Expressivos, e de um tom de vermelho intenso, aquele olhar podia ser considerado assustador por muitos. Yuuri, porém, se viu fascinado e questionou a si mesmo como lentes de contato daquela cor poderiam parecer tão naturais.

De repente, aqueles olhos se voltaram em sua direção. Sentiu um frio subir pela espinha e rapidamente desviou o olhar, tentando ignorar o fato de que tinha sido pego encarando.

Ele teria duas opções, encarar a fila para comer seu Kebab, ou deixar para lá. Sua barriga roncou, respondendo imediatamente: esperaria.

Virou seu corpo e preparou-se para uma longa caminhada até o final da fila.

— Ei, garoto. — Uma voz grossa gritou fazendo com que ele se assustasse. — É, você mesmo do óculos azul.

Yuuri encarou o segurança com uma expressão confusa. Após soltar o "walkie talkie" que estava acoplado em seu terno, abriu passagem para o garoto entrar.

— Posso entrar? — Aquilo era no mínimo estranho, por que justo ele?

— Ordens dos convidados.

— Mas eu não so-

— Garoto, vai entrar ou não? Eu tenho meu serviço para fazer.

Estava confuso, ele não era amigo de convidado nenhum, nem ao menos sabia que teriam convidados especiais essa noite no pub. Porém, acabou aceitando e entrou sem nenhum protesto, o desejo por comida falou mais alto.

O ambiente tinha uma quantidade razoável de pessoas, mas a maioria estava perto de um pequeno palco formando um aglomerado. Talvez estivessem esperando algum cantor ou banda, isso só o fez se perguntar os motivos para alguém ter autorizado sua entrada, não era amigo de nenhum famoso, nem ao menos sabia quem estaria ali. Resolveu ignorar esses pensamentos e se concentrar no que realmente importava, seu kebab favorito.

Para sua sorte, o local onde desejava ir estava livre. Cruzou a placa metálica que dividia a área do palco e o lounge de recepção, indo em direção as escadas, logo então acessando o primeiro andar, onde ficava o restaurante.

As mesas estavam em sua totalidade ocupadas, optou então por sentar na bancada, no último banco da fileira. Achou que desse jeito teria mais privacidade, já que quando alguém fica por ali significa que está buscando companhia, essa tinha sido uma das várias lições que ele tinha aprendido com Isabella desde que começara a frequentar esse pub.

Prontamente uma garçonete apareceu com o cardápio. Mesmo sabendo o que iria querer, estava querendo inovar com a bebida, então decidiu dar uma rápida olhada para refrescar a memória sobre o que eles serviam lá.

— Já escolheram o que vão pedir? — A mulher retornou, dessa vez segurando um pequeno aparelho que usava para anotar os pedidos

— Pode trazer dois Whiskys. — Sentiu todos os pelos do seu corpo arrepiarem-se quando a voz respondeu. Subiu os olhos e encontrou alguém sentado na cadeira que estava vazia ao seu lado, a mesma pessoa que tinha visto na janela antes de entrar. — A não ser que você não beba...

Yuuri sentiu seu rosto queimar levemente quando encarou aqueles olhos vermelhos. Sentia-se hipnotizado, as palavras não saiam de sua boca, era uma cena constrangedora. Conseguiu, por fim, assentir com a cabeça, confirmando as palavras do outro.

— Certo, vou preparar o drink de vocês. — Falou ao sair, deixando os dois a sós.

Quem era aquela pessoa, de onde teria surgido e o que queria? Ele era atraente, charmoso, o que alguém assim iria querer com ele? Arriscou um olhar para o lado, percebendo que o estranho o olhava com um sorriso. Era um sequestro? Estava sendo confundido com alguém?

— Você é uma graça, posso ter o prazer de saber o nome da pessoa para quem estou pagando um drink?

— Yuri..

— Eu sou o Viktor, é um prazer. — Por impulso, o outro estendeu a mão de uma maneira desajeitada, arrancando uma leve risada de Viktor. Ao invés de apertar, tomou a mão do outro para si e depositou um beijo lentamente nela, o encarando com um sorriso no final. — Não precisa ter vergonha de mim, somos só duas pessoas conversando casualmente.

— Não estou com medo... Isso só foi uma atitude meio inesperada.

— Eu sou cheio de surpresas. — Disse, arqueando a sobrancelha um pouco. — O que traz um rapaz tão adorável como você aqui?

— Promoção de Kebab. — As palavras saltaram de sua boca, arrependeu-se de ter sido tão impulsivo, que tipo de pessoa vai para um pub comer?

— Você vem para comer?

— Eu posso explicar! — sentiu seu rosto queimar outra vez — É porque esse é o único lugar da vizinhança que vende comida árabe! E por causa disso eu venho toda segunda feira com a Isabella para essa promoção depois do trabalho. Só que hoje ela está presa no serviço e eu vim sozinho!

— Obrigado pelo relato. — respondeu brincalhão. — Isabella é sua namorada?

— Não, somos só companheiros de apartamento.

— Ah, ótimo, isso me deixa mais feliz.

— Você está a fim dela?

— Hã? — Viktor pendeu a cabeça para o lado, lançando um olhar confuso para Yuri, que ria nervoso. Quando entendeu a situação, repousou o seu cotovelo na bancada. — Para você faz mais sentido que eu esteja dando em cima de alguém que eu não conheço do que a ideia de que eu esteja interessado em você? — Foi respondido com silêncio. A garçonete quebrou o gelo entre os dois trazendo o whisky para eles.

Era difícil não deixar sua insegurança falar mais alto, era algo que Yuuri trabalhava desde que era muito pequeno, tinha que admitir que era algo difícil, mas ele tentava. Esperava que sua crise não tivesse afastado o outro, mesmo ele achando que suas chances eram mínimas.

— Aqui tá...Tá bem cheio, não é?

— Não sei, é a primeira vez que eu venho. Sou novo na cidade.

— Sério? Talvez a gente se esbarre mais vezes por aqui.

— Eu espero. — Yuuri respondeu com uma leve risada, Viktor deu um longo gole em seu copo.

— Bem, como é minha primeira vez aqui você poderia me mostrar a pista de dança, essa música parece ótima para dançar. — Jogou seus longos fios para o lado, penteando alguns rebeldes com os dedos.

— Claro. — Disse sem pensar duas vezes, já se levantando meio corado com seu copo.

O outro soltou uma leve risada e sinalizou para ele mostrar o caminho. Os dois desceram juntos pela escada, indo em direção ao piso de metal onde começava a pista de dança.

Viktor começou a levemente balançar seu corpo no ritmo da música, era um passo mais lento, mesmo que a batida fosse boa e atraente. Yuuri encarou aquela situação como um convite, e dançou na companhia do outro.

Ambos curtiam o balanço de cada nova melodia que era anunciada. Estavam cercados de pessoas, mas sentiam como se estivessem sós ali. Era como se os corações estivessem batendo em harmonia, era um sentimento de completitude, nada ao redor deles importava.

Yuuri não conhecia o par de olhos vermelhos, não sabia nada a não ser seu nome. Contundo, sentia-se hipnotizado pelo seu olhar, como se fosse uma espécie de correnteza que o puxasse para dentro com cada vez com mais intensidade.

Antes que pudesse notar, já sentia a respiração do outro perto de seu ouvido enquanto eram embalados pela música. As mãos de Viktor desceram pelo seu tronco e o viraram de costas, logo o abraçando por trás. O nariz dele foi pressionado contra seu pescoço, como resposta, só conseguiu jogar sua cabeça levemente para o lado, subindo sua mão até a nuca do outro.

Seu coração batia cada vez mais rápido em seu peito, todos os pelos se eriçavam pelo toque gélido da mão de Viktor. Não era costume seu deixar que as coisas acontecessem assim, por que ele não conseguia parar? Por que esse estranho estava causando tantas reações nele?

Uma forte vibração fez com que se separassem repentinamente, era o seu celular lembrando da hora de ir para casa. Ele precisava correr para responder um e-mail que ficou pendente do seu último dia antes do recesso.

— Foi meu celular, eu preciso ir. — Disse meio rápido.

— Calma, já? Mas você acabou de chegar.

— Eu sei, é porque eu fiquei com umas pendencias hoje no trabalho e eu tenho um certo prazo para enviar.

— Está tentando se livrar de mim? — A mão de Viktor acariciou o rosto de Yuuri, fazendo com que ele corasse.

— Não, claro que não — Afirmou.

— Então, o que você vai fazer amanhã?

— Nada demais...

— Ótimo. — Falou, já estendendo dois tickets em sua direção. — Pode levar sua colega de quarto se quiser. Te perdoo por ir embora se você for amanhã.

— O que é isso?

— Ingressos para um show. — Retrucou com um sorriso. — Consegui com um amigo.

— Eu não posso te garantir nada...

Viktor se aproximou o suficiente para que seus lábios quase tocassem o rosto de Yuri.

— Vou estar esperando você — sussurrou. 

25 de Fevereiro de 2018 às 20:46 0 Denunciar Insira Seguir história
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Maria Diamandis I like to write gay stuff sometimes

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