jace_beleren Lucas Vitoriano

Antes de Peter Pan ou do capitão Gancho, a Terra do Nunca já possuia seus perigos. Lá aventuras, muitas vezes sangrentas, eram travadas. Embarquem para essa terra mágica em uma aventura sombria e emocionante. Bernanrd Fokkes, capitão do temivel Holandês Voador, desembarca na Terra do Nunca para uma importante missão, mas para isso devera tomar cuidado com os selvagens garotos que habitam as florestas, os Meninos Perdidos, assim como outros perigos que espreitam nessa terra encantada.


Fantasia Fantasia negra Todo o público.

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Parte I

Era uma noite como tantas outras na Terra do Nunca, a misteriosa ilha que ficava em algum lugar que ninguém sabia ao certo. A origem daquela terra mística era desconhecida pela maioria de seus habitantes, mas sabia-se que o lugar existia em algum lugar entre os sonhos e a realidade. Era uma ilha vasta, com densas florestas que abrigavam todo tipo de mistérios. Uma grande montanha ficava em seu centro, mas ninguém havia subido até seu topo e as histórias que contavam acerca de lá eram mais numerosas do que a quantidade de folhas de uma árvore.

As águas que rodeavam a ilha eram calmas, mas se enganava quem achava que não ofereciam perigos. Navegando sobre elas, um imponente navio pirata estava a espreita, com sua vela negra, velha e rasgada, balançando ao sabor dos ventos. O navio nunca tocava as águas, seu casco sempre pairava a alguns metros dela, levitando como uma assombração. Era o Holandês Voador, comandado pelo seu sombrio capitão, Bernard Fokkes, e composto pela sua tripulação de piratas desgarrados e ambiciosos.

Fokkes era um homem cruel, tendo cometido atrocidades das mais variadas. Apesar disso, até mesmo aquele experiente capitão sentia medo. Não temia homem algum, mas o motivo de seu medo vagava por debaixo das águas traiçoeiras da Terra do Nunca naquele exato momento. Temia o povo das profundezas, as sombrias mulheres que levavam a ruína qualquer um que ouvisse suas vozes melodiosas.

Apoiado no parapeito de seu navio, Fokkes conseguia distinguir, mesmo que vagamente, os vultos de suas eternas inimigas. As formas parcialmente humanas nadavam na água, submersas, suas caudas de peixe agitando-se sutilmente. Um calafrio percorreu o corpo do velho capitão. Era um homem com cerca de quarenta anos, a barba negra, emaranhada, já possuía alguns fios grisalhos. O olho direito havia se perdido há muito tempo, e o velho pirata colocara um substituto de vidro em seu lugar. Virou-se para o segundo em comando, um homem negro, robusto, que possuía o corpo adornado por estranhas tatuagens. Chamava-se Corvo e quase nunca proferia palavra alguma, o homem era ainda mais sombrio do que seu capitão.

— Desça a ancora, vamos atracar aqui. Levarei doze homens comigo, nas canoas, precisamos adentrar na floresta com os tesouros que saqueamos — disse o capitão, com sua voz rouca e amargurada.

Com um aceno positivo, Corvo acatou a ordem. Poucos minutos depois, o casco do Holandês Voador tocava as águas. A tripulação reuniu-se logo em seguida, todos assustados. Não sabiam quais deveriam ficar no navio e quais deveriam partir, mas as duas opções eram desagradáveis. Aos que partiam, deveriam enfrentar as feras da ilha, incluindo os temíveis índios e os garotos selvagens que lá viviam. Aos que ficariam, restaria o medo das habitantes das profundezas.

Não agradava a Fokkes o que teria que fazer a seguir, mas trato era trato, e, apesar de ser um assassino e saqueador, o pirata era um homem que tinha seu código de honra, jamais faltava com sua palavra. Com cautela, escolheu os doze homens que o acompanhariam. Gostaria de levar Corvo consigo, pois era seu subordinado mais eficiente, mas sabia que a presença do homem era indispensável no navio pirata. Devido a isso, deixou-o de fora, mas escolhera muitos homens notáveis para acompanha-lo. Debby Crane, o homem magro, de braços alongados, que andava sempre armado com dúzias de adagas. Jules Dish, especialista em armas de fogo, sempre armado com seu par de pistolas. Tom Rudick, um homem tão grande quanto o urso e mais selvagem que um lobo. Era um beberrão, um troglodita sem escrúpulos que podia quebrar pescoços facilmente com as mãos nuas, embora andasse sempre com uma espada presa a cintura. Esses eram apenas alguns dos nomes mais notáveis que acompanhariam o capitão Fokkes na missão.

As canoas foram preparadas, quatro delas. Cada uma carregada com um baú repleto de tesouros, saques que o Holandês Voador efetuara no último ano. Fokkes liderava uma das canoas, Debby Crane, Jules Dish e Tom Rudick lideravam as outras três. Silenciosas, com os remos tocando gentilmente as águas, as canoas começaram a deslizar sobre as águas.

Não muito longe dali, iluminadas parcamente pela pouca luz que a lua minguante produzia, rostos parcialmente submersos observavam tanto o navio quanto as canoas. Eram belas mulheres, as peles possuíam escamas levemente azuladas e os olhos eram escuros e misteriosos. Os rostos estavam quase que totalmente dentro da água, mas os olhos estavam acima, sempre atentos. Os cabelos, de diferentes cores, flutuavam sobre as águas como redes de algas.

Elas ficaram ali por longos segundos, apenas observando. Então, uma delas mergulho nas águas, uma longa cauda de peixe seguiu seu movimento, agitando-se e logo também afundando. As outras mulheres a imitaram e, segundos depois, não era possível ver mais nenhuma delas. Como tudo que afunda nas águas, elas despareceram totalmente.

5 de Março de 2023 às 11:11 0 Denunciar Insira Seguir história
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