mayakthjjk Mah 🐯

Livro 2 - Continuação de The Melody of the Silence O que é mais importante: a amizade, a lealdade ou o amor? Enquanto Jungkook e Taehyung estão desfrutando da liberdade de expressar seus sentimentos sem culpa, Kyle ainda guarda ressentimento após o término, porém decide por em prática seus desejos e encontra em Hoseok a possibilidade de viver um novo amor, mas o medo de se arriscar o impede de seguir em frente. Será possível deixar o passado para trás? E Taehyung aprenderá a ter equilíbrio e maturidade para lidar com o medo e a insegurança da proximidade de Kyle e Jungkook e o real significado da palavra união.


#25 em Fanfiction #5 em Livros Impróprio para crianças menores de 13 anos.

#surdez #jungkook #taehyung #hoseok #taekook #amizade #lealdade
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Prólogo . ˚✧┊Kyle

Pouso a caneta em cima do papel. Minha mão está tremendo demais para que eu consiga terminar de preencher, então inspiro rapidamente algumas vezes para tentar me acalmar.

Você consegue, Kyle.

Pego a caneta de novo, mas acho que minha mão está tremendo ainda mais do que antes.

— Pode deixar que te ajudo.

Ergo o olhar e vejo o instrutor sorrindo para mim. Ele agarra a caneta, pega a prancheta e então se senta na cadeira à minha direita.

— Tem muito novato que chega nervoso aqui. É mais fácil se eu preencher a papelada por você, porque provavelmente sua letra vai ficar ilegível – explica ele. — Parece até que você vai pular de um avião ou algo assim.

Relaxo na mesma hora com o sorriso preguiçoso que ele abre, mas o nervosismo volta com tudo quando lembro que sou um péssimo mentiroso. Seria muito mais fácil mentir sobre a parte médica se eu mesmo preenchesse. Não sei se consigo mentir para esse cara.

— Valeu, mas eu me viro. – Tento pegar a prancheta de volta, mas ele a tira do meu alcance.

— Calma aí... – Ele olha rapidamente o meu formulário. — Kyle Carson. – Estende a mão, ainda mantendo a prancheta fora do meu alcance com a outra. — Eu sou o Hoseok, e se pretende saltar de um avião a três mil metros de altura sob minha supervisão, o mínimo que posso fazer é terminar de preencher a papelada para você.

Aperto sua mão, impressionado com a força do gesto. Saber que entregarei minha vida a essas mãos me deixa um pouquinho mais tranquilo.

— Quantos saltos já completou como instrutor? – pergunto.

Ele sorri e volta sua atenção ao formulário. Começa a folheá-lo.

— Você será o meu número quinhentos.

— Sério? Quinhentos parece um marco importante. Você não devia estar comemorando?

Seu olhar volta a encontrar o meu, e seu sorriso desaparece.

— Você perguntou quantos saltos completei. Não quero comemorar antes da hora.

Engulo em seco.

Ele ri e cutuca meu ombro.

— É brincadeira, Kyle. Relaxe. Você está em boas mãos.

Sorrio enquanto respiro fundo outra vez. Ele começa a analisar o formulário.

— Alguma condição especial? – pergunta ele, já pressionando a caneta no espaço marcado com o “não”. Não respondo. Meu silêncio faz com que ele erga os olhos e repita a pergunta. — Alguma condição especial? Doenças recentes? Algum ex maluco com quem eu deva me preocupar?

Sorrio com a última pergunta e balanço a cabeça.

— Nenhum ex maluco. Só um muito maravilhoso.

Ele assente devagar.

— E as outras perguntas? Alguma condição especial? – Ele espera minha resposta, mas só consigo hesitar, apreensivo. Semicerra os olhos e se inclina mais um pouco na minha direção, me observando com atenção, como se estivesse tentando descobrir mais do que é preciso para responder o questionário. — É terminal?

Tento manter minha compostura.

— Na verdade, não. Ainda não.

Ele se inclina ainda mais e me encara com uma expressão de total sinceridade.

— O que é então, Kyle Carson?

Nem o conheço, mas há algo tranquilizador nele que me faz querer contar a verdade. Mas não conto. Encaro minhas mãos, unidas no meu colo.

— Se eu contar, talvez você não me deixe saltar.

Ele se inclina até seu ouvido ficar perto da minha boca.

— Se você falar bem baixinho, talvez eu nem consiga ouvir – sussurra ele.

Seu hálito acaricia minha pele na altura da clavícula, e fico toda arrepiado. Ele se afasta ligeiramente e me observa enquanto espera a resposta.

— Fibrose – respondo.

Nem sei se ele sabe o que é fibrose, mas talvez, respondendo de uma maneira simples, ele não me peça para explicar.

— Como estão seus níveis de oxigênio?

Acho que ele sabe o que significa.

— Por enquanto, tudo bem.

— Tem autorização médica?

Balanço a cabeça.

— Decisão de última hora. Às vezes, sou meio impulsivo.

Ele sorri, olha para o formulário de novo e marca “não” nas condições especiais. Então olha para mim.

— Bem, você deu sorte porque, por acaso, eu sou médico. Mas, se você morrer hoje, vou dizer para todo mundo que mentiu no questionário.

Rio e concordo com a cabeça, grato por ele estar se dispondo a ignorar isso. Sei que é algo importante.

— Obrigado.

Ele olha para o questionário e pergunta:

— Por que está me agradecendo? Não fiz nada.

A negação dele me faz sorrir. Ele continua percorrendo a lista de perguntas, e respondo com sinceridade até finalmente chegarmos à última página.

— Tá bom, última pergunta – diz ele. — Por que quer saltar de paraquedas?

Eu me inclino, tentando ler o formulário.

— Tem mesmo essa pergunta?

Ele aponta para ela.

— Tem, sim. Bem aqui.

Leio a pergunta, depois respondo com franqueza.

— Acho que é porque estou morrendo. Tenho uma lista bem grande de coisas que sempre quis fazer.

Seu olhar endurece um pouco, quase como se tivesse ficado chateado com a minha resposta. Ele volta a se concentrar no formulário, então inclino a cabeça e observo por cima do seu ombro enquanto ele escreve uma resposta totalmente diferente da que dei.

Quero saltar de paraquedas para sentir ao máximo que estou vivo.

Ele me entrega o formulário e a caneta.

— Assine aqui – indica ele, apontando para o final da página. Depois que assino e devolvo os papéis, ele se levanta e estende a mão para mim. — Vamos preparar os paraquedas, sr. Quinhentos.

─ -ˋ °. • ⸙ •. ° ˊ- ─

— Você é mesmo médico? — grito mais alto que o rugido dos motores.

Estamos sentados um de frente para o outro no pequeno avião. Ele está com um sorriso imenso, com dentes tão retos e brancos que poderia apostar que, na verdade, ele é dentista.

— Cardiologista! — grita ele. Indica o interior do avião com um gesto de mão. — Faço isso aqui por diversão!

Um cardiologista que salta de paraquedas no seu tempo livre? Impressionante.

— Sua mulher não fica chateada por você passar tanto tempo ocupado? – grito.

Meu Deus. Que pergunta mais óbvia e brega.

Estremeço só de pensar que perguntei isso em voz alta. Nunca fui muito bom em paquera.

Ele se inclina para a frente e grita:

— O quê?

Ele vai mesmo me obrigar a repetir?

— Perguntei se sua mulher não fica chateada por você passar tanto tempo ocupado!

Ele balança a cabeça, desafivela o equipamento de segurança e vem se sentar do meu lado.

— Está muito barulho aqui dentro! – grita ele, indicando o interior do avião com a mão. — Fale de novo!

Reviro os olhos e começo a perguntar outra vez.

— Sua... mulher... não...

Ele ri e pressiona o dedo nos meus lábios, mas muito rapidamente. Afasta a mão e se aproxima de mim. Meu coração reage mais ao seu movimento rápido do que ao fato de que estou prestes a saltar deste avião.

— Estou brincando – diz ele. — Você parecia tão constrangido por ter feito a pergunta da primeira vez que eu quis obrigar você a perguntar de novo.

Dou um tapa no braço dele.

— Babaca!

Ele ri, depois levanta, estende o braço na direção do meu equipamento de segurança e aperta o botão para soltar. Então me faz levantar.

— Está pronto?

Assinto, mas é mentira. Estou completamente apavorado, e se esse cara não fosse um médico que faz esse tipo de coisa para se divertir — e também por ele ser o maior gato — eu provavelmente estaria amarelando nesse exato momento.

Ele me vira para eu ficar com as costas contra seu peito e conecta nossos equipamentos de segurança até eu estar bem preso a ele. Estou de olhos fechados quando o sinto colocar meus óculos de proteção. Depois de vários minutos esperando-o terminar de preparar tudo, ele me faz andar até a abertura do avião e pressiona as mãos em cada lado dela. Estou literalmente encarando as nuvens abaixo de mim.

Volto a fechar os olhos com força, bem na hora que ele aproxima a boca do meu ouvido.

— Não tenho mulher, Kyle. A única coisa que amo é a minha vida.

Por incrível que pareça, me pego sorrindo em um dos momentos mais assustadores da minha vida. Seu comentário faz valer a pena as três vezes que me obrigou a repetir a pergunta. Agarro meu equipamento com mais firmeza. Ele me envolve com os braços, segura minhas mãos e as acomoda nas laterais do meu corpo.

— Mais sessenta segundos – diz ele. — Posso pedir um favor?

Faço que sim, assustado demais para discordar dele agora, quando meu destino está praticamente em suas mãos.

— Se chegarmos vivos no chão, posso convidar você para jantar? Para comemorar que é o meu quingentésimo?

Rio da insinuação sexual na pergunta e olho por cima do ombro.

— E instrutores de paraquedismo podem sair com os alunos?

— Não sei – responde ele, rindo. — A maioria dos meus alunos são homens, mas eu nunca tive vontade de chamar nenhum deles para sair.

Volto a olhar para a frente.

— Dou minha resposta quando a gente aterrissar em segurança.

— Justo. – Ele me faz dar um passo para a frente, entrelaça nossos dedos, e abrimos os braços. — Chegou a hora, Quinhentos. Está pronto?

Assinto, e minha pulsação acelera ainda mais. O medo que me consome provoca um aperto no peito, tenho plena consciência do que estou prestes a fazer voluntariamente. Sinto sua respiração e o vento no meu pescoço enquanto ele nos leva até a beira do avião.

— Sei que você disse que queria pular de paraquedas porque está morrendo – comenta ele, apertando minhas mãos. — Mas isso não é morrer, Kyle! Isso é viver!

E, então, ele nos impulsiona para a frente... e saltamos.

Pra quem tá chegando agora, leia The Melody of the Silence para entender a história. Boa leitura! 💜

12 de Dezembro de 2022 às 19:42 0 Denunciar Insira Seguir história
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Leia o próximo capítulo 1. ˚ੈ✩┊Taehyung

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