ca_vini Caio Vinícius

Eli fica em sexto lugar em um concurso de contos para jovens autores. Inconformado, ele busca respostas nas vidas de outros escritores. E esse nem foi seu plano mais dramático.


Conto Para maiores de 18 apenas.

#conto #escritores #sujo #sombrio #drama
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O segundo plano

Essa história jamais poderia ser contada pelo olhos do nosso perdedor. Por culpa de suas tendências fantasiosas seria perigoso, desgastante e desviaríamos sempre da mensagem para ficar aparando o seu ego. Acredite, foi tentado. Vamos então seguir comigo.


Tentarei o meu melhor.




Sequer recebeu uma carta. Para descobrir a posição em que seu nome estava, ele precisou chegar até a praça da Catedral e mirar no grande anúncio colado; de longe mal dava para ler seu nome: Eli de Andrade. Bem ao lado do número seis. Ali ele entendeu. Não havia motivos para qualquer pessoa do júri gastar tinta e selos com seu endereço, levando em conta que outros cinco escritores brilharam mais. Cinco era bastante; o suficiente para criar uma mão inteira. Eli usou a sua direita para tentar rasgar o anúncio e voltou para casa carregando além da revolta, a humilhação de ter arrancado apenas um pequeno pedaço da ponta. Mal dava para amassar.

"Nem para o vandalismo eu sirvo!" - Ele emburrou para o lado de seu motorista.

"Eu certamente achei fascinante o seu conto, senhor. Me deixou alegre."

"Não comente com ninguém. Eu quero que esta situação seja esquecida."

"Sim, senhor."


Dificilmente você deve acreditar que qualquer escritor queira ser esquecido, nós trabalhamos com a imortalidade. E, por mais que o pai de Eli não entendesse nada de escritores, ele conhecia bem a vaidade de seu único filho.


"Eu já sei o motivo desse bico, rapaz." - Doutor Borges saltou os olhos por trás do jornal como quem sai de uma moita para dar um susto. - "Entenda uma coisa... Tudo o que um escritor precisa é de ser lido. Não importa se você ficou em sexto ou em primeiro. Nós vamos financiar uma grande tiragem da sua história e distribuir para toda a cidade. Não vai ter um leitor na região incapaz de conhecer seu nome! Dane-se a qualidade dos outros. Vamos preparar uma capa irresistível; com relevos, selos e cheiros. Um bom conto para se enfeitar uma estante."


Naquela noite, Eli foi chorar em seu quarto e jogou o livro que ganhou de presente de seu pai. O motivo do choro era que, embora não tivesse sido um escritor premiado, Eli possuía certa sensibilidade para entender as asneiras que ouvira na sala de estar. De pouco ele compreendia sobre como jorrar seus pensamentos em um papel, mas ele já havia lido o suficiente para entender que ele preferia ser um grande escritor lido por quase ninguém ao invés de ser um pobre escritor rico lido por todos.

O motivo da jogada de livro era o seu título:

"Aprenda a escrever um sucesso." - Eli não queria se tornar um artista porque fez um curso pra isso. Ler um livro sobre como escrever um livro parecia mesmo o típico presente de um cirurgião. Não há órgãos, nem bactérias, nem bisturis na vida de um escritor. Por mais que haja sangue, sofrimento e traumas, esses são impalpáveis, não é necessário uma luva. Não para quem está além da carne.


O pouco que Eli sabia sobre escrever bem, ao menos ele tinha noção que alguma coisa dava para aproveitar. Isso pouco o confortou. Cansado e ofendido, ele passou a noite completamente acordado pela primeira vez na vida.


Bem de manhã, o garoto já possuía o seu primeiro plano. Dois estalos de dedo e um aceno depois, o motorista Jorge veio de longe pronto para cumprir o pedido; por mais que ainda estivesse terminando o seu café ao lado dos outros empregados.


"Eu quero o nome de todos os bons escritores das redondezas."

"Sim, senhor."

"Nome e endereço."

"Sim, senhor."

"Eu digo os bons... Não necessariamente os mais vendidos. Entendeu?

"De acordo, senhor."


Eli sabia que podia confiar no bom gosto de Jorge; a maior prova tinha sido o comentário dele sobre seu conto: "Me deixou alegre." O garoto sabia que o motorista era um ávido leitor, de família humilde, mas instruída; o que na concepção dele era a pior coisa que poderia acontecer com alguém. Ta aí... Talvez Jorge fosse um melhor escritor que ele se pudesse pagar por algumas resmas.


Não tão rápido quanto queria, Eli recebeu um lista bem curta e interessante. A caligrafia do motorista lhe causou outro desconforto. Letras sedutoras e seguras, nenhuma marca ou borrado. Os acentos e traços do T e do Q eram fálicos.


"Mas, todos desta lista são velhos!"

Jorge acabou falando.

"Talvez um bom escritor seja como o vinho."

"Não me venha com essa, Jorge. Essa hora? Não tenho tempo para envelhecer."

"Sim, senhor."

"Hoje ainda, antes do sereno cair... Você me leva até este nome: Calisto D. Marques."

"Fica bem distante, senhor."

"Melhor ainda. Me cai bem uma fuga!"


Assim feito, Eli seguiu no banco de trás pensando em como nenhum dos escritores acima do seu nome naquele cartaz estava na lista de Jorge. Ao mesmo tempo que sentiu-se vingado, o garoto ficou preocupado em ter perdido para cinco escritores que nem fariam uma lista dos melhores de verdade. Enfim, se tudo corresse como ele esperava, ao fim das suas investigações, Eli ressurgiria simplesmente imbatível no próximo concurso.


"Senhor, daqui pra frente as rodas não passam."

O caminho até a cabana de Calisto era desastroso e imprevisível. O cheiro molhado que ficou seco e depois molhado, mas então ficou um bom tempo sem secar outra vez. Um incômodo de pântano e árvores sem vaidade. Eli se despediu da decência de sua vestimenta de seguiu se afundando até alcançar a porta. Um senhor de quase setenta anos mal podia acreditar no pirralho engomado que lhe encarava.

"Calisto, o escritor?"

"Já fui mais ofendido." - O pobre riu.

Ao contrário do que se esperava pela inconveniência, Eli acabou sentado em uma espécie de mesa que facilmente poderia ter servido como a tampa de um caixão de um dos cemitérios próximos. O café, no entanto, era espetacular.


"Mas, que blasfêmia é essa? - Calisto analisou o livro que seu visitante lhe mostrara.

"Pois é, agora tem livros sobre como escrever. Meu pai me deu; ainda não decidi se foi um presente ou uma forma terrível de ofensa."

"Ah, sim, uma ofensa danada." - Calisto até esqueceu de acender o cachimbo e ficou ali meio que posando como se estivesse tentando largar o vício, mas não o hábito. - "Que merda, pelo visto já não saio há tempos."

"E o que o senhor acha?"

"Você quer mesmo saber?" - O velho escritor esperou que o garoto lhe catasse a caixa de fósforos perto do sofá. - "Se você precisa fazer um curso sobre como se tornar um escritor, então... No máximo... Serás um escritor impecável. Isto, meu jovem, é a pior tragédia que pode lhe acontecer! Balela que se aprende; esse é um dom que se recebe e doma. Ou você senta e sangra ou vai mesmo deitar... Ou você escuta um sussurro fantasmagórico ao pé do ouvido ou vais mesmo colocar um vinil para tocar. Se você estiver sentado de fronte a uma máquina por escolha e não porque fostes empurrado, então não! Só escrevas as palavras vomitadas. As fétidas e constrangedoras de preferência."


No caminho de volta até seu motorista, Eli lançou o presente de seu pai na lama; de onde provavelmente jamais sairia. Certamente, ele sentia que seu plano estava dando certo. Ele estava envelhecendo na fonte; uma máquina futurista genialmente elaborada que lhe transformaria no melhor escritor de todos os concursos.


Uma semana se arrastou junto com alguns rascunhos que acabaram queimados na lareira de seu quarto. Ao invés de escrever, Eli apenas devorou todos os livros publicados por Calisto. Corajoso, o velho escrevia como se ninguém jamais fosse ler qualquer página, apesar das possibilidades; era como se desnudar em um riacho bem pacato.


"Quem é essa Eugênia?" - Eli já estava caçando seu motorista pelos pátios do condomínio. - "Uma escritora sem sobrenome?"

"Essa nem mora tão longe. Te levo hoje ainda. Senhor."


O bar era conhecido na cidade. Bons petiscos, boas prostitutas e uma música descente. Eli exagerou no perfume ao julgar que a tal Eugênia fosse uma dessas mulheres profissionais do prazer; ele até pensou que fosse voltar pra casa com algumas lições extras sobre a vida. Com certeza o sexo era um fundamento dos bons escritores, por isso ele considerava sua virgindade uma chaga vergonhosa.


"E o senhorzinho já tem idade para beber?" - Eugênia chegou com um pano jogado no ombro. Ela era a esposa do dono do bar.


"De certo que não. Mas, você não vai se importar em me trazer uma caipirinha." - Ele acenou com duas moedas grossas.


A escritora Eugênia concordou em conversar apenas quando o movimento diminuísse. Naquele ponto, Eli já estava enrubescido pelo álcool. E arrependido também. Ele deveria ter pedido um licor do tipo que tomava ao fim dos jantares com seu pai.


"Rapaz, você já tem entre as pernas a melhor ponta tinteira dos imortais." - Eugênia apontou para o monte que a calça de linho desenhava entre as pernas dele. - "O mundo dos escritores é tão livre quanto os homens. Eu mesma só publiquei os melhores livros com um nome fantasia; "Alias" como gostam os britânicos. E de certo que escolhi um nome bem machudo!"

"Desculpe, mas eu conheço grandes escritoras."

"Patéticas, as melhores. Contam sobre casamentos e pompas, vaidades e piqueniques no parque, filhos e esperas... O medo da solidão. As melhores mulheres da literatura escrevem com nomes de homens ou morrem para reencarnar em um."

Eugênia chegou bem perto para que seu marido não escutasse; a seresta já havia terminado e o silêncio dominava o bar.

"Eu mesma me casei com um homem que mal sabe ler, não foi atoa. Se ele soubesse os mundos que habitei, ele me largaria. Então, se você quer se tornar um bom escritor nesse mundo, não se importe em pensar com a cabeça de baixo um pouco. Aproveite!"


Mais do que nunca, Eli sentia que seu plano estava no caminho certo. O encontro com Eugênia foi mesmo esclarecedor. Ele decidiu que iria explorar seu lado sexual antes que procurasse o próximo escritor da lista. O garoto só precisava tirar uma pulga de sua orelha; então antes que descesse do carro, mostrou seu cacete e o saco para o motorista.

"Você tem certeza? Eu busco sinceridade."

"Sim, senhor." - O motorista Jorge confirmou com um aceno profissional. - "O tamanho é mais que satisfatório para qualquer mulher. O senhor já é um homem."


A semana que seguiu regada de explorações luxuriosas passou voando. Ao fim de sete dias, Eli se sentia um homem de verdade. Ele entendia que a conexão da carne era uma isca para sentimentos mais abstratos. O garoto ficou vidrado em penetrar para todos os lados; ao sentir que havia possuído uma mulher ou um homem, ele tinha certeza mais e mais da fragilidade da felicidade; uma respirada tão ínfima quanto o tempo de um orgasmo em comparação ao resto de tempo que passamos.

Isso apontou para outro detalhe da sua escrita; ela deveria ser mais parecida com os coitos e nem tanto com os flertes.


Os livros que Eugênia escrevia sob um pseudônimo eram difíceis de encontrar, mas Jorge jurou que já tinha visto alguma coisa na sua biblioteca pessoal. Eli lembrou de quantas vezes ouvira falar dessa biblioteca e tudo o que ele imaginou era que o motorista empilhava alguns livros doados num canto da sala. Sua visão sobre o empregado mais fiel da casa estava ganhando certa estima. Talvez Jorge tivesse mesmo uma biblioteca interessante, um cômodo próprio para os livros; por mais que sua casa fosse do tamanho do quarto de Eli, ainda assim caberia uma pequena biblioteca com livros raros.


"Já olhou na sua coleção de livros?"

"Não, senhor. Confesso que me fugiu da cabeça, dias cheios. Mas, vou procurar hoje à noite na minha biblioteca."

"Acredito. Então, me leve até o próximo escritor da lista." - Eli mirava o terceiro e último nome no papel. - "Sinto que meu plano está funcionando. Já me sinto um escritor bem melhor!"

"Não duvido."

Antes de se dirigirem para a casa do terceiro nome na lista, Jorge tomou a liberdade de dar uma carona para a merendeira da casa; uma mulher discreta e de mão cheia que preparava a comida dos empregados há quinze anos. Eli aprendeu o nome da merendeira naquela tarde quando ela entrou no carro e foi cumprimentada por Jorge.

"Tarde, Dona Alva."


Aquele não era exatamente o nome que o garoto tentava memorizar. O nome da vez era José Eduardo Costa e Silva. Um nome grande que causou desespero e tristeza ao atingir os ouvidos da senhora na porta.

"Era meu marido." - A viúva se colocou de joelhos. - "Moço, perdoa qualquer dívida desse meu marido desgraçado, por favor!"

"Não, não é isso." - Eli só conseguia pensar que tragédia era a vida de quem tentava ganhar a vida escrevendo. Ele fez um acordo com ele mesmo naquela tarde que, se virasse mesmo um escritor digno de entrar para um lista, iria deixar a entender que sua fortuna veio da venda de seus livros; nem que tivesse que usar o esquema para lavar o dinheiro da herança. - "Eu vim para receber conselhos de um grande escritor. Mas, com esse infortúnio..."

"Minha nossa, um leitor do meu Zé?" - Ela se colocou de pé sozinha enterrando os gemidos constrangedores. - "Pois, então... Se alguém lembra dos conselhos do meu Zé sou eu mesma. Vamos tomar um café! Fiz broa de milho agorinha."


A viúva tinha mesmo muita coisa para contar; basicamente a vida toda do José Eduardo. Da puberdade até o assassinato por conta de dívidas. Eli foi levado por ela até os fundos da casa, bem próximo do muro que separava o quintal de uma enorme rocha no meio do mato.

"Ele sempre falou que queria ser enterrado aqui!" - Voltando a chorar, a viúva apontou para a lápide que mostrava um homem distinto; bigodes negros que faziam um espiral. - "Era conselho que você queria? Pois bem, olhe agora para um grande escritor. Os bons escritores são os mortos. Em vida, quase ninguém deu importância para as histórias de meu marido, coitado. Houve quem risse! Mas, ele conseguiu alguma atenção em jornais e quando foi assassinado, seus livros venderam como água por dois anos. Logo a notícia se espalhou e... Enfim, não sobrou muito depois que paguei as dívidas de meu Zé."

A viúva apertou a mão de Eli e confirmou.

"Um bom escritor só é mesmo bom depois de morto."

"Isso não me ajuda muito."

"Bom ajuda... Se você pensar que vai passar muito mais tempo defunto do que de pé, então é bom escrever, escrever e escrever logo."

"Por esse lado..."


Eli queria que houvesse mais nomes na lista que Jorge fez pra ele. O seu plano precisava de mais inspiração até que as inscrições do próximo concurso começasse. Ele entrou no carro e teve seu discurso interrompido por um cheiro familiar. Era um cheiro que havia conhecido há pouco tempo, na tentativa de dar mais carne e temperatura para sua escrita. Era cheiro de sexo, do fim dele, mas também do início e do meio. Eli ficou orgulhoso de si mesmo por ter reconhecido o cheiro, há pouco tempo atrás teria apenas aberto a janela do carro.


Depois que o motorista deixou a merendeira Alva na esquina de casa, o constrangimento entre Jorge e seu patrãozinho cresceu mais rapidamente do que a ereção testemunhada pelos bancos do carro. Eli nunca aprendera o nome da moça de mão cheia, mas de uma coisa ele tinha certeza, seu pai não contratava mulheres solteiras. Jamais.

"Como foi?"

"Desculpe, senhor?"

"O sexo, como foi? De certo foi mais que coisas com a boca, de certo."

"Não entendi, senhor."

"Bom, se você vai lutar contra as leis sagradas do matrimônio e contra as leis do homem que põe comida na sua mesa, então pelo menos me conte os detalhes. Vamos, eu sou um escritor, nada que você me disser pode me estatalar."

"Não houve nada senhor, provavelmente a Dona Alva estava com cheiro de comida."

Eli gostou da desviada. Ele riu, mas por dentro estava sentindo um amargo de inveja. Jorge tinha uma biblioteca com os melhores escritores, ele era um leitor ávido e muitos dos livros foram lidos naquele carro enquanto ele recebia um bom salário. O garoto se incomodou que Jorge estava ganhando dinheiro para se tornar um escritor melhor que ele, comendo mulheres proibidas que dariam grandes histórias e lendo os melhores livros e pra piorar ele era vinte anos mais velho que Eli... Ou seja, ele já tinha tido o tempo de envelhecer!

"Conta pra mim ou você vai ser demitido!" - Eli percebeu a braguilha aberta na calça do motorista e meteu quase a mão inteira lá dentro do rasgo escuro. Os dedos saíram melecados. - Está vendo? Vocês estava comendo, estava!"

Jorge, de tão impactado com a atitude do patrãozinho e a possibilidade de ir para a rua dos desempregados, apenas apertou o volante e não disse uma palavra até que chegassem em casa.

"Senhor, desculpe. Então venha até minha casa amanhã à noite e eu vou lhe mostrar a biblioteca e lhe contar tudo sobre essa.... Sordidez."


Eli concordou com o encontro, mas estava revoltado. O motorista tinha tudo para entrar para uma lista de grandes escritores um dia; ele era amante do escândalo, por ser pobre provavelmente viveu sofrimentos inspiradores, ele também ganhava dinheiro enquanto lia no carro e pra piorar... Eli sentiu entre os dedos, ele tinha um pau bem maior! Ele poderia escrever um livro inteiro sobre as aventuras do pau dele.


Não era hora de continuar alimentando um traidor na própria casa; o plano de Eli havia servido para quase nada a curto prazo e as inscrições para o próximo concurso estava na porta. O jovem escritor resolveu bolar um segundo plano.




Assim que caiu o sereno, como combinado, Jorge abriu a porta da frente para receber o patrãozinho. O seu quarto que havia sido transformado em biblioteca estava limpo, sem poeiras. O colchão que ele usava para dormir na sala estava enrolado em um canto. Na mesinha de centro, uma garrafa de licor esperava pela visita ilustre, os pequenos copos estavam próximos às resmas de primeira qualidade, cheias de escritas do empregado.


"Pois não?" - Jorge sentiu os joelhos fracos ao perceber lá de longe a silhueta bem conhecida da Dona Ana, então o homem carrancudo na sua frente só podia ser seu marido. Mesmo assim, ele perguntou. - "Como posso lhe ajudar?"

A resposta veio de baixo de sua visão, o motorista não queria acreditar que o marido tinha uma arma, então nem olhou, nem flagrou a faísca que lhe fez ver tudo escuro. De uma hora pra outra, segundo a viúva, Jorge virou um grande escritor.



Eli já estava cansado de flertar com a caixa de correios. Para o bem de sua paciência, chegou para ele uma correspondência que foi trazida pelo novo motorista.

"Bom, dessa vez se deram ao trabalho de enviar uma carta." - Ele riu ao ver seu nome ao lado do primeiro lugar.


O seu segundo plano caiu bem após o primeiro, ele nunca teria tido a ideia desse segundo plano sem ter conhecido aqueles grandes escritores da lista. Claro, ele ainda não sabia como ser um vencedor, não por enquanto. Até lá, as escrituras do antigo motorista serviriam para lhe render um nome, uma inspiração, isso sim Jorge foi. Sem mencionar que, com tantas histórias encontradas naquela biblioteca, Eli teria muito tempo para envelhecer.





23 de Outubro de 2022 às 23:15 0 Denunciar Insira 1
Fim

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Caio Vinícius Sigo buscando um espaço para dividir meus mundos. Seja bem vindo ✍️

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