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Era noite de festa na casa grande, o patrão havia mandado matar três bois e muita galinha fora as outras gostosuras que tinha, pois como o sol que irradia de dia assim chegou Helena a herdeira da família, entretanto a noite também tem seus encantos com a lua rainha do céu, serena e delicada nasceu Sinhá.
Quando nasceu já presa em uma senzala, sua mãe olhou em seu rosto e disse:
— Vai se chamar Sinhá, pra todo mundo lhe chamar com respeito.
A menina parece que gostou, olhou pra mãe sorrindo.
Desde seu primeiro dia de vida Sinhá aprendeu que a vida não seria fácil para ela. Ainda pequena foi tirada do seio da mãe porquê a patroa não tinha leite para amamentar a filha que lhe nascera no mesmo dia, em virtude disso cresceu frágil por falta dos nutrientes, mas cresceu forte também, a vida lhe ensinou bastante.
Com as próprias mãos ela preparava lavouras de batata, milho, feijão... E quando era a época da colheita junto com os outros escravos Sinhá -que não era sinhazinha- também colhia de tudo: algodão, café, arroz, uva os feijões que ela plantara, as batatas nos morões, as vezes de exausta ela caía tonta no chão, era pouca a comida pra aguentar todo o dia, mas Sinhá sabia que era o que tinha e reclamar não podia. Quando adoecia não tinha jeito não, ela trabalhava do mesmo jeito caso contrário não comia.
De vê da vontade de chorar, trabalhava tanto e nunca teve nenhum dinheiro, nem mesmo para comprar um único vestido de mangas bulfantes. olhava com admiração, nunca com inveja, Sinhá não sabia o que era isso, os vestidos da filha do patrão estendidos no varal, vestidos que ajudara a mãe a lavar, tão lindos eram que ela se imaginava usando, sorrindo pensava quão linda ficaria em um desses, mas ela não ousava nem tocar.
Apesar de terem a mesma idade se via a diferença: Sinhá tinha as mãos calejadas e o rosto ressecado pelo sol que lhe deixará com a pele cheia de manchas, já a sinhazinha Helena tinha a pele de porcelana, cachos dourados com belas fitas de seda, belos vestidos e sapatos, tinha uma cachorra que parecia madame, bolsas de couro, tinha até um moço bonito filho de patrão, herdeiro de terras, futuro doutor, dono de uma beleza de fazer qualquer queixo cair... Sinhá não tinha nada nem inveja Sinhá tinha.
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