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Durante uma cerimônia de casamento, a última coisa que os convidados deveriam fazer era pensar em assuntos indelicados, certo? Porém, sendo os melhores amigos dos noivos, Min Yoongi e Park Jimin estavam no meio de uma conversa nem um pouco ortodoxa para a ocasião, envolvendo regiões íntimas e línguas. E em meio à confusão ébria dos amigos e noivos, os dois descobrem que estavam enganados um sobre o outro e que a oportunidade de se conhecerem melhor estava em suas “mãos” o tempo todo.


Fanfiction Bandas/Cantores Para maiores de 18 apenas.

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"Quem tem boca vai à Grécia"

Escrito por: @LadyofSomething | @RedWidowB



Notas Iniciais: Olá, anjinhos! Antes de mais nada, espero que leiam essa

estória sem pensar que perdi de vez a sanidade. Agora, voltando à

programação normal, gostaria de agradecer muitíssimo ao @scarisvancci pela betagem e @Nutella_KPOP_ pela capa

e banner super fofos!

Vocês são docinhos <3 muito obrigada mesmo.

Enfim, boa leitura!



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Os três vivas aos noivos foram gritados logo no início da comemoração que ocorria naquele dia, quando alguns quilos de arroz foram desperdiçados e os pombinhos se beijaram mais uma vez em tantos anos juntos. Em uma cerimônia simples, a céu aberto e usando roupas brancas simbólicas, a união dos dois havia sido selada e banhada pelas felicitações e o amor de familiares e amigos.

Kim Seokjin e Kim Taehyung, os recém-casados, eram tanto os mais animados quanto a alegria da festa. Estavam vivendo o sonho que há muito desejavam, e todos ali sabiam que os risos, dancinhas e gritaria eram de pura e intensa satisfação.

E como na maioria dos casamentos, quando o salão de festas já não era mais ocupado por pessoas dançando e os noivos saíram do centro das atenções, alguns resmungos dos solteiros levemente embriagados poderiam ser escutados por quem passasse por perto.

— Superestimado! — disse Park Jimin, interrompendo a fala de seu amigo Jungkook. — Esse negócio de oral, sem ser boquete, é pura história de fanfic. Não rola, cara.

Comicamente, em meio ao clima romântico de um casamento, existia aquela mesa, onde os cinco melhores amigos dos noivos discutiam sobre sexo enquanto Taehyung e Seokjin aproveitavam seu grande dia.

Parecia cena de comédia dos anos 2000.

Ainda que meio alterados, discutiam baixo, quando Jeon Jungkook, o mais novo entre eles, posicionou-se sobre suas preferências e foi interrompido.

— Então você foi muito mal comido, Jimin — retrucou o Jeon, balançando seus cabelos loiros em negação e rindo, ébrio, da cara incrédula do amigo.

Para o dia a dia, aquela não era uma discussão tão fora da curva de seus diálogos recorrentes. Para um casamento, só fazia sentido quando lembravam quem eram os noivos.

— Óbvio que não! — A voz naturalmente doce de Jimin subiu um tom. — Apesar de preferir ser ativo, nada contra o contrário. O ponto é só que beijo grego é superestimado!

— Cunete é mais bonito de se falar — Jungkook sussurrou, refletindo consigo mesmo, ignorando os outros, que começaram a tentar se posicionar no assunto também.

— Jimin. — Jung Hoseok, o que mais tinha bebido entre eles, tocou o ombro do Park com a expressão adornada por um sorriso sarcástico. — Você foi muito mal comido, meu amigo.

Indignado e levemente embriagado, Jimin penteou com os dedos seus cabelos castanhos, puxando-os para trás.

Fitou todos voltarem a rir ao redor de si na mesa redonda, até ver que Min Yoongi, logo à sua frente, não ria, e estava olhando para as próprias mãos no colo. Não sabia se aquilo era um bom sinal, mas o álcool em seu sangue não o deixava lembrar que pensar antes de falar fazia bem.

— Yoongi não está rindo! — Apontou para o outro, esticando seu braço e o dedo indicador na direção alheia. — Você concorda comigo, não é, Yoongi?

Kim Namjoon, que estava ao lado do Min, passou seu braço por cima dos ombros desse, rindo e balançando o corpo menor que o seu.

— Vamos, Yoon, diga se concorda com o Jimin!

O pobre Yoongi, que nem abriu a boca em qualquer parte do assunto, ficou completamente vermelho.

O Park, por sua vez, não entendia muito bem como funcionavam as coisas com Min Yoongi. O pianista, que era mais velho, não parecia ter algo contra ele, no entanto, nunca falava demais. Sempre que acabavam sozinhos em algum momento, Yoongi não olhava em sua direção por mais do que o necessário, nem puxava assunto também.

As únicas certezas que Jimin tinha em relação ao rapaz de cabelos ruivos era que tanto o achava extremamente atraente quanto provavelmente nunca teria uma conversa decente com ele.

Jimin sofria calado com ambas as informações.

As bochechas fofas do ruivo estavam de cor vermelho vivo e esse balançou a cabeça negativamente em resposta ao homem do seu lado. Seus olhos pequenos e escuros fitaram Jimin por segundos, até Seokjin surgir ao lado da mesa. O recém-casado estava sorridente demais e apoiado no marido, e chamou toda a atenção para eles.

— Do que estão rindo tanto, hein? Eu nem estava aqui para contar alguma piada! — disse Seokjin, logo refletindo e completando: — Se bem que nem das minhas piadas vocês riem.

Taehyung sorriu, abraçando apertado seu companheiro.

— Também estou curioso! Vi de longe esse bico de pato do Jiminie.

Jungkook se remexeu em seu lugar, pronto para ser o porta-voz da fofoca.

— Jimin disse que não curte cunete — esclareceu, rindo das sobrancelhas franzidas de Jin. — Beijo grego, sabe? E aí…

— O besta achou que o Yoongi concordaria com ele só porque não riu! — completou Hoseok, empurrando o ombro de Jimin.

Os recém-casados se entreolharam e voltaram a fitar os amigos.

— Como que o Yoon iria concordar se ele vivia falando em lamber o Jimin todinho? — Jin comentou sem qualquer noção, graças à caixa de champanhe que havia consumido sozinho.

Por segundos, a mesa inteira entrou em silêncio total, onde somente a música ambiente parecia existir.

Percebendo muito lentamente o que disse, recebendo um cutucão nas costelas pelo marido, Seokjin abriu sua boca exageradamente, desviando seus olhos entre os dois atingidos por sua declaração. O ruivo tinha as mãos em seu rosto, escondendo o próprio desespero e vergonha, enquanto Jimin tinha os olhos arregalados em sua direção e bochechas quase roxas de vergonha.

Os olhos de Namjoon e Jin se encontraram e suas bocas se entortaram, apertadas, segurando a risada que se formou em ambas as gargantas.

Inevitavelmente e muito mais alto que antes, as gargalhadas bêbadas se espalharam, começando pelo descontrole de Seokjin.

Por minutos, foi tudo que se repetiu: os risos e afirmações do quão vermelhos estavam os dois rapazes, constrangendo-os ainda mais. E durante o restante da festa, até o horário em que os Kims esposados foram para sua lua de mel, as brincadeiras continuaram, fazendo Jimin e Yoongi perderem completamente a coragem de fitar um ao outro ou continuar bebendo.

Em alguma hora, o assunto se tornou outro e depois outro, até o céu começar a escurecer.

No momento em que Namjoon avisou — bastante desequilibrado — que precisava ir, Hoseok e Jungkook foram em seu encalço, igualmente embriagados, para chamar um Uber juntos, uma vez que moravam todos próximos.

Caso não tivessem consumido tantas bebidas alcoólicas, no entanto, teriam percebido a situação que deixaram para trás.

O Park mexia em seu telefone, envergonhado e evitando olhar para Yoongi. Já estava acostumado com a falta de diálogo entre eles, porém suas bochechas doíam de tão quentes e não havia nada mais a fazer além de ir embora.

Só não sabia como faria. Diria adeus e partiria? Esperaria o rapaz ir embora e então iria também? Ou pior: iria embora sem dizer qualquer coisa?

Jimin tinha a impressão de que não teria coragem de fazer qualquer uma das opções, já que permaneceu mais alguns minutos fingindo que algo muito interessante se passava na tela de seu telefone.

Era estranho estarem sozinhos. Eles não tinham muito em comum — ao menos era o que o mais novo imaginava —, e o outro parecia compartilhar de seu pensamento, já que também não tentava qualquer aproximação. Mesmo com a afirmação de Jin, tinha certeza de que o mais velho não simpatizava daquele jeito com ele.

Jiminie?

De olhos novamente arregalados, deixou seu olhar desviar da tela do smartphone para o rosto corado do Min.

— S-sim? — gaguejou, logo se sentindo estúpido por isso.

— Você pode me ajudar a chegar em casa? Acho que exagerei na bebida.

O pedido e a iniciativa deixaram Jimin surpreso. Ele nem sabia onde o mais velho morava e nem sequer imaginava que algum dia conheceria o lugar sozinho.

Dessa forma, assentiu, abobalhado, e pediu o endereço alheio para solicitar o transporte pelo aplicativo. Seus dedinhos digitaram as informações meio embaralhadas, fazendo-o agradecer pela primeira vez na vida por ter corretor automático em seu teclado.

Não era nada demais, mas estava nervoso. Yoongi pediu algo para ele e isso poderia muito bem ser considerado uma tentativa de diálogo, então sua mente entrou levemente em pane.

Para aumentar ainda mais seu nervosismo, Yoongi se aproximou e tocou em seu cotovelo flexionado, observando de pertinho a tela de seu telefone que mostrava o desenho do aplicativo onde o motorista se encontrava.

O coração do Park parecia pronto para pular em sua garganta a qualquer momento, pois o outro permaneceu ali, grudado em seu ombro, até o motorista avisar que estava próximo do local.

Assim que o carro estacionou em frente ao salão de festas, Jimin prendeu sua respiração. Yoongi, segurando seu ombro e encostando seus lábios na orelha dele, sussurrou:

— Me acompanha até meu apartamento?

Como se fosse um robô, Jimin balançou a cabeça positivamente e caminhou até o automóvel, sentindo suas pernas amolecerem mais e mais a cada passo.

Não era nada, certo? Yoongi só precisava de ajuda — apesar de ele ter quase certeza de que o mais velho não havia bebido tanto assim.

Entraram no veículo e logo perceberam que o Uber era um senhorzinho simpático, pequeno como o meio de transporte que dirigia.

Entretanto, apesar da simpatia do condutor, estar em um espaço fechado como o banco traseiro de um carro pequeno pareceu muito mais incômodo com o silêncio entre os dois passageiros.

O Park talvez não classificasse como exatamente incômodo, e sim como tenso. Yoongi não disse mais nada, nem olhou em sua direção durante a viagem, e toda a esperança sobre aquela ser uma situação diferente, que acumulou com o pedido inicial — mesmo que não admitisse que o fez —, havia se tornado tão pequena quanto uma formiga.

O pior para Jimin era que não eram estranhos um para o outro, mas ainda se tratavam como tal. Ele gostaria de ouvir mais a voz rouca do mais velho e conhecê-lo individualmente, não só escutando suas histórias e cotidiano aqui e ali em encontros de amigos.

Assim, logo que desceram do veículo após pagar a corrida e agradecer ao motorista, Jimin se sentiu muito mais aliviado, ainda que triste pela ilusão que criou sozinho.

Se fosse sincero, diria que o silêncio noturno das ruas parecia muito menos incômodo que o silêncio proposital — talvez acanhado — dos dois dentro do Uber.

Sua reflexão, que incluía decidir como e onde se despediria do outro, foi cortada no momento em que os ares frios da rua foram deixados para trás e ele se viu em curto espaço ao lado do mais velho novamente, na recepção do prédio.

Ouvia apenas o som metálico do elevador mesclado à respiração levemente acelerada do Min.

Deslocado, Jimin preferiu fitar a tela que indicava os andares e esperar que a despedida partisse do ruivo.

— Sabe... — Yoongi começou de repente, esbarrando seus ombros e mãos. — Eu nunca fui à Grécia, Jimin.

A frase ficou no ar, com jeito de incompleta.

— Eu também não, Yoon — respondeu, esbarrando seu ombro igualmente, entrando no que acreditou ser uma brincadeira de bêbados.

— Mas... — Viu-o respirar fundo, antes de completar: — Eu sei fazer umas coisas gregas como ninguém — brincou Yoongi, olhando-o de lado e piscando devagar, totalmente contrário à confusão que se instalou na cabeça do Park.

As portas se abriram e os dedos do mais velho se atreveram a tocar e enroscar nos de Jimin. Yoongi se pôs à sua frente, sorrindo fechado com as bochechas novamente coradas.

— Deixa eu te mostrar?

— O quê? — Jimin perguntou baixinho, perdido pelas atitudes alheias e envergonhado pelos dedos enroscados e o sorriso bonito que se abriu na expressão sapeca do mais velho.

— Vem que eu te mostro.

E Jimin foi, muitíssimo confuso, diga-se de passagem. Para início de conversa, nem ao menos havia entendido do que estavam falando, ou como acabou de mãos dadas com Yoongi no final.

O polegar do Min acariciou sua mão todo o tempo que levaram subindo até o andar pretendido, e seus ombros continuaram encostando um no outro vez ou outra.

Jimin permanecia sem entender, apesar de gostar da sensação.

Ao chegarem ao apartamento, observou o ruivo destrancar sua porta com a mão tremendo levemente, atrapalhando-se antes de abri-la. Os ombros do mais velho estavam mais tensos quando passaram pela entrada, mas nada se comparou à feição aterrorizada com a qual se virou em direção a Jimin ao chegarem à sala de estar.

— Ok, eu não sabia que isso ia funcionar. — O Min esfregou o rosto com a mão livre, não soltando a de Jimin inconscientemente. — Eu…

— Yoon, eu não tô entendendo nada — o Park o interrompeu, sendo sincero e igualmente constrangido.

Então a realidade se chocou contra a face do mais velho, que arregalou os olhos e boca.

— Puta merda — Yoongi disse, virando as costas para ele com as mãos escondendo o rosto. — Puta que pariu!

— Yoon? — o mais novo tentou chamá-lo, tocando o ombro alheio.

Yoongi voltou a xingar o nada e afastou-se do toque.

— Pode ir, Jimin, sério. Obrigado por me ajudar.

O Park precisou de alguns segundos para processar que estava sendo dispensado.

— Você quer que eu vá?

Com os ombros caídos, o ruivo caminhou em direção ao sofá de sua casa e jogou-se nele. Olhando para o teto, finalmente sem cobrir o rosto, permitiu que Jimin visse a careta de desapontamento que estava fazendo.

— Você realmente não entendeu? — inquiriu com a voz quase quebrada, ignorando a questão de Jimin.

Ele deu dois passos em direção ao Min, parando quando percebeu os olhos esperançosos que o fitavam.

— Desculpe, Yoon. Eu realmente não entendi…

Encolhendo suas pernas até encontrar o tronco, Yoongi as abraçou e encostou seu rosto nos joelhos.

— Meu Deus… — murmurou angustiado. — E por que você veio comigo?

Foi a vez do mais novo sentir vontade de se esconder. Ele mordeu o lábio inferior, sem jeito, e olhou para o chão.

— Porque eu gostei de segurar sua mão… — confessou. — De como estávamos... E você disse que me explicaria aqui, então eu só te segui.

Yoongi acabou sorrindo ligeiramente.

— Você gostou?

— Sim — respondeu com sinceridade.

Alguns instantes de silêncio se passaram, enquanto os dois tomavam coragem de fazer algo sobre a situação. O moreno não sabia se deveria dar meia-volta, pedir desculpas e ir embora, e Yoongi não sabia mais como utilizar a cantada que Jimin nem entendera.

— Eu acho que…

— Eu quero chupar você. — Yoongi interrompeu, logo se arrependendo da escolha de palavras ao ver Jimin quase cair duro no chão.

Os olhos dele pareciam tentar fugir das pálpebras, de tão abertos que estavam, e as mãos pequenas e bonitas cobriram as bochechas e boca que também expressavam completo espanto.

— Meu Deus! — Jimin imitou o mais velho e cobriu completamente o rosto. — Como assim?!

— Pelo amor de Deus, não me faz explicar isso também! — suplicou o outro, num tom de desespero.

Foi assim que acabaram se encarando e, sem muito jeito ou explicação, começaram a rir. A situação era tão absurda em ambas perspectivas que as risadas foram se intensificando cada vez mais, sendo incentivadas pela forma com que o momento parecia mais e mais insano.

Yoongi não havia acabado de admitir que queria ter relações sexuais com ele. Não mesmo. Jimin não conseguia acreditar nisso. E o Min também não acreditava que tinha confessado tal coisa em voz alta, então restava fingir que tinham perdido a cabeça e que estavam embriagados ainda.

Assim, a falta de ar chegou aos seus pulmões ao mesmo tempo que percebiam que a leveza finalmente atingia seus ombros.

Por que tudo aquilo era tão absurdo? Por que Yoongi não poderia desejar algo assim?

Enxugando os cantos dos olhos que lacrimejaram durante o riso, o mais velho disse:

— Sente aqui, Jimin, por favor.

Preferindo nem pensar muito, o moreno o fez. Caminhou o pouco que o separava do sofá e sentou ao lado do Min.

— O que você achou do que o Jin falou hoje? — Yoongi foi direto ao assunto.

Talvez fosse a falta do que perder, ou a forma com que os olhos de Jimin passaram a observar seu rosto em movimento triangular — de seus olhos à boca —, que fez o mais velho arriscar de uma vez.

— Que ele fez uma brincadeira de mau gosto. — Coçou sua nuca e sorriu fraquinho. — E que você não me via assim.

Yoongi olhou para o próprio colo e suas mãos nele, exatamente como fez durante a conversa na mesa da festa.

— Você pensou errado. Na verdade, tudo o que você pensou hoje sobre mim foi errado.

O Park passou a olhar para as mãos alheias também.

— Você não sabe tudo o que pensei de você.

A atenção do mais velho voltou ao seu rosto.

— Sim, mas tudo o que você falou que pensou sobre mim estava errado — afirmou com tom de voz amena. — E eu gostaria de esclarecer tudo, pode ser?

Jimin balançou a cabeça, dando a permissão que o outro pediu.

— O Jin falou literalmente as palavras que eu já disse para ele. — Respirou fundo e suspirou antes de continuar. — E eu não acho que você estava certo sobre beijo grego, por isso fiz a piadinha sobre saber fazer “coisas gregas”. Porque eu gostaria de provar a você que você está errado.

A expressão facial do moreno foi mudando claramente, de acordo com o tempo que levou para assimilar tudo o que ouviu. Primeiro seus lábios se comprimiram, suas sobrancelhas foram se erguendo lentamente e então, como esperado por Yoongi, seus olhos se arregalaram pela milésima vez no dia.

— Você quer… — ele não conseguiu completar a fala.

— Sim — afirmou o outro, sem esperá-lo explicar muito mais.

Eles se encararam, olhos nos olhos, por tempo suficiente para que Jimin enxergasse verdade nas palavras que ainda ecoavam em sua cabeça.

Não era a situação mais romântica que já havia vivido, óbvio, mas algo fazia com que tivesse a impressão de que, partindo do Min, aquilo não era somente sobre sexo.

Todos sabiam que Yoongi não perdia a compostura, inclusive ele. O mais velho não falaria tudo aquilo apenas porque queria dormir com ele.

— Por quê? — inquiriu então. — Você não precisa me provar nada, e eu não acho que você seja o tipo de cara que sai por aí oferecendo esse tipo de coisa.

O rosto do ruivo se tornou escarlate como seus cabelos.

— Porque realmente não é o caso. — Uma de suas mãos pousou no pequeno espaço entre os dois, e seu corpo pendeu em direção ao de Jimin. — Eu não ofereceria isso para alguém por quem eu não sinto atração… e que não fosse você.

Sem palavras, Jimin apenas seguiu suas vontades: encurtou ainda mais a distância entre eles e o beijou.

Poderiam conversar depois sobre tudo aquilo, quando toda a tensão de seus corpos houvesse se dispersado nos toques que não conseguiriam restringir por muito mais tempo.

Yoongi correspondeu com volúpia, virando seu corpo inteiro para frente de Jimin, com os joelhos o apoiando no sofá, e o fazendo mudar de posição juntamente.

Com os lábios pescando uns aos outros e o calor irradiando de seus corpos, mexeram-se até juntar suas temperaturas, com o Park deitado de costas no sofá e o mais velho entre suas pernas, grudando seus peitos.

O peso de Yoongi tirava seu fôlego, mas era bom. Jimin gostava da sensação de ser coberto daquela forma, principalmente quando cada movimento do Min o permitia sentir no tato a estrutura firme que compunha o outro. Os músculos pouco volumosos do abdômen que as blusas largas escondiam, os ombros largos que fez questão de apertar e a virilha que, contra a sua, parecia efervescer...

Yoongi não fez questão de esconder que o beijo tinha segundas intenções. Enroscava suas línguas ao mesmo tempo que estimulava ambos com os movimentos de seus quadris.

E Jimin só conseguia suspirar, endurecendo sob os panos das calças enquanto suas pernas tremiam e tensionavam ao redor do mais velho.

De repente, uma luz de alerta se acendeu na mente do Park.

As mãos que apertavam o corpo alheio antes, empurraram os ombros do Min, que imediatamente saiu de cima dele e encarou-o assustado.

— Eu fiz algo que te incomodou? Descul-

Jimin balançou as mãos exasperado, recuperando o fôlego antes de se explicar.

— Banho. Eu preciso de um banho.

Quase automaticamente, o pianista bateu com a mão na testa.

— Por que tudo tá virando um drama? — disse sem esperar resposta, levantando em um pulo e puxando Jimin pela mão em seguida.

Pelo caminho até o banheiro, permaneceram novamente de mãos dadas, e o mais novo pôde observar a decoração da casa para evitar pensar que estava andando por ela com uma ereção causada por beijos que trocou com o dono do lugar.

Yoongi o levou para o banheiro de seu quarto, onde Jimin percebeu que a decoração da casa inteira era completamente neutra, branca e preta. Parecia com o Min.

Em frente ao banheiro, encarou o mais velho.

— Quer entrar comigo?

Ficou claro que o ruivo não esperava a pergunta, mas mesmo assim aceitou, graças à velocidade com que balançou a cabeça positivamente.

Jimin sorriu, logo tendo o sorriso fechado pelos lábios que encontraram os seus novamente.

Entre beijos atrapalhados e roupas difíceis de tirar, perderam minutinhos, que serviram para os dois refletirem sobre como era boa e, ao mesmo tempo, estranha a forma como estavam confortáveis um com o outro.

Era culpa da conversa estranha, que mais parecia uma confissão de sentimentos? Ou eles só tinham o que chamavam por aí de “química”?

Não sabiam a resposta, nem arriscaram indagar um ao outro sobre.

No momento em que entraram no box do chuveiro juntos e Yoongi ligou o registro de água morna, nada mais fez diferença também, pois a quentura do líquido escorreu em suas peles se unindo à calidez do atrito entre seus corpos.

Seus troncos estavam grudados, igualmente aos seus lábios, e seus membros tesos escorregavam um no outro pelos movimentos pélvicos que nenhum dos dois fez questão de esconder.

— Deixa eu ensaboar você — Yoongi pediu.

Jimin soltou um risinho. Em outra situação, consideraria o pedido fofo.

— O que você quiser.

O mais velho deu um selinho nos lábios grossos do moreno e então o soltou para pegar uma quantidade considerável do sabonete líquido que estava na prateleira ao lado do chuveiro.

Esfregou as mãos cheias de sabão até formar espuma, rindo da forma curiosa que era observado, e então pousou suas palmas no abdômen firme de Jimin.

Seus dedos subiram massageando as curvas e músculos, redesenhando com espuma e desejo as linhas que formavam o corpo belo do Park.

Jimin suspirava baixinho a todo o momento e derreteu assim que as mãos de Yoongi rumaram ao sul de seu corpo.

O sabonete deixou tudo mais fácil, e os olhos que o observavam com brilho de luxúria renderam o mais novo.

Os dígitos e palmas rodearam a ereção de Jimin e, vagarosamente, subiram e desceram pela extensão.

O Park precisou se encostar na parede fria e úmida, evitando que suas pernas cedessem ao prazer que Yoongi causou com tão pouco.

Vergonhosamente — ou não —, não demorou para se derramar nas mãos ensaboadas e no chão molhado pela água que deixaram ligada.

O Min, vendo-o revirar os olhos e escorregar pela parede, segurou-o pela cintura e puxou para perto, entrando debaixo da água novamente.

Jimin tremia de prazer em seus braços, enquanto o pianista beijava suas bochechas quentes e esperava-o se acalmar.

Seus olhos se encontraram mais uma vez e o mais velho disse:

— Termine aqui, tudo bem? Espero você no quarto.

Yoongi tinha deixado bem claro o que gostaria de fazer com ele, então não foi difícil de entender o que "terminar" queria dizer.

O Park tomou seu banho sozinho então, levando apenas o tempo necessário, ciente de que pensar demais não permitiria que ele terminasse aquela noite como gostaria.

Também não queria que o outro começasse a se arrepender.

Assim, terminou e enxugou seu corpo com uma toalha que encontrou pendurada ao lado do box. Enrolou-a em sua cintura e saiu.

O quarto estava silencioso e Yoongi olhava para o teto do cômodo, deitado em sua cama de casal. Não tinha percebido a presença de Jimin, e os segundos que demorou para fazer isso foram o suficiente para o Park admirá-lo.

O Min ainda estava nu, apesar de não mais excitado, e Jimin só conseguia pensar que aquilo era como um sonho erótico muito maluco da sua cabeça, porque nunca se imaginou tendo a sorte de ver um homem tão bonito como o outro daquela forma.

— Já? — Yoongi indagou ao vê-lo, sorrindo daquele jeitinho que Jimin gritava internamente sempre que via.

Confirmou com a cabeça, voltando a se sentir tímido.

Aquilo estava realmente acontecendo, ele repetia em sua cabeça.

— Então vem aqui comigo. — Bateu na cama o chamando.

O Park foi até o móvel e se sentou ao lado do ruivo, que o fitou com ternura totalmente distinta do momento.

— É muito errado eu dizer só agora que gosto de você? — perguntou o mais velho. — Porque eu gosto, e não sei como ficarei depois que isso acabar e você sair pela minha porta sem olhar pra trás.

A garganta, boca e lábios de Jimin secaram. Já era muita informação, muito o que pensar, e a afirmação de Yoongi caiu em sua mente como uma bomba.

Yoongi gostava dele? O Yoon que nunca falava direito com ele? Que ele desejava tocar e encher de carinhos desde a primeira vez que o viu?

Yoongi gostava dele.

E se ele não gostasse de volta?

O que ele estava fazendo ali?

Como havia chegado ali?

— Você não precisa me corresponder — o mais velho logo esclareceu, balançando os braços para chamar a atenção do moreno. — Eu não estou te dizendo isso para te coagir a gostar de mim, Jimin. Eu sei que ao menos atração você sente… — Apontou para ele e para si. — Eu só quero saber se você está disponível emocionalmente. Se eu posso tentar te conquistar.

A resposta automática que veio à ponta da língua de Jimin era que sim, estava. E foi isso que disse.

— Eu já tenho sentimentos por você, Yoon — afirmou devagar, soando cuidadoso. — Não posso te garantir que são intensos como os seus, mas posso dizer que estou disposto a chegar lá…

Suas vistas se encontraram novamente, e os dois sorriram.

— Então ainda temos tempo para eu te mostrar muitas vezes os negócios gregos, não é?

O Park riu alto, cedendo para trás e deitando na cama. Yoongi o acompanhou, subindo em seu colo e o olhando de cima.

Suas mãos se encontraram e seguraram-se com doçura.

— Todo o tempo que precisar…

— Começando por hoje!

Yoongi o beijou em meio à nova risada que soltou, com vontade e felicidade, repetindo os carinhos a noite inteira, quando finalmente conseguiu fazer com Jimin o que os gregos supostamente faziam tão bem também.


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Notas Finais: Será que o Jimin gostou de conhecer umas coisas gregas?

17 de Julho de 2022 às 23:00 0 Denunciar Insira Seguir história
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