YOONGI
Jungkook estava mais forte. Não era qualquer força, era aquele tipo de energia que vem, como de uma explosão, que leva ao limite e quando o momento mais eufórico passa, resta apenas a fadiga dos músculos, que agora conhecem um novo limite.
Eu não conseguia acreditar que ele conseguiria aprimorar a força dele, treinando aqui no submundo comigo, a atmosfera é diferente e, para um olimpiano, pode ser cruel, mas Jungkook pegou o jeito, e assim que o período de adaptação passou, nada segurava ele.
Não fazia nem seis meses que Jungkook passou a treinar comigo, aqui no submundo, Taehyung pediu umas “férias” dos treinos porque tinha chego a semana de provas e ele queria se dedica a faculdade, seria um excelente professor, estava no segundo ano de pedagogia e queria se dedicação ao máximo, Taehyung é o meu orgulho.
Não gostava de não treinar com Taehyung, ainda mais que nosso namoro estava cada vez mais firme e mais sério, as horas com ele, eram sempre boas, mas pelo menos Jungkook me mantinha distraído e tínhamos um plano que logo seria posto em prática. Plano esse que vinha sendo desenvolvido com muito empenho.
O maior obstaculo era conciliar a vida na terra com a disputa pela coroa, eu estava no terceiro ano da faculdade de direito e, mesmo que ser advogado seja um pouco estressante, é a única profissão que mais lembra meu futuro cargo no Submundo.
Jungkook também seguiu essa linha de raciocínio e estava estudando para ser diplomata, um passo mal planejado e um país podia entrar em guerra ou decretar a paz. E eu não escolheria outra pessoa para ocupar esse cargo.
- CUIDADO A CABEÇA! - Jungkok girou a lança e senti o ar balançar meus cabelos.
- Jungkook!?
- Desculpa, Yoon, eu me empolguei. Estava distraído?
- Eu só estava pensando. - Descansei as mãos na cintura, relaxando os ombros. - Preciso comprar um presente para o Tae.
- Presente? Já é aniversário dele?
- Não. Só quero fazer uma surpresa para ele.
- Pelos céus! Min Yoongi é um homem romântico. - Jungkook falou de modo exagerado.
- Cala a boca! Você tem dois namorados!
- Os melhores do Olimpo… Meus homens… - Ele colocou a mão no peito e suspirou.
- Você é meio besta, sabia?
- Às vezes. - Jungkook abriu um sorriso e descansou a lança com a ponta do cabo no chão. - É que eu achei que você estava pensando sobre a disputa da coroa e o plano…
- Minha mente gosta de me lembrar sobre esse assunto, mas Taehyung está tomando boa parte dos meus pensamentos hoje. Não sei, eu ando bastante ocupado com tudo e sinto que estou deixando ele em “segundo plano” e não gosto disso.
- Mas ele também está ajudando no plano, assim como meu Hobi. - Jungkook sorriu ao pronunciar o nome de um de seus namorados.
- Tae não vai competir, você sabe que ele treina só para auto-defesa. O que particularmente me deixa bastante aliviado, saber que ele tem ficado mais forte e consegue controlar as descargas elétricas.
- É, ele manda bem no arco e fecha. - Jungkook deu um soquinho no meu braço e respirou fundo, como se remexesse em sua mente - Eu entendo você, em partes, Jimin não vai competir, ele nem faz o treinamento, é praticamente um humano.
- Como vocês fazem? Você e Hoseok, para dar atenção pros três?
- Não sei. - Ele deu de ombros - É meio natural, sabe? Mas Jimin sempre precisa de mais atenção, ele é um mimado.
- Vocês que mimam ele. - Peguei a lança da mão dele.
- Verdade… HEY! Devolve minha lança!
Girei a lança no ar e repetindo movimento dele, passando a lança perto de seus cabelos, fazendo o ar do gesto o bagunçar, não era algo para ameaçar, só para o provocar mesmo, Jungkook tinha uma paciência curta, e esse era o maior ponto fraco dele, sempre caia em provocações.
- YOONGI? Qual o seu problema?
- Você se distrai muito fácil quando o assunto é seus namorados. Não pode! - Cutuquei ele com a lança - Hoseok vai competir também.
- Eu sei… Eu sei… - Ele segurou a outra extremidade da lança - Mas se o plano der certo, nem vou chegar a competir com ele. Só vou precisar perder para você.
- Jungkook já conversamos sobre isso.
- Eu não gosto desse plano, Yoon. - Jungkook resmungou.
- Não se trata de gostar, você sabe disso.
- Hum… - Ele torceu o nariz, um habito que pegou de um de seus namorados - E por falar em não gostar do plano, vamos contar para Nam e Jin?
- Precisamos discutir esse ponto com Hoseok e Taehyung. - Tentei deixar de lado a insegurança que essa ideia ainda me trazia.
- Você sempre fala isso.
- Vamos fazer isso em breve, ok? Agora vamos treinar a sua investida na esquerda.
Jungkook concordou com a cabeça, acredito que ele sabia o quanto eu ainda me estava inseguro sobre Namjoon e Seokjin, eles eram nossos amigos, mas quando o assunto era os deuses, a competição ou o que aconteceu no passado, a coisa perdia o controle e acabava em discussão.
Eu era bom em mudar de assunto, em disfarçar, gostava de colocar isso entre as minhas qualidades, mas definitivamente, meu auto-controle não funcionava quando Namjoon começava a negar que os deuses estavam envolvidos com os antigos sentinelas e aqueles campos.
Já tinham se passado três anos e ainda assim, era difícil encontrar uma forma de confiar o plano a eles, algo em mim se transformava em desconforto, se eu pudesse ver minha alma, todas às vezes que penso nisso, ela provavelmente seria uma mistura de amarelo, laranja e vermelho, e acho que não resultaria em algo bom, almas com muitas cores tendem a proporcionar ações impulsivas, e nós não precisávamos disso.
- Yoon? - Jungkook se armou com a lança, mas não fez nenhum movimento. - Você acha que tudo isso vai dar certo?
Existia uma certa inocência no tom de voz de Jungkook, o tipo que eu conhecia, era só o Jeon, o menino que passou a vida tentando agradar ao pai, ser o filho exemplo do deus da guerra, mesmo com tudo que se passou, ele ainda era o garoto que só queria viver a própria vida e aproveitar seu namoro.
Acabei sorrindo, desde que os deuses desceram na Terra, minha cabeça não para de maquinar planos e estratégias e acho que vou acabar enlouquecendo, mas às vezes existiam esses relances, contra-pontos entre uma vírgula e outra, que me fazia lembrar que eu só tinha vinte e um anos, mesmo que o peso da responsabilidade já fosse um fardo habitual.
- Eu não sei. - Admiti entre o sorriso - Mas espero que dê e vou fazer de tudo para que dê certo.
- Acho que eu preciso voltar a treinar, não é?
- Ah, com certeza!
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