jennyfaguilar Jenny F. Aguilar

Logan Lowbane é um caçador de recompensas em um país onde tal profissão esta ficando no passado. Empenhado a manter o estigma do sobrenome de seus finados pais, acabou tomando uma decisão extremamente arriscada. Agora, tendo sua antiga vida relativamente tranquila transformada num incêndio, Logan terá que lutar contra seus antigos aliados em uma caçada impiedosa. "Nesta grande rinha de cão, só sobrevive o mais louco".


Ação Para maiores de 18 apenas. © Jenny F. Aguilar

#lowbane #logan #suspense #tiro #tiroteio #faroeste #aventura #acao
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Um dólar por uma vida

Laketown era uma cidade bem pequena. O rio que cortava as planícies amareladas trazia certo conforto aos moradores. Até a linha férrea interestadual estava se atrevendo a passar pelas terras áridas do lugar.


Uma cidade com costumes que em outras partes do país já se tornavam lendas. Duelos ao meio dia e grandes assaltos eram tão corriqueiros quanto um bar cheio.


Hahahahaha! Vou dizer a vocês, canalhas imundos… Hoje foi um dia bem produtivo! — bradava um homem com uma garrafa de vinho na mão e um largo sorriso.


Parecia velho, sua grande barba branca exibia os sinais da idade. Usava uma roupa de couro duro marrom e um chapéu preto, onde escondia sua calvície.


O velho estava no bar mais famoso da cidade, afinal, era o único que existia… Todavia, a música era boa e a bebida era agradável na maioria das vezes.


As mesas eram organizadas do jeito que dava, havia um espaço para um piano desafinado e um palco improvisado onde qualquer um poderia cantar o que dava na telha. Sem falar na típica escadaria para o primeiro andar, onde não existia lei e muito menos decência.


Junto com o notável pistoleiro mais feliz do estabelecimento estavam mais dois homens: Barbudos, empoeirados e usando roupas similares às do colega de bebida.


Incomodado com a irritante voz rouca do barbudo careca, um dos companheiros de mesa exigiu: — Fale mais baixo! Clifton… quero escutar a maldita música.


Eeeh! Idai que você fechou sete contratos. Está tão acabado, que nem consegue usar esse dinheiro como qualquer outra pessoa — disparou o terceiro homem.


— E não esqueça a taxa da guilda, seu bêbado — salientou o homem que iniciou o debate.


Clifton acertou a mobília com a garrafa de bebida, numa força extrema. Seu olhar mudou rapidamente para uma expressão de raiva.


— Vocês dizem que estou acabado e ainda ousam duvidar da minha hombridade com a guilda? haha! — resumiu o comentário tirando seu revólver prateado do coldre, logo apontou para um dos afoitos que ousou rebaixar sua reputação — faço o que faço pelo simples prazer de matar.


Algumas pessoas do bar olharam para a cena, mas logo voltaram para a diversão da música. Naquele lugar, cujo progresso ainda engatinhava, resolver as coisas na bala era como feijão no café da manhã.


Clifton colocou a arma cuidadosamente na mesa, após rir do medo estampado em seu colega. O velho parecia ter muito cuidado com sua ferramenta de trabalho. Uma peça ornamentada com desenho de rosas em baixo relevo, sendo tão limpa e brilhante que chegava a causar um contraste com o resto do ambiente.


Hehehe! Sorte de vocês que aceitaram meu convite, só isso impede de meter uma bala no peito dos dois ratos — declarou com uma voz mais tranquila. A cada litro de vinho tal raiva era lavada do rosto — vou contar para vocês sobre minha última caçada do dia — suspirou momentos antes de começar o relato — fui atrás de um devedor, o banco disse que ele tinha dado um calote de mil dólares… Um absurdo!


Ah! Então agora você está trabalhando para gente grande? — questionou surpreso um dos ouvintes. O homem logo apoiou um dos braços em seu queixo. Um preparativo para escutar mais um conto do pistoleiro velho.


— Não me interrompa, Jack! — gritou Clifton — onde estava? Hmmmm, era um homem ferrado, sem nada. Só tinha uma mulher e filha. Nem vaca tinha naquele pasto seco. Cheguei lá e o miserável já sabia o que ia acontecer.


Mais uma vez a história do velho foi interrompida, agora pelo rangido dos portões do local.


— Olha só quem chegou! — evidenciou Jack: — Logan!


Era um homem na casa dos trinta anos. Calcasiano, Esguio e alto. Seus olhos claros eram um destaque, algo que todos notavam e uma clara desvantagem caso fosse necessário se disfarçar.


Clifton deu uma breve risada ao ver o rapaz parado no portão.


— Logan, meu garoto! Atrasou bastante, hein? Está perdendo o ritmo? Te treinei para ser um homem como eu. Na sua idade foi quando fiz a reputação que conquistei.


Logan permaneceu parado no portão, ninguém parecia se incomodar com a cena. Era comum alguém pensar duas vezes antes de entrar naquele bar, a chance de morrer lá dentro era maior do que fora.


— Entra logo, cara. O nojento do seu tio está contando mais uma caçada porca — indagou o terceiro homem da mobília amadeirada.


Logan começou a dar breves passos em direção ao grupo. Atravessou um bando de bêbados e manteve a vista baixa. Ao chegar na mesa de Clifton, sentou-se em uma das cadeiras levemente empoeiradas do bar.


Clifton deu um longo gole na garrafa de vinho e resmungou sua frustração.


— Droga, está difícil falar alguma coisa hoje. Aliás… quantos você conseguiu? — expôs a dúvida com clara decepção em sua voz, simultaneamente, depositou a garrafa de vinho próximo a Logan. O líquido dentro do recipiente já estava no fim.


— Seis contratos — respondeu de forma seca. O homem mantinha a visão para baixo, seu único movimento após sentar foi colocar as mãos sobre a mesa.


Hahahahah! Sempre atrás do seu velho. Vou continuar a contar o que aconteceu hoje, vai que aprende algo.


— Se você insiste tanto — reagiu o sobrinho de forma debochada, movimentando a mão esquerda como se estivesse sacolejando o ar. Já era algo comum para todos do grupo.


O tio sempre odiava a atitude. E em sinal de reprovação tirou o vinho do alcance do rapaz.


— Continuando… o infeliz não tinha nada. Cheguei na "casa", estava a mulher e a filha na porta, ajoelhadas e pedindo para que eu não o matasse. O verme estava me olhando de uma janela toda ferrada. Então, entrei como se não tivesse nada no caminho… Ele estava na cama, mais magro que boi no deserto, parecia um defunto respirando.


— E você, mesmo assim foi lá e… — replicou Jack.


— Meu prazer é matar. Ele até fechou os olhos, do jeito que gosto. Veja, fiz um favor! E só nessa viagem ganhei quatrocentos dólares — finalizou o comentário colocando um saco de moedas na mesa.


O som típico do chacoalhar das peças soou pelas proximidades da conversa.


Uma bolsa de pano com um laço de corda isolando a quantia do mundo exterior. Quatrocentos dólares, pelo formato da bolsa, provavelmente parte da quantia era em moedas e notas de papel.


— Você é mesmo repugnante — alegou Jack.


Clifton deu seu último gole no vinho. — Hahahahah! Nesta grande rinha de cão, só sobrevive o mais louco — enunciou calmamente uma de suas frases mais corriqueiras.


Logan ouviu todo o resto da história em silêncio, dirigiu sua mão direita a um bolso interno de seu sua roupa rústica feita de pele, tirando apenas uma nota de papel, completamente amassada, Logan colocou tal esmola sobre o balcão.


Clifton rebateu a ação do jovem. — Que merda é essa!? Um dólar? Hahahahaha! Está fazendo caridade?


— Você não contou tudo — comentou o jovem antes de uma breve pausa, pareceu refletir sua atitude futura — então deve existir algum ressentimento neste corpo podre.


Um movimento rápido surpreendeu a todos. Logan se levantou lançando a cadeira para longe com um golpe de sua bota. Sacou a arma e...


Bang!


O velho Clifton não teve o menor tempo para reação, talvez nem teve capacidade de raciocinar o que estava acontecendo. Agora, com uma cratera bem no meio testa, nunca mais voltaria a contar suas meias histórias.


19 de Março de 2022 às 04:40 1 Denunciar Insira Seguir história
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Elisângela Eunice Elisângela Eunice
Posta logo o próximoooooo!!!!!
March 21, 2022, 09:22
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