Estávamos deitados no gramado, olhando as estrelas. Florence ficava tão bonita olhando os pontinhos brancos no céu...
Eu sei, eu sei que se apaixonar pela minha melhor amiga é algo terrível. Mas como eu poderia não me apaixonar pelos cabelos ondulados, o sorrisinho de lado e os olhos grandes e castanhos?
Arrisquei olha-lá de canto de olho, estava um breu de qualquer forma, ela nunca iria descobrir. Ainda sim, quando a olhei, pensei que meu coração fosse parar. Ela olhava de uma forma tão carinhosa para as estrelas e tinha um sorrisinho contente nos lábios.
Oh Céus. Quase tive um ataque. Quem me dera ela olhasse daquela forma para mim. Tenho certeza que fiquei com as bochechas vermelhas.
Desviei o olhar e respirei fundo para tentar me recompor. Eu já estava até voltando ao estado normal, quando ela disse:
— São tão bonitas, não é? — falava de forma simpática. Nem se preocupava em olhar para mim.
Como ela se atrevia a me perguntar aquilo, se bem ao meu lado estava a criatura mais encantadora da Terra? Contudo, eu precisava responder. Falei vagamente:
— Sim, é uma gracinha.
É evidente que eu estava me referindo a ela. Por causa dessa minha resposta tosca, ela me olhou com uma ca-ra!
Era isso, a miserável queria me matar. Logo quando eu estava me recuperando de seu sorriso, ela me lançou um de seus risinhos, justamente o que acaba comigo; o irônico.
Florence me encarou e disse:
— Você tá esquisito hoje, Johnny. O que aconteceu?
O que aconteceu?! Minha vontade era de responder: "Você! Você aconteceu. Sou loucamente apaixonado por você!". No entanto, eu não podia. Então eu sorri, olhei para a Lua e disse:
— É o efeito que ela me causa... — respondi com olhos sonhadores.
E uau, ela me fitou de uma forma! Novamente ela devia estar tentando me matar. Franziu as sombrancelhas e fez um biquinho (Que eu beijaria, se tivesse coragem). Parecia que ia me dar um soco... no momento em que pensei isso, ela me golpeou no braço. E Perguntou:
— Ela quem?! — perguntou inquieta.
Eu, que sou um bobo por completo, estava querendo colocar gasolina no fogo. respondi:
— Por acaso está com ciúmes, Florzinha? — questionei debochando.
— Com ciúmes? Eu? Nunca! E não me chama de florzinha! — respondia bruscamente.
Eu sabia que ela odiava ser comparada com qualquer coisa que fosse delicada, Florence era o nome perfeito para alguém bruta como ela. Para provocar ela, bastava a chamar de Flor.
Ela se deitou na grama, colocou as mãos atrás da cabeça e continuou a olhar para os astros brilhantes. Eu ainda estava sentado, olhando para ela, pensando no que dizer. Disse:
— Florence...
— Fala. — olhou para mim.
Desisti. As palavras ficaram presas na garganta no momento em que ela me olhou.
— ah, deixa quieto. — falei derrotado.
— Então tá né. — Voltou a olhar para cima.
Me deitei também e passei a olhar o céu noturno. Me questionando se algum dia eu criaria coragem para confessar o que sinto por ela.
Se algum ser divino me agreciasse, ela também seria apaixonada por mim. Entretanto, acho que nunca vou descobrir.
Eu estava imerso nesses pensamentos realistas, até que ouvi ela perguntando:
— Johnny, vocêe... algum dia... quer se casar com alguém? — indagou timidamente.
arregalei os olhos e prendi a respiração. Que pergunta era aquela? Meus batimentos cardíacos não estavam nem acelerados, estavam delirantes! Respondi com ares de quem não liga para o assunto:
— Não, não quero me casar com ninguém. Quero ser um fazendeiro, igual meu pai, e ficar rico.
— Jura? Eu também... não penso em me casar. — mentiu.
E não é que as tais divindades estavam do meu lado?! Meu sorriso chegava aos olhos. Para minha sorte, ela não conseguia ver.
Era agora ou nunca. Ou eu falava logo que sou caídinho por ela, ou me calava para sempre! Respirei fundo e olhei nos olhos dela. eu disse:
— Mas... — ela me olhou, esperançosa — Se for para casar com alguém e... ficar junto até morrer... eu escolhia você.
Eu juro por Deus que nunca vi olho algum cintilar daquele modo. Era como um espelho para as luzinhas no céu. E o melhor de tudo; eles estavam brilhando para mim, por mim...
Enquanto eu estava olhando para a preciosidade que Florence é, minha mãe gritou:
— Venham logo pra cá, que nesse mato tem onça!
Florence riu tanto, que eu comecei a rir também. Quando finalmente conseguimos parar de rir, ela tinha que dizer aquilo. disse:
— Cuidado que nesse mato tem onça! — dizia debochando.
Para que foi que ela disse isso! Começou a rir tanto que estava até tossindo. Até que paramos de gargalhar e fomos em direção a minha casa.
Poxa, acho que as tais luzinhas estão mesmo do meu lado...
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