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Min Yoongi namora Park Jimin há três anos. Moram juntos e são praticamente casados, têm um relacionamento perfeito. Quer dizer, não tão perfeito. Yoongi começa a desconfiar de que Jimin está o enganando graças a certas evidências que surgem. E, para ter certeza, vai tentar descobrir se suas suspeitas estão certas ou erradas.


Fanfiction Bandas/Cantores Impróprio para crianças menores de 13 anos.

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Capítulo Único

Escrito por: AneLolita / Jeissiane79

Notas Iniciais: Capa e Banner feitos por xxpujinxx-/xxpujinxx e Betagem feita por Erami/Erami4. Obrigada pelo trabalho maravilhoso de vocês 💙

Por favor, leiam com cuidado 🤧


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O relacionamento de três anos de Yoongi com Jimin era perfeito. Jimin dava tudo o que Yoongi precisava: atenção, carinho, dedicação, segurança, amor; entre outros sentimentos bons e ações que ele lhe proporcionava e lhe faziam bem.

Yoongi era um homem feliz.

Tinha a pessoa que amava de forma ardente a seu lado, dormiam juntos praticamente todos os dias, a não ser quando um viajava sozinho, e partilhavam a presença no mesmo teto, além de possuírem uma empresa juntos.

Na época em que Jimin apareceu na vida de Yoongi, o Min passava por um momento ruim. Havia perdido a mãe em um acidente de carro e a dor dele foi tão intensa que derrubou toda a sua estrutura emocional.

Não conseguia sair de casa, falar com os amigos, receber visitas, nem sequer ter um relacionamento com alguém. Seu luto persistia, vivendo em uma enorme tristeza.

Foi então que, em um certo dia, quando resolveu sair cedo para ir a uma cafeteria que ficava a poucos minutos da casa onde morava, Yoongi conheceu Jimin.

Ele corria pela calçada com roupas esportivas, seu corpo transpirava nos braços e pernas desnudas. Sua camisa cinza estava um pouco encharcada de suor. Estava distraído; não olhou a ocasião em que Yoongi atravessou a esquina, e acabou esbarrando nele.

Yoongi iria cair, se não fosse por Jimin enlaçar a cintura do outro com o braço, segurando-o com força.

Yoongi levou um susto, e a partir do momento que seus olhos castanhos encontraram os olhos mais lindos que já viu, olhos azuis brilhantes que o encararam com uma preocupação nítida, seu coração acelerou as batidas como nunca antes.

O amor era um sentimento imprevisível que poderia surgir em qualquer ocasião. E foi nesse instante que Yoongi sentiu amor outra vez por um homem em sua vida.

Ruborizou tão forte e sentiu tanta vergonha, que só queria se esconder, apesar de não almejar sair dos braços do homem desconhecido. Ele praguejou contra si mesmo por estar "desarrumado", trajando simplesmente roupas largas de cores sóbrias.

Ele havia parado de se cuidar, mas, se pudesse voltar atrás, teria se vestido melhor.

Por se sentir culpado, Jimin comprou novos bolinhos para Yoongi, pois os que ele havia comprado caíram no chão, e depois o acompanhou até a casa dele. Na distância de um lugar para outro, foi tempo suficiente para se conhecerem vagamente.

A partir desse dia, Jimin não saiu da mente de Yoongi. Não havia como, não quando ele sempre aparecia diante dos olhos castanhos quando saía de casa, e, por consequência, sentia toda sua carne e âmago reagir com um ardor súbito.

Yoongi começou a sair, retirando-se do luto que tinha estabelecido nele com a ajuda indireta de Jimin. Cada vez mais, Yoongi usava vestimentas que o faziam se sentir mais bonito, confortável e sedutor, cheio de expectativas dentro do peito de que pudesse rever Jimin. E quase todas as vezes, Yoongi conseguiu reencontrá-lo.

Parecia que o destino queria conectá-los para fazerem parte da vida um do outro.

E conseguiu.

Um mês depois, os dois estavam voltando de um parque de diversões que havia chegado a São Paulo — onde ambos se divertiram durante horas como dois adolescentes enquanto a vontade de sucumbirem ao desejo crescia neles — e foram pegos pela chuva. Nessa hora, Jimin puxou Yoongi pelo braço, encaixando seus corpos, misturando suas respirações e esquentando seus corações até que ele selou seus lábios nos de Yoongi, deixando-o tonto... fazendo-o querer mais, muito mais dele.

Yoongi não queria perder mais tempo, desejava Jimin para si, que ele fosse só seu, e ele se tornou dele em sua sala de estar, sobre o carpete vermelho que era maltratado pelos movimentos intensos dos dois homens durante horas.

Essa foi a primeira noite tórrida de amor, a primeira de muitas outras que vinheram a seguir.

Em três meses de um relacionamento indefinido, decidiram passar três dias em Campos do Jordão, a primeira viagem juntos em que tiveram momentos românticos que não sairiam de suas memórias.

Era uma tarde fria, os dois fizeram piquenique no parque Horto Florestal. Jimin tinha a cabeça deitada sobre as coxas do Min enquanto ele acarinhava seus cabelos castanhos macios, deixando-o arrepiado. Foi nessa ocasião que Yoongi pediu Jimin em namoro.

Jimin olhava para Yoongi com os olhos bem abertos, tinha se assustado com o pedido.

— Pensei que já estávamos namorando, Min Yoongi!

O outro sorriu abertamente e apaixonado.

— Oh! Eu não sabia desse fato, meu amor, é por isso que fiz o pedido. — Jimin continuou fitando o Min, incrédulo. — Você vai ficar calado me encarando, ou vai aceitar meu pedido de namoro, Park Jimin? — indagou numa falsa irritação, no tempo em que estava ansioso.

Jimin sorriu, um sorriso lindo que Yoongi amava ver. Era seu sorriso preferido. Por isso, ouvia seu coração palpitar loucamente.

Yoongi era louco de amor por Park Jimin.

— Não poderia recusar, Yoongi... Meu coração doeria eternamente de arrependimento se eu fizesse isso.

Os olhos do Min lacrimejaram. Seu amor tinha aceitado e não poderia estar mais feliz. Então, beijou-o, com toda a paixão que sentia por ele.

Um ano depois, decidiram morar juntos em um apartamento caro e compraram uma pequena empresa — uma rede de supermercado —, que só cresceria nos anos seguintes. Escolheram cada detalhe do apartamento juntos, deixando o gosto de cada um em cada parte dele. Dessa forma, se um deles um dia saísse da casa, o que ficasse não conseguiria esquecer esses momentos, porque dos detalhes de que um gostava, o outro se lembraria.

E eles não poderiam estar mais felizes com a vida que construíram.

Porém, na vida, nada era perfeito. Tudo passava, tudo mudava, e o namoro deles não iria parar no tempo, mantendo-se igual. A relação iria mudar. Yoongi tinha conhecimento de que isso poderia acontecer com o passar dos anos.

Nem sempre as mudanças eram para a felicidade de um ser humano, mas para enxergar aquilo que não conseguia ver.

Jimin e Yoongi estavam em um dos restaurantes que possuíam a melhor vista de São Paulo — o Terraço Itália. A vista panorâmica através do Bar Piano do restaurante era maravilhosa e a música tocada ao vivo que soava no ambiente deixava-o mais agradável.

Yoongi escolheu esse lugar porque sabia o quanto a comida do estabelecimento era saborosa, assim como os drinks, e também porque foi no Terraço Itália que ele e Jimin comemoraram o primeiro aniversário de namoro. E agora os dois estavam juntos outra vez no local para celebrar mais um ano em uma ocasião que deveria ser especial e, no entanto, não estava sendo assim.

Jimin mantinha-se bastante silencioso. Trocava poucas palavras e somente quando Yoongi tomava a iniciativa para falar. Mas isso não parecia ser um incômodo para Yoongi, não no início, pois estava perdido demais analisando a beleza dele com seus olhos que cintilavam de forma apaixonada.

Jimin tinha os cabelos castanhos partidos ao meio e suas írises azuis cor do céu em um dia ensolarado encaravam de vez em quando o celular que estava sobre a mesa. Havia um fino colar no pescoço dele, presente de aniversário do ano anterior, dado por Yoongi. O terno escuro bem alinhado em seu corpo moldava a estrutura corporal que seu namorado amava e a razão pela qual delirava em situações que tinha seu corpo quente e malhado junto ao dele.

Yoongi pegou a taça de vinho tinto da mesa e levou-a próximo a seus lábios rosados. Olhou o líquido vermelho-escuro, notando o quanto se parecia com a cor de suas madeixas, e bebericou alguns goles, colocando a taça, em seguida, de volta na mesa.

Jimin se manteve do mesmo jeito durante o jantar delicioso que escolheram para degustarem, e o silêncio do namorado que, no início, não o incomodara, o fez sentir um frio na barriga, mas não era aquele friozinho no estômago que trazia uma sensação boa no íntimo de alguém. Era uma sensação estranha, ruim, e Yoongi não estava gostando nenhum pouco disso.

Sua língua coçava para iniciar uma conversa, só não sabia como começar. Parecia que tinha um bolo na garganta que o impedia de dizer alguma coisa.

Yoongi bebeu mais um gole de vinho. Tocou a gola alta do camisa cinza que vestia, afastando-a do pescoço, uma ação involuntária que demonstrava seu nervosismo. Respirando fundo, ele decidiu falar, não aguentando mais o silêncio dele.

Contudo, o celular de Jimin tocou. Era um telefonema.

Jimin pegou o celular com a destra e, quando tirou a senha para atender, Yoongi notou os lábios dele movendo-se em um pequeno sorriso. O primeiro dele dessa noite.

— Yoongi… — pronunciou, lançando seus olhos para o namorado, que estremeceu. — Preciso atender essa ligação. É urgente. — Ergueu-se da cadeira. — Não irei demorar.

— Tudo bem, meu amor. — Um sorriso forçado brotou nos lábios de Yoongi e continuou dessa forma enquanto Jimin se distanciava e colocava o celular bem perto da orelha.

Yoongi sentiu uma leve ardência nos orbes e na pontinha do nariz. Piscou algumas vezes e olhou para o céu estrelado através da parede de vidro. Ele não queria pensar no que sua mente martelou nesse instante.

Jimin o amava verdadeiramente. Yoongi tinha certeza. Ele nunca faria nada para magoá-lo.

Minutos depois, o Park retornou e os olhos dele brilhavam.

— Demorei muito, querido? — indagou com a voz suave, sentando-se na cadeira.

— Não... — afirmou num timbre baixo e rouco.

— Que bom. Não gostaria de deixar minha vida só por mais tempo. — Minha vida. O coração de Yoongi se aqueceu com o apelido amoroso. — Quer mais vinho? Vejo que já bebeu tudo.

— Sim, meu bem. — Yoongi deu um sorriso afável para o namorado. Sua língua formigava para perguntar quem ligara para ele. Porém, não fez isso, Jimin poderia ficar incomodado e acabaria estragando o jantar.

Jimin pediu uma garrafa da bebida mais cara do restaurante e, após o garçom trazer, pôs o líquido alcoólico até a metade da taça de cristal do namorado.

— Está boa a quantidade ou quer mais?

— Sim... acho que já bebi demais hoje. Esse é o último que irei tomar.

— Bom! Se é assim, devemos brindar em comemoração aos nossos três anos de namoro. — Jimin levantou a taça, assim como o outro fez. — Obrigado por estar comigo todos esses anos. Por me amar e me fazer um homem feliz… Um homem que tem tudo hoje graças a você, minha vida — declarou, encarando-o nos olhos, com os lábios puxados para o lado direto em um sorriso sedutor, do jeito que ele sabia que o deixaria fervendo.

As bochechas do ruivo ruborizaram, e seus lábios retribuíram o sorriso dele.

Aquele sentimento passageiro de desconfiança passou nessa ocasião. Yoongi preferiu aproveitar o momento com o namorado, do que se importar com quem ligou para ele.

Jimin ficou mais comunicativo, começando a prosear mais sobre eles, sem envolver nenhum outro assunto que não tinha nada a ver com os dois. Porque essa noite era deles, e ainda tinham muito o que aproveitar — não só no restaurante, mas em um quarto luxuoso de hotel, onde planejavam fechar a noite com chave de ouro nos braços um do outro, em uma noite inesquecível de prazer.

Yoongi não tinha motivos para duvidar de Jimin. Seu namorado era o homem mais maravilhoso para si. Essa faísca que surgiu em sua mente não apareceria mais. Era o que ele acreditava.

Mas não foi isso que ocorreu.

A desconfiança era um sentimento que, quando se sentia uma vez em uma determinada situação, poderia voltar. Yoongi não conseguia controlar, não enquanto começavam a surgir razões para senti-la.

O quarto do casal estava escuro, o ar condicionado ligado deixava o ar mais refrescante. O calor atingiu São Paulo em cheio nesse dia. O verão havia chegado.

Yoongi estava tendo um sonho tranquilo, até que seu corpo acordou, pois precisava fazer sua necessidade fisiológica. No entanto, quando piscou seus olhos algumas vezes, quase os abrindo por completo, seus ouvidos se atentaram a voz baixa e rouca do namorado.

Jimin conversava com alguém de maneira doce e sutil, perguntava se estava bem e se já tinha melhorado. Minutos depois, ele riu num timbre bem baixo, querendo se controlar. Era provável que não queria que o Min lhe escutasse, mas ele estava o ouvindo.

Yoongi estava deitado de costas para Jimin, sua vontade de fazer xixi havia passado e só queria saber com quem Jimin falava às 3 horas da madrugada. O relógio sobre a mesa de cabeceira mostrava a hora exata desse momento.

O Min tinha receio de que Jimin notasse que estava acordado. Seu estômago gelou e seu coração queimou de angústia. Seus pensamentos voltaram com aquela voz que sussurrava que havia algo errado. Só que Yoongi não queria escutá-la, afinal, poderia ser só alguém que estava passando por algum problema, e Jimin estava ali, pronto para ajudar.

Ele gostava de ajudar as pessoas quando estava disposto para isso, e Yoongi sabia.

Então, sua preocupação era inválida.

Jimin nunca o trairia.

Ele amava Yoongi demais para isso.

Yoongi fechou os olhos e apertou-os com força. Queria voltar a dormir e deixar de sentir essa aflição. Seu namorado não pareceu falar nada comprometedor, mesmo que conversar com alguém de madrugada soasse estranho.

Jimin se despediu da pessoa de maneira formal. Um simples "tchau" e "boa noite".

Yoongi o ouviu deixar o celular na mesa que ficava do lado de onde ele deitava e o sentiu se aproximar de seu corpo. Jimin o abraçou por trás, juntando seu tronco nas costas do ruivo, e aconchegou sua cabeça entre o pescoço e o ombro dele.

Eu te amo — sussurrou no ouvido do namorado, e Yoongi sorriu discreto.

Jimin não sabia que ele estava acordado, portanto, não tinha nada com o que se preocupar.

O sono do Min voltou rapidamente. Sempre que dormia nos braços alheios, sentia-se amado e protegido. E, quando acordava, sentia-se melhor ainda, mais relaxado. Foi assim nos dias seguintes, até que surgiu uma noite que Jimin não pôde dormir em casa.

O Park alegou que precisava dormir na casa de um amigo porque ele se encontrava muito doente e precisava de alguém que cuidasse dele.

Yoongi compreendeu, e Jimin foi, mas se sentiu sozinho. Estava tão acostumado a dormir com o namorado que, em situações que Jimin não ficava junto de si na mesma cama, seu sono era menos tranquilo. Era difícil adormecer.

No instante em que Jimin chegou pela manhã no apartamento deles, logo que atravessou a porta preta, Yoongi saiu rapidamente do sofá e correu até ele, pulando em seu colo. Distribuiu beijos pelo rosto e, por fim, nos lábios cheios.

— Isso tudo é saudade, querido? — o Park perguntou um pouco ofegante, após o término do longo beijo.

Yoongi resfolegava e mordeu o lábio inferior.

— Você acha que não, amor? — O outro sorriu pequeno. — Você fez falta para mim a noite inteira… Quase não consegui dormir direito. É o seu calor que me faz dormir melhor... Então, é claro que sentiria sua falta — afirmou, manhoso.

— Foi só uma noite, Yoon... — Deu um selar na bochecha dele, bem perto da boca pequena.

— Eu sei, mas não dá. Seu corpo junto ao meu é o melhor sonífero do mundo. — Abraçou mais o pescoço dele, e Jimin caminhou até o centro da sala.

— Aaah! Então, acho que vai ser difícil eu passar mais noites fora...

— Hã? Como assim? Não seria só essa noite? — Franziu a testa, confuso.

Jimin suspirou. Tirou Yoongi de seu colo e encarou os olhos dele.

— Sim! Mas a mãe do meu amigo não poderá vir esse final de semana. Então, ficarei com ele mais noites. Se não for um problema para você...

Yoongi ficou olhando a pessoa amada. Mais noites sem ele, mais noites sem ele em sua cama...

Bom, era por uma causa boa, afinal.

— Claro! — Tocou a bochecha do namorado, sorrindo minimamente. — Eu posso aguentar ter você longe de mim por mais noites.

— Tão compreensível. — Jimin abraçou Yoongi e encheu o pescoço dele de selares e mordidas que fizeram o Min gargalhar.

— Jimin está fazendo c-cócegas... P-para... — balbuciou sem deixar de rir, segurando com força os braços dele.

— Tudo bem, tudo bem, parei.

Yoongi foi parando de sorrir.

— Já tomou café, amor?

— Ainda não.

— Então, vou à padaria comprar pão de queijo... Eu sei que tu adora.

— Claro! Eu vou tomar um banho antes...

Jimin deu mais um beijo na boca alheia e se distanciou, caminhando em direção ao corredor que levaria ao quarto do casal já abrindo os botões da camisa azul que usava. Yoongi ficou admirando Jimin, suspirando. Seu coração batia tão forte que parecia que queria sair por sua boca. Ele o amava tanto.

Yoongi não demorou a sair e, quando regressou para casa, foi direto para a cozinha. Colocou a sacola sobre o balcão de mármore e viu um copo de vidro com água natural pela metade.

Ele rolou os olhos. Jimin tinha a mania irritante de não beber a água inteira que colocava no copo. Derramou o resto na pia e, no momento em que iria se retirar do cômodo, ouviu um toque de celular.

Era do namorado.

Yoongi chegou perto do balcão outra vez. Estava curioso, poderia ser uma ligação importante. Então, pegou o objeto e, quando apertou duas vezes na tela para mostrar a tela de bloqueio, enxergou duas mensagens de Whatsapp. No contato, aparecia somente o número e não dava para saber se era homem ou mulher.

Mas isso não importava.

A mensagem que ele recebeu fez o corpo de Yoongi tremer por inteiro, assim como seus lábios. Sentiu um bolo na garganta e seus olhos arderam.

Número desconhecido:

| Adorei a noite de ontem. Você é incrível em tudo o que faz. Quero ver você outra vez.

Yoongi ficou com a visão turva. Ele deixou o celular sobre o balcão e apoiou as duas mãos sobre ele. Seus cabelos ruivos cobriram sua testa e seus olhos. Duas finas lágrimas escorreram pelas bochechas sutilmente.

Jimin foi à casa de um amigo ajudar um ser doente. Ele não estava fazendo nada de errado. A mensagem não queria dizer absolutamente nada.

Era o que Yoongi queria acreditar, mas se manter cego não fazia o tipo dele.

Ele escutou passos.

Para que Jimin não notasse seu estado, Yoongi ficou de costas para a entrada do cômodo e limpou os olhos. Pigarreou para limpar a garganta e deu meia-volta, vendo o namorado, que acabara de entrar no cômodo.

— Sinto o cheiro de pão de queijo e, céus, parece estar delicioso... — Jimin abriu a sacola, de olho no alimento, e não viu os olhos do Min um pouco vermelhos.

— Sim, está... Eu provei um enquanto voltava para casa.

— Vai comer mais algum?

— Não estou mais com vontade. — Yoongi começou a sair. — Pode comer tudo, querido.

Foi para o quarto, limpando algumas finas lágrimas que ainda insistiam em cair. Trocou as roupas simples que trajava por roupas esportivas — um short que mostrava suas pernas finas e másculas, e uma regata —, para correr no parque do bairro. Apesar do sol ensolarado do lado de fora, o tempo estava morno. Era perfeito para correr.

Mas não era para isso que Yoongi iria se exercitar. Ele apreciava refletir enquanto corria, estando em seu próprio mundo, com bons fones no ouvido para que não escutasse barulhos que pudessem atrapalhá-lo. E a mensagem que viu no celular do Jimin ficou gravada em sua mente, não querendo mais sair.

Seus instintos agora ficariam em alerta.

Precisava ficar mais atento a Jimin, sem demonstrar para ele que estava desconfiado por causa de uma simples mensagem que, talvez, não revelava nada.

Poderia ter sido o amigo dele que mandara. Só isso e nada mais.

Ou não.

Os dias se passaram. Yoongi reparou mais no comportamento do Park e começou a analisar o que ele fazia ou dizia no dia a dia.

Jimin que cuidava dos negócios dos dois, então ele ficava mais tempo fora de casa, porém, às vezes, passava tempo demais longe.

Notou-o conversando por telefone uma vez na varanda, com um sorriso nada discreto, a voz sempre doce e num tom baixo. Jimin não percebia Yoongi o observando, ficava distraído demais com a pessoa com quem falava.

As palavras dele não eram comprometedoras, mas a maneira que dialogava causava estranhamento no íntimo do outro homem.

Cada vez que o analisava, seu coração diminuía porque sua dúvida aumentava. Algumas vezes, Jimin saía e passava a noite fora, com o discurso de que seu amigo piorara e a mãe, que morava em Sumaré e era uma mulher idosa, andava ocupada demais com seus próprios problemas.

Yoongi não conhecia todos os amigos de Jimin, nunca se importara em conhecê-los, só sabia o nome de alguns. Esse, o qual Jimin dizia que estava doente, frequentava a mesma academia que o namorado. Antes, Yoongi não achou incomum, mas passou a se perguntar se esse amigo realmente existia quando o questionou sobre ele e revelou que gostaria de vê-lo.

— Carlos não gosta de receber visitas, vida. Ele só costuma receber a mãe dele e eu.

— Mas, Jimin, eu sou seu namorado... Quer dizer, praticamente marido. Fala com ele... Eu posso ajudar você a cuidar dele — insistiu, apontando para si mesmo.

— Não, Yoongi. Melhor não — negou, antes de sua mão tocar na maçaneta da porta. — Mas... quando ele estiver melhor, pode ser que vocês dois se encontrem, que tal? — Com má vontade e esforço, Yoongi aquiesceu. — Até amanhã de manhã, meu amor. — Piscou o olho para ele e saiu.

Yoongi perseverou outras vezes, só que, depois da quarta vez, desistiu.

Outro fator que percebeu foram as carícias de Jimin, que mudaram. Antes eram ardentes, apaixonadas, carregadas de desejo, mas se transformaram em carícias mornas, sem aquela volúpia e ardor que o enlouquecia.

Às vezes, Jimin dizia estar tão cansado que nem lhe dava um beijo de boa noite e logo dormia, enquanto Yoongi ficava sentado na cama, abraçado a si próprio, sentindo-se indesejado e menos atrativo.

Jimin costumava tocá-lo mesmo quando dizia que o dia fora cheio, todavia isso mudou.

Foram pequenas mudanças que, no começo, não fizeram tanta diferença para o Min, mas, como o outro continuou a agir dessa forma, o deixaram ainda mais desolado. Seu coração formava rachaduras a cada dia que passava, e dessas rachaduras saíam filetes de sangue que uma hora fariam seu corpo doer e enfraquecer por completo.

Yoongi não queria ser trocado por outra pessoa, não queria estar se sentindo insuficiente e incapaz, mas era assim que estava se sentindo. Em três dias contínuos, o Park não tocou uma vez em seus lábios e não deixou que o Min o tocasse. Era como se não desejasse mais tocá-lo, e como se os lábios dele pertencessem a outrem.

Yoongi precisava saber se tudo o que pensava era real, ou se era fruto de sua fantasia venenosa.

Em outro dia, Jimin avisou que precisava ir para casa de Carlos, pois ele havia voltado a adoecer, e Yoongi decidiu que não iria deixá-lo ir sozinho. Iria com seu namorado, sem que ele soubesse.

Jimin terminou de vestir uma camisa leve branca e abotoou os botões dela de frente ao espelho.

Yoongi estava sentado na cama enquanto lia um livro. Quer dizer, fingia ler. Era Madame Bovary, um clássico francês que falava sobre infidelidade feminina e consumo exagerado. Poderia até estar sendo vítima de uma infidelidade que nem Charles, o marido de Emma — um corno que não enxergava o que sua esposa fazia — mas, diferente dele, Yoongi percebeu as mudanças das atitudes do parceiro e não iria esperar as provas surgirem, iria atrás delas.

Se Jimin realmente estivesse o traindo, não deixaria que ele continuasse fazendo isso.

— Está se arrumando tanto, querido... Tudo isso para passar a noite na casa do Carlos? — indagou sem tirar os olhos do livro.

Jimin soltou um riso soprado. Terminou de ajeitar os cabelos castanhos e pegou o relógio de ouro em cima da penteadeira e olhou para o namorado.

— Eu sou vaidoso, Yoon. — Balançou um pouco o relógio. — Não importa para onde eu vou, prefiro estar arrumado... E você sabe bem disso. — Começou a colocar o relógio no pulso.

— É, eu sei... Só perguntei porque você está tão lindo, meu bem... — Fechou o livro, colocou na cama e saiu dela, indo até Jimin. — Gostaria que ficasse comigo esta noite. — Aproximou-se dele, pôs suas mãos nos ombros e sua face entre o pescoço dele. — Seu cheiro está incrível — sussurrou e deu um selar no pescoço dele.

Yoongi notou que ele se arrepiou pelo toque. Jimin segurou o ruivo pela cintura e lhe pressionou um pouco por cima da camisa cinza que ele vestia. Yoongi arfou baixinho.

Por favor, fique… Lançou seus olhos para Jimin. Sentia aquela pequena esperança de que ele ficaria, de que ele não iria sair e ficaria consigo.

Sinto muito, amor... Mas não vai dar. Seus lábios carnudos tocaram os lábios pequenos de Yoongi, apenas um roçar leve.

Por mais apressados que os beijos de Jimin fossem, sempre eram quentes, mas, dessa vez, Yoongi sentiu a frieza deles.

— Okay! Suspirou e estampou um sorriso nos lábios. Por favor, vá com cuidado pediu, e Jimin concordou, afastando-se do namorado.

Ele saiu do quarto, e Yoongi fechou o sorriso logo que o viu passar pela porta. Passou a língua pela bochecha interna e, após trinta segundos, foi atrás dele.

No tempo em que chegou à sala, Jimin saía pela porta de entrada. Foi até a mesinha de centro e pegou a chave do carro. Seu coração já estava disparado e suas mãos tremiam. Seria nessa noite que saberia a verdade.

Depois, caminhou até a porta e colocou apenas o rosto para fora. Jimin estava de costas, parado na frente do elevador. No instante em que ele entrou, Yoongi colocou a cabeça novamente para dentro do apartamento, antes que Jimin notasse que estava sendo seguido.

Esperou no máximo quinze segundos até que se retirou com a chave da casa e do carro em mãos e andou em passos largos até as escadas.

O carro do Park estava no pátio externo do prédio, Yoongi sabia, por isso deixou seu carro do lado de fora quando voltara do shopping horas atrás. Desceu as escadas com pressa, pois se fosse rápido chegaria lá fora primeiro que Jimin e entraria no carro antes que ele o visse.

Seu corpo não era sedentário e foi fácil conseguir o que almejava. Sua respiração não estava ofegante pela corrida em si, mas sim, pela carga de adrenalina que seu corpo sentia.

Yoongi chegou primeiro no saguão que Jimin, entretanto, viu-o saindo do elevador e teve que ficar atrás de uma planta que seria o suficiente para escondê-lo. Esperou que Jimin entrasse no carro e atravessasse os portões. No momento que ele fez isso, saiu de trás da planta e andou em passos largos até seu carro.

O veículo de Jimin não era daqueles populares, era um modelo internacional, um Porsche amarelo. Seria fácil segui-lo.

Respirando fundo outra vez, Yoongi ligou o carro e o seguiu, extremamente nervoso. Tudo o que mais ansiava, do fundo do seu ser, era que Jimin tivesse falado a verdade, que suas falas fossem reais. Assim, lidaria com seu possível erro e continuaria seguindo sua vida com seu amor, como se nunca tivesse imaginado que ele estivesse sendo infiel.

Entretanto, quanto mais seguia Jimin e ele chegava próximo de um hotel — um que Yoongi conhecia muito bem —, essa esperança que estava em seu íntimo era destruída e uma raiva começava o invadir. Jimin costumava levá-lo lá para passarem a noite juntos, dominados pela lascívia entre os lençóis de seda da melhor suíte.

Yoongi arregalou os orbes e estacionou na mesma rua do hotel a metros de distância de onde Jimin parou. Começou a chorar e sua mente sussurrava as palavras que não poderiam ser verdade, Jimin não iria fazer nada de errado, ele não seria capaz.

Jimin saiu do carro, trancou-o e olhou-se no espelho do retrovisor. Ajeitou os fios castanhos antes de ir até o hall de entrada do hotel.

— Jimin, você me paga... Se fizer o que estou pensando, eu posso destrir você… — Yoongi proferiu, batendo no volante com força sem se importar com a dor, enquanto as lágrimas de ódio já desciam por seus olhos, molhando suas bochechas rubras e descendo por seu maxilar.

Seu coração estava apertado e doía de maneira exorbitante. Encostou a cabeça no assento do carro e fechou as pálpebras.

Ele precisava entrar. Ele queria, mas precisava ter coragem também. Não sabia se conseguiria suportar ver Jimin com outra pessoa. Seria um homem? Uma mulher? Yoongi realmente não tinha certeza e também não era relevante.

Se Jimin tivesse um amante, o amor que ele dizia sentir por si era apenas uma ilusão.

Yoongi ficou quase vinte minutos inteiro absorvendo a dor que o dominava. Mas, precisando ter absoluta certeza, pois a dúvida ainda pairava em seu âmago, retirou-se do carro e caminhou até o hotel.

Chegou apressado à recepção e viu um moço jovem e bonito trabalhando. Tinha que saber em qual quarto seu namorado estava, e ele seria útil para descobrir qual era.

— Boa noite, senhor! Em que posso ajudar? — Ele era simpático e sorria para si, ignorando seu estado lastimável de choro.

— Preciso que me diga em que quarto um homem que acabou de entrar nesse hotel está.

— Como assim, senhor? — Franziu o cenho. — Eu não posso falar e muito menos sei quem é esse homem que o senhor fala... Não foi só um que passou por aqui. Foram vários.

Yoongi ofegou e pegou seu celular. Tirou a senha e deixou a mostra a tela inicial do aparelho que tinha uma foto de Jimin.

— Está vendo esse homem aqui?

— Sim.

— Ele é meu namorado. E quero que me diga em que quarto ele foi.

O moço engoliu em seco.

— Sinto muito, mas não posso dizer.

Yoongi encarou o homem nos olhos e, de repente, seus lábios esticaram-se de um lado. O recepcionista provavelmente aceitaria um suborno, visto que o salário dele com certeza era pequeno.

— Você vai me dizer.... Ah, vai. — Yoongi abriu o aplicativo do banco. — Diga quanto quer e o número da sua conta. Eu mando para você agora mesmo.

— S-senhor... E-eu...

— Ora, garoto. Eu sei que quer.... Eu sei que precisa de dinheiro, senão não estaria trabalhando aqui... Estaria em casa estudando.

O jovem molhou a garganta novamente e arfou.

— Quer saber, eu quero sim…

— Perfeito!

Após Yoongi enviar o valor que o jovem queria, 2 mil reais que não lhe faria nenhuma falta, seguiu para o elevador com as referências que seriam suficientes para encontrar Jimin.

Ele encostou suas costas na parede metálica do elevador e respirou fundo, suas pernas estavam fracas demais. Devia ser forte para qualquer coisa que aconteceria nos próximos minutos. Alcançou o 3° andar e caminhou até o quarto n° 300. Era lá que seu homem se encontrava.

Tinha em mãos a cópia do cartão dada pelo recepcionista, que abria a porta da suíte, porém, quando ficou de frente a ela, paralisou.

O medo se tornou maior e a vontade de ir embora e continuar a agir como se nada disso tivesse acontecido quase o fez desistir, só que ele não deixou esse desejo o controlar.

Ele inalou o ar e expirou profundamente. Introduziu o cartão-chave no leitor da fechadura e escutou a porta sendo destravada, fazendo seu coração bater descompassado. Com a mão na maçaneta, girou devagar, como se estivesse em câmara lenta, e abriu a porta, entrando calmamente.

Sem demora, seus olhos sangraram com o que viu.

O seu Jimin estava quase despido, deitado na cama, enquanto tinha uma mulher despida sobre ele. Ela rebolava sobre o membro dele coberto por uma boxer branca, atiçando-o e o beijando com fervor na boca.

Yoongi ficou boquiaberto, tenso; suas mãos fecharam-se em punho, sentindo a cólera se espalhar por seu corpo inteiro. Era a pior cena de sua vida, e , talvez, nunca a esqueceria.

Enquanto Jimin saía para se encontrar e estar nos braços de sua amante, Yoongi o esperava regressar para o apartamento deles, achando que ele estava ajudando seu suposto amigo Carlos.

O homem que amava estava o traindo com uma mulher há várias semanas. Enganando-o, mentindo e se divertindo, sem se importar com ele e com o que sentia.

E Yoongi não deixaria os dois continuarem desse jeito na sua frente, iria fazer os dois o notarem, então apertou a maçaneta e empurrou a porta com força causando um som estrondoso, sem parar de olhar os dois amantes.

A mulher parou o ósculo e sobressaltou-se, assustada com o barulho alto. Jimin olhou para a direção do som e arregalou seus olhos quando viu seu namorado na porta.

— Pararam por que, hum? — Começou a andar até a cama em passos lentos, sem parar de encarar Jimin. — Não vai continuar com o espetáculo, meu amor?

Jimin tirou a mulher de cima de si e engoliu em seco.

— Yoongi.... Eu-

— E você? — cortou a fala do traidor e lançou seus orbes para a mulher assustada e trêmula... — Está assim por quê? Está com medo? — perguntou, irônico.

— Q-quem é você? — questionou num sussurro.

Yoongi riu sem humor.

— Não sabe, querida?

Ela negou com a cabeça. Jimin estava atento ao Min e às reações dele.

— Então eu te digo… Eu sou o corno que está levando um belo par de chifres... Eu sou a porra de um idiota que confiava por inteiro em seu namorado... Eu sou o homem que Jimin na-

— Yoongi! — Jimin exclamou, sentando-se na cama.

— CALA A BOCA! — Desviou seu olhar para Jimin e apontou o dedo para ele. — Cala a porra da sua boca, Jimin! Não quero que fale nada, dela só saem mentiras e eu não quero escutar nenhuma — vociferou, deixando que outra vez lágrimas saíssem de seus olhos. — Não mais... — Voltou a olhar para a mulher. — E para você, te digo um muito obrigado… — disse, sarcástico.

Ela abriu mais os orbes verdes.

— O quê?

— Se ele está com você, é porque esse filho da puta não me ama como eu o amo... E quer saber de uma coisa? Ele é seu, pode ficar com ele — afirmou, gesticulando as mãos no ar.


"Tá na sua mão, você agora vai cuidar

De um traidor, me faça esse favor"


Jimin saiu da cama e foi até Yoongi.

— NÃO CHEGUE PERTO DE MIM! — Tentou se distanciar, mas fora inútil. Jimin se aproximou dele.

— YOONGI, ME OUVE! — Jimin berrou, segurando os braços dele. — Você precisa me dar uma chance pra me explicar.

— Chance? — Sorriu em meio ao choro que retornou. — Que chance, Jimin?

— Me dá cinco minutos... Só esse tempo…

Yoongi balançou a cabeça em negação. Fitou os olhos de Jimin, buscando algo que queria ver, mas não enxergava, e, de repente, cuspiu na cara do, agora, ex-namorado.

Jimin se espantou e fechou os olhos com a ação impulsiva dele.

— Não vou dar tempo nenhum para se explicar... A partir de hoje, você não faz mais parte da minha vida... Faça o que você quiser da sua, Jimin. Ela não é mais da minha conta... — pronunciou com a voz carregada de rancor e afastou-se de forma bruta, fazendo as mãos dele soltarem seus braços. — E sabe isso bem aqui? — Pôs a mão no coração, um coração completamente quebrado. — Não pertence mais a você.


"Estou te expulsando do meu coração

Assuma as consequências dessa traição"


Yoongi deu suas palavras finais e saiu, não conseguindo mais ficar no mesmo quarto com o traidor e a amante.

Precisava sair dali o mais rápido possível, precisava desabar. Estava se sentindo tão inútil e humilhado. A dor da traição torturava sua alma, mas o que mais doeu em si foi não ter visto nenhum arrependimento nos olhos dele.

Jimin não se importou por ter descoberto, e se ele queria falar consigo, era para mentir e enganá-lo... Claro, eles tinham algo que os ligava. Deveria ser apenas com isso que ele se preocupou.

No instante em que Yoongi entrou no seu veículo, ligou-o para sair daquele lugar e ir para casa, deixando as lágrimas saírem em abundância de seus olhos.

Sentia uma angústia tão profunda em seu coração que parecia que estava de luto outra vez, como ficara com a morte da mãe, uma pessoa que amava de forma profunda.

Sua visão ficou turva por uns momentos durante o percurso e suas mãos trêmulas deixavam mais difícil controlar o volante. Tentou se manter forte até que chegasse à sua casa.

Quando alcançou sua residência, Yoongi não perdeu tempo e bebeu várias doses de uísque. Cada copo da bebida que bebericava era uma lembrança que se recordava, como se um filme estivesse passando por seu cérebro, desde os beijos, os toques, as declarações de paixão, as viagens que fizeram juntos, os simples momentos do dia a dia, até as situações mais intensas; de tudo o que era inesquecível, lembrou-se nitidamente. Precisava que todas essas cenas se tornassem esquecíveis.

A bebida que deveria ser uma tentativa de aliviar todo o seu sofrimento só estava fazendo com que pensasse mais nele. Quanta ilusão, assim como o seu relacionamento perfeito era. E mesmo assim, Yoongi bebeu por horas a fio, chorando e se martirizando; só parou na ocasião em que o cansaço atingiu seu corpo. No fim, dormiu no chão, sentindo-se um nada.

Duas semanas transcorreram.

Semanas em que Yoongi sentiu-se culpado, inútil e incapaz. Sua autoestima diminuiu a ponto de se comparar com a mulher que estava com Jimin naquela noite miserável.

O que ela tem que eu não tenho? Ela é mais bonita que eu? Eu não posso mais satisfazê-lo como antes, por isso me trocou? Esses pensamentos só fizeram a dor persistir no Min.

Ficava deitado na cama quase o dia inteiro, sentindo falta de Jimin, falta de sua presença, de ouvir sua voz, de seu acalento e de seu calor. Esperou que ele voltasse e implorasse por seu perdão — mas isso não aconteceu.

Não conseguia comer direito e nem se cuidar de maneira adequada. Sua cabeça latejava às vezes de tanto lembrar do que viu. Não conseguia esquecer e, quanto mais recordava, mais voltava a se encher de álcool.

Em determinados momentos, culpava a si próprio pelo fracasso de seu relacionamento, refletindo sobre o que poderia ter feito de melhor, no que poderia ter feito para ter impedido a traição, esquecendo que o verdadeiro culpado era Jimin. No entanto, Yoongi tinha que parar, não podia deixar que esse sentimento fizesse um estrago em si próprio, porque não tinha culpa.

Felizmente, notou que seu pensamento estava errado.

Nesse dia, Yoongi saiu da cama, tomou um relaxante e longo banho, arrumou-se com roupas leves e elegantes, e pôs um batom leve e clarinho apenas para dar cor aos seus lábios. Estava mais magro e com a cara abatida. Decidiu se cuidar para se sentir melhor e mais bonito, afinal, estava se autodestruindo como acontecera após a morte da mãe. Impedir que esse fato persistisse seria melhor para si próprio e para sua saúde mental.

De súbito, soltou um riso espinhoso ao pensar que a mesma pessoa que o tirou da tristeza profunda, anos seguintes, o colocou na mesma situação. Só que não era tão fraco como naquela época.

Ele saiu do quarto e caminhou em direção à cozinha para preparar seu café. Foi rápido, havia uma máquina para fazer a bebida e tinha um bolo que ele fez para se distrair dos seus pensamentos constantes sobre o Park.

Yoongi sabia bem que ainda amava esse homem e que seria difícil retirá-lo de sua mente, de sua pele e, principalmente, de seu âmago.

Quando ia se alimentar, escutou a porta sendo aberta. De súbito, seu coração falhou batidas — já sabendo quem era — e, sem demora, sua respiração e as palpitações de seu coração aumentaram. Caminhou apressado para a sala e seus olhos viram Jimin em carne e osso.

Yoongi abriu mais os olhos, suas pernas tremeram e quase, quase suspirou. Embora estivesse magoado, ainda era fraco por ele.

Jimin observou Yoongi dos pés à cabeça, mantendo-se impassível, como se não tivesse cometido nenhum erro, nenhum pecado. Nada.

— O que você faz aqui? — Yoongi endireitou o corpo, erguendo a cabeça e cruzando os braços. Não queria parecer afetado, mas estava.

— Você está bonito… — Jimin sussurrou.

Yoongi arfou e balançou o rosto, indignado. Como Jimin ousava elogiá-lo, agindo como se nada tivesse mudado entre eles?

— Responda a minha pergunta!

— E pelo que eu sei… — Caminhou em passos lentos até o centro da sala, prendendo seu olhar todo tempo no Min. — Essa casa também é minha.

Yoongi sorriu, incrédulo.

— Seu lugar não é mais nessa casa

E nem no meu coração… Yoongi pensou conforme a sensação atroz voltava com uma força desmedida a seu íntimo.

— Hum! — Jimin colocou as mãos dentro do bolso da calça jeans. — Minhas roupas e meus pertences estão nesta casa… Espero que não tenha queimado elas, Yoon…

Os dentes de Yoongi trincaram.

— Não me chame de Yoon… — exclamou num timbre irritado.

Jimin suspirou. Ele ainda estava do modo que pensara.

— Como quiser, Yoongi.

Os dois ficaram em silêncio. Yoongi queria fazer perguntas para Jimin, entender o porquê da traição. Também precisavam resolver a situação da empresa deles.

Respirou fundo. Enfrentando seu orgulho, foi até onde Jimin estava e sentou na poltrona.

— Senta no sofá, Jimin. Precisamos conversar o quanto antes.

Jimin ouviu a voz séria de Yoongi e concordou.

— Como quiser. — E fez o que ele pediu. Querendo ou não, sentiu-se ansioso pelo que escutaria e sabia que não seria coisa boa.

Yoongi observou Jimin, todos os traços bonitos do rosto dele: os olhos que até pouco tempo cintilavam com paixão por ele, o nariz fino que gostava de esfregar com o seu num carinho sutil, as bochechas que seus dentes apreciavam morder, a mandíbula que suas mãos adoravam segurar em momentos de volúpia em que o beijava sempre sedento por mais… Ele parecia um anjo, mas esse anjo transformou-se em demônio, danificando sua alma da pior forma possível.

Um silêncio pesado os envolvia no tempo em que seus olhos ficaram presos um no outro, até que, finalmente, o Min quebrou a tensão que estava presente com seu timbre carregado de melancolia.

— Por que, Jimin? Por que continuou dizendo que me amava, me enganando e me fazendo acreditar que o único homem que amei de verdade sentia o mesmo por mim? E ainda me chamava... — Yoongi riu sem humor — De vida?

Jimin ficou em silêncio, encarando o rosto de Yoongi. Seu coração agitado no peito o fazia lembrar que ele estava vivo e que precisava responder essa pergunta, porque senão Yoongi não teria paz… E talvez nem ele.

— Não vai me responder ou o gato comeu sua língua? — Yoongi cuspiu as palavras e desviou o rosto dele.

Jimin passou a mão por seus cabelos, suspirando.

— Eu precisava acreditar que ainda te amava...

O coração de Yoongi falhou uma batida dolorosa e retornou a olhar para Jimin com vincos na testa que demonstravam sua confusão.

— Independente da hora ou do momento… Eu precisava dizer que te amava para acreditar que eu, de alguma maneira, ainda nutria sentimentos por você. Mesmo quando acabava de falar com… — Engoliu em seco. — Ela... Mesmo que eu passasse a noite inteira nos braços dela e, logo quando o céu clareava, voltasse para você… eu ainda queria continuar te amando.

Cada palavra reveladora de Jimin era uma facada a mais no coração de Yoongi, escutar as razões da boca do ex e ouvi-lo falar sobre a amante o fazia querer vomitar, agredir Jimin e sair de perto dele o mais rápido possível.

— Pra que, me diz?! Para que se enganar e ME ENGANAR, SEU TRAIDOR? — gritou. Seus olhos arderam enquanto seu rosto ficava vermelho e sua respiração acelerava outra vez.

— Talvez assim eu parasse de te trair e pudéssemos voltar ao que éramos antes, Yoongi! — Jimin afirmou num tom mais elevado. Sua respiração acelerou também.

Yoongi resfolegou.

— Não era melhor ter terminado comigo? Se separar e cada um viver a sua vida? Em vez de fingir um amor que não existe? — Levantou-se. Seus pés não pararam quietos; andou de um lado a outro com a mão descansando na fronte, até enfiá-las em seus fios ruivos.

Jimin lambeu os lábios após senti-los secos. Yoongi fazia tantas perguntas que ele sabia das respostas, mas ,ao escutar cada uma delas, sentia-se cada vez mais tolo. Porém, não queria terminar com o Min, porque edificou mais do que uma relação amorosa com ele, edificou comodidade e estabilidade.

— E você acha que eu iria terminar contigo, Yoongi, por causa de uma mulher que eu nem amava? Por causa de sexo? — Jimin riu e balançou o rosto até voltar a olhar para Yoongi, que parou e fitou o outro com as mãos em punhos. Queria bater nele. — Eu não pensava em te deixar, porque não queria perder tudo o que construímos juntos... — Saiu do sofá e olhou ao redor, gesticulando as mãos. — Essa casa, a nossa empresa... Seria burrice! — vociferou, erguendo as sobrancelhas.

Yoongi se aproximou dele, deixando as lágrimas escorrerem, e Jimin não saiu do lugar. Sabia o que ele iria fazer, e deixou que fizesse. Em segundos, pode-se ouvir o estalo na derme da mandíbula e, nesses mesmos segundos, Jimin ergueu a mão para acariciar o local desferido pela mão forte alheia.

A marca ficaria em sua pele e sumiria rapidamente, diferente da ferida que causara no coração de Yoongi, que duraria por muito tempo.

Yoongi abaixou a mão sem sentir um pingo de arrependimento por ter feito isso. A raiva e a dor sussurravam em sua mente, e teve o prazer de descontá-las nele, até para se sentir melhor fantasiosamente.

— Burrice foi o que você fez comigo, trocando nós… por sexo. — Um sorriso ferido saiu de seus lábios. O dinheiro falou mais alto então, não é? A garantia de que teria uma vida boa… — Ergueu as mãos, movimentando-as no ar.

— Não era só isso... Não era! — Jimin negou com um certo desespero e se aproximou dele, tentou abraçá-lo, porém Yoongi se afastou como um pedido mudo que não ousasse encostar as mãos em si.

— E o que era então, hein?

— Eu gosto de ficar com você, porque confio em você. Nos damos bem juntos, Yoongi!

— Só isso? — Yoongi ergueu a sobrancelha e riu ironicamente. Ele mentia. — Fale mais, querido. — Jimin ficou calado com a testa contraída. — Não vai falar? ... Pois então, eu respondo, amor… — Limpou a água que escorreu de seus olhos de um choro sofrido. — Você não se separou de mim porque é covarde demais para terminar um relacionamento. Queria ficar com outras pessoas, mas não queria terminar comigo…

Yoongi pronunciou, observando o pomo de adão dele descer e subir e ele arregalar os orbes.

— Eu sou a sua segurança financeira, o seu conforto, alguém que te amava e que te ajudaria no que precisasse. E talvez, estivesse com medo também de que eu, em um surto, caso você terminasse comigo, te deixasse sem quase nada, afinal, a empresa está no MEU nome… — Apontou para si próprio e seus lábios se esticaram em um canto, num sorriso vitorioso. — É isso, não é?

E Yoongi atingiu em cheio aquilo que Jimin não ousava falar ou admitir: ele era um covarde e um medroso.

— Você é tão covarde, Jimin… que nem me procurar pra me pedir perdão você teve coragem...

Jimin soltou o ar de seus pulmões pesadamente e desviou os olhos dele por um instante, lambendo o interior da bochecha.

— Eu não iria procurar você logo depois de ver a forma como você saiu do hotel, Yoongi, você estava furioso! — exclamou, retornando a fitá-lo.

— E você não está aqui agora? E o que você disse pra mim, hã? Você veio para buscar suas coisas, não para falar comigo sobre seu erro.

— Eu ainda iria falar com você, mas veja? — Direcionou a mão para ele e riu. — Ainda está furioso comigo por algo sem importância.

Yoongi arfou.

— Sem importância… Sem importância, Jimin? — esbravejou enfurecido.

A cada palavra a mais que ele dizia o deixava mais indignado, não só com ele, mas consigo mesmo. Como não percebeu antes a pessoa que Jimin era? O homem que achava incrível se tornava cada vez mais inferior aos seus olhos. O que já desconfiava se tornou tão nítido quanto uma imagem refletida em um espelho.

— Confesse que não se arrependeu, Jimin. Confesse que, se EU não descobrisse, continuaria me traindo! — Yoongi ordenou, vendo que a respiração dele se intensificava, que ele comprimia os lábios, como se não quisesse ceder à pressão que fazia. — FALA, JIMIN!

— SIM! É ISSO! — vociferou e grunhiu, enfiando as mão pelos cabelos e ofegando com força. — Que merda, Yoongi!

Ao mesmo tempo que ele queria ouvir a verdade, no fundo de seu ser, mantinha uma faísca de esperança que foi apagada em definitivo com a resposta de Jimin. Yoongi fungou, lacrimejou outra vez e fechou as pálpebras.

— Eu sabia… Eu sabia… Mentia pra mim pra me fazer de idiota — murmurou com os lábios trêmulos. — Seu único arrependimento deve ser não ter conseguido mentir melhor… E assim, acabei pegando você e aquela mulher no flagra. — Yoongi balançou o rosto e abriu os olhos novamente, encarando o Park seriamente. — Fique com ela, talvez ela te faça bem, já que eu não fui bom o suficiente para você… E cuidado, pode ser que ela descubra até mais rápido uma traição sua do que eu. — Soltou um riso debochado. — Porque eu sei que você vai trair outra vez, Jimin… seja com quem estiver.


"Você não vai mudar"


— Eu não vou ficar com ela, Yoongi… — negou com tanta seriedade que poderia até fazer o Min acreditar.

— Não quero saber…. Não quero ouvir mais nada de você, Jimin. A partir de hoje, vamos nos comunicar por meio de advogados. Vou te fazer uma proposta em relação a essa casa. Não irei ficar aqui, então, se me oferecer um bom dinheiro, ela é toda sua.

Jimin ficou embasbacado. Não poderia acreditar no que ouvia.

— E nossa rede de supermercados, Yoongi? Nós temos um negócio. Eu que tomo conta de tudo praticamente! — contestou, gesticulando irritado. No entanto, Yoongi estava indiferente e apenas balançou os ombros, não se importando nem um pouco com a exasperação dele.

— Mandei refazer o nosso contrato ontem, e você vai assinar… Eu cuido da minha parte, e você cuida da sua parte das ações… A não ser que pague o valor das minhas ações também, o que é muuuuito caro… — Yoongi proferiu ardiloso e observou o maxilar do Park trincar e o rosto dele ficar vermelho. Jimin estava puto. — Agora pegue o que é seu e saia dessa casa, só se comunique comigo quando decidir o que realmente vai querer.

Yoongi o analisou uma última vez. Jimin respirava rapidamente, fitando-o de uma maneira que demonstrava irritação e incredulidade. Prontamente, direcionou-se para a cozinha, onde iria continuar chorando por causa dele, para liberar a tensão e uma parte da dor que o corroía como ácido.

Não queria ficar mais perto do ex. Sentia-se tão idiota por ter tido expectativas de que ele poderia voltar a ser seu, mas, após ouvir da boca dele que ele não o amava mais e confissões que só o feriram, tudo ruiu.

O amor de Jimin era uma uma fantasia que Yoongi tinha acreditado ser real... tão real que ele não enxergara a verdadeira realidade.

Enquanto ele sentia de mais, Jimin sentia de menos.

Jimin deixou de amá-lo, e Yoongi nem percebeu, porque ele ainda o fez acreditar, com suas ações carinhosas e falas frias de paixão, que o amava. Mas Yoongi iria tentar esquecê-lo sem se destruir, porque, apesar de amar Jimin, o Min ainda se amava bem mais.

Desde então, as situações entre os dois mudaram.

As ações da empresa foram divididas da forma que Yoongi quis e cada um administraria a sua parte. Jimin não gostou de algumas propostas do Min, como ele ter ficado com 15% a mais das ações, mas, de qualquer forma, ele teve que aceitar. Se Yoongi quisesse, poderia se vingar, mas a rede de supermercados crescera por causa de Jimin também, e ele não seria hipócrita de negar esse fato.

Quanto mais rápido resolvessem a situação sem ter nenhum problema na justiça, melhor para Yoongi, que não precisaria ficar enfrentando o ex por tanto tempo.

O apartamento foi vendido, nenhum dos dois quis ficar com o imóvel. Yoongi, devido às recordações que ainda estavam frescas na memória, e Jimin, porque não queria ficar lembrando de seu erro. Pensava que poderia ter feito melhor e seu mau-caratismo era forte demais para pedir o perdão do Min. E mesmo que pedisse, Yoongi não perdoaria, não tinha como perdoar uma pessoa que faria tudo de novo se pudesse, porque, se Jimin tivesse mesmo se arrependido, ele teria pedido perdão, e isso ele não fez, nem depois da descoberta da traição, nem da separação.

Não foi surpresa, quando soube por um primo fofoqueiro do ex que encontrou no centro de São Paulo, que Jimin namorava uma mulher e que ele a traiu também. Yoongi não sentiu nenhuma pena dela, independente se fosse a amante ou outra.

Com o tempo, Yoongi conseguiu esquecê-lo em sua mente. A viagem que fez para a Coreia meses depois, para passar algumas semanas longe de São Paulo e dele, fez com que seus pensamentos em relação a ele desaparecessem pouco a pouco.

Embora seu coração ainda pertencesse a Jimin, Yoongi sabia que seu amor por ele já estava virando pó e que não demoraria tanto para que o vento levasse, até que não sobrasse nenhum grão desse sentimento que podia, em um estalar de dedos, levar um pessoa para o mais belo dos paraísos e fazê-la cair nos confins do pior abismo.

Não dizem que um grande e verdadeiro amor é para sempre memorável? Pois bem, Yoongi faria acontecer o contrário.

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Notas Finais: Desde quando soube que o tema era música, a primeira que pensei foi Infiel da Marília, e decidi manter essa música, já que eu era viciada nela na pré-adolescência.

Essa fific foi a que mais gostei de escrever e é uma das minhas bebês. Não me odeiem 🥺 Mas se quiserem me odiar não posso fazer nada kkkkk

Até, quem sabe, a próxima. Fuiii 💜💜

26 de Fevereiro de 2022 às 03:08 0 Denunciar Insira Seguir história
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Fim

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