dae_gen Dae Gen

Kim Taehyung, um jornalista investigativo, precisa voltar a sua cidade natal depois que uma série de assassinados misteriosos ocorrem. A polícia local parece não conseguir avançar em encontrar algum suspeito e as pistas não dão em lugar nenhum, isso acaba gerando um pânico entre os moradores da pacata cidade e, uma antiga lenda é revivida. Entre boatos e muitas fofocas, uma hipótese de que, algo sobrenatural possa ser o verdadeiro responsável pelas mortes vêm ganhando força e os moradores se rendem a antigos hábitos, o que pode ser ainda mais perigoso.


Fanfiction Bandas/Cantores Para maiores de 18 apenas.

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TAEHYUNG


Eu só queria um dia normal. Já tem umas semanas que não sei o que normalidade, tudo bem que, quando se jornalista, o seu “normal” tem que ser o caos de alguém, pra valer a matéria, mas as coisas estavam um pouco misturadas.

Tentei manter minha rotina padrão durante alguns dias, acordar, me exercitar, tomar um bom café e ir investigar o que estava acontecendo pelo mundo a fora. Eu gostava muito dessa rotina, eu estudei para conquistar uma vida onde eu podia trabalhar de casa e, eventualmente, ir em algum lugar para pegar uma entrevista, quebrei muito a cabeça para crescer como jornalista e, claro, eu era o melhor da People, a antiga D-2.

Mas como diria meu pai: “com grandes poderes vem grandes responsabilidades”. Eu não era o CEO, óbvio, mas eu era o melhor jornalista investigativo, mesmo que eu só tenha investigado fofocas sobre celebridades e a coisa mais polêmica que eu escrevi foi sobre o astro Hongjoong e a namorada dele, não acontecia muita coisa fervorosa na cidade, e eu sempre fiz uma boa limonada com os limões que a vida me deu.

O ponto é, já tem algumas semanas que certos boatos vêm correndo por aí que, em Derry, uma cidade minuscula e, onde eu nasci, ocorreu alguns assassinatos brutais. Ainda existe especulação de que seja um animal selvagem atacando, mas a polícia começou uma investigação formal e meu chefe descobriu que eu sou de lá.

Convenientemente, ele me pediu para fazer a cobertura da matéria, ninguém tinha falado disso ainda na imprensa, então seriamos o primeiro e, com o apelo emocional de um repórter que volta a sua cidade, íamos vender igual, máscara na pandemia.

A questão é que, eu não queria voltar lá. Agora, sentado no meu sofá, tomando um bom café e vendo minhas malas ajeitas eu penso em como foi custoso conquistar o mundo fora de Derry. Eu deixei a cidade com dezoito anos e, hoje, com meus vinte e cinco, agradeço por ter tomado essa decisão.

Não é que a cidade seja ruim, não, é que… É uma cidade pequena. Todo mundo se conhece, todo mundo tem quase a mesma idade ou filhos da mesma idade, são as mesmas lojas sempre, até o mesmo professor que dá aula pra quase três gerações de uma única família, sem contar que as maiores atrações do lugar é uma igreja, que fica do lado do cemitério, e um posto de gasolina na entrada da cidade, quase abandonado, que só funciona por causa da loja de conveniências.

A cidade não é ruim quando se tem dez ou treze anos, e sua única preocupação é passar nas matérias da escola e reunir o pessoal para jogar, clandestinamente, com o tabuleiro ouija nas noites de sexta-feira.

Essa lembrança me fazia sorrir. Isso porque, existia na cidade um boato muito antigo que, ela era amaldiçoada por alguma entidade, mas que, foi exorcizada pelo padre que fundou a igreja local, e por isso, quase todos de Derry frequentam as missas aos domingos e fazem vigílias quando algo acontece. A cidade é tão pequena e isolada que, nem a pandemia chegou lá, mas consigo imaginar a figura do padre falando que foi por causa das orações e não porque nenhum infectado entrou e saiu, não, não. Amém.

Acabei rindo alto, a risada bateu nas paredes e voltou como um eco confortável, meu apartamento não era grande, mas como eu ainda estava decorando do meu jeito, a falta de alguns móveis deixava qualquer som, se propagar com facilidade.

Eu tinha me mudado para esse novo apartamento não tinha muitos meses, era a primeira vez que eu morava sozinho e sem dividir o aluguel, antes eu alugava um lugar junto com meu amigo, Mingi, fizemos faculdade, juntos e era como uma fraternidade, mas então eu decidi ter meu espaço e foi uma boa escolha.

Agora, eu me preparava para deixar meu apartamento fechado por, sabe se lá quanto tempo, e torcer muito para conseguir uma matéria decente que vá além de, “Animais raivosos invadem cidade de Derry e atacam moradores”. Eu queria ter sido mandado para cobrir as Olimpíadas de Inverno, mas meu chefe insiste que a Copa do Mundo vende mais e quase ninguém liga para patinação no gelo.

Bom, eu não tinha para onde fugir, estava “voltando para casa”, como disse meu chefe, durante o discurso horroroso dele para me convencer a fazer a cobertura da matéria lá, como se eu quisesse encarar meus pais, que sempre sonharam em ter um filho advogado ou padre, mas que virou jornalista, e por isso, eles me consideravam algum tipo de fracasso da geração.

Meu pai era o único advogado da cidade e se orgulhava muito disso, já a minha mãe era confeiteira e ajudava na padaria, fazendo seus melhores bolos, todo mundo, quando fazia aniversário, encomendava o kit festa dela, e por conta disso, eu sempre soube o aniversário da maioria das pessoas de Derry, já que eu ajudava ela a enrolar os docinhos.

A única coisa que me confortava de voltar para lá, era que tudo era mais barato, inclusive as bebidas, e eu ia precisar de um bom estoque para encarar aquela gente chata de Derry, a cara de mau-humor do meu pai e meu antigo quarto, logo quando que conquistei meu próprio apartamento, eu tenho que retroceder. Eu ia precisar, sim, de muita bebida!

Peguei minhas malas e a chave do carro, meu copo térmico de café já estava cheio e batizado, aleluia, para encarar a viagem, coloquei a playlist mais aleatória que eu tinha no Spotify e agora era só dirigir por longas horas até a cidade que jurei não voltar. A vida e suas ironias.

Malas em seus lugares. Mochila com minhas coisas mais importantes ao meu lado. Óculos de sol, partida no carro. Um gole do melhor café do mundo. Play em qualquer música do Bruno Mars. E pronto, era só deixar minha memória motora me guiar pelo caminho que eu conhecia de cor, não que eu estivesse mesmo preparado, mas era hora de retornar.

28 de Fevereiro de 2022 às 14:57 0 Denunciar Insira Seguir história
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