izzy02 Izzy Hagamenon

Uma garota, que tem em seu sangue uma maldição que não a deixa manter seus pensamentos para si, tenta a todo custo trancar seus pensamentos e sentimentos a sete chaves.


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#fachada #mentira #maldição #239
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O gosto da mentira

Era uma vez uma garota amaldiçoada, cuja maldição era dizer tudo o que pensava toda vez que tentava falar com alguém.

Ela não conseguia aguentar o peso do silêncio que as pessoas jogavam nela.

Ela tinha medo da solidão que a sondava, implorava por qualquer demonstração de afeto que pudesse mendigar de alguém.

Ela demorou a entender que o que afastava as pessoas não eram suas ideias forçadamente expostas e sim que suas ideias não batiam com as dos outros.

Ela começou a virar o mundo do avesso em busca de algo para quebrar a maldição, em busca de algo que pudesse deixá-la ter o gosto da mentira apenas para poder ter o afeto de alguém, mesmo sabendo que não seria real, já que o afeto seria direcionado a um personagem que ela criou e não a ela.

Apesar disso, ela não se importava. Ela pensava ser melhor que nada. Ela julgava ser melhor sentir falta de sinceridade do que chorar sozinha em seu quarto escuro.

Após revirar pedra por pedra, rodar a terra e pedir a Deus e ao mundo, ela conseguiu achar a sua cura. Ela se reinventou, manteve seus pensamentos trancados a sete chaves assim que pôde. Entregou-se de corpo e alma a uma atuação no famoso palco da vida.

Ela se sentiu feliz por um tempo, com os novos amigos e uma vida bem diferente da que tinha anteriormente, sentiu como se o universo finalmente a estivesse recompensando pelo tempo que sofreu. Porém, essa felicidade durou pouco.

Depois de um tempo, ela estava cansada.

Manter uma fachada fazia seu coração doer, fazia seus olhos se cansarem do que via ser refletido no espelho, em como não condizia com seu interior.

Ela tinha que ficar se policiando a todo momento, sempre calculando a reação da pessoa com quem conversava. Tinha medo de, em um deslize, acabar dizendo algo que deixaria a pessoa mal, ou dizendo algo que a pessoa discordava.

Era como se constantemente tivesse que pisar em gelo fino com os seus novos, e tão sonhados, amigos.

Até que ponto ela consegue aguentar manter essa fachada?

Será que ela se livrou da maldição mesmo? Ou apenas trocou por outra?

Uma que a fazia constantemente inibir seus pensamentos e sentimentos.

17 de Outubro de 2021 às 23:16 3 Denunciar Insira Seguir história
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Fim

Conheça o autor

Izzy Hagamenon Apenas uma jovem mulher que gosta de colocar seus sentimentos no papel, uma que tenta transmitir seu ponto de vista sobre o que acontece no mundo.

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Hillary La Rocque Hillary La Rocque
Olá! Faço parte da Embaixada brasileira do Inkspired e estou aqui para lhe parabenizar pela Verificação da sua história. O que posso dizer? É tão profundo e provoca em nós um momento de reflexão, não somente com relação à nossa sociedade como também no que diz respeito a nós mesmos. Vivemos em um mundo onde muitas pessoas não suportam a verdade dura e preferem a doçura da mentira para amaciar seus próprios egos. É bem verdade que o excesso de sinceridade nem sempre é uma dádiva - a depender de como é exposta. Então posso dizer que é fácil entender os conflitos da personagem e principalmente o sentimento amargurante que a tomou após conseguir o tanto desejava e perceber que no fim não era exatamente o que esperava, pois, enquanto percorria uma trilha tortuosa tentando não magoar outras pessoas, acabava sufocando a si mesma, perdendo-se dentro de si própria. Seja lá o que aquelas pessoas amavam, com certeza não era a verdadeira essência dela, o que, me colocando em seu lugar, só partiria ainda mais meu coração. Seu conto é como um poema, e carrega uma mensagem muito interessante. Tem uma escrita boa e limpa, de compreensão fácil, sendo bastante acessível ao público geral. Conseguiu transmitir bem as ideias, de forma clara e cativante. O conto também foi bem estruturado, sendo seus eventos e intenções repassados de forma organizada. Gostaria de fazer alguns breves apontamentos. Em “Ela tinha medo da escuridão que sondava e implorava”, a forma como foi colocada nesse trecho faz parecer que é a escuridão que também implora além de sondar; uma separação por vírgula seria o suficiente para evitar esse tipo de interpretação caso essa não seja a intenção. Em “rodar à terra e pedir” aqui a crase não se faz necessária, com ela faz parecer que a personagem “rodou utilizando a terra” como “fazer à mão”, compreende? É penas um exemplo. E por último! O “famoso palco da vida”, não é nenhuma observação, apenas foi nostálgico ler essa frase que é repetida tantas vezes nos livros de Augusto Cury. Chegamos ao fim! Aqui eu me despeço e lhe desejo todo o sucesso do mundo, e que continue compartilhando conosco mais do seu talento e palavras tocantes. Visite o nosso blog do Esquadrão da Revisão, para receber dicas que podem contribuir com seu crescimento como escritora, e também o blog Guia de Etiqueta, para sanar quaisquer dúvidas quanto às regras de convívio da plataforma. Um grande abraço e até a próxima!
April 09, 2022, 22:34

  • Izzy Hagamenon Izzy Hagamenon
    Muito obrigada pelo comentário, fico muito feliz toda vez que vejo que alguém gostou do que escrevi ❤ Queria agradecer também pelo aviso das partes que precisavam mudar, agora está tudo certinho 🥰 April 09, 2022, 22:51
  • Hillary La Rocque Hillary La Rocque
    🥰😘 April 09, 2022, 23:11
~