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A história dos anjos e o encontro celestial com a terra, da pior e melhor forma.


De Época Todo o público. © Mallone Alves

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Os anjos são criaturas divinas, ou seja: criadas por Deus, como espíritos celestiais. Os anjos foram as primeiras criaturas de Deus, antes mesmo da humanidade, como é narrado no Livro de Jó, que, os anjos (astros da luz) deram gritos de Louvor quando Deus criou a Terra; e, ainda é citado em Hebreus 1,7 que Deus os faz em forma de vento e clarão reluzente.

A função dos anjos na humanidade como mostra as escrituras diz que os anjos são mensageiros, enviados para cumprir a providência Divina. A palavra anjo na tradução hebraica quer dizer Malak (mensageiro de Deus), que foi originada dos mensageiros dos reis e governantes que para se comunicar e passar mensagens importantes, enviavam um servo, que era chamado Malach (mensageiro), com "ch" no final.

A primeira aparição de anjos, nas escrituras canonizadas, esta em Gênesis. Algumas traduções não citam inicialmente anjos como mensageiros, ou Malak (no singular) e Malakim (no plural), ambas aparecem 213 vezes no antigo testamento, em hebraico, idioma original das escritas do AT.

Para se entender a origem dos anjos e o contato com os homens, assim como qualquer interpretação da bíblia, deve se ser analisado toda a escritura e até mesmo tradução. Em Apocalipse narra a queda dos anjos junto do dragão, que é este a antiga serpente chamada Diabo ou Satanás, diz ainda que ele e seus anjos foram lançados a Terra (Ap12,7-9). O que se da a entender a partir de então, é que os anjos caídos ou demônios, -os quais vieram a se tornar- tiveram contato com os homens.

Outro livro, o qual é considerado apócrifo, O Livro de Enoque, também narra o contato dos anjos com os homens; (I Enoch 6,1-15) —quando os homens geraram filhas, os anjos viram que eram formosas e belas, eles conquistaram as mulheres e reproduziram e geraram filhos(as) e nefilins (gigantes).

A passagem se assemelha muito a passagem de Gênesis 6:2 que diz "vendo os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas, tomaram para si mulheres, as que, entre todas, mais lhes agradaram". O livro de Enoch é considerado apócrifo pelos judeus por ter sido escrito em grego, por fazer alusões e afirmações extremas sobre o céu e os anjos. Lembrando que os judeus também não aceita o cânon de nenhuma escritura em grego. Ja a Igreja Católica não canonizou o Livro de Enoque, porém se deve pelo desaparecimento dos papiros originais antes do Concilio de Hipona, que canonizou a bíblia com as escrituras em hebraico e aramaico do antigo Testamento, e grego, do Novo Testamento, totalizando 73 livros. Outro motivo pelo qual não pode ter se esforçado pela canonização é pelo entendorismo dos leigos e até a não reunião total dos escritos na época.

Recentemente, a partir de um meme, alguns afirmaram que a forma dos anjos é assustadora ou pavorosa, ou que eles não tem a forma fofa como os Querubins das famosas pinturas da arte sacra. Mas isto não é de forma geral.

Os anjos retratados nas pinturas de artistas, como Michelangelo, Da Vinci, Caravaggio e outros, representam em sua beleza, literalmente como é a beleza de um ser em estado de graça total, assim como pinturas de Jesus e Maria. Em alguns casos são representados (os anjos) pelos artistas, sua forma que teve-se tomado nas passagens das escrituras. Ao contrário do que muito é dito, as imagens ou arte sacra não foram criadas pela Igreja ou pelo papa para manipular. E sim, são presentes dados pelos artistas para a Igreja, como os citados. Em outros casos, temos ainda a representação dos anjos, até em catacumbas, como é o caso da Catacumba de Priscila, ainda no segundo século d.C.

Cada anjo, como mostra as escrituras, apareceram aos homens como foi preciso no momento. O que mostra que além dos anjos agirem sobre a ordem de Deus, eles podem tomar a forma que for necessária.

Em Gênesis, quando dois anjos apareceram a Ló, notavelmente eles tinham forma de homens, algumas traduções até ousaram trocar a palavra mensageiro por homens, válido neste caso já que Ló os recebeu em sua casa e eles se alimentaram com ele (Gn19,1-2). O povo até os estranha, mas literalmente por serem estrangeiros e serem recebidos por Ló como imigrantes, talvez tenham causado curiosidade no povo também por ter aparência mais bela ou simplesmente serem diferentes, assim como nós percebemos que alguém de outro país tem traços diferentes.

Outra passagem na bíblia que descreve um anjo como homem, está ainda em Gênesis. Jacó quando estava quase amanhecendo atravessava o Vau do Jaboc com sua família, e quando ficou sozinho encontrou um homem, que lutou com ele até amanhecer, quando Jacó o segurou até que este o abençoasse. Jacó foi abençoado e o anjo ainda mudou seu nome para Israel "IsraEl (soldado de Deus) pois lutou com Deus (uma força de Deus) e prevaleceu.

Jacó deu ao lugar o nome de Fanuel, dizendo: Vi Deus face a face e minha vida foi preservada. (Gn32,23-32)

Já em Ezequiel no capítulo 10, é narrado pelo autor que apareceram quatro Querubins no templo de Javé, cada um dos quatro tinham quatro cabeças, sendo a primeira de querubim, a segunda de homem, a terceira de leão e a quarta de águia, e todos tinham asas. A função dos anjos nesta passagem foi mostrar que a mão de Deus estava com os anjos e que o que os anjos fizessem o espírito guiaria as outras coisas para que os acompanhasse.

O profeta Isaías em seu livro, faz uma música sátira contra o rei da Babilônia, que ao cair ou morrer, se compara a Lúcifer, o qual ele chama de Estrela da Manhã ou na tradução: Portador da Luz, antes de ser precipitado do céu com seus anjos, por São Miguel Arcanjo e a milícia celeste (Is14,12). A passagem é reforçada em Apocalipse 12,9, já citado. Ambas passagens fazem referência do início, com a queda dos anjos rebeldes e do fim com sua queda definitiva ao abismo.

A aparição mais preciosa —assim digamos— que várias passagens, é a do anjo Gabriel, (narrada por Lucas, Lc1,26-38), que foi enviado a Jerusalém, para anunciar a Imaculada Conceição de Maria e anunciar também a José que Maria conceberia em sua pureza e daria a luz a Jesus, que seria o próprio Deus conosco. Quando o anjo aparece a Maria, ele a saúda como nenhum anjo dialoga com outros nas escrituras. O que denota a importância e a proximidade do anjo e de Maria com Deus. Antes ainda, o anjo também apareceu a Isabel (prima de Maria) e Zacarias, para anunciar que seriam os pais de um profeta, sendo este João Batista, aquele que converteria famílias batizou Jesus mais tarde. O anuncio sobreveio aos milagres, pela Virgindade de Maria, e a Isabel ser estéril e de idade. E claro, ambos causaram surpresa.

Além do cristianismo os anjos são criaturas cultuadas em outras religiões pagãs.

A Religião do Antigo Egito manifesta a crença em seres com formas diversas, como os anjos descritos nas escrituras bíblica. Nas paredes de suas piramides, templos pagãos e edificações se encontram diversos desenhos destes seres, o que pode-se entender como algum encontro deste povo com anjos caídos, e assim se teve a perdição do povo ao paganismo. O que também esta relatado e afirmado no Livro de Enoch, quando ele conta sobre os anjos quando caíram do céu e ensinaram aos homens a fazer espadas, facas, temperos, espelhos, ensinaram as mulheres a se embelezar, seduzir e ensinaram toda a perdição da espécie humana, a qual levou o homem a ruína, ainda como é descrito, tanto no livro apócrifo, quanto no Livro de Gênesis.

Os anjos possuem hierarquia, tal foi apresentada inicialmente por Dionísio, que aparece em Atos 17,34, e a partir dali tornou-se discípulo do apóstolo Paulo, o próprio afirma em seus escritos ter sido convertido por Paulo.

A hierarquia celestial foi reafirmada por São Tomas de Aquino em sua Suma Teológica em 1265. As afirmações são totalmente fundadas e sustentadas nas escrituras, sendo as principais, a carta de Paulo aos Efésios (Ef 1,21-13) e a Carta aos Colossenses (Cl 1,16).

Assim é composta a : Serafins, Querubins, Tronos, Dominações, Potências, Virtudes, Principados, Arcanjos e Anjos. Em cada hierarquia, além de mensageiros, cada um designado a alguma autoridade como guardião.

A crença na presença dos anjos e na providência divina de Deus através dos anjos como seus servos é totalmente necessária na catequese e na formação do homem como cristão, ja que os ensinamentos da bíblia mostra que os anjos agiam em favor do homem e os auxiliavam. A intercessão dos anjos é bíblica, e do alto dos céus os anjos clamam pelos homens na Terra.

Assim como no início dos tempos, os anjos caídos tiveram encontro com os homens; de acordo com a bíblia, os anjos celestes terão o papel de por fim ao mundo, e por um breve tempo os anjos caídos (demônios) e o diabo triunfarão e terão poder pela iniquidade do mundo, e por fim, o mestre de todos os anjos, Jesus Cristo voltará para se cumprir o Apocalipse, para o arrebate dos santos e condenação dos iníquos.

Fim.

6 de Setembro de 2021 às 01:34 0 Denunciar Insira Seguir história
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