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Jimin é um ator em plena ascensão convidado pelo Governo da província de Gyeongsang do Norte para fazer parte de uma das atrações que ocorreria durante o festival Samjinnal. Devido ao personagem que iria representar, ele tinha que passar, os dias que antecedem o festival, na cidade em que iria ocorrer a apresentação ensaiando e aprendendo algo que nunca imaginou: arco e flecha. Durante esse tempo, ele conhece por acidente o estranho e reservado Min Yoongi, que acaba por lhe proporcionar experiências únicas. No entanto, Jimin não poderia esperar era que Yoongi marcasse sua vida de tal forma que, depois de anos, ele ainda se lembraria daquele encontro em meio às azaleias.


Fanfiction Bandas/Cantores Para maiores de 18 apenas.

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Mire

Escrito por: @HannaMinn | @Hanaella06


Notas iniciais: Olá, pessoal, como estão??? Espero que estejam bem... :) Já eu estou empolgada, muito empolgada, pois esta é a minha estreia nesse projeto aaaaah...

Bom, surtos a parte, gostaria de deixar meu agradecimento pela oportunidade de participar dessa equipe IN.CRÍ.VEL, também para a Babi, @taquiomorfia | @icchira, pela betagem e a @eclipse- | @sweetmoon0 pela capa adorável (old que eu perdi alguns bons minutos olhando para ela).

Agora vou deixar vocês aproveitarem a leitura, porque falei demais... Até as notas finais "cherrys"


~~


Acordar, levantar, escovar os dentes, se vestir, se exercitar, tomar banho, se arrumar, tomar café da manhã, sair para encontrar o manager… Todos os dias a mesma coisa, de segunda a domingo a mesma rotina. Jimin dormia pensando nos primeiros passos do próximo dia, apesar de pouca coisa se alterar entre eles.

Eram sempre os mesmos passos a serem seguidos desde que se formou em Artes Cênicas e começou a trabalhar verdadeiramente no ramo. Ele ainda se lembrava das pequenas participações feitas em peças e as apresentações de dança quando era mais novo, afinal este havia sido o motivo de ter escolhido o curso que fez. E mesmo sendo complicado ter sua vida perdendo cada vez mais a privacidade e calmaria do anonimato, não se arrependia do caminho escolhido para ser traçado.

Aquela manhã tinha começado como todas as outras, o mesmo roteiro sendo seguido, até o encontro com o manager, este que continha um sorriso brilhante no rosto, como se não conseguisse esconder a felicidade.

— Devo ter medo desse sorriso psicopata em sua cara? — questionou completamente intrigado e curioso sobre o motivo para o outro estar daquela forma.

— Falando desse jeito até perco a animação… — o homem disse, ficando sério por pouquíssimos segundos antes do sorriso voltar a cortar sua face e entrar no automóvel que os esperava, Jimin seguiu o mesmo caminho e tomou seu lugar de praxe. — Bem, mesmo que você não aprecie meus esforços — dramático como sempre —, eu gostaria de lhe avisar que esta manhã recebi um e-mail o convidando a participar de uma das apresentações do festival Samjinnal em Daegu.

— Não é que eu não fique feliz, mas esse é o motivo de sua felicidade? — voltou a perguntar, estranhando o comportamento alheio. O bufo exasperado que ouviu acompanhado do revirar de olhos quase fez com que sorrisse pela forma infantil com que o outro agia.

— Pelo amor dos céus, Jimin, espere até ouvir a notícia completa. Dessa forma, eu não vou falar mais nada. — O silêncio reinou por exatos 30 segundos após o homem terminar sua fala, como se esperasse que o Park falasse algo. — Acho que não falei qual era a sua participação… Você será o personagem principal.

— Sério isso, Joon? — questionou, começando a sentir uma energia se acumular em seu corpo, esta que se liberou após receber um aceno leve de cabeça. — Aaaaaaah! — Qualquer um que ouvisse o acharia louco por estar gritando daquele jeito. A euforia tomou conta dele e, juntamente com o seu manager, começou a comemorar.

Isso era mais uma conquista em sua carreira, pela primeira vez atuaria como protagonista e tinha ficado feliz mesmo sem saber qual era realmente o papel que teria que representar.


[...]


O céu de um branco gelo que reinava durante a fria manhã foi a primeira coisa que o Park viu ao abrir seus olhos. A cabeça estava apoiada na janela do carro em um ângulo estranho, tinha cochilado durante a viagem e agora estava sentido uma pontada desconfortável no pescoço e uma ardência no lado do rosto que ficou apoiado.

— Que horas são? — perguntou ao mesmo tempo que alongava o pescoço e sentia a pele quente da bochecha vermelha, seu estado sonolento não ajudando em nada na tarefa de se localizar.

— Sete e treze. Você dormiu praticamente a viagem toda.

— A culpa não é minha, você que quis sair de madrugada — se defendeu, levemente ofendido pelo tom usado pelo manager.

— Eu não estou reclamando, longe de mim. Nunca dirigi com tanta paz te tendo como companhia.

— Você não presta! — Só bastou ele falar isso para os dois começarem a dar risadas. O carro passou pela placa de boas-vindas na estrada, que era o marco responsável avisar aos transeuntes a chegada nos limites da cidade.

Em pouco mais de vinte minutos, o veículo estacionou em frente ao hotel em que ambos ficariam instalados pelo próximo mês. O inverno fazia seu trabalho em trazer o frio congelante característico da época que nem mesmo as grossas camadas de roupa estavam ajudando a aplacar, então os aquecedores do quarto foram muito apreciados por ambos, porém pouco aproveitados. Naquela mesma manhã se iniciavam os ensaios, assim como os treinos de arco e flecha para algumas cenas durante a apresentação, e Jimin precisava seguir o cronograma de atividades pré-estabelecidas para ter certeza de estar fazendo apenas o melhor que poderia.

A rotina não era fácil, nem de longe. Acordar cedo para ir aos ensaios, passando horas e horas ouvindo as orientações do diretor e repetindo cenas até ter perdido as contas, tudo isso para que, assim que fosse dado por encerrado, ele seguisse para as aulas de tiro ao alvo onde tinha que praticar por horas com o arco e flecha. Afinal, ninguém queria que um acidente ocorresse durante a apresentação com milhares de pessoas os prestigiando e o festival inteiro fosse estragado por sua causa.

— Mire, respire e atire — a instrutora disse a ele na sua primeira aula, logo depois de tê-lo ensinado a segurar corretamente o arco. — Concentre-se, Park! Esse é um esporte que exige o máximo de concentração! — Foi o que ele ouviu no decorrer da mesma aula e nas outras seguintes. Já fazia mais de uma semana desde que os treinos tinham começado e Jimin não havia tido o progresso que ele esperava de si mesmo.

O carro de vidros escuros deu a partida logo depois que ele entrou depois de mais um ensaio findado; ao seu lado, o manager digitava freneticamente no celular enquanto o motorista seguia calado pelas ruas de uma movimentada Daegu. O caminho continuou silencioso por muitos minutos, sendo preenchido apenas pela sinfonia do trânsito movimentado e a vibração irritante da vibração do celular alheio.

— Ajusshi, o senhor pode seguir para o hotel hoje. — A voz do manager tirou Jimin de sua observação nada detalhista da cidade.

— O quê? Por quê? — Não conseguiu segurar o questionamento, ainda que a fala não tivesse sido direcionada a ele.

— Acabei de receber uma mensagem da instrutora se desculpando por ter que cancelar o treino de hoje em cima da hora por motivos pessoais, hoje você vai ter a tarde de folga. — A resposta veio em uma voz monótona com a atenção direcionada novamente ao aparelho em sua mão.

— Mas eu não quero ter a tarde de folga! — ditou em um tom acima do que se pode considerar um resmungo e ele só percebeu isso quando percebeu a atenção alheia direcionada a si, os olhos escuros inquisidores e a sobrancelha erguida exigiam uma explicação. — Desculpe, hyung, é só que eu acho que poderia aproveitar o tempo para treinar.

— Jimin, você está fazendo de novo…— O suspiro que ouviu fez com que a vergonha por ter aberto a boca em primeiro lugar aumentasse ainda mais.

— Não estou, não, hyung. Eu juro.

— Olhe em meus olhos — exigiu. Jimin não era difícil de se trabalhar, totalmente empenhado em cumprir suas responsabilidades e muitas vezes ir até além. O problema era exatamente esse, ele não sabia quando parar e continuava exigindo demais do seu físico e emocional. — Tem certeza disso? E eu não estou falando do treino, você sabe disso.

— Sim, não precisa se preocupar. Eu não estou me esforçando demais, ainda não atingi o meu limite.

— Isso é exatamente o que não deve acontecer, Jimin! Você não deve nem chegar perto do que acha ser seu limite. Você se lembra do que aconteceu da última vez? Eu sou responsável por você e não vou deixar acontecer de novo. — O silêncio voltou a reinar depois dessas palavras, o motorista fingia não escutar a discussão que corria no banco de trás.

— Eu me lembro bem, hyung. — A voz triste do Park quebrou toda a possibilidade que o manager tinha de continuar a brigar com ele e mais um suspiro foi dado, dessa vez em resignação.

— Tudo bem, Jimin. O campo de treinamento já está reservado mesmo, mas eu só vou te deixar ir se me prometer que não vai se esforçar tanto e eu vou te buscar assim que a reunião acabar, antes do anoitecer.

— Prometo, hyung. — O sorriso praticamente rasgou o rosto bonito de Jimin.

— Desculpe, ajusshi, podemos seguir para o destino anterior, por favor? — O homem no banco da frente apenas acenou a cabeça em reconhecimento ao pedido e mudando novamente de direção — O que eu não faço por você, Park?

— Você me ama, hyung. Apenas aceite. — A balançada de cabeça que o manager deu só fez com que Jimin soltasse uma risadinha fofa, mas, por dentro, ele não estava tão feliz assim pensando no que foi dito antes.

Há pouco mais de um ano, Jimin acabou parando no hospital por causa um desmaio durante o treino de dança com uma lesão na perna e saindo com um diagnóstico de anemia profunda por falta de uma alimentação adequada para se encaixar em padrões inexistentes. Não foi uma época fácil, ainda mais depois de ter sido obrigado a se consultar com um psicólogo e fazer terapia para enfrentar seus medos. Ficou tão perdido em pensamentos que nem percebeu que o carro tinha parado, pois já haviam chegado ao local.

— Lembre-se, Park, antes do anoitecer. — Ouviu após sair do carro. Acenou em concordância, fechou a porta e seguiu a trilha já conhecida em direção ao lugar onde os equipamentos eram guardados.

A grama não conseguiu sobreviver ao frio do inverno rigoroso daquele ano, o que deixava o ambiente estéril e apenas o caminho de pedras bonitas quebrava o tom de marrom morto que o inverno produzia. Alguns funcionários andavam de um lado para outro, mas ninguém o parou, já acostumados com o vai e vem de alunos.

Já munido com os protetores, o suporte com as flechas e o arco caminhou para o alvo reservado recordando as orientações da instrutora. Pôs seus pés no risco do chão que demarcava o local que deveria se posicionar, pegou a primeira flecha e armou o arco pronto para dar o primeiro tiro e iniciar o treino. “Mire. Respire. Atire.”

Ele não poderia dizer exatamente há quanto tempo já estava ali, atirando todas as flechas e indo até o alvo pegá-las de volta, nenhuma acertando, no entanto. Já cansado e estressado pela falta de avanço, atirou a próxima flecha completamente fora de rumo, desviando do alvo e seguindo a sua própria direção. Ótimo, agora perderia tempo procurando uma flecha depois de ficar irritado consigo mesmo.

O cenário de campo desolado ia mudando conforme entrava cada vez mais em partes inexploradas da propriedade. Por alguma razão, inúmeros arbustos de um verde vivo acompanhados de uma plantação multicolorida de azaleias se faziam presentes, uma paisagem distinta do que se esperava encontrar.

No meio do lugar, uma pessoa vestida com roupas muito pesadas e completamente pretas se destoava no cenário, chegando a ser um pouco assustador. Ao se aproximar, Jimin pôde perceber que uma das mãos pálidas segurava a flecha que havia perdido momentos antes. Ele quase entrou em pânico ao imaginar que poderia ter ferido alguém.

— Você está bem? Eu te machuquei? — disse afobado depois de correr os poucos metros para chegar à pessoa, que apenas de perto pôde perceber ser um jovem como ele, que o olhava completamente confuso e um pouco espantado pela sua aproximação.

— Sim e não. — Os olhos escuros que o miravam com atenção eram tão brilhantes que parecia haver estrelas presas neles, e as bochechas, levemente cheias, tão avermelhadas por conta do frio que acabavam deixando-o com uma aparência extremamente graciosa, ainda que as roupas pesadas, inicialmente, passassem uma imagem assustadora.

— Fofo. — Jimin só pôde arregalar os olhos e colocar a própria mão na boca depois de ouvir o que ele mesmo tinha acabado de dizer.

— Obrigado, eu acho. Bem, isso só pode ser seu. — Os dedos gélidos tocaram sua pele morna no momento em que o objeto lhe foi entregue, enviando um arrepio por todo o seu corpo.

— Espere — pediu sem saber a razão depois de ver que o outro já iria embora. — Você não me disse seu nome…

— Você não perguntou. — Jimin tinha certeza que todo o sangue do seu corpo tinha se direcionado para o seu rosto devido à vergonha que sentiu tanto pela resposta quanto pela risada que recebeu devido ao seu estado. — Yoongi, Min Yoongi. É um prazer conhecê-lo, Park Jimin.

— Como?

— Esse não é o seu nome? — Apontou para o protetor do peitoral onde tinha gravado seu nome como forma de individualizar os equipamentos.

— Sim, esse é o meu nome. Park Jimin. Isso mesmo. — A risada dada pelo outro teve o efeito de o fazer se sentir idiota e ao mesmo tempo feliz por ter conseguido o fazer rir. O que estava acontecendo com ele? — Desculpe.

— Sem problemas. — As palavras ditas de forma sorridente deixavam a fileira de dentes pequenos à mostra emoldurados por uma linha de gengiva rosada e lábios finos levemente rachados pelo frio. Como uma pessoa poderia ser tão fofa que todos os detalhes dela poderiam arrancar reações nada convencionais de um desconhecido?

— Acho que realmente não levo jeito para isso — disse, balançando o arco depois de se controlar do crescente instinto de abraçar o outro que tremia levemente após uma rajada de vento forte passar por eles.

— Não é questão de jeito... — Ouviu, enquanto acompanhava com os olhos o Min colocar uma cesta cheia de azaleias no chão. — Posso? — pediu o equipamento que rapidamente lhe foi entregue. Jimin não saberia dizer o que mais o encantou naquele momento, se o rosto concentrado de Yoongi ou o fato dele ter uma postura e pontaria perfeitas. — É questão de concentração.

— Minha instrutora disse praticamente a mesma coisa, mas não consigo. Eu me concentro e acabo errando do mesmo jeito.

— Esse é o problema. Você não deve se concentrar em acertar, e sim em sentir o arco como se fosse parte de seu corpo e a flecha sendo como seus desejos mais profundos. Tome, tente você. — Yoongi entregou o arco novamente ao Park, que a contragosto ia tentar seguir os conselhos dados. — Está vendo a árvore que eu acertei? — Acenou de maneira afirmativa. — Tente chegar o mais perto que consegue dela — disse indo para trás dele, Jimin respirou fundo e se posicionou pronto para soltar a fina corda presa entre os dedos gordinhos, porém o leve toque que sentiu no cotovelo o fez ficar rígido como uma rocha. — Relaxe, Park-sshi. Observe a árvore e lembre-se: o arco faz parte de você. — O tom de voz sussurrado em seu pé do ouvido era praticamente um crime contra sua sanidade, mas ainda assim conseguiu se concentrar.

Pôde sentir o vento frio, a cadência dos seus batimentos cardíacos e a respiração quente em seu pescoço lhe relaxando; fechou os olhos, respirando fundo mais uma vez, e simplesmente soltou a flecha, que em milésimos de segundos alcançou o destino final. A árvore agora com duas flechas, uma ao lado da outra.

— Não acredito. — Soltou embasbacado com o desempenho que alcançou.

— Viu? Quando você deixa de tentar acertar sempre, pode conseguir coisas incríveis. — Jimin virou para ficar de frente com o outro, não se surpreendendo com a curta distância entre eles. — A perfeição não existe para os humanos, Park Jimin-sshi.

O toque alto de um telefone celular assustou ambos, Jimin nem precisou olhar para saber que seu manager estava o esperando para irem embora.

— Eu tenho que ir agora. — Apesar do que disse, ele não moveu um único músculo para sair, o toque insistente quase o fazendo querer jogar o aparelho longe. — Posso te encontrar novamente? — questionou em um ato de coragem.

— Talvez. — E, como se soubesse que o Park não iria a lugar nenhum, Yoongi abaixou, pegando sua cesta para depois virar as costas e ir embora.


[...]


— Você está atrasado, Yoongi. — A voz de sua mãe soou pela sala no momento exato em que ele passou pela porta de entrada da pequena casa. A mulher estava em sua clássica pose imponente do outro lado do cômodo, claramente esperando pela chegada do filho.

— Desculpe-me, omma! — pediu, deixando evidente em sua voz o descontentamento por estar recebendo uma bronca, mas manteve o respeito com a cabeça abaixada e os olhos fixos nos seus pés, esperando as próximas palavras de sua progenitora.

— Você se lembra de quanto tempo falta para a chegada da primavera? — Acenou em resposta, as mãos apertando cada vez mais a alça da cesta que segurava. — Cada segundo é precioso, Yoongi. O dia que a cobra sai de seu sono invernal fica cada dia mais próximo e tudo deve estar pronto, então eu irei perguntar apenas uma vez. Devo me preocupar com a razão desse atraso?

— Não, omma! Garanto que tudo vai sair conforme o planejado.

— Assim espero, porque você sabe muito bem que eu sei o que aconteceu nesta tarde.

— Não aconteceu nada de mais, omma — falou mais rápido do que deveria.

— Está querendo provar isso para quem? Para mim ou para você? — disse, passando ao seu lado e saindo do local sem mais nenhuma palavra. Yoongi apenas suspirou, resignado, e foi até a cozinha fazer as tarefas que restavam a ser cumpridas naquele dia.


[...]


Uma semana havia se passado desde o encontro que teve com o jovem de pele clara no campo de treinamento e desde então não haviam se visto mais. Cada vez que entrava ou saía do lugar, ou quando caminhava na grama que nascia, ou ainda durante as práticas, ficava olhando para todos os cantos na intenção de vê-lo pelo caminho, mas todas suas tentativas foram frustradas. A verdade era que queria perguntar a alguém se sabia da existência dele e onde estava, só que sabia que isso não seria possível sem levantar a curiosidade alheia.

— Você progrediu bastante essa semana, Jimin-sshi — o elogio veio inesperadamente, apesar de ser óbvia a mudança e melhora que teve desde que passou a seguir os conselhos de Min Yoongi. Novamente estava se lembrando dele, tinha perdido até as contas de quantas vezes isso havia acontecido.

— Obrigado por ter me ensinado e me conduzido até minha chegada aqui. — Curvou-se, completando o agradecimento como devia ser feito à instrutora. Tinha conseguido acertar vezes o suficiente o alvo para começar a ter segurança no manuseio do equipamento. Assim se encerrava outro treinamento e ele poderia seguir rumo ao seu descanso.

As roupas que usava eram mais leves, ainda que as longas mangas cobrisses até seus pequenos dedos. O aumento da temperatura era um sinal claro de que a primavera chegava para bater na porta e fosse convidada a entrar, mas o vento ainda frio do inverno rigoroso que passou se fazia presente como um lembrete de que ainda não havia ido embora. E foi por esse motivo que praticamente correu para dentro do carro que já o esperava.

Com o avançar das horas durante o dia, o tempo ficava frio o suficiente para querer voltar a usar seus pesados agasalhos e se abraçar, formando uma pequena bolinha quente de Jimin.

— Jimin-sshi, o senhor Kim pediu para avisá-lo que não poderá acompanhá-lo hoje — o homem disse depois de o ver entrando no carro, antes mesmo do Park dar falta do manager do outro lado do banco do passageiro perdido em algum assunto no celular.

— Tudo bem, ajusshi. Podemos ir. — E assim como o esperado, a viagem seguiu sob o silêncio constrangedor da falta de intimidade. Sem muitas opções, distrair-se no celular era só o que restava para o Park, claro, se não estivesse nos seus últimos instantes de bateria. Só lhe faltava soltar suspiros de tédio por ter que ficar mais de meia hora sem nada para fazer, a não ser ver o asfalto passar pelas janelas do carro e um vislumbre rápido de alguém que muito queria ver. — Ajusshi, será que poderíamos parar um pouquinho?

Em poucos segundos, o carro encostou no acostamento e Jimin desceu como se estivesse pegando fogo nas suas calças, sem ver a feição confusa que o motorista fazia. Este, ao ver para onde o outro ia, quase gargalhou ao achar que era um daqueles momentos de liberdade juvenil que lhe era negada. Voltou o carro para a pista e conseguiu fazer o retorno, parando no estacionamento do supermercado e aguardando calmamente o retorno do ator.

Dentro do estabelecimento, Jimin passava pelos corredores abastecidos de mantimentos procurando pela silhueta que jurava ter visto entrar pelas portas de vidro do lugar, mesmo que tivesse sido algo muito rápido. Viu novamente passar e tentou ir atrás, mas outra vez a perdeu de vista.

— Está me perseguindo, Park? — Se o Céu existia, Jimin jurava que foi e voltou dele nos milissegundos depois que a voz começou a soar atrás dele; automaticamente levou a mão direita até o peito, sentindo o coração disparado.

Yoongi sentiu uma sensação estranha de estar sendo observado, então entrou no primeiro corredor e esperou alguém passar, coisa que não demorou quase nada, só não imaginava que fosse ser exatamente ele.

— Sempre chega assim por trás das pessoas? — Recebeu apenas um levantar de sobrancelhas e um cruzar de braços desengonçado, devido à cesta que segurava, como resposta, claramente querendo dizer “Eu perguntei primeiro” com a pose. — Ah... Eu, hum… Eu... estava passando e achei que tinha te visto e vim confirmar, não estava te perseguindo.

— Tecnicamente, estava sim — respondeu, começando a andar novamente de maneira calma, olhando para os produtos dispostos nas prateleiras bem organizadas.

— Você disse que poderíamos nos encontrar novamente, só que você sumiu — disse ao mesmo tempo que o acompanhava pelo “passeio” nos corredores. Jimin não pôde ver, mas os músculos de Yoongi tensionaram levemente ao ouvir o que o outro disse.

— Lembro bem de dizer que talvez isso aconteceria — ignorou a reação provocada e seguiu pelo caminho que achava mais seguro.

— Achei que fosse um talvez provável — Jimin disse e sorriu para si mesmo, achando-se um idiota pelas suas suposições. Yoongi achou melhor não falar mais nada, notando a decepção no olhar alheio, e pegou o pacote que olhava há tempo demais e não prestava a mínima atenção. — Vai preparar um banquete, Yoongi-sshi?

— Como?

— Faz tempo que não vejo uma pessoa comprando tantos ingredientes assim — respondeu apontando para a cesta que o Min segurava, esta que estava completamente cheia.

— Aah… Não diria um banquete, são só algumas coisinhas pro Samjinnal.

— Yoongi-sshi vai participar do festival? — E, como mágica, Jimin ficou eufórico com esta possibilidade, esquecendo completamente de como estava instantes antes. — Eu irei participar de uma das atrações — disse sem tentar esconder sua empolgação, arrancando um sorriso do Min por isso.

A partir de então, ambos começaram a conversar animadamente, chegando até a se distraírem algumas vezes. Depois de vários minutos e duas cestas cheias de suprimentos, Jimin teve que ir buscar outra já que Yoongi não tinha terminado de pegar as coisas que precisava; ambos saíram do estabelecimento com as mãos cheias e com vontade de continuarem a conversa.

— Você quer uma carona, Yoongi-sshi? — questionou após ver o carro que o esperava com esperança que fosse a proposta fosse aceita, mas lá no fundo ele sabia que não iria.

— Obrigado, mas eu já tomei bastante do seu tempo — respondeu, pegando as sacolas da mão alheia e sentindo seus dedos roçarem na pele quente do Park. — Aliás, pode me chamar de hyung se quiser, tenho certeza que sou mais velho que você. — Terminou indo embora sem esperar a reação que viria. Jimin só pôde sorrir com o que ouviu e ir em direção ao carro, olhando mais uma vez para trás antes de entrar no automóvel e seguir rumo ao hotel, achando que aquela era a forma de Yoongi se despedir, sempre de forma dramática.


~~


Notas finais: O que é uma entrada chamativa frente a uma saída dramática, não é mesmo?! kkkkkkk

Não vou fazer como Yoongi e sair sem um adeus, e dizer que espero ver vocês em breve no próximo cap.

Bjs X

25 de Agosto de 2021 às 22:14 0 Denunciar Insira Seguir história
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