kt_oficial Kauã Thiago Da Silva Marques

Na cidade de West Haven, vários casos de assassinato já foram registrados, o mais recente é de Mariana, uma mulher assassinada no local de trabalho, com sua pele arrancada de seu corpo. Todd, e seu grupo de amigos fissurados por séries de Investigação Criminal, começam a procurar pistas sobre os assassinatos e descobrem que tudo estava muito além do que eram capazes de imaginar, estava tudo além do natural. Agora, eles são os alvos de assassinato, e por isso, devem correr o máximo que puderem, ou, encontrar uma forma de acabar com tudo isso! Nessa História de Horror, não se sabe o que esperar.


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A Evidência

Diante da luz serena da noite, uma garota fugia de um homem em meio a escuridão da cidade, seus passos desesperados e sua respiração ofegante entregavam facilmente sua localização, o desespero da garota era tanto que em uma tentativa de se esconder, encontrou um automóvel abandonado na neblina da floresta. Era um carro comum como todos os outros, um Capella preto. No banco de trás Jess se contorcia de dor, com um corte fundo em sua perna que não parava de sangrar. O som dos passos abafados de uma pessoa podiam ser ouvidos, um calafrio percorreu o corpo da garota no mesmo instante, ela se abaixou para não ser vista pela pessoa que a procurava, mas a dor de sua carne exposta ao ar a impedia de fazer silêncio.

O homem caminhou na direção do carro arrastando uma barra de ferro no chão, o som do metal cortando o solo fazia Jess se arrepiar por inteira, a neblina densa a impedia de vizualizar por onde o homem vinha, o odor de sangue seco circulava pelo carro abafado, e Jess sentiu uma mão fria tocar sua coxa, gritou alto quando viu o corpo do motorista com um buraco nos olhos, e neste momento o homem socou o vidro com força para arrancar Jess dali, e arrastada pelos cabelos ela gritava em desespero, clamando por socorro. Lançada sobre rochas que haviam ali, Jess ergueu seus braços para se defender dos golpes do homem, mas em resposta imediata ele cravou a barra de ferro em sua garganta, passando do céu da boca até o topo de seu crânio, o homem não hesitou em cravar ainda mais a barra de ferro, enfiando cada vez mais adentro do crânio da garota.

- Todd esse livro é uma merda. Desculpa, mas qual a garota que é jogada e fica parada gritando? - Disse Jake.
Sentado na cama, o garoto secretamente gravava a leitura de Todd, seu melhor amigo, para postar nas redes sociais.

- Você tá gravando isso? Sabia que é crime né? - Todd Respondeu.
Fechando o livro e lançando contra a lixeira, um ato falho que resultou em lixo espalhado pelo chão.
- E? Como se você fosse fazer algo contra mim. Todd, eu sou TikToker! Eu sou famoso, tenho que filmar tudo! - Exclamou Jake.
- Nossa, não sabia que 37 seguidores era fama.

- Isso por que você não tem nem 5 direito. Voce nunca vai entender. - Disse Jake, levantando-se.

- Já vai embora? - Perguntou Todd. Levantando-se também.
- Vou. Tenho que fazer alguns vídeos de dancinhas, te vejo amanhã tá? - Disse Jake, despedindo-se.
- Calma! Eu vou com você, tenho que chegar no trabalho as 3:15 e ja são 2:42.
- Você não desgruda de mim né? - Disse Jake.
- Não. Numa cidade como essa não é fácil ser gay e andar sozinho, você sabe. - Respondeu Todd.

Os dois saíram da casa de Todd, o clima estava fresco em plena época de verão, o gelo ainda derretia devido ao final do inverno e as pessoas aos poucos se desapegavam de suas roupas de frio. Por ser uma cidade pequena, todos se conhecem como a palma de suas mãos, e por isso West Haven é classificada como a cidade com maior índice de violência dentre as outras. Casais homossexuais correm perigo nas ruas, sendo um dos primeiros alvos da pequena sociedade opressora, casos de espancamento e morte surgem todos os dias, e as vezes, até mesmo héteros sofrem. Todd sofreu com a notícia de seu irmão, ser espancado na escola é algo humilhante para qualquer pessoa, principalmente quando se é apenas uma criança que precisa de amigos, um solitário lançado a esquerda e esquecido por todos. Por isso, Todd teme pela vida de Jake, que já ficou internado por dias sem poder sequer levantar-se. Em lugares como West Haven, o silêncio as vezes é a melhor resposta para escapar de um sofrimento ainda maior. Enquanto caminhavam pelas ruas da cidade, Todd e Jake depararam-se com alguém aproximando-se com rapidez:

- E aí Todd. Como você tá irmão? - Disse Wilson.
Wilson era um jogador do time de futebol do colégio, conheceu Todd em um dos grandes jogos escolares, enquanto o garoto fotografava os jogadores com Jake.

- E aí Wilson. - Disse Todd.
- Ah. Pronto, chegou. - Respondeu Jake.
Apesar de Jake e Wilson nunca terem se falado, a reputação do jogador era bem falada nos corredores do colégio, e Jake, como um bom coletor de informações nunca perdeu nenhuma.

- Quem é esse? - Perguntou Wilson.
- Ah! Esse é o Jake, meu melhor amigo. - Respondeu Todd
- Melhor amigo? Coisa de boiola mano. - Disse Wilson.
Jake claramente não gosta de Wilson, e o motivo, já estava mais que obviu.

- E se eu for? Tem algum problema? Wilson? - Perguntou Jake, irritado com a situação.
- Ah. Mano, você é gay? Foi mal cara, eu respeito totalmente a escolha que você fez, só, não dá em cima de mim falou? - Respondeu Wilson.
Jake não tinha paciência para pessoas assim, na verdade, ele não tinha paciência com quase ninguém, exceto, Todd.

- Pessoal. Que tal vocês só se cumprimentarem? Façam as pazes! Eu tenho que ir pro trabalho. - Disse Todd, correndo na direção do emprego.

West Haven, apesar de seu histórico violento, na maioria dos momentos do dia era uma cidade calma, com pouca movimentação de carros e pessoas pelas ruas. O odor de asfalto molhado enfestava as ruas e subia com o calor do sol, causado pela recente chuva que caiu sobre a cidade, alagando os bueiros e avenidas centrais, o que causou um acidente trágico no parque infantil a dois meses. Um bêbado dirigia sobre a chuva intensa, o asfalto liso dificultava a caminhada de famílias que voltavam de um parque, os pneus lisos do carro o impedia de frear a tempo, o corpo de oito crianças foram encontrados destroçados pela batida, e duas mães morreram por hemorragia no local. Fazia anos que não chovia desta forma na cidade, o último registro foi datado em 2003, época em que houve uma chacina no Colégio que deixou cerca de 70 mortos e 367 feridos. Agora, graças a mais uma chuva forte, oito crianças seriam enterradas em conjunto em um cemitério particular, enquanto o carro do motorista estava sendo retirado do lago onde caiu, e seu corpo agora já afundado nas águas geladas era comido por pequenos peixes, que devoravam seus olhos e sua língua enquanto apodreciam lentamente.

Todd correu para seu armário, começou a se vestir como quem queria correr em uma Olimpíada, e saiu com rapidez para entregar todas as cartas que deveria. Um amigo de seu pai lhe deu um emprego breve como carteiro, como forma de ajudar o garoto a se estabilizar na sociedade de forma correta. Desde então, em menos de 5 meses Todd entregou cerca de 2,632 Cartas, um récorde para o garoto sonhador que queria sucesso na vida. Estranhamente, a vizinhança daquela cidade era vazia, poucas pessoas nas ruas e as vezes ninguém, mas isso facilitava o trabalho para Todd que apenas passaria entregando cartas. Em West Haven poucas pessoas costumam receber cartas, nunca de fora da cidade, a maioria dos moradores foram embora após o início da onda de assassinatos que ocorria por lá, e para outros era algo normal, "toda cidade tem briga de vizinhos, e um tem que vencer" é o que dizem. Para um lugar onde o histórico de Violência é altíssimo, já era de se esperar que a taxa de apoio ao assassinato fosse grande, por isso, grande maioria dos moradores não contam com a polícia, pois até ela teme os arredores da cidade.

Todd descia o último morro, entregando suas últimas cartas pelo bairro vazio, seus fones de ouvido abafavam o som ao seu redor, quebrando aquele silêncio com música pop internacional. Mais a frente, uma casa grande com paredes avermelhadas e janelas quebradas, com faixas amarelas e várias bandeirinhas no chão, aquele lugar poderia ser reconhecido por qualquer um, a qualquer distância, era a casa de Mariana. A uma semana uma mulher foi assassinada em seu local de trabalho, perseguida por um homem misterioso que arrancou sua pele a cada centímetro, a arma do crime, uma lâmina de barbear. Há boatos de que os gritos de Mariana puderam ser ouvidos pela vizinhança, mas os moradores tiveram medo demais para ajudar, o toque frio do barbeador que foi forçado com força em sua testa, o cheiro forte de metal velho misturado a sangue fresco, a mão quente do assassino agarrada a seu pescoço, enquanto a outra descia com força o barbeador, rasgando a pele da testa de Mariana com violência, sua carne exposta e coberta por farelos de metal velho que queimavam ao toque de sua carne, sua dor e desespero misturado a um Pânico insuportável, a sensação de insuficiência, de não ser nada além de mais uma vítima, seu coração batendo forte como nunca antes, sua boca sendo cortada a cada centímetro por aquele barbeador, ardendo como chamas quentes que derretiam seus músculos, ela ficou viva em agonia por 15 minutos, enquanto o homem rasgava sua pele como um porco no abatedouro.

- Porque ainda tenho que trazer cartas aqui? A mulher morreu, como vai pagar a energia? - Disse Todd, para si mesmo.

Aproximando-se lentamente da cena do crime, Todd avistou a caixa de correio logo a sua frente, com passos calmos e seu coração batendo acelerado ele se aproximava. Em sua cabeça, a qualquer momento o assassino de Mariana poderia surgir e arrancar sua pele também, e por isso suas pernas mal se firmavam no chão, e era difícil andar tremendo. Um leve brilho iluminou o olhar do garoto, que aproximou-se da fita amarela e abaixou-se para pegar algo no chão. Era um Brasão de uma família rica, o símbolo de leão ao lado de rosas silvestres era claro, mas estava manchado de sangue, provavelmente alguém rico que trabalhava na máfia, mas, Mariana nunca chegou a mexer com coisas desse tipo. Intrigado, Todd pegou o brasão e guardou em seu bolso, levantando rápido e correndo para a bicicleta, seu coração estava acelerado e um suor frio descia pela sua nuca, nervoso começou a pedalar rápido na intenção de encerrar seu turno de uma vez.

- Puta merda! Eu achei uma evidência que a Polícia não encontrou. - Disse Todd, novamente, para si mesmo.

West Haven apesar de uma cidade violenta, diferente do que muitos pensam, tinha mais bairros ricos que pobres pela região, a taxa de intolerância era em suma relevância dos ricos e marqueses, a maioria dos injustiçados eram pobres que trabalhavam pesado para conseguir alimento, enquanto as famílias ricas saboreavam torta de pêssego e lasanha quente, desperdiçando a maioria da comida do prato, com um único pensamento arrogante e humilhador: "Se não deixar-mos comida, como os pobres vão se alimentar?".
Todd pedalou por pouco tempo, chegando ao final daquela rua onde restavam somente duas casas, uma delas de uma família rica e muito conhecida da cidade, amigos do prefeito que quase sempre estavam com ele, tomando decisões em conjunto como um verdadeiro conselho. Todd caminhou na direção da primeira casa e parou na frente da porta, vendo um único e baixo buraco para encaixar a correspondência, já que casas como essa não faziam o uso de caixas de correio, de acordo com a notícia que saiu a dois meses atrás.

Bairros ricos de West Haven se desfazem de suas caixas de correio, de acordo com moradores do bairro considerado nobre, usar caixas como essas são costumes de pessoas sem condições financeiras. - Repórter Érica Rodrigues

Não havia ninguém em casa, o silêncio era estranho demais para quem estava acostumado a ouvir gritos vindos de dentro. Todd notou que aquela rua, assim como as outras, era vazia como um deserto e somente o som do vento passava por seus ouvidos. Voltando a sua bicicleta ele abriu a grande bolsa marrom de cartas e pegou a última do dia, um envelope branco com um brasão derretido a cera vermelha, parecido com o brasão empunhado e cravado na porta da casa que saiu. Chegando a última casa ele observou movimentação dentro, e notou que alguém parecia sair de lá, caminhando em sua direção:

- Olá Todd. Veio trazer a correspondência? Pode me entregar. - Disse uma mulher.
- Claro Sra.Quin - Respondeu Todd, entregando a carta.

Aquela mulher era muito conhecida na vizinhança, respeitada e adorada por seus vários desfiles de modelo internacionais, por seus elegantes e exuberantes vestidos coloridos e chamativos, uma verdadeira obra de arte para aqueles que sabiam apreciar a beleza da diversidade. Ela estava usando um longo vestido branco, com detalhes de rosas azuis que o preenchiam como um belo jardim, seus cabelos loiros enrolados em uma vareta de madeira, a última moda chinesa. Seus olhos azulados apreciavam e devoravam o envelope com voracidade, ela entregou o papel rasgado para Todd e começou a ler para si mesma ali na rua. Animada com a notícia lida ela correu com seu salto azulado para dentro de casa, mesmo de longe era possível observar uma festividade que acontecia, em pleno momento de luto por Mariana.

Todd continuou com o papel em mãos, sem entender o que acabou de acontecer ele caminhou de volta a sua bicicleta, olhando para baixo observou no papel e percebeu que o nome do Destinatário poderia ser visto, destacado por um corte ao meio: "Íris Quin Linwood". Pedalou com força na direção da biblioteca da cidade, colocando a mão nos bolsos ele procurava ansioso por seu telefone, enviando uma mensagem para seis destinos diferentes. Aguardando que todos o encontrassem na Biblioteca central de West Haven, Todd sentou na escada da entrada batendo os pés de nervosismo, a demora de seus amigos parecia uma eternidade e aos poucos sua ansiedade parecia retornar violentamente.

- Pessoal! Eu fiquei sabendo que a casa da Mariana está interditada! Talvez eu tire algumas fotos lá pra mostrar pra vocês! - Disse Jake, fazendo um sinal de paz e amor para a câmera.
- Jake, para de gravar e vem pra cá. - Disse Todd, nervoso com tudo aquilo, mas por outro lado ansioso.
- Tá bom. O que foi que aconteceu cara?
- Você não vai acreditar, mas eu prefiro esperar todo mundo chegar pra contar.
- E aí Todd! E aí Jade! - Disse Wilson, aproximando-se de onde estavam.
- Wilson, vem pra cá. Espera o pessoal chegar. - Respondeu Todd, quando a Jake apenas o ignorou.
- É Jake...idiota - Sussurrou ele.

Ao longe, um carro com um som alto poderia ser visto se aproximando, as caixas de som com música estourada vagavam pela rua estrondando o silêncio daquele lugar. De dentro, três pessoas saiam caminhando na direção do trio de amigos que os aguardavam.

- Caralho! Olha só isso. Puta merda, nosso grupinho reunido de novo. - Disse Mindy.
Mindy foi amiga de Todd e Jake desde que terminaram o ensino fundamental, passaram três anos juntos no ensino médio, no começo ela era calma e quieta, até que um dia sua personalidade mudou por inteira, passando de menina boazinha para uma garota má, que só sabe falar palavrões.

- Oi Mindy! - Disse Jake, estava claramente feliz em vê-la.
- E aí viado! Como você tá gato! - Respondeu Mindy, abraçando Jake.
- E aí, Mindy. - Disse Todd, sorridente e feliz por vê-la.
- Quem é a gatinha aí? - Perguntou Wilson, mas foi ignorado.
- Oi Todd, quanto tempo cara. - Disse Mindy, aproximando-se de Todd para sussurrar em seu ouvido. - Seu namorado tá ali ó.

Usando uma jaqueta de couro e uma camisa de única cor, verde, com uma calça jeans cinza e um sapato AllStars de coloração branca, Pete Ronald se aproximava. Todd e Pete se conheceram a menos de 4 meses, saindo secretamente de seus pais e amigos para se encontrarem no parque, o casal se olhou por alguns segundos e um largo sorriso se abriu na boca de Pete que cumprimentou Todd como se o conhecesse agora.

- Pessoal esse é o Pete. Um amigo meu. - Disse Mindy, disfarçando.
- Oi Pete. É um prazer te conhecer. - Disse Todd, olhando e sorrindo para Pete.
- Que isso, o prazer é todo meu. - Respondeu Pete com segundas intenções e um olhar penetrante nos olhos de Todd.
- Vamos deixar de enrolação e vamos logo pra o que interessa? - Disse a outra garota, já estressada com toda aquela perda de tempo.
- Oi pra você também Penny. - Disse Jake.
- Oi pessoal. E aí Todd, qual o motivo de ter nos chamado? - Indagou Penny.
- Bom. Eu estava trabalhando, e tive que entregar uma carta na casa da Mariana, e encontrei isso lá. - Disse Todd, mostrando o brasão que encontrou.

Todos olharam com atenção a evidência que Todd encontrou, Jake sentiu algo de estranho com aquela situação. Mindy puxou o envelope do bolso de Todd e pôs sobre a palma da mão, apontando para os brasões de forma rápida. De fato, a cera vermelha derretida continha o mesmo símbolo do brasão que Todd encontrou, o que claramente trazia indícios de que o assassino, era parte dessa família.
Mesmo com todos observando os brasões e símbolos, apenas uma pessoa poderia assimilar tudo aquilo de forma simples, o único diante daquele grupo que pertencia a uma família rica.

- Todd. Tem certeza mesmo que encontrou isso na casa da Mariana? Esse é o brasão da minha família. - Disse Wilson.

20 de Agosto de 2021 às 16:36 0 Denunciar Insira Seguir história
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