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Em meados do século XVII havia uma vasta região, um continente conhecido como Hugeland, onde poderosos e inabaláveis reinos eram hegemonia em conquistas e domínio de territórios. Em volume territorial e influência socioeconômica estava o mais importante dentre ambos, o reino de Mountains governado pelo sábio e temido rei Michael Lewis IV, que tinha por herdeiro, o príncipe Duke Oliver Lewis III.  Sua alteza real era dotado de inúmeros feitos heróicos, vitórias e conquistas, no entanto, ainda não havia alcançado a honraria de ser reconhecido e mencionado por seu próprio nome, antes, era chamado pelo sobrenome monárquico, atribuído ao título herdado pelos descendentes do fundador e primeiro líder de Mountains, Oliver Lewis.        Sutilmente equiparado a ele, via-se o reino de segunda maior importância e poder armamentista Sain't Price, governado por Joseph Le'Blanc I. Sua majestade não possuía herdeiro homem, todavia, tinha como futura sucessora sua única filha, a Princesa M. Isabelle. Uma moça em idade matrimonial, que despertava o interesse de muitos monarcas, em parte por sua extrema beleza e singularidade, e muito por conta da condição de futura rainha, ainda assim o coração da jovem pertencia ao Marquês de Bordeaux, Alexander Toulouse. Desde pequena Isabelle foi educada e instruída nas mais diversas matérias e atividades que compõem um bom governante, sobressaindo-se como uma notável lider. O rei em pessoa cuidava de sua educação e instrução, certificando-se sempre da proteção de sua amada filha. Desestruturando a passividade que Hugeland desfrutava, uma grande armadilha estava sendo montada pelo poderoso Império Unterdrücker, liderado pelo Imperador Heiko Deutsch V, e um colaborador misterioso, traidor da coroa, na intenção de destituí-los de sua hegemonia, tomando o território que os pertence e expandindo suas conquistas para além. Saber disso fará com que os reis Michael e Joseph tomem a decisão de formar aliança entre ambos os territórios unindo em matrimônio seus herdeiros. A despeito dessa decisão, mal sabia eles que essa seria uma indiscutível armadilha do destino na vida de Duke e Isabelle. A partir disso eles irão descobrir que no amor e na guerra vale, quase, tudo.     


#5 em De Época Para maiores de 18 apenas. © JCarreir

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Prologue





Sain't Price, Hugeland –1645


Tempos difíceis marcam a chegada de uma nova era em toda a vasta região do continente Hugeland. Desafiador para grandes e poderosos reinos, sobretudo, monarquias menores e desfavorecidas pelo tempo e inúmeras batalhas perdidas. No castelo Le'Blanc– presente no centro do reino de Sain't Price – o suave canto dos pássaros, o burburinho e os sons característicos da criadagem manuseando itens no intuito de preparar o banho dos membros da família real, reverbera pelos cantos dos respectivos aposentos. Acompanhados dos cochichos das aias– em outro lugar do palácio, bem abaixo da ala superior onde estão localizados os quartos – vinham os ruídos da prataria e louça remexida pelas criadas da cozinha, na correria diária para que tudo estivesse perfeitamente pronto no horário correto, e no agrado do Rei, e da Princesa.


A costumeira movimentação dentro da suntuosa construção ancestral, começava a ganhar vida juntamente dos primeiros raios de sol que apareciam tímidos pela fria manhã de outono. As tropas armadas iniciaram ante o primeiro canto do galo, uma nova leva de exercícios de treinamento em preparação para qualquer que fosse o desafio que pudessem vir a enfrentar em nome do rei, a favor de honrar a bandeira sustentada por seu pavilhão. Já na cidade, comerciantes de diferentes especialidades abrem seus comércios esperançosos por suas vendas, afinal, o reino encontra-se próspero há tempos, e são muitos os clientes vindos de diferentes localidades continente afora, para comprar e vender com os famosos Prices, conhecidos por seus excelentes produtos e seu imutável senso de justiça.

À parte aos rituais de seus súditos, o Rei Joseph I e a Princesa Marie Isabelle Le'Blanc se puseram a apreciar seu desjejum ricamente preparado, antes de partirem para seus compromissos oficiais. Joseph não abria mão da refeição ao lado da filha, tão pouco da companhia da princesa durante sua visita aos súditos, e audiências com toda corte. A intenção do rei era sempre deixá-la a par da situação em que viviam, e aproximar sua herdeira do povo o máximo possível. Na visão do monarca, Isabelle deveria se preocupar com os que neles confiam e são dependentes, além de conferir de perto o carinho e o respeito que lhes são devotos– por merecimento– não por medo ou temor, como normalmente ocorre em muitos reinos. Sain't Price apesar de extensas terras, encontra- se pacífico graças a todo o trabalho árduo do monarca em criar harmonia e paz no território de seu domínio, visando o bem estar de seus incontáveis colaboradores. Era essa uma filosofia passada de geração em geração aos membros da família real. “Generosidade e nobreza” são os preceitos que os regem há séculos.


As folhas escurecendo-se e caindo periodicamente, deixava em evidência que o outono se encontrava em sua fase final, para em seguida dar espaço a um inverno rigoroso como era de costume naquela época do ano. Em breve uma grossa camada de neve cobriria os campos, como um tapete felpudo de lã obrigando todos a se recolherem dentro de seus lares, e desfrutarem dos frutos da colheita passada.

Joseph e Isabelle agasalharam-se com trajes propícios para enfrentar o frio intenso. E seguindo o protocolo, partiram em direção ao centro comercial no intuito de orientar o seguimento dos trabalhos, cientes das visitas às casas nobres, marcadas para aquela data. A Princesa se agradava muito dessas ocasiões, uma vez que apreciar a singularidade e beleza do reino consistia em sua principal fonte de alegria, e conhecimento. Ela amava estar em contato com o povo, e receber o afeto sincero dos súditos, além de confirmar por seus próprios olhos tudo aquilo de que teria que zelar futuramente, quando um dia fosse coroada rainha.



[. . .]




Norte de Hugeland – Reino de Mountains



Enquanto os servos do palácio real Black seguiam apressados em cumprir suas tarefas de maneira eficiente e ligeira, ansiando agradar o exigente monarca– perto dali– Na exuberante terra das cachoeiras, o Príncipe permanecia entretido envolto nos lençóis macios e atrativos de sua amante Lady Vivian, Viscondessa do condado de Waterfalls. A anfitriã, uma ruiva belíssima e jovem, ainda que desqualificada nos padrões de juventude exigidos em tal época para um casamento, denotava todo o seu aparente sentimento amoroso ao herdeiro do trono, utilizando das mais eficazes armas de sedução feminina, palavras doces e floreios, ao entregar-se sem restrições ou pudores, levando-o ao delírio do prazer libertino.


Duke Oliver, ao atingir o ápice de seu prazer, escutou as três palavras que o levaram até ali: “Eu te amo!” E sorriu satisfeito, beijando-a com fervor e dando início à despedida. Iria tomá-la uma última vez antes de partir, sabendo que demoraria a voltar para os braços da fogosa Lady, uma vez que tinha conhecimento de uma viagem solicitada pelo pai, a qual ele ainda não sabia o destino, tão pouco o intuito.

. . .


Uma brisa gélida vinda da imensidão do oceano, soprava constante balançando a bandeira da casa real que ficava presa na haste do centro, no pátio principal do palácio Black. O brasão de Lewis destacava-se na sombra de um lobo enroscado em um globo terrestre, com suas patas segurando-o de maneira possessiva, simbolizando a força impiedosa, e a letalidade que os descendentes do primeiro Lewis herdaram de seu patriarca. O animal de garras afiadas e expressão furiosa, transmite a quem vê, toda a implacabilidade e imponência característica dos Oliver Lewis.


Desde muito cedo, o rei ditava inúmeras ordens a seus imediatos, preparando tudo que antecede a viagem. Havia muitos protocolos a serem cumpridos, uma vez que os principais líderes estariam se ausentando do trono. O segundo na linha de sucessão, Duque de Trench, que ocupa o posto de Comandante do Exército de Mountains, Ethan Armstrong, assumiria o posto de liderança temporária– ou permanente – no caso de eventual fatalidade. O nobre é sobrinho e genro do Rei, sendo filho único da irmã de Michael, Princesa Rose, que casou-se com o falecido Duque de Trench, e marido da Princesa Victória filha mais velha do Soberano. Ethan– por consequência do cargo– jamais deixava os domínios do reino em ausência dos líderes. E presente na sala do trono em audiência com o monarca desde muito antes do sol se fazer presente, o nobre orientava os homens escolhidos a dedo por si, estes, que seriam responsáveis por fazer a escolta e proteção dos líderes até o destino. Ethan tinha ciência da ausência do sobrinho no palácio, coisa que o próprio Rei estava alheio até o momento. O jovem herdeiro havia partido no crepúsculo do dia anterior visando alcançar as terras da amante, nos arredores da residência real. Àquela altura, Ethan sabia que Duke já estaria retornando, no entanto, não lhe foi surpresa o descontrole do rei ao indagar o paradeiro do filho e descobrir sobre sua recente façanha.


Ao saber do ocorrido com Duke, Michael bradou furioso. — Maldito sejas este meu filho, que pensa com as calças, mas que com a cabeça!– exclamou, erguendo-se, e socando os punhos contra no apoio de braços do trono. O rei estava furioso, e praguejando o comportamento salaz do primogênito. Duke era desde a mocidade– quando empunhou a primeira espada – o braço direito do pai, ajudando-o a governar com estratégias inteligentes e eficazes, mas, que em questões pessoais deixava a desejar, principalmente a respeito de suas paixões. A principal delas, o desejo latente por Lady Vivian. A viúva do Visconde de Waterfalls, era a "menina dos olhos" do príncipe, fato de conhecimento geral de todo reino. E não obstante, quanto a isso, tanto o rei Michael quanto a simpática rainha Marilynn, desaprovam essa relação.


As leis em Mountains são rígidas quanto à participação de mulheres em questões diplomáticas– considerados assuntos de homens– E poucas atividades lhes são permitidas, mesmo para as mulheres que compõem a família real, como a própria rainha. Lady Marilynn, não tem permissão para interferir nas decisões do Soberano, tão pouco, do herdeiro do trono, ainda que este seja seu filho. A rainha observa impotente o caminho perigoso que o primogênito está trilhando ao se relacionar com a famigerada senhorita, e eram muitos os rumores que giravam em torno da dita dama, ao que muitos dizem ser feiticeira. No que diz respeito a Michael, o monarca não se envolve nas questões íntimas do rapaz– embora possa ou deva– por simplesmente achar que o jovem, no auge de seus vinte e quatro anos, é mais do que capaz de lidar.


Duke tem participação direta em inúmeras batalhas e conquistas do reinado de seu patriarca. Conquistas estas, que se deviam a excelente habilidade de fazer alianças produtivas e usar seu poderio militar quando necessário. Em matéria de perspicácia e inteligência, além de uma boa visão de como se deve conduzir o reino, o jovem será um ótimo sucessor ao pai, ainda que seu temperamento seja intempestivo em muitos casos e ocasiões. O reino de Mountains é tido como o maior em toda parte norte do continente, e suas terras são de uma riqueza e fertilidade inestimáveis. Algo que desperta o interesse em muitos outros, trazendo perigo de tentativas de invasão e conquista por parte de forças opositoras que em sua maioria não oferecem perigo real ao reinado dos Lewis.


[. . .]



Após cumprir alguns dos compromissos de maior importância, assim que ficou sabendo do retorno do filho, Rei Michael ordenou que o deixassem a sós com seu herdeiro. Teria que abordar o assunto que se tornou de extrema urgência, devido à crescente movimentação de tropas inimigas ao leste do continente. Era notório tal exército tornando-se cada vez mais numeroso e ameaçador.


— O Soberano mandou chamar-me? – perguntou ao entrar na sala privada, onde acontecem as reuniões estratégicas.


— Sente-se, Duke– mandou, apontando a cadeira à sua frente.


Uma suntuosa mesa de mogno entalhada e esculpida em arabescos, coberta por uma grossa camada de verniz, os separava por longos centímetros.

— O que tenho a lhe falar é demasiado importante, e envolve todo o reino e o futuro que nos espera– adiantou-se, assumindo o seu lugar na cabeceira da mesa.


— Do que se trata, Majestade? O que puder fazer, certamente não hesitarei em cumprir– respondeu puxando a cadeira, e se assentando.


Embora achasse desnecessário tamanha formalidade com o próprio pai, o príncipe sabia que esse era o protocolo correto, em se tratando de seu Soberano.


— Dispense a formalidade filho, não precisamos dela agora– declarou, removendo sua coroa e depositando sobre a superfície do móvel, acompanhando o rapaz fazer o mesmo em sinal de respeito.


Michael explicou-lhe tudo o que acontecia nas extremidades do reino, a movimentação que o exército inimigo reproduzia– e o estava preocupando– além de possíveis alianças com reinos rivais. O príncipe tinha noção de algumas coisas a respeito, salvo, os detalhes que lhe foram ditos pelo pai. Determinados acontecimentos eram relatados somente ao rei em pessoa, sob pena de execução a quem descobrisse e relatasse assuntos confidenciais de Sua Majestade.


— Meu pai, isso é muito grave!– exclamou, erguendo-se estupefato— Devemos buscar apoio dos nossos amigos mais próximos, o quanto antes– ponderou cauteloso. — ...Talvez, até com alguns reinos imparciais?!


Michael deixou escapar um sorriso sutil. Era esse o ponto ao qual o rei queria chegar. E se aproveitando da deixa, falou ao rapaz, que andava inquieto de um lado ao outro.


— Deliberar a respeito, foi a primeira medida que tomei, e creio ter encontrado uma solução que será em extremo favorável a todos os envolvidos– disse-lhe, atraindo a atenção imediata de Duke.


— Qual?– indagou aflito, aproximando-se e inclinando o corpo ansioso pela resposta.


Michael suspirou! Era chegada a hora.


— O Soberano de Saint' Price, Joseph I, tem como herdeira uma princesa, Lady Marie Isabelle. – Detalhou, acompanhando a expressão curiosa do mais jovem — E pelo que me foi relatado, essa moça está em idade matrimonial, logo, podemos informá-lo sobre o que se passa, caso não saiba, e sugerir uma aliança através do casamento de sua filha…– Explicou, e não encontrando hesitação, prosseguiu, todavia, algo intrigante como descrença, tomou a feição do filho, e Michael cessou a fala, a espera do questionamento.


— Deseja casar-se com a princesa? – interrompeu-lhe, embasbacado com a possibilidade.



— Oras! Duke! Pelo que me tomas?! Estás louco?– falou-lhe, indignado. A voz grave subindo algumas oitavas— Sabes que essa moça tem idade para ser até mesmo minha neta? E sua mãe jamais aceitaria tal disparate! – ralhou incomodado.


O Príncipe calou-se, na defensiva pelo equívoco cometido.


— Digo a respeito de ti!– continuou o rei. — És um excelente partido para a princesa, além de poder protegê- la de aproveitadores... Tenho conhecimento do zelo que o Rei Joseph I tem por sua unigênita, de certo que não a entregaria para qualquer um.


— Sem querer lhe faltar com respeito meu pai, mas, o que o faz pensar que o rei Joseph entregará a filha em matrimônio a um reino teoricamente rival?


— Não somos considerados rivais, por vias de fato– respondeu prontamente— E você, meu filho, dentre todos os candidatos possíveis, mesmo se tratando de alguns soberanos que se mostraram interessados, é o melhor por muitos motivos. Certamente que Joseph ficará feliz, ou até mesmo, ouso em dizer, lisonjeado com a proposta.


— Estava demorando para que me quisesse pôr a coleira, meu pai– murmurou, resignado — Por mim mesmo, eu não faria a menor questão de subir ao altar, se queres saber.


— Conheço-te melhor do que a mim mesmo, Duke – retrucou astuto— Desde de garoto corres de compromissos amorosos, ainda que estejas sempre escondido entre as saias de alguma dama– pontuou, arqueando a sobrancelha grossa — Querias tu, que pudesses continuar assim, no entanto, vem ou não o reino que herdará em primeiro lugar?


— De certo que sim, não há dúvidas quanto a isso! – confirmou, assentindo firmemente.


— Ótimo. Que assim seja! – concordou o monarca.


— E o que faremos? Pretende que isso seja de imediato? Até onde me consta, nunca conheci a princesa e creio que em relação a ela, seja a mesma coisa. – deliberou, servindo-se de uma dose de licor, tomando um cálice e oferecendo ao pai.


— De fato. – anuiu, dando um gole na bebida — É bem verdade que a princesa não frequenta bailes ou confraternizações gerais durante eventos diplomáticos aos quais estamos acostumados– afirmou, voltando a sorver o líquido amarelado com o doce sabor de pêssego— Todavia, não temos tempo para perder com essas trivialidades românticas— gesticulou, num ato que considerava o assunto banal— Partiremos o quanto antes, falarei pessoalmente ao rei sobre essa proveitosa aliança.



Duke tomou o restante do líquido, e respirando fundo virou-se de costas para a parede, contemplando a pintura rica em detalhes de seu avô, o grande conquistador Andrew Lewis. Não havia como evitar, teria que falar o que estava nas entrelinhas desde o início do assunto. — Como fica meu relacionamento com Lady Vivian? Imagino que saibas, que não pretendo abrir mão dela.


Michael pressionou as têmporas enervando-se, e em seguida levantou-se encarando a estrutura grandiosa do filho. O rapaz de um metro e noventa e sete, se configurava ainda maior e mais corpulento que o pai, sendo este, já considerado um homem de grande porte. Ao olhar para Duke, Michael sentia orgulho de sua pessoa em todos os sentidos, ainda assim, em momentos específicos como aquele, o nobre se questionava se a criação rígida que dera ao herdeiro, havia feito efeito desejado.



— Diga-me se há razão plausível para querer pôr em risco tudo que conquistamos, por uma… Argh! – Sibilou entre dentes — Senhorita, uma senhorita como ela? – proferiu irônico, irando-se. Michael frisou a palavra, deixando claro que gostaria de dizer algo muito menos respeitável a respeito da Viscondessa.


— Meus sentimentos não são o bastante?!– desafiou, petulante — Mas, engana-se meu pai… Jamais lhe disse que não aceitaria me casar com a Princesa de Price, o que perguntei foi como fica a nossa relação?


Duke… – murmurou, buscando calma— Qual o intuito de continuar se relacionando com essa mulher, uma vez que jamais passará de um caso? Um assunto frívolo como esse sequer deveria ser mencionado!– exclamou sério — Acredito eu, que não tenha ciência sobre como funcionam as leis em Sain't Price, então, irei deixá-lo a par– ditou em falsa calmaria— Rei, rainha, príncipe ou princesa de modo algum se relacionam com terceiros tendo este, compromisso com alguém, seja casamento ou noivado, não importa. É contra a lei fazê-lo!


O Príncipe deu de ombros, indiferente.


— Veja, somente haveria problemas se eu fosse pego em flagrante delito, mas, não pretendo deixar que tal coisa aconteça– argumentou, tranquilo — Acalme-se, meu pai, manterei total discrição!


Michael deixou escapar um riso de profundo deboche.


— Você, filho meu, é tão sutil quanto um pavão querendo acasalar – acusou, convicto — Esqueça-a, Duke!


— Sinto muito, meu pai– negou com um aceno de cabeça — Não o farei.


— Começo a acreditar que os boatos que rondam em torno dela sejam verdadeiros, outra razão não há– comentou, desafiador.


— Ora, meu pai! Sabes que crendices populares giram em torno de ruivas bonitas, não leve em consideração um equívoco como esse– retrucou bem humorado — Apenas gosto da moça, vais dizer que não lhe ocorreu tamanho encanto em sua juventude?


Michael nada disse. Era bem verdade que na idade do filho, teve também os seus momentos com mulheres tão interessantes quanto a mal afamada ruiva, a qual o jovem tanto queria o bem.

Ali negros como a noite, os olhos de pai e filho, cruzaram-se determinados, e os olhares cheios de significados fizeram-se entender.


— Certo, se é o que pretende, que assim seja!– disse por fim, o rei — Mas, sob nenhuma circunstância, veja bem, nenhuma circunstância – disse, e enfatizou — Deixe que isso prejudique sua relação com a Princesa, e por conseguinte nossa aliança. – determinou, vendo o mais novo assentir — E isso– tomou a coroa em mãos, retornando o objeto à cabeça, esperando que o rapaz fizesse o mesmo com a sua — É uma ordem, Alteza!


— Entendido, Majestade! – Assentiu, curvando a fronte.


A partir dali, sua vida jamais seria a mesma, e Duke não sabia, no entanto, uma vez aceitando a proposta de casar-se com a Princesa de Price, suas certezas nunca mudariam tanto.

3 de Janeiro de 2022 às 01:32 8 Denunciar Insira Seguir história
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JS Jose Silva
Excelente, uma das melhores que li nos últimos tempos. parabéns!👏👏
January 26, 2023, 20:20
Barbosa salles Barbosa salles
E começamos mal com o príncipe já querendo dois pássaros na mão, mas até que entendo o lado dele ja que tinha sua vida e seus desejos, para do nada ser colocado contra a parede 🤔 Algo me diz que Isabelle não vai aceitar isso assim fácil, tenho certeza disso, dou minha cara a tapa se nao for kk
January 18, 2023, 17:14
Saori Kido Saori Kido
Estou chocada com a cara de pau do príncipe em pretender continuar tendo um caso depois de aceitar se casar kkk #0%vergonhanacara
January 11, 2023, 21:01
Maria D'Jesus Maria D'Jesus
Muito bem escrita e interessante. Os personagens cativam logo de cara parabens!
January 10, 2023, 01:19
~

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