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Yoongi é o chefe de uma das maiores gangues de Seul. Com seus trabalhos em constate crescimento e popularidade, ele se sente incrível e poderoso. Mas logo seu ego começa a ser abalado, quando alguns de seus carregamentos começam a ser roubados. Em uma busca por alguém que nem faz ideia de quem é, ele passa a descobrir que seu trono não está tão seguro assim e que há alguém tão grande quanto ele querendo jogar. Jogar um jogo valendo poder, reconhecimento, sentimentos. E é no meio de tantos conflitos que conhece Jimin, o garoto divertido que aparece na boate e conquista seu coração. O garoto que guarda mais segredos do que ele imagina. E então Yoongi passa a ter que aprender a balancear as duas coisas mais importantes para si: ele mesmo e a Crias de Anaideia, sua gangue. Duas coisas que podem ser destruídas por sua própria fome de poder, pelo reconhecimento que desejava ter e por sentimentos reprimidos, que até então decidia ignorar.



Fanfiction Bandas/Cantores Para maiores de 18 apenas.

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Éna

Escrito por: @Lua_Marchi | @bbmoonie

Capa por: @busanjimin | @xbusanjimin


Notas Iniciais: Oi! :) Essa é a minha primeira fanfic com esse tema, então estou meio nervosa ksjdsk, mas espero que gostem!

Queria agradecer a busanjimin pela capa maravilhosa e a swtstvixen por betar com tanto carinho <3
Essa história tem uma playlist! É essa aqui: https://open.spotify.com/playlist/03pFJTB8cScopdb9imnvRK?si=5rN4wUudS92K-ZCR9NGDgQ Mas você pode encontra-la como “Anaideia X Dolos”.

Boa leitura!

AVISO DE GATILHO: Essa história trata de gangues, então terão menções a drogas, armas, violência, palavrões. Se você se sente incomodado, ou se isso for um gatilho para você, por favor, não leia ou pare de ler.


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A música soava no andar de baixo, tomando a pista de dança, as pessoas, o bar, a entrada, chegando até o segundo andar, inundando os quartos, os escritórios, meus ouvidos e minha cabeça.

Eu odiava toda aquela altura e a amava ao mesmo tempo. Gostava de pensar que a música era alta como meu sucesso, vibrante como meu poder. Mesmo que fizesse minha cabeça doer.

Então, quanto mais alto, melhor.

Desde que eu havia começado a minha própria gangue, após pular de uma para outra na adolescência, finalmente havia conseguido crescer. Eu não era mais uma peça no tabuleiro de um mal jogador qualquer. Agora eu jogava, eu coordenava minhas próprias peças.

E, modéstia à parte, eu jogava bem. Muito bem.

Os negócios crescendo a cada dia, mais pontos de venda tomados, brigas de gangue ganhas... A notoriedade aumentava, o dinheiro aumentava, o medo aumentava. E, como dizem, dinheiro é poder. Medo é poder. E eu tinha isso de sobra.

Crias de Anaideia havia se tornado uma das maiores gangues em Seul e tinha tudo para se tornar a maior. Eu sabia que era tudo questão de tempo.

A ideia de formar a gangue veio depois de tanto tempo e tantas oportunidades perdidas nas outras gangues. Eu não tinha paciência para aguentar tantas incompetências. Eu sabia o que precisava fazer para crescer e sabia que não ia conseguir fazer isso sendo um membro qualquer de uma gangue pequena de bairro.

Eu queria ser grande. E poderia ser. Mas sabia que o caminho não era nada bonito. E foi daí que nasceu nosso nome. O primeiro passo para alcançar tudo o que estava alcançando.

Anaideia era um daemon da mitologia grega. Um espírito, uma divindade, que, junto a muitos e muitos outros, representaria algum sentimento ou comportamento dos humanos.

Mas Anaideia era especial. Dentre todos deles, ela era a personificação da crueldade, do despudor e do imperdoável.

Ela era perfeita. A exata representação do que nós seríamos. Do que nós somos.

Meus olhos estavam fechados. A música alta ressoando em meu escritório e em meus ouvidos. Eu estava perdido demais no som, perdido demais em mim, quando batidas soaram na porta.

Alguém precisava falar comigo.

— Entra! — gritei por cima do som alto.

— Suga, tenho más notícias — avisou Seokjin, entrando e encostando a porta rapidamente.

Ajeitei-me na cadeira enquanto via ele se sentar à minha frente.

Seokjin era meu braço direito há muito tempo. Eu contava com ele para tudo. O garoto era de confiança e eu sabia que ele queria que a Crias de Anaideia fosse tão grande quanto eu sonhava, então podia contar com ele, afinal, ele me ajudaria a chegar aonde nós dois desejávamos. Éramos igualmente podres.

— O que foi agora?

— O carregamento de Gangnam foi roubado.

— Como é? — Fechei os olhos, sentindo os punhos cerrarem.

O ódio que me aquecia o peito, subia pela garganta, pelo rosto, pelos olhos.

Há algumas semanas alguns carregamentos de armas e drogas começaram a ser roubados. Eram roubos bem arquitetados e rápidos. Nós mal tínhamos tempo de reagir ou de identificar as pessoas antes deles fugirem com a carga.

Quem quer que estivesse fazendo isso era bastante inteligente e certamente um ótimo estrategista. Eu já havia lidado com roubos de carga e sabotagens antes e, até então, ninguém havia saído impune.

Se procurassem briga comigo, tinham que ir até o final. Até ganharem ou perderem.

E todas as vezes havia sido a segunda opção.

Pelo menos, até agora.

Por algum motivo, não conseguíamos alcançar quem quer que estivesse por trás daquilo. Eram roubos rápidos, violentos e completamente aleatórios. Alguns dos maiores e mais importantes carregamentos passavam batido por eles, assim como os mais fáceis de se roubar — os que iam para lugares remotos ou onde não podíamos fazer muito alarme.

Não havia um padrão, um objetivo específico. Era como se quem quer que estivesse arquitetando aquilo fizesse simplesmente para irritar, para provocar. Não era pela carga, não era pelas drogas, pelas armas, pelo reconhecimento — afinal, não havia nem pista de quem era até agora. Parecia ser por brincadeira, diversão, deboche.

E isso me matava.

Eu poderia provar facilmente para alguém que se achava mais poderoso do que eu que com certeza não era. Eu poderia provar que ninguém era grande o suficiente para brincar conosco e sair impune. Eu poderia provar que éramos mais fortes do que qualquer um que ousasse nos desafiar.

Mas eu não poderia fazer isso com alguém que eu não sabia quem era. Eu não podia fazer isso com alguém que não se dava o trabalho de se identificar, identificar sua força ou seu objetivo.

— Como aconteceu? — perguntei, tentando retomar a calma.

— Mesmo padrão. Roubo rápido, pararam o carregamento em uma das ruas vazias, totalmente cobertos, renderam e levaram.

— E nenhum dos nossos reagiu? Nenhum deles conseguiu fazer nada? — Aquilo me irritava, a ideia de ser rendido e ninguém ter feito nada, nem ter conseguido nenhuma informação.

— O Gae tentou reagir. Levou um tiro de um deles. Foi a única baixa.

— Puta merda… — Suspirei, puxando os cabelos.

Aquilo estava saindo do controle. Crescendo mais do que devia.

— Como sabiam que íamos passar por ali? — perguntei retoricamente, sabendo que ele não tinha como me responder aquilo.

— Eu sei lá. — Bufou. — Ou eles ficaram esperando em possíveis rotas ou eles já sabiam.

— “Já sabiam”? Acha que têm infiltrados aqui?

Deu de ombros, olhando para os lados.

— E tem como sabermos? Talvez tenha, talvez não. Não tem como saber.

Senti o sangue borbulhar. Se eu descobrisse que algum de nós estava vazando informação, o resultado não seria nada bonito. A pessoa certamente não ia poder vazar mais informação nenhuma, não poderia falar mais nada sobre nós.

Não poderia falar mais nada, afinal.

— E nenhuma informação de quem foi? — perguntei.

Jin balançou a cabeça e suspirou. Eu sabia que aquilo o irritava tanto quanto me irritava. A ideia de estarem brincando assim com o nosso poder, com a Crias de Anaideia, incomodava. Ninguém tinha aquele direito, aquele poder.

— Nada. O máximo de informação que conseguiram foram as máscaras e as vozes. Quem os rendeu foi uma garota, quem gritou com o Gae antes de atirar foi um cara com uma voz grossa. Mas é impossível reconhecer qualquer um que estivesse lá apenas pela voz.— Esfregou o rosto, parecendo cansado. — E as máscaras eram as mesmas máscaras da outra vez, as máscaras do teatro grego. Alguns sorrindo, outros sofrendo.

— Eles acham que isso é uma piada. Acham que é uma peça... — Não consegui me conter antes de socar a mesa. — Filhos da puta, acham que eu estou brincando. Estão tirando uma com a nossa cara.

Jin parecia cansado, frustrado. Eu sabia que assim como eu, ele queria descobrir logo quem estava por trás disso e ensinar que não éramos o entretenimento chulo de ninguém.

— Coloca quem for preciso para conseguir informação. Mande alguns irem para os nossos pontos de venda, perguntar sobre novos fornecedores que forem aparecendo. Mande outros para brigas de gangue e faça com que descubram se há qualquer outra gangue nova interessante. Mandem descobrirem o que quer que se possa descobrir.

— Certo.

— E descubra se temos algum infiltrado. Diga para o RM e o Hope averiguarem com todo mundo aqui dentro.

Namjoon e Hoseok — ou RM e Hope, respectivamente — eram dois dos meus homens de maior confiança. Eu também sabia que podia contar com eles para o que fosse, por mais sujo que fosse o serviço.

— Certo.

Levantou-se, arrastando a cadeira e esfregando o rosto, o cansaço cada vez mais aparente.

— Quem quer que seja, é grande, Suga.

— Não como eu. Nenhum deles vai passar por cima de nós. Nenhum deles vai brincar com as Crias de Anaideia e deixar por isso mesmo.

— Eu espero… — Suspirou, mas com os olhos cheios de determinação. — Vamos acabar com eles.

Sorri em resposta. Era aquilo que eu tanto adorava nele. Seokjin sabia como éramos grandes. Ele não duvidava da nossa capacidade, nem da nossa grandeza.

Saiu da sala, fechando a porta atrás de si, enquanto eu me encostava na cadeira.

Tudo aquilo estava se tornando uma dor de cabeça enorme — muito maior do que devia ser — e estava me tirando do sério. Mas eu não ia deixar por isso mesmo. Qualquer um que me desafiasse teria que lidar com a briga que comprava. E eu sempre, sempre ganhava.


Na noite seguinte, eu ainda não havia conseguido parar de pensar nas informações que Jin havia me passado no dia anterior. Tamanho desaforo e deboche não saíam da minha cabeça. Nunca ninguém havia brincado assim comigo antes. Nunca ninguém havia duvidado do nosso poder e se safado.

Principalmente dessa forma, sem que soubéssemos nada, sem querer reconhecimento por quem era, apenas provocando e alfinetando. E era exatamente o fato de não poder fazer nada que me esmagava. Eu queria fazer muita coisa, eu podia fazer muita coisa para me vingar, mas não sem um alvo, não sem um rosto.

— Cara, você realmente não tá ouvindo nada, não é? — perguntou Jin em um tom irritado.

— Foi mal. Repete, por favor.

O mais velho suspirou e revirou os olhos.

— Alguns dos nossos se envolveram em uma briga ontem de madrugada.

— E? — perguntei, confuso, afinal brigas eram coisas normais para gente como nós.

— Eles levaram um pau. Você nem faz ideia.

— Faz parte... Por que está me dizendo isso?

— O Kang foi parar no hospital. Não tem previsão pra sair. Ele tá todo arrebentado, Suga.

Kang era um dos nossos melhores lutadores. Se ele se envolvia em uma briga, era porque sabia que ia ganhar ou que pelo menos estava confiante o suficiente para achar isso. Nunca, nos três anos que esteve na gangue, ele havia ficado mal o suficiente para parar no hospital. Então aquilo realmente era surpreendente.

— Porra. E quem foi?

— Não sabem bem. Era um garoto novo, parece. Ele disse que era de uma gangue pequena, de bairro, e que curtia lutar. Não conseguiram arrancar mais nada dele, apesar de ele ter sido bem simpático com todo mundo.

— Coloque gente na cola dele. Quero que descubram de que gangue ele é e o que ele quer comprando briga assim. Quero fotos. Nome.

— Pode deixar.

Recostei na cadeira, passando a mão pelos cabelos.

Mais essa agora. Um garoto novo acabando com um de nossos melhores lutadores. Eu queria acreditar que Kang só estava em um dia ruim, mas aquele cara nunca tinha dias ruins para esmurrar alguém.

As últimas semanas haviam sido só problemas e mais problemas e eles não paravam de aparecer.

— Tá pensando nos roubos de novo, não é? — perguntou Jin.

— É tão óbvio assim? — perguntei, sarcástico.

— Ah, céus. — Seokjin revirou os olhos, irritado comigo. — Vai relaxar um pouco, vai. Você não tem informação nenhuma, não tem nada. Não adianta ficar aí fritando a cabeça, se não tem nada o que fazer para resolver.

— Eu não posso deixar isso assim, você sabe, não é?

— É claro que sei. Eu sei que ninguém pode mexer com a gente e sair tranquilo, achando que isso aqui é a merda de um circo ou qualquer coisa assim. Mas o que você pode fazer?

— Tenho que descobrir um jeito de resolver isso e mostrar para quem quer que esteja por trás disso que o único palhaço aqui é ele. Que quem vai terminar dando risada sou eu.

Jin se levantou, esfregando as roupas e se dirigindo para a porta.

— Não deixe sua superioridade te cegar, Yoongi. Você sabe que tem poder. Mas eles são inteligentes, eles têm estratégia, eles têm potencial, se estão brincando assim com a gente.

— O que você tá querendo dizer? — perguntei.

— Não os trate como se fossem menores do que são. Não os subestime. Tente ver além do seu poder. Talvez seja mais fácil encontrar respostas sem toda essa névoa, sem toda essa convicção de que você é intocável. — Abriu a porta, olhando-me mais uma vez antes de sair. — E para de fritar essa cabeça, vai fazer alguma coisa útil. Venho te trazer informações quando conseguir alguma.

E saiu, deixando-me sozinho e contrariado.

Eu sabia que quem quer que estivesse me provocando não era coisa pequena, mas vê-los além dessa “névoa”, como ele havia falado, significava admitir que eles poderiam ser tão grandes como eu, tão inteligentes quanto, tão fortes quanto. E eu não conseguia aceitar isso.

Puxei os cabelos para trás, pensando no que Seokjin havia dito e decidi que não passaria mais uma noite remoendo os acontecimentos que eu não podia mais mudar, então penteei os fios com os dedos e desci para o primeiro andar da boate.

A música estourava nos meus ouvidos, mil vezes pior do que no segundo andar. A batida parecia fazer meu corpo vibrar conforme andava, o som tão alto que mal era possível entender o que era dito na letra.

A luzes também não ajudavam muito, brilhando fortemente em diferentes cores, facilmente deixando qualquer um desnorteado — e talvez fosse por isso que gostavam tanto delas.

Resolvi sentar em um dos banquinhos do bar e pedir um copo de vodca. Enquanto tomava a bebida com calma, observava as pessoas à minha volta.

Pessoas totalmente estranhas. Algumas que vinham sempre, outras que raramente apareciam por aqui. Pessoas se divertindo, curtindo, talvez sem nem mesmo imaginar o que rolava no andar de cima, nas salas fechadas entre os quartos.

Todas elas pareciam pessoas de mentira, fúteis. Perfeitas para me distrair aquela noite.

Meus olhos rodavam pela pista de dança, vendo como alguns dançavam completamente travados, como se seguissem a onda de pessoas sem realmente querer ou saber fazer aquilo. Outros deixavam a música tomar conta de seus corpos, remexendo-se com as batidas.

E foi então que notei o garoto.

Seus cabelos eram claros, as roupas coloridas e as feições belas, divertidas. Ele parecia leve, como se não pertencesse a aquele lugar.

Seu corpo se remexia com graça no ritmo da música. Os olhos ora fechados, ora encarando as pessoas à sua volta, como se procurasse alguém bom o suficiente para o acompanhar naquele momento.

Homens e mulheres chegavam perto dele, dançando colados, passando as mãos por seus braços, sorrindo e trocando sussurros nos ouvidos.Ele parecia se divertir com isso, parecia apreciar a atenção que atraía, e, então, se distanciava. Sumindo por entre as pessoas até aparecer em outro canto. E isso se repetiu por vezes e mais vezes, como se ele não pudesse ser alcançado, não pudesse ser conquistado. Como se ninguém conseguisse se aproximar mais do que aquilo, como se ninguém fosse digno dele.

Ri com o pensamento. Aquele tipo de gente me dava nos nervos e me conquistava ao mesmo tempo. Era um desafio que adoraria tentar vencer.

Ele procurava por alguém. Alguém que eu sabia que podia ser.

Larguei o copo no balcão e ajeitei a roupa antes de me dirigir à pista de dança, enfiando-me por entre os corpos suados e inquietos. Empurrei algumas pessoas com o ombro enquanto me dirigia em direção ao garoto. Ele ainda dançava do mesmo jeito, com uma garota colada ao seu corpo, quando cheguei ao seu lado.

Ele rapidamente me olhou e sorriu de canto, afastando-se dela e vindo para o meu lado. Eu sorri com um sentimento intenso de triunfo. Eu era bom o suficiente para chamar a atenção dele e sabia disso. Afinal, era para aquilo que estava ali.

Dançava com meu peito colado nas suas costas, minhas mãos ora em seus quadris, ora em suas coxas. Ele virava algumas vezes e sorria para mim, passando a mão por meu pescoço.

Eu sentia que aquilo seria muito fácil. Sabia que ele não seria capaz de resistir.

Sorri de novo.

E então, ele sumiu.

Afastou-se e se enfiou por entre as outras pessoas, procurando por outro alguém com quem se divertir. E aquilo me irritou profundamente. Ele achava que aquilo era uma brincadeira, achava que podia ter qualquer um por alguns segundos ou minutos e então sumir. Intocável, inalcançável.

Eu adorava desafios, mas não me daria ao trabalho, não naquela noite.Estava ali para relaxar e não para me preocupar em conquistar ou não a atenção de outro alguém, por mais que desejasse aquilo e muito.

Bufei com raiva e voltei para o bar. Ele que brincasse com quem quisesse. Eu estava estressado demais para correr atrás de mais alguém agora.

Enquanto virava mais um copo de vodca, continuava observando a pista de dança, por vezes encontrando os cabelos loiros do garoto por entre as outras pessoas, só para sumir de novo depois. Filho da puta.

Alguns minutos depois, pude vê-lo com clareza de novo. Ele estava parado bem a minha frente, dançando com um homem ao seu lado. Seus olhos me observavam com um olhar desafiador, enquanto um sorriso divertido adornava seus lábios.

Nossos olhos não desconectam. Por algum motivo, não conseguia parar de olhar para o loiro.

Ele lentamente passou o dedo pelo peito do cara que dançava ao seu lado, antes de empurrá-lo de leve, rejeitando-o, e então usando o mesmo dedo para me chamar. O sorrisoainda em seu rosto.

Arqueei uma sobrancelha, aceitando o desafio, atendendo ao chamado. Se havia uma coisa que tinha aprendido em todo esse tempo, era não desperdiçar uma boa chance. E aquela era uma ótima chance.

Levantei do banquinho, caminhando em sua direção, ainda olhando-o. Quando cheguei perto o suficiente, o garoto colou nossos peitos e continuou a dançar.

— Você se irrita fácil, não é? — perguntou em um tom provocador. — Não consegue lidar com a rejeição?

— Nunca te ofereci nada para ser rejeitado. Não gosto que brinquem comigo. Não tenho tempo a perder com esses joguinhos.

— Eu imagino. — Riu em deboche. — E é por isso que está aqui comigo de novo? Por que não gosta de brincadeiras, de joguinhos? Ou por que não aceita que não é bom o suficiente para mim?

— Se eu não sou bom o suficiente, o que está fazendo aqui comigo? — rebati, sentindo meu sangue ferver.

— Me divertindo. — Riu e voltou a ficar quieto.

Apesar de estar bravo, tudo o que consegui fazer foi me aproximar mais e apertar sua cintura com minhas mãos. Aproximei meu rosto do seu e encostei minha boca em sua orelha.

— Eu não gosto nadinha de brincadeiras — sussurrei. — Mas saiba que sou muito bom em jogos, garoto. Principalmente nesse tipo de jogo.

Mordi sua orelha de leve, passando meu nariz por seu maxilar antes de me afastar de novo, com um sorriso de deboche.

O que recebi de volta foi uma risada e um puxão de cabelo, que fez nossas bocas praticamente colarem.

— Eu também sou muito, muito bom em jogos. E eu adoro brincar — disse, os lábios raspando nos meus a cada palavra.

E então, me beijou. Um beijo afoito, intenso. Puxava meus cabelos enquanto eu apertava os dedos em seu quadril.

Depois de alguns minutos finalmente nos afastamos e eu estava pronto para chamá-lo para o segundo andar, para subir para um dos quartos comigo, quando ele sorriu de novo e se afastou, olhando-me nos olhos até sumir mais uma vez por entre as pessoas.

E daquela vez, não o achei mais.

~~~~


Notas Finais: Espero que tenham gostado e achado interessante!

Obrigada por lerem! <3

28 de Julho de 2021 às 20:48 0 Denunciar Insira Seguir história
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