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Jimin tinha o conhecido dom de ver fantasmas, tendo que lidar com isso a cada dia de sua vida, vendo vários fantasmas rondando por sua cidade. Ele achava que, nesse ano, ele poderia, enfim, observar as lanternas do festival Chopail em paz sem ver fantasmas rondando pela cidade. Mas, nisso tudo, ele conhece Yoongi, um fantasma que o olhava com curiosidade e só queria ajuda para poder sair da Terra e ir para o reino dos céus em paz.



Fanfiction Bandas/Cantores Impróprio para crianças menores de 13 anos.

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Capítulo único

Escrito por: @girl_daegu


Notas Iniciais: Oiii gente! Essa é minha primeira vez aqui no 2min e assumo que estou muito animada aaa. Resolvi trazer uma fic com fantasmas, mas não tenham medo, é super boiolinha.

Boa leitura 💜


~~~~

— Já está finalizando a sua, querido? — a mais velha perguntou, olhando o trabalho por cima do ombro do neto que estava completamente focado em sua obra.

O festival Chopail se aproximava e, junto a ele, vinham vários costumes para comemorar o aniversário de Buda, onde famílias separavam um dia somente para a produção de suas lanternas e a noite era iluminada por lindas lanternas flutuantes.

Jimin, desde pequeno, era fascinado por elas. Todos os anos, ele não perdia aquele show de luzes, sempre dizendo para sua avó que queria ser talentoso como ela.

— Eu acho que terminei meus desenhos... — Jimin dizia enquanto terminava de dar os últimos detalhes na flor que tinha desenhado rondando toda a lanterna, e se levantou da cadeira olhando a obra na mesa.

— Você é muito talentoso, Jimin... — a mais velha disse, antes de bagunçar um pouco os cabelos do outro, que ainda olhava os detalhes do objeto com seus olhos brilhando. — Acha que hoje vai haver muitas voando como no ano passado? — ela perguntou, pegando a que tinha feito para si, observando se faltava algo.

— Se tiver tantas como o ano passado, vai ser lindo! — falou animado, pegando sua lanterna e a pendurando próxima à porta como a tradição dizia, logo pegando a de sua avó a ajudando a colocar as duas lá.

Duas, uma para cada pessoa da casa.

— Mas ano passado foi uma confusão quando os maus espíritos apareceram no meio do festival... — Suspirou antes de voltar à mesa para organizar todos os materiais. — Eu nunca tinha visto algo do tipo...

A avó de Jimin era uma xamã. Ela conseguia ter um contato mais direto com divindades e conseguia ver espíritos, ou seja, os fantasmas. Sendo que algumas das vezes o dom ia seguindo hereditariamente, acabando por Jimin adquiri-lo.

E foi exatamente no festival Chopail do ano passado que Jimin tinha descoberto o dom, tinha sido confuso para ele ver várias almas perdidas andando ao lado dos humanos, tentando ir em busca da luz branca no fim do túnel. Muitas daquelas pessoas — diga-se fantasmas — ainda tinham coisas para resolver na terra, e assim que resolvessem seus ressentimentos poderiam ir para o céu.

— Fique tranquilo, eu vou estar do seu lado... — a mulher disse, dando-o um sorriso de compaixão.

Jimin realmente tinha muita sorte de ter sua avó ao seu lado...


[...]


— Venha cá, Jimin! Já vai começar a contagem para lançarmos elas! — a mulher o chamou enquanto ele chegava próximo a ela, correndo com sua lanterna em mãos.

Não eram todas as cidades que tinham aquele hábito de comemorar, mas Jimin felizmente — para sua sorte — nasceu naquela exata cidade do interior que sempre seguia as festas tradicionais com várias pautas.

— Dez, nove, oito, sete, seis, cinco, quatro! — E a contagem começava enquanto todos tinham suas lanternas em mãos, e o sorriso já começava a se formar no rosto de Jimin. — Três, dois!

E no “um”, todas as lanternas começavam a ser soltas em meio àquelas centenas, mostrando o quão mágico aquele dia era. Era possível ver o reflexo dos vários pontinhos laranjas nos olhos de Jimin, que observava todo o céu. O brilho delas se misturavam suavemente com o das estrelas, e era completamente reconfortante pensar que teriam alguns longos minutos daquela paisagem para si.

A noite ia se passando com o tempo, e depois de todos irem para suas casas, Jimin seguiu para a sua, mas ainda assim continuou na varanda da casa tradicional coreana observando o céu. Sua avó estava ao seu lado, um pouco mais distante, mas não tão atenta ao céu, somente separava alguns grãos que tinham vários efeitos em relação aos espíritos.

Já passava da meia-noite, e naquele horário, todas as lanternas já tinham ido embora. Bem, Jimin só não esperava observar duas lanternas voando no céu, e um detalhe a mais: ambas estavam apagadas.

As lanternas sempre ficavam acesas.

— Vovó, por que alguém soltaria aquelas duas lanternas apagadas depois do horário tradicional? — Jimin perguntou curioso, franzindo o cenho não conseguindo tirar os olhos de lá.

— Lanternas? Não há nada ali, Jimin — a mulher disse, apertando os olhos e estranhando não ver nada lá. Pelo que ela se lembrava, tinha uma ótima visão, veria uma lanterna que seu neto veria.

— Não, vovó, há duas lanternas ali, sim. — E Jimin continuou observando as lanternas que se afastavam a cada segundo.

Talvez alguém tivesse tido imprevistos e só pôde lançá-las agora... Mas por que apagadas?


[...]


Dois meses já haviam se passado desde o festival Chopail, e com isso vinham os outros costumes tradicionais que Jimin não perdia a chance de participar.

Dessa vez começava o dia do Yudu, não era de certa forma um festival tão grandioso quanto o outro de meses atrás, mas ainda tinha um grande significado — principalmente para Jimin e sua avó —, onde iam para um fluxo de água limpo para lavar seus cabelos e se banhar com o intuito de, além de evitar o calor durante o verão, também espantar os maus espíritos.

Jimin vestia vestes leves onde poderia entrar na água ainda vestido — além disso, também haviam algumas outras pessoas —, sentindo a leve brisa daquela área onde tinham algumas árvores próximas.

Seus pés já estavam na corrente de água e logo iria entrar mais afundo no rio. Até ver algo.

Jimin via um menino de cabelos pretos e pele totalmente branca do outro lado do rio, ele estava pensativo e olhava as águas passarem sem nem mesmo ligar para quem estava o vendo. O mais novo observava o outro com curiosidade, normalmente as pessoas não vinham sozinhas para se banhar nas águas, e aquilo o deixava ainda mais curioso.

— Parece que você viu um fantasma, Ji... — sua avó disse, já entrando totalmente nas águas, e quando o outro garoto ouviu a frase, ao longe, percebeu que os olhos de Jimin estavam sobre si o olhando curioso.

Não, não fazia sentido... Humanos não podiam vê-lo!


[...]


Os dias se passaram e Jimin ainda não entendia o porquê daquele garoto estar lá. Perguntou para sua avó se tinha visto um menino com aquelas características, e a ela sempre dizia que não tinha visto nada. Mesmo se aquele garoto fosse um fantasma, sua avó conseguiria vê-lo perfeitamente, sendo uma xamã.

Então por que só Jimin conseguia o ver?

Durante a semana, Jimin às vezes via o garoto o observando de longe quando ia à feira comprar alimento, e algumas vezes até via o garoto em pé o olhando em meio as folhagens. Chegando um dia que Jimin já não aguentava mais o comportamento do outro.

— O que você é? É um mau espírito disfarçado de uma boa alma? — Jimin perguntou assim que saiu de casa e viu o outro sentado no banco de fora.

O outro permaneceu estático sem o que falar, fazia tempos que não falava com outra pessoa a não ser os outros fantasmas que perambulavam pela cidade.

— Diga logo! — Jimin disse na defensiva, pegando alguns grãos de seu bolso o ameaçando, fazendo-o se levantar e colocar as mãos em frente ao corpo.

— Calma, eu sou bom! — Engoliu em seco, ainda não percebendo o outro abaixar a guarda. — Meu nome é Min Yoongi, e quando morri, tive um ressentimento não resolvido... — Sua voz falhava um pouco. Sabia que aqueles grãos o machucariam, já ouviu muito deles.

Ressentimento para fantasmas era algo mais conhecido também como algo que não estava resolvido enquanto estava vivo, acabando por não conseguir passar pelos portões dos céus por ainda estar preso a um passado na Terra.

— E por que me persegue todos os dias? Eu nunca te vi na minha vida! — Sua mão ainda estava fechada com os grãos e analisava muito bem o outro.

— Eu sei que sua avó xamã não consegue me ver, eu ouvi pelas paredes. — A voz de Yoongi agora se tornava mais calma, assim que percebeu o olhar do outro se acalmando, e ele abaixou um pouco sua mão. — Não acha estranho só você conseguir me ver? — Franziu as sobrancelhas, lembrando-se de todas as situações da semana. — Nenhum xamã nunca conseguiu me ver, Jimin. Somente você...

E pela primeira vez, Yoongi percebeu o que aquilo significava. Tinha ficado meses sozinho tentando resolver seu ressentimento, mas nunca o conseguiu, nunca conseguiria sozinho sem nem mesmo conseguir falar com ninguém.

— O que você quer dizer com tudo isso? — Jimin perguntou, franzindo as sobrancelhas e colocando os grãos no bolso com cuidado. E Yoongi respirou fundo.

— Me ajude a resolver meu ressentimento.


[...]


— Qual seu ressentimento? — Jimin perguntou, deixando seus pés serem molhados pela água enquanto estava sentado em uma pedra ao lado do rio de dias atrás.

— Você viu as lanternas no festival Chopail? — Yoongi perguntou enquanto passava os dedos levemente sobre a pedra, tentando ao máximo senti-la. Ele tentava a cada dia mais melhorar seu dom de segurar e tocar as coisas.

— Então eram suas?! — Jimin perguntou surpreso e logo foi respondido com um acenar e sorriso tímido. — Mas por que duas?

E aquilo atingiu ainda mais Yoongi, que começou a morder a parte de dentro de sua bochecha um pouco ansioso.

— Uma era para minha mãe... — E respirou fundo. Tendo o silêncio de Jimin, percebeu que deveria continuar toda história. — Ela morreu faz três anos... Eu fiquei sozinho esse tempo todo e até hoje não entendo a morte dela. — Engoliu em seco, olhando a corrente forte do rio e depois olhou para os pés de Jimin, que já tinham parado de se balançar. — E depois que eu também morri, eu me vi ainda mais sem rumo sem ela ao meu lado vagando pelas ruas…

— Você acha que vai conseguir ir para o céu logo? — Jimin perguntou esperançoso, já começando a entender um pouco o outro.

— É tudo o que eu mais queria agora... — E respirou fundo tentando controlar a lágrima que cismava em querer cair. — Eu só quero ver minha mãe logo...

Os dois garotos tinham passado a tarde conversando sobre o possível ressentimento de Yoongi e sobre curiosidades que tinham no dia a dia.

Jimin não tinha muitos amigos e Yoongi era um fantasma solitário. Ambos formavam uma bela dupla.

Com o assunto durando tanto tempo, agora já voltavam para casa durante o pôr do sol. O Sol do fim de tarde sempre lembrava Jimin das lanternas, um tom alaranjado vivo, porém sutil.

— Sabe, Yoongi, pra mim, as lanternas têm um significado a mais além do próprio festival... — E sorriu, olhando o chão de terra que caminhava, recebendo o silêncio do outro que continuava com um rosto curioso. — Elas me trazem uma paz, a beleza de todas elas juntas... — E respirou fundo, endireitando sua postura ainda com o sorriso no rosto, andando com as mãos nas costas. — Cada um de nós é uma daquelas luzes, ficando mais lindas ainda quando estão todas juntas... como almas procurando algum lugar de paz... Entende?

Yoongi permanecia em silêncio, porém atento, ouvindo todas as palavras. Já tinha ouvido algo parecido pela mãe falecida.

— Você acha que eu não deveria ter colocado uma lanterna no céu em nome da mamãe, Jimin? — perguntou, desacelerando um pouco os passos e recebendo um olhar pensativo do outro, que tentava filtrar as próprias palavras da melhor forma.

— Olhe, Yoongi, eu não sou ninguém pra falar o que é certo ou errado, então não posso dizer... — Mordeu o lado interno de sua bochecha. — Mas tenho certeza que ela está mostrando o brilho dela em um lugar muito melhor que esse. — E deu um sorriso reconfortante.


[...]


Já tinha se passado um mês desde que ambos os garotos começaram a passear pela cidade. Faziam compras juntos para a avó de Jimin, iam no rio molhar os pés na água fresca e passavam a madrugada conversando sobre assuntos aleatórios.

— Minha avó não gosta de beringela, Yoongi — Jimin disse com um bico, bufando quando o outro ao seu lado recomendava uma receita que sua mãe fazia para si quando era pequeno. — Vamos fazer algo com tomates mesmo!

O atendente da barraca olhava Jimin com um olhar estranho, aliás, todos que estavam em volta o olhavam torto. Não era normal encontrar alguém conversando "sozinho" daquela forma como ele estava.

— Te garanto que vai ficar bom, Jimin! — Yoongi disse, reclamando e espiando tudo que o outro comprava por cima dos ombros. — Não! Essa não é boa! — E resmungou pela milésima vez no dia, colocando-se em frente a Jimin e tocando levemente sobre a mão do outro, focado em mostrar o estragado. Aquilo era muito bom, poucos fantasmas tinham o dom de tocar e ainda mais fazer os humanos os sentirem. — Olhe... — E mostrou ainda segurando a mão do amigo, que permanecia com o olhar perdido no rosto do outro.

Era a primeira vez que Yoongi o tocava assim tão diretamente ao ponto de sentir os dedos do mesmo sobre os seus. Talvez Jimin estivesse louco com tudo aquilo de resolver problemas de fantasmas, mas seu estômago tinha se remexido de uma boa forma.

— Por que você está corado? — Yoongi franziu as sobrancelhas, encontrando o olhar do outro, que logo desviou e voltou sua atenção para os alimentos da bancada, com as mãos inquietas. — Jimin? — perguntou novamente, confuso, mas o outro apenas ficava observando os alimentos como se tivesse algo de interessante neles.

— Está tudo bem, meu jovem? — o homem da barraca disse, chamando a atenção que Jimin, que o olhou confuso. — Se precisar de algo, eu chamo um médico para lhe ajudar…

Era inacreditável, Yoongi tinha o eterno dom de fazer Jimin passar vergonha a cada segundo.

— Não é nada, senhor. — E deu um sorriso, olhando Yoongi pelo canto do olho, vendo o sorriso sapeca do outro. — Vou levar esses tomates. — E assim que entregou o produto para o vendedor pesar, viu os olhos agora bravos do Min.

Toda aquela implicância era diária, mas ainda assim era divertida.


[...]


— Então, Jimin... — a voz da mais velha falava em meio ao jantar enquanto comiam. Yoongi estava com eles na mesa, somente os olhando sem saber o que fazer. — Yoongi está aqui? — perguntou ainda confusa com tudo, e Jimin direcionou o olhar ao seu próprio lado onde estava Yoongi. — Isso é completamente louco... — E largou os hashis por alguns segundos, ainda pensando na situação.

Sua vida toda havia sido uma boa xamã, não faria sentido não ver um exato fantasma. Talvez o x da questão não fosse ela, e sim Jimin.

— Vocês dois já pararam para pensar que terem essa conexão pode significar algo? — ela disse, agora séria, recebendo a atenção de Jimin que mastigava a comida distraído, olhando-a com os olhos grandes e curiosos, enquanto Yoongi tombava sua cabeça para o lado. — Talvez a alma de Yoongi estava tão abalada que precisasse de algo ou alguém exato para o guiar nisso tudo... — E os dois se olharam ainda um pouco confusos.

— Não faz sentido, eu e ele nunca tínhamos nos visto antes — Jimin acrescentou. — E além do mais, o que eu poderia ter de mais que ajudasse Yoongi ao ponto de somente eu conseguir vê-lo? — E terminando isso, ouviu um suspiro da outra, que remexia um pouco sua comida.

— Há ligações que nem mesmo a morte separa, Jimin. Há ligações que, independente da situação, as almas se encontram das formas mais inusitadas... — terminou, voltando a comer. A Park tinha muita experiência com aquilo, todos os dias via coisas inusitadas acontecendo. Uma possível ligação dos dois não chegaria nem perto das coisas desconhecidas que ela viu.

Yoongi agora tinha o olhar curioso sobre Jimin, que, depois de ouvir aquilo, tinha se encolhido um pouco mais na mesa. O mais velho se perguntava o que era aquilo tudo e qual era o porquê de estar acontecendo tudo daquela forma.

E sem nem mesmo perceber, Yoongi colocou a mão por cima da de Jimin pela segunda vez no dia, recebendo um olhar um pouco confuso do outro.

— Está tudo bem... — E deixou um carinho sobre a mão dele, não a soltando até o resto do jantar.


[...]


— Já que você e sua mãe tinham tanta ligação assim com as lanternas, vamos fazer alguma aqui experimentalmente em busca de respostas que você mesmo vai descobrir! — Jimin falou animado, colocando papéis, linhas, panos e os mais diversos materiais.

Hoje iam fazer lanternas para ajudar Yoongi, na garagem desocupada de sua avó. Jimin mostrava as fotos das que havia tirado nos anos passados, Yoongi se sentia humilhado de tão caprichadas que elas eram.

— Acha mesmo que consigo fazer alguma dessas, Jimin? — perguntou rindo, tocando a cola quente e percebendo que ela ainda não tinha esquentado.

— Você consegue, Hyung! Vamos lançar as lanternas mais lindas de toda essa cidade! — disse animado, sorrindo e começando a cortar alguns materiais que usariam.

Durante todo o trabalho, Jimin permanecia focado; se não estava com os olhos focados no trabalho, estava com um sorriso bonito, rindo de todas as tentativas do Min de fazer algo decente.

Yoongi percebia cada detalhe. Os cabelos um pouco bagunçados por conta de se mexer muito, as mangas subidas do outro, os dedinhos gordinhos e curtos que combinavam muito bem com as bochechas cheinhas. Acabava que o seu próprio sorriso se formava involuntariamente observando o outro, que agora estava mais próximo a si tentando descolar algo que o Min tinha feito errado.

— Por que está me olhando assim? — Jimin perguntou, estranhando o olhar do Min, mas logo suas bochechas se avermelharam por conta de aquele sorriso não sumir do rosto dele.

— Você é fofo, minha vontade é de encher todo seu rostinho de beijinhos. — Riu quando percebeu o outro engolir em seco, não conseguindo focar os olhos em um único lugar. — Eu queria poder estar vivo nesse momento para sentir meu coração, que estaria batendo forte vendo você agora... — E seu rosto ficou sério novamente, assim que Jimin olhou em sua direção com os olhos agora completamente profundos e cheios de esperança.

Os rostos agora estavam muito próximos, os olhos estavam quase se fechando, como se aquilo já estivesse pré-escrito para acontecer.

Os lábios de ambos se encostavam levemente. Yoongi conseguia sentir os lábios de Jimin, e Jimin conseguia sentir melhor que nunca o toque de Yoongi.

Era um simples selar de lábios de curtos segundos, mas, para um garoto xamã e um fantasma... era ultrapassar linhas e fronteiras.


[...]


Os meses se passavam com um sopro de verão, Jimin e Yoongi estavam tão próximos que nem mesmo percebiam que já se passava meses com tudo aquilo, e logo se fazia quase um ano. O próximo festival Choupail se aproximava, e assim como combinaram, colocariam as lanternas no céu da forma como sempre planejavam durante as madrugadas de assuntos.

Yoongi não faria uma nova, usaria a que tinha feito com Jimin há alguns meses. O mais novo tinha dito que ele deveria fazer uma nova pois aquela foi feita um tempo atrás. Mas Yoongi queria aquela, que as suas mãos juntas às de Jimin conseguiram fazer algo lindo.

Bem, agora ele observava os Park terminar suas próprias lanternas. Ele adorava tanto ver Jimin fazendo aquilo que nem notou as horas se passarem e anoite daquele dia tão especial chegar.

A partir daquele momento, nem ele e nem o Park saberiam como seria a continuação daquela história.

— Yoongi, você tem certeza que está bem em passar o festival com alguém fora sua mãe pela primeira vez? — a mais velha perguntou, olhando para o nada, esperando que Jimin o dissesse o que o outro dizia. Ambos tinham até que uma boa relação, mesmo não tendo algum tipo de conversa completa, a Park sentia que Yoongi era alguém bom. Que somente tinha uma alma confusa.

— Estou bem sim... — E deu um sorriso pequeno, ouvindo Jimin repetir para a outra.

A população começava a se reunir novamente depois de um ano na área principal da cidade e, assim, a mais velha foi comemorar junto ao resto das pessoas, enquanto Jimin e Yoongi ficavam para comemorar em casa sem estar repleto de pessoas em sua volta.

— Daqui alguns minutos a contagem começa, provavelmente vamos ouvir daqui... — E Jimin sorriu, observando o céu e logo abrindo mais o sorriso quando sentiu a mão do outro sobre a sua, fazendo-o fechar seus olhos. Se tudo desse certo, ele não veria Yoongi mais...

Ambos aproveitavam a presença um do outro ao máximo nos últimos minutos da noite, não trocaram nem mais que dez palavras naquele tempo todo.

Até chegar a hora, Jimin já tinha pegado ambas as lanternas dentro da casa, acendendo-as e entregando uma ao Min, quando percebeu o movimento um pouco distante aumentar.

— Lembra o que lhe disse naquele dia? — Jimin perguntou e Yoongi assentiu, lembrando de todas as palavras.

"Sabe, Yoongi, pra mim, as lanternas têm um significado a mais além do próprio festival... Elas me trazem uma paz, a beleza de todas elas juntas… Cada um de nós é uma daquelas luzes, ficando mais lindas ainda quando estão todas juntas... como almas procurando algum lugar de paz..."

Yoongi agora entendia que sua mãe tinha ido embora, estava na hora dela. Assim como agora era a dele...

— Dez, nove, oito... — e Jimin acompanhava a contagem que tinha ao longe, sussurrando enquanto o outro começava a se localizar nos números. — Sete, seis, cinco... — E ambos sorriram um para o outro, colocando as lanternas lado a lado. — Quatro, três... — Fecharam os olhos. — Dois, um! — E sorriram, soltando juntos ambas as lanternas, que já começaram a subir calmamente.

Yoongi se sentia diferente dos outros anos que passou sozinho sem a mãe. Ele se sentia em paz, sentia que ela tinha feito o trabalho dela, e ele tinha entendido que tudo tinha uma hora e momento certo.

As lanternas subiam aos poucos, afastando-se; a de Yoongi ia em uma direção, e a de Jimin, em outra.

— Jimin... — E Yoongi abaixou seu rosto, olhando o chão de madeira com um fio de voz, seus olhos já estavam cheios de lágrimas.

Jimin o observava com calma, logo passou a ponta de seus dedos lentamente sobre a bochecha do outro.

Uma luz começava a se formar na porta da casa de Jimin, eles sabiam o que aquela era a luz.

— Por que eu tinha que me apaixonar por alguém sem estar vivo? — E levantou seu olhar para os do outro, este que o olhava com carinho.

Eles nunca esperariam que aquilo aconteceria, mas foi um longo ano, um ano juntos tentando fazer com que Yoongi fosse para o reino dos céus encontrar sua mãe em paz. Nunca imaginariam que, em todo aquele tempo, eles começariam a desenvolver aquele sentimento.

— Talvez o certo seria isso... — Jimin deu mais um passo à frente, deixando os corpos quase colados. — Talvez esse fosse o momento certo onde eu lhe ajudaria, e você me ajudaria... — E após terminar aquelas palavras, Jimin sentiu que o corpo do outro agora podia ser sentido, como se, por segundos, o corpo de Yoongi estivesse ali. Como se fosse um presente de segundos dados pelos céus para uma despedida.

Os lábios agora se tocavam novamente enquanto as mãos ainda estavam unidas em um carinho. Nunca tinham aprofundado aquilo, mas agora podiam.

E após uma respiração longa, Jimin sentiu o beijo se aprofundar mais com línguas curiosas e calmas enquanto as mãos se soltavam e os braços envolviam o corpo um do outro.

Aqueles segundos nunca seriam o suficiente para uma despedida de algo tão forte, mas era o suficiente para sentirem que o sentimento ia muito além de desejo, corpos ou físico. Eram almas.

A luz se fez mais forte assim que seus lábios se afastaram, e assim se afastaram enquanto Yoongi começava a dar passos para trás ainda olhando o outro.

— Você sabe... — Jimin disse, com os olhos cheios de lágrimas, enquanto o outro sumia por entre a luz e a adentrava.

— Eu sempre vou saber... — E foi a última coisa que ouviu, antes da luz desaparecer aos poucos, e Jimin tinha se encontrado completamente sozinho no terreiro da casa com lágrimas no rosto, mas logo o rosto foi ocupado por um sorriso esperançoso.

Ele sabia que, se ele e Yoongi conseguiram se encontrar mesmo estando separados por entre a linha da vida e da morte, ele sabia que eles poderiam se encontrar novamente daqui algum tempo.

Jimin continuaria vivendo intensamente, como Yoongi o dizia muitas vezes para aproveitar a vida.

E quem sabe, algum dia Yoongi o receberia nos portões dos céus com um sorriso no rosto.

Ele foi a luz para Yoongi achar seu caminho, e Yoongi foi sua luz para poder seguir sabendo que seu amor estava em um lugar bom, esperando-o.

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Notas Finais: Bem, primeiramente eu queria agradecer a beta dessa fic @monpecs e a capista @yoonckyn que são suuuuper talentosas que fizeram essa fic ser possível. 💜

E também queria agradecer a todo o pessoal do projeto, às adms (que tiveram bastante paciência comigo kk) e aos leitores que acompanharam a história até aqui. 💜

E espero que possamos nos ver em breve, beijo beijo beijo!

25 de Julho de 2021 às 22:22 0 Denunciar Insira Seguir história
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Fim

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