thaymonike thayla Morgado

Não é normal desejarmos alguém que nos atormenta. Quando meu meio-irmão, Elec, se mudou para nossa casa, eu não estava preparada para lidar com um cara tão idiota. Odiei o fato de ele ter descontado sua raiva em mim porque não queria estar aqui. Odiei ele ter trazido garotas da escola para seu quarto. Mas o que mais odiei foi o modo indesejável que meu corpo reagia a ele. A princípio, pensei que tudo o que ele tinha a seu favor era o corpo musculoso e tatuado e o rosto perfeito. Mas as coisas começaram a mudar entre nós, e tudo teve um desfecho em uma noite inesquecível. No entanto, do mesmo modo que Elec entrou na minha vida, logo voltou para a Califórnia. Passaram-se anos desde a última vez que o vi. Quando a tragédia atingiu nossa família, tive que encará-lo novamente. E, diabos, o adolescente que me deixou louca se tornou o homem que destruiu o resto de sanidade que havia em mim. Senti que meu coração estava prestes a ser partido.


Erótico Para maiores de 18 apenas.
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Capítulo 01

O ar frio embaçou a janela da sacada em nossa sala de estar, esperei nervosamente na frente dela e me esforcei para ver lá fora. A qualquer momento, a perua Volvo de Randy iria parar na garagem. Ele tinha ido para o Aeroporto Logan pegar seu filho, Elec, que estaria vivendo com a gente o próximo ano, enquanto sua mãe tinha uma atribuição relacionada com o trabalho de um ano no exterior.

Randy e minha mãe, Sarah, só tinham estado casados por um par de anos. Meu padrasto e eu nos dávamos muito bem, mas eu não diria que éramos próximos. Aqui está o pouco que eu sabia sobre a ex-vida de Randy: sua ex-esposa, Pilar, era uma artista equatoriana com base na área da baía de San Francisco, e seu filho era um punk tatuado que, de acordo com Randy, era autorizado a fazer o que quisesse.

Eu nunca tinha conhecido o meu meio-irmão antes e só tinha visto uma foto dele que foi tirada há alguns anos atrás, pouco antes de Randy se casar com minha mãe. Pela imagem, eu podia ver que ele herdou o cabelo escuro, provavelmente de sua mãe sul-americana, juntamente com a pele bronzeada, mas tinha os olhos claros e traços finos de Randy. Ele era deslumbrante, mas Randy disse que Elec tinha entrado em uma fase rebelde nos últimos tempos. Isso incluiu ele fazendo tatuagens quando tinha apenas quinze anos e se metendo em encrencas por menores de idade bebendo e fumando maconha. Randy culpou Pilar por ser volúvel e muito focada em sua carreira artística, permitindo assim que Elec fizesse as coisas erradas, mas não sofresse as consequências.

Randy alegou que ele havia encorajado Pilar a assumir uma posição temporária dando aulas dirigidas por uma galeria de arte em Londres para que Elec, agora com 17 anos, pudesse vir morar conosco.

Embora Randy fizesse duas viagens curtas para o oeste por ano, ele não estava lá em uma base diária para disciplinar Elec. Ele lutou com isso e disse que aguardava com expectativa a oportunidade de colocar seu filho na linha ao longo do próximo ano.

Borboletas invadiram meu estômago enquanto eu olhava para a neve suja que se alinhava na minha rua. O clima gélido de Boston seria um rude despertar para o meu meio-irmão californiano.


Eu tinha um meio-irmão.


Era estranho pensar nisso. Torcia para que nos déssemos bem. Sendo filha única, eu sempre quis um irmão. Ri de quão estúpida eu era, fantasiando que aquilo se tornaria algum tipo de relacionamento de contos de fadas de um dia para o outro, como o de Donny e Marie Osmond, ou o de Jake e Maggie Gyllenhaal. Pela manhã eu tinha ouvido uma música do Coldplay que eu nem sabia que existia, chamada Brothers and Sisters. Não que ela fale exatamente sobre irmãos, mas me convenci de que era um bom presságio. Tudo ia ficar bem. Eu não precisava ficar assustada.

Minha mãe parecia tão nervosa quanto eu, enquanto corria para cima e para baixo na casa para aprontar o quarto de Elec. Ela transformou o escritório em um quarto. Nós duas fomos ao Walmart para comprar lençóis e outras coisas. Era estranho comprar coisas para uma pessoa que eu não conhecia. Decidimos comprar tudo em azul--marinho.

Comecei a murmurar coisas para mim mesma, ensaiando o que deveria dizer a ele, sobre o que iríamos conversar, o que eu poderia mostrar para ele.

Estava, ao mesmo tempo, um pouco excitada e estressada.

Ouvir o som de uma porta de carro sendo fechada me fez pular do sofá e ajeitar minha saia amarrotada.

Acalme-se, Greta.

Ouvi um barulho de chave girando. Randy entrou sozinho e deixou a porta bem aberta, permitindo que um ar congelante entrasse na sala. Depois de alguns minutos, ouvi pés esmagando o gelo que cobria a entrada da casa, mas ainda não tinha visto Elec. Provavelmente ele tinha parado do lado de fora, antes de entrar. Randy colocou a cabeça para fora da porta: — Porra, Elec, entra logo.

Um caroço se formou na minha garganta quando ele apareceu na porta.

Engoli em seco e fiquei olhando para ele por alguns segundos, com meu coração batendo com ainda mais força quando percebi que ele não parecia em nada com o garoto da foto que mostraram para mim.

Elec era mais alto que Randy, e o cabelo curto do qual eu me lembrava do retrato agora era uma mancha preta bagunçada e despenteada, quase cobrindo seus olhos. Ele cheirava a cigarro, ou talvez fosse maconha, porque era um cheiro mais doce. Uma corrente estava presa ao seu jeans. Ele nem olhou para mim, então eu aproveitei para continuar examinando-o, enquanto ele jogava sua mochila no chão.

Bum.

Esse barulho tinha sido da mochila ou do meu coração?

Ele olhou para Randy, e sua voz soou grave.

— Onde é o meu quarto?

— Lá em cima, mas você não vai a lugar nenhum enquanto não disser “oi” para sua irmã.

Cada músculo do meu corpo se enrijeceu enquanto eu praticamente me encolhia ao ouvir o termo. Eu não queria ser irmã dele de forma alguma. Em primeiro lugar, quando ele se virou na minha direção, parecia que queria me matar. Em segundo, desde o primeiro momento em que olhei para seu rosto esculpido, ficou totalmente claro que, ao mesmo tempo em que minha mente começava a desconfiar dele, meu corpo foi imediatamente enfeitiçado. Um feitiço do qual eu faria de tudo para escapar.

Seus olhos perfuraram os meus como se possuíssem adagas, mas ele não disse nada. Dei alguns passos à frente, engoli meu orgulho e estendi a mão para cumprimentá-lo..

— Sou Greta. Prazer em conhecê-lo.

Ele não disse nada. Muitos segundos se passaram até que ele, relutantemente, pegou minha mão. Seu aperto foi desconfortavelmente forte, quase doloroso, mas ele soltou depois de pouco tempo.

Pigarreei e disse: — Você é diferente… do que eu imaginei.

Ele olhou para mim com os olhos semicerrados.

— E você é bem… comum.

Parecia que minha garganta ia se fechar. Por um breve segundo, pensei que ele ia me elogiar, antes de combinar a palavra “bem” com “comum”. A parte mais triste era que, se você me perguntasse como eu me sentia, parada de frente para ele, a palavra “comum” seria o termo que eu teria usado.

Seus olhos me examinavam de cima a baixo friamente. Apesar do fato de eu ter detestado sua personalidade, ainda estava maravilhada com sua beleza, o que me deixava enojada. Seu nariz era perfeitamente alinhado e, seu maxilar, definido. Seus lábios eram perfeitos – perfeitos até demais – para as porcarias que, aparentemente, saíam deles. Fisicamente ele era meu sonho, mas, em todos os outros sentidos, era meu pesadelo. Ainda assim, eu me recusava a demonstrar que suas palavras tinham causado qualquer efeito em mim.

— Você quer que eu mostre seu quarto? — Perguntei.

Ele me ignorou, erguendo sua mochila do chão e se virando na direção das escadas.

Ótimo. Estávamos indo muito bem.

Minha mãe desceu as escadas e imediatamente puxou Elec para um abraço.

— Fico feliz em finalmente te conhecer, querido.

Seu corpo se enrijeceu antes de se afastar abruptamente dela.

— Queria poder dizer o mesmo.

Randy avançou em direção às escadas com o dedo levantado.

— Para com essa merda, Elec. Diga “olá” para Sarah de uma forma decente.

— Olá para Sarah de uma forma decente. — Elec repetiu, em um tom de voz monótono, enquanto subia as escadas.

Minha mãe colocou a mão no ombro de Randy.

— Tudo bem. Ele vai melhorar. Deixe-o sozinho. Uma viagem longa não é nada fácil. Ele ainda não me conhece. Só está um pouco apreensivo.

— O idiota é bem desrespeitoso, isso sim.

Uau!

Eu fiquei bem surpresa com a forma como Randy falou do próprio filho, por mais que Elec tivesse agido mal. Meu padrasto nunca tinha usado palavras como aquelas comigo, mesmo porque nunca as mereci. Mas Elec estava mesmo agindo como um idiota desrespeitoso.

Naquela noite, Elec ficou trancado no quarto. Randy foi lá uma vez, e eu os escutei discutindo, mas mamãe e eu decidimos deixá-los extravasar, então ficamos de fora de qualquer coisa que estivesse acontecendo entre eles.

Quando fui para a cama, não pude evitarparar e dar uma olhada na porta fechada do quarto de Elec. Me perguntava se sua forma de me ignorar era um indicativo de como seria aquele ano inteiro, ou se ele iria mesmo durar um ano conosco.

Planejando escovar meus dentes, abri a porta do banheiro e dei um pulo ao ver Elec secando seu corpo molhado depois de sair do banho. Vapor e um cheiro de homem preenchiam o ar. Por alguma razão, ao invés de correr dali, eu congelei. O mais pertubador foi que, ao invés de se cobrir com a toalha, ele a deixou cair no chão, demonstrando indiferença.

Fiquei boquiaberta.

Meus olhos estavam grudados em seu pênis, antes de viajarem até dois trevos tatuados em seu torso malhado e, depois, até a tatuagem que cobria todo o seu braço esquerdo. Havia água pingando de seu peito, e um piercing em seu mamilo esquerdo. No momento em que meus olhos pousaram em seu rosto, eles encontraram um sorriso cruel. Tentei falar, mas as palavras simplesmente não saíam.

Finalmente virei minha cabeça para outro lado e disse: — Ah… , meu Deus… eu… eu… eu deveria sair daqui.

Enquanto me virava para sair pela porta, sua voz me fez parar: — Você age como se nunca tivesse visto um cara nu antes.

— Na verdade… eu nunca vi.

— Que droga para você. Vai ser bem difícil para o próximo cara, com a comparação.

— Você é muito arrogante.

— Diga você. Não deveria ser?

— Meu Deus… você está agindo como um… — Um grande babaca?

Era como um acidente de carro horrível do qual não se podia fugir. Lá estava eu olhando para ele novamente. O que havia de errado comigo? Ele estava completamente nu na minha frente, e eu mal conseguia me mexer.

Puta merda, na cabeça do pênis dele também tinha um piercing. Que ótima forma de ser apresentada pela primeira vez a um pênis ao vivo.

Ele interrompeu meu olhar.

— Não há nada aqui além disso. Então, a não ser que esteja planejando fazer alguma coisa, é melhor que saia e me deixe terminar de me vestir.

Balancei a cabeça, descrente, e fechei a porta ao sair.

Minhas pernas estavam tremendo, quando corri para meu quarto.

O que tinha acabado de acontecer?

5 de Julho de 2021 às 12:15 0 Denunciar Insira Seguir história
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