K
Kristi Ellen


Após ser sequestrada, Flora uma fadinha travessa descobre a história a muito perdida de sua terra que emvole traição, vingança e a ressurreição de um ser lendário.


Conto Impróprio para crianças menores de 13 anos.

#Fantasia #lovecraftana #fary #farytale #filosofal #pedrafilosofal #inkspiredstory #genio #alquimista
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Capítulo único

Cada gota de sangue inocente derramado clama vingança contra o príncipeque que fez afiar a espada"
-William Shakespeare-

330,331,332,333 não se ouve mais nenhum som de asas ou sinos por perto, espero que eles não tenham se escondido muito longe, minhas asas estão doendo de mais para voar, passei a manhã inteira carregando camomila e gengibre para o Fauno, e ele nem ao menos me agradeceu!

Bem, é isso que ganho por me esconder na flauta dele, mas como iria saber que um bode com o focinho daquele tamanho que vive na vida boa deitado no meio do mato tem alergia a pólen, a pólen! não é à toa que os beija-flores não gostam dele, onde foi que parei?
A quem se importa, 663,664,665 quem foi que inventou a regra de contar até mil no esconde-esconde? Se continuar deitada contando nessa begônia não vou demorar a visitar Morpheus, vou terminar de contar logo, achar todos, pegar Luna e visitar o bode velho, talvez uma sopa o ajude com o resfriado, mas antes tenho que passar no lago para me limpar ou ele vai ter um treco, 666, 667, 668,669 essas pétalas são tão macias.
Está tão frio, puxo meu cobertor para me cobrir, mas não encontro nada, nem minha joaninha, será que ela se perdeu de novo, ela sabe que tem de estar em casa antes de anoitecer, mas quando foi que cheguei em casa? Consegui encontrar todo mundo? e o bode velho?
salto da minha cama só para perceber que ainda estou deitada em cima da begônia que pôr o sol ter ido embora se fechou como um casulo de borboleta, empurro as pétalas e dou de cara com o puro breu, nada de vagalumes, só a lua minguante brilha no céu o que não é um bom sinal, significa que o portal está aberto e que a temporada de caça está aberta.
-Flora, Mag, lui?- voo pelo jardim gritando pelos seus nomes mas é em vão eles já devem ter ido embora, que belos amigos tenho, nem para me acordar, a melhor chance que tenho agora é ficar dentro da flor o fauno pode se cuidar sozinho, volto a abrir as pétalas da flor e encontro caída minha flauta de caule de rosa, talvez se eu a tocar Luna venha me buscar mas é muito arriscado, qualquer um pode me achar inclusive gaviões de caçadores de fadas.
Guardo minha flauta no cinto e volto a escorregar para dentro da flor mau consigo terminar de passar minha pernas quando uma mão gigante me segura
- Olha o que temos por aqui! - diz me trazendo para perto de seu rosto e um bafo de morte sai de sua boca
-Eu disse, elas dormem nas flores- diz o segundo ligeiramente menor com uma voz fina
-Com essa já são 5 tenho o suficiente, tome - ele joga um círculo de ouro e o homem pequeno o pega no ar, - agora vá para casa sua mãe deve estar preocupada com você-
-Obrigado senhor alquimista - ele diz e se vira para ir embora, mas para e me olha- o que vai acontecer com elas?
- Não é da sua conta garoto agora vai antes que eu mude de ideia- o Garoto olha por cima do ombro e vai embora e de mansinho some no meio da floresta dos elfos.

A a esses elfos malditos, sempre atras desses discos dourados.
-Agora somos só eu e você- ele começa a vasculhar dentro de um saco de couro me debato, mas é inútil e só faz minhas asas doerem mais do que antes, ele espirra um coisa azeda no meu rosto, e um sono repentino me invade, luto contra a vontade de fechar os olhos mas não consigo e viajo para os braços de Morpheus.


Batidas agudas soam no ar, o brilho da sala é forte e fazem meus olhos arderem, o tinido fica mais auto e mais insistente como se chamas-se minha atenção, procuro a fonte do barulho mesmo com a visão ainda borrada e tonta reconheço Flora por suas asas laranja florescentes e seu cabelo nuvem, me levanto e voo em sua direção mas bato de cara em um vidro, também estou dentro de um pote, mas o meu está sem tampa, pulo e caio de volta no chão de vidro, minhas asas agora doem mais que antes tenho até medo de olha-las, flora bate com o que parece um pedaço de cascalho mais forte apontando para trás de mim.


-Pare com esse barulho infernal- grita o velho que o elfo chamou de alquimista, flora congela e esconde o cascalho atras de si- se continuar com isso será a primeira, agora onde eu estava- abaixa o capuz revelando um cabelo branco seboso e escorrido, a quanto tempo esse velho não toma um banho?


Ele sai pela sala andando de um lado para o outro e pegando potes, ervas, pedaços e lascas de madeira de todos os tamanhos e cores e os joga dentro de um caldeirão, aos poucos uma neblina com cheiro doce toma a sala mas muda para um gosto amargo a medida que cobre toda o lugar fazendo com que até mesmo o alquimista suma no meio da fumaça, sendo possível só saber onde ele está pelo seu vulto destrambelhado pulando de um lado para o outro para alcançar coisas e pelo barulho de potes vazios sendo lançados para longe .


Me firmo em minhas pernas e corro e me choco na parede de vidro, o pote treme, repito e cai de lado e gira para o final da mesa pulo de dentro dele e ele cai se esborrachando no chão, o lugar fica em um completo silêncio e passos arrastados se aproximam da mesa, olho ao redor e encontro uma lâmpada de óleo como as que os elfos usam, o bico é largo retorcido baixo, um esconderijo perfeito corro até ela e escalo o bico melecado de óleo tento me agarrar a ponta mas escorrego para dentro, perfeitamente escondida porém presa de novo.


-Parece que amiga de vocês os abandonou- devaneia- azar o meu, terei da fazer o balsamo com quatro quintos da receita.- Os passos arrastados vão para longe de novo e o quebra-quebra retorna, mas o que vou fazer para sair daqui agora?


Uma bola de fumaça roxa e brilhante começa a se juntar no meio espantando a escuridão, ela fica cada vez maior e se envolve em meu corpo me puxando para cima junto com ela, me sinto espremida como se do nada o vaso tivesse perdido o seu tamanho, até que some e estou do lado de fora de novo e um homem fumaça se forma em meio a neblina amarga.


-Diga-me seus pedidos e - o homem azul para de falar-Fada?


--shiii


- O que está fazendo aqui na tenda do alquimista?


-Me ajude, tire meus amigos e eu daqui ou ele arrancará nossas asas,


-O rei mago está doente de novo?


-Por mim já estaria morto


-Eu posso te ajudar, mas o que vou ganhar em troca? - ele cruza os braços


- Eu te liberto


-Liberdade é para os tolos sonhadores- diz com desdém- me traga a pedra filosofal e eu ajudarei você e seus amigos a escaparem


-Você só pode estar brincando com a minha cara, a pedra filosofal é só uma lenda


- Você também é uma lenda e nem por isso estou falando que você não existe, -debocha- o velho alquimista capturou Ravena e a fez cortar cebola até desidratar de tanto chorar


-A fênix?


-Claro, conhece alguma outra que cura com lágrimas, agora pare de perder tempo com perguntas idiotas e vá pegar a pedra


- E como vou fazer isso?


-Com essas asas podres é que não vai-olho pela primeira vez para minhas assas, apesar de mal-educado ele tem razão, elas estão tortas e com rasgos, vou demorar dias para conseguir recuperá-las e mesmo assim duvido que voltem a com eram antes - deveria cuidar melhor delas- uma luz forte sai da ponta dos dedos do gênio e vem em minha direção, eu desvio e ela passa de raspão


- Por que fez isso? - se fosse para morrer teria ficado dentro do pote


-Fique parada, vou concertar elas para você- ele faz de novo e fecho os olhos sendo capaz apenas de ver os clarões ao meu redor, minhas assas estão mais pesadas, mas a dor passou.


-Não seja medrosa, abra os olhos- eu os abro devagar vejo meu reflexo em um pedaço de prata na mesa, elas são lindas como as asas das borboletas noturnas, elas vermelho como pétalas de rosa, não minto, são vermelhas como sangue seco mas são pesadas, pesadas de mais para mim para uma mariposa talvez não seja problema carregar assas grandes e peludas como essa mas para mim, o menor sopro me faria perder o Equilíbrio


-por que essa cara, não gostou delas?
-são muito pesadas
ele sopra pelo nariz enquanto sorri com debo deboche
-não são elas que são pesadas, é você que é fraca, não se preocupe isso é temporário, logo terá suas asas sem graça de volta, me traga a pedra filosofal e eu posso dar um jeito de verdade nelas .


- Se me permite perguntar, por que quer a pedra filosofal?


-Já vi tudo, você é daqueles heróis chatos dos bardos -o djin suspira passando as mãos no rosto- Com ela ficarei invecível e ninguém jamais me escravizará outra vez- enquanto fala o sorriso sínico que parecia esculpido em seu rosto se desmancha em uma careta retorcida de desprezo.


-Mas acabou de dizer que liberdade e para tolos!


- Isso não é liberdade, ainda serei escravo dos meus próprios desejos mas senhor de mim mesmo , agora vá,não perca mais tempo, seus amigos ainda estão presos nos potes se demorar mais não haverá ninguém para ser salvo.


- E onde ela está?


-Dentro do ninho do gavião, no topo da prateleira de homúnculos- ele aponta para leste da sala que não tem nada além de fumaça


- Mas não consigo ver nada - ele puxa o ar fundo inflando tal qual um baiacu assustado para em seguida soprar uma ventania deixando só uma cortina transparente da fumaça, o alquimista lendo o livro perto de seu caldeirão não pareceu notar e continuou resmungando sozinho.

Bato minhas novas assas apesar de pesadas o que me torna dificil a tarefa de bate-las me levantam do chão com facilidade não com a sua força, com elas não vou demorar nada para atravessar a sala.


Batidas do cascalho no vidro voltam, vou rápido até o outro lado da sala e paro na frente de seu vidro, ela parece cansada, como se prestes a desmaiar, Lui e Meg também estão em vasos mais afastados também quase sufocando, eles me olham surpresos, seus olhos presos em meu novo par de asas


-Eu vou soltar vocês aquentem firme — e saio atrás da pedra filosofal, não tem nada que eu possa fazer agora a tampa do pote deles está lacrado e se eu derrubasse de cima da mesa com eles dentro, bom só não é uma boa ideia, agora é confiar no djin.


Aumento o ritmo na direção que o gênio apontou , não demoro muito a ver mesmo através da fumaça que voltou a ficar amarga a prateleira cheia aguas vivas, sua pele é tão transparente que consigo ver seus órgãos pulsando, me aproximo da prateleira devagar para não atiçar a curiosidade de seus tentáculos, não chego muito perto, não é necessário só preciso saber de que lado está o ninho, mas mesmo de longe ainda consigo ouvir seus corações batendo tudo soa como fruta podre sendo pisada, até o cheiro e as gosma amarelo pus escorrendo de suas bocas nojentas e por cima de tudo do lado direito o ninho que o Djinn falou, enorme com um rabo de penas para fora, tem gente em casa.

Subo na direção do ninho mas os homúnculos se agitam em seus lugares esticandi seus tentáculos, eles os desenrolam como cobras se esticam para o banho de sol, aumento as batidas, eles ficam mais animados dando chicotadas no ar na esperança de me apanhar, desvio de um que tenta grudar com as ventosas em minha asa, mas distraída não consigo desviar a tempo do que se enrosca em minha canela a puxo mas não adianta pego minha flauta e enfio no tentáculo antes que gude suas ventosas em mim ele me solta e se agita no ar, desvio dos outros e finalmente chego no topo da prateleira.
O ninho como esperado é maior de perto e dentro o gavião dorme mas nenhum sinal de pedra alguma, só tentáculos secos ao redor do ninho e uma pedra enorme de carvão.

De canto de olho um vulto se agita perto de mim, um tentáculo que tenta pegar minha asa deixando um rasto de gosma nela, corro para o outro extremo da prateleira, outros sobem cercando toda a prateleira, um deles pega o rabo do gavião que arregala os olhos, me escondo atrás do carvão, o pássaro levanta e ultrajado corta o tentáculo com bico que cai ainda se debatendo aos seus pés
No meio de toda a fumaça e confusão uma fresta de luz vermelha sai de dentro do ninho, de pé ante pé me aproximo do brilho ele vem de uma pedra lisa em formato de ovo, deve ser isso, a pedra filosofal.
Me abraço a ela bato minhas novas asas o mais forte que posso o que faz toda a fumaça se dissipar ao meu redor, isso é pesado de mais para uma pedra chata presisaria de pelo menos 3 fadas para carregar, espero que as assas dem conta.
Um grito vem da outra ponta da prateleira, o gavião, ele está parado me encarando com as asas erguidas em arco, seguro a pedra mais forte e me jogo da prateleira na direção aos homúnculos, ele mergulha em minha direção mas não tem a mesma sorte que eu , e fica preso no emaranhado viscoso de tentáculos que o puxa cada vez mais perto das bocas espumosas enquanto luta para sobreviver.

Arqueio minhas asas o que me faz planar no ar direto para a mesa onde o gênio me espera, a pedra está mais pesada, tornando cada batida quase impossível, a dor volta, mais forte que antes e começo a perder altitude, mas ainda faltam metros para alcançar a mesa, as bato feroz mente como um beija-flor, mas é inútil, continuo as batendo e a dor piora, mas consigo alcançar a mesa e despenco em cima dela com a pedra.


Mesmo com a visão turva pela queda consigo ver o olhar maníaco do gênio, que segura a pedra firme em sua mão como se tivesse medo de que ela escorregasse ou desaparece-se diante de sus olhos, mas todo o cuidado some revelando sua afobação, suas mãos estão tremulas em seu rosto uma expressão de expectativa então sem mais nem menos ele fecha a mão com um estralo, a pedra! Depois de eu quase ter morrido ele simplesmente a esmaga? antes que eu pudesse abrir a boca para o xingar ele pega um dos pedaços e engole.


O brilho vermelho desce por sua garganta e para em sua barriga, seu corpo fumacento começa a tomar solidez, pernas surgem de baixo da cintura que antes não passava de um rabo de cometa e aos poucos sua cor antes roxa como as violetas do Fauno aos poucos toma uma cor amarronzada como as folhas no outono.


-Finalmente! — ruge com uma animal que fugiu para a natureza depois de anos enjaulado.

Um calafrio desce pela minha espinha, algo me diz que nada de bom virá disso, o alquimista parece ter sentido o mesmo e deixa suas coisas caírem enquanto olha com uma expressão de puro terror para o gênio como se o próprio ades tivesse se materializado a sua frente, o Djinn no entanto o olha fixamente esperando que o outro se mova para dar o bote e ficaram assim paralisados por o que pareceram horas, o fantasma que tomou o lugar do alquimista parece querer dizer algo mas o choque foi tamanho que nenhum som sai de sua boca a não ser ruídos engasgados enquanto abre e fecha a boca repetidas vezes.


O djin pula de cima da mesa revelando sua altura que se comparado ao velho curvo e muxoxo é um tronco saudável de salgueiro enquanto o outro não passa de um graveto seco e quebrado ao meio, mau servindo para revirar lixo, mas agora ele está mais para uma folha em uma ventania de tanto que treme.


-Quanto tempo Armemanel — seu tom de voz é macio apesar de se assemelhar mais a uma ameaça que a um cumprimento ,O velho ainda em pânico tenta fugir mas se embaralha em suas próprias pernas e cai — como você é patético — ri sem humor — onde está aquele mago onipotente e cheio de si que invadiu o reino de Nish e massacrou todo o meu povo para conseguir a pedra filosofal? — seu tom diminui tornando- se mais ameaçador —ONDE ESTÁ QUELE QUE MATOU TODA A MINHA FAMÍLIA E ME PRENDEU NA LAMPADA! — o alquimista a cada palavra cuspida se dobra em si mesmo deitado no chão, talvez espere que consiga se dobrar vezes o suficiente para sumir da vista de seu juiz —temos contas a acertar— respira permitindo que seus ombros relaxem retomando uma postura impassível, vira nos calcanhares e vem em minha direção.


-Não...não por...avor — gagueja se libertando parcialmente do choque e agarrando os pés do djin o impedindo de sair no lugar.


O recém liberto nada faz além de olhar para baixo, não precisando mais do que isso para que o velho entende-se o recado.


Então finalmente se vira para mim com seus olhos levemente mais gentis

-Como prometido — estala os dedos e minhas asas param de doer e voltam a ser leves, elas voltaram!


-Sarha! — Flora agora livre passa voando sobre aminha cabeça assim como Lui que está carregando uma Mag desacordada em seus braços

-ela está bem?

-Vai ficar.


-Lindo reencontro agora saiam, tenho assuntos a tratar com meu velho amigo, não é mesmo Armemanel?— o dito cujo que tinha aproveitado a comoção para sair de fininho começou a flutuar com as mão no pescoço sufocando, temos que sair logo daqui, testo minhas novas asas e elas falham, olho para os outros e estão tão cansados quanto eu, exceto por Meg que está desmaiada, Lui não conseguirá carrega-la de volta para casa, pego minha flauta em meu cinto que agora tem uma rachadura no meio por ter usado contra os tentáculos, sopro mas nenhum som sai, termino de quebra-la deixando do tamanho de um apito com a única nota que preciso, sol.


Me esforço mais um pouco e voo até a janela com as asas trêmulas e sopro, implorando para que Zéfiro faça a melodia chegar a Luna, ninguém nunca sobrevive a vingança de um djin, nem a vítima muito menos os espectadores.

Piados vindos do meio das árvores chegam aos meus ouvidos, e não demora muito para uma mancha branca e felpuda aparecer manchando o céu noturno escuro, sopro a nota mais uma vez e ela vem em toda a sua velocidade e posa na janela, ajudamos Lui a subir Meg nas costas felpudas da coruja, subimos prontos para levantar voo.


-Esperem! — Pega o pedaço que restou da pedra mágica—leve essa para o sábio do bosque, diga que o filho de Saluman mandou—ele a põe em cima da mesa.

Luna entende o recado e a pega a pedra e alça voo janela a fora batendo suas asas brancas como leite.

-Onde vamos encontrar esse sábio do bosque? — Pergunta Lui

-Não faço a mínima ideia.

-Era assim que chamavam o fauno quando Yaggdrasil era viva— diz Flora em uma voz monotona

-A arvore da vida? ele é tão velho assim?

-Era o que vó Yanna dizia, ele era o reponsável por ajudar a Arvore da vida a zelar por nós,

-E se não for ele?,

-Nesse caso, pelo menos teremos a quem pedir— um grito de dor junto com som de ossos quebrando vem de longe, nós nos entre olhamos e ignoramos, isso não é da nossa conta, pelo menos não deve ser se quisermos continuar vivos.

Agora falta pouco, de onde estamos já conseguimos ver a clareira do fauno, ele vai ter um troço quando perceber que estamos cheios de polém, mas não temos escolha, Meg ainda não acordou e desde que saímos da tenda do alquimista não vimos uma poça de água sequer.


-Sara, sua fadinha arteira,— ele resmunga levantando de sua rede de seda trançada— Por ande você andou?

E onde está o meu — ele para de falar quando Lui desce de Luna com Meg nos braços, ele nos encara como se só agora conseguisse nos ver de verdade —quem fez isso com vocês? — diz em um tom de voz protetor que raramente ouvimos seu rosto sempre severo agora substituído por um semblante cuidadoso, pega Meg com a delicadeza que colhe flores — sulfato de cloro?


-Um alquimista nos capturou.

Flora conta tudo o que aconteceu desde a tarde de ontem até a vingança do gênio enquanto isso ele nos deu um antídoto para o veneno do disse que tivéssemos demorado mais teríamos morrido.


Luna que tinha sumido no céu depois de nos deixar com o fauno volta com um ramo de lavanda em no bico e ainda segurando a jóia com sua pata a mantendo presa com suas unhas afiadas ela se polera no braço do fano e solta a pedra brilhante em sua mão.

-Onde conseguiram isso?— seus olhos brilhavam como nunca, lembrando muito a expressão do próprio gênio.

- O djin — responde Lui— disse para entrarmos ao sábio da floresta.

-Disse que era o filho de Saluman- complemento e o fauno levanta de seu lugar e se ajoelha na frete da arvore gigante que está a muito tempo podre

-O gênio que vocês encontraram era o príncipe do reino Nish, na época Yaggdrasil— ele passa a mão no tronco da arvore como se acariciasse um gato ainda era viva mas a runa mágica que a mantinha estava perdendo o poder então pedimos ajuda ao rei Saluman, o governador do reino dos desejos, então ele nos concedeu um pedido—o Fauno para de falar um tempo enquanto arranca uma das raízes apodrecidas da arvore o que o faz cair de costas

-Pedimos uma runa nova que faria Yagg viver por mais alguns anos até que precisasse de outra, mas ele fez melhor, criou a pedra filosofal" enfia o braço até o ombro em o que parece ser uma toca de coelho que estava escondida no meio de todas raízes cheias de cupins e tira de lá uma pedra redonda que parece ter sido azul mas agora está desbotada.


-isso é...?— as palavras ficam presas na garganta de Fora que aponta chocada para a pedra


-O coração da terra?— joga a esfera desbotada o por cima do ombro — sim, onde eu estava?— coça os chifres espalhando lama por toa a sua cabeça.

- a certo, lembrei— seu rosto cai para uma expressão sombria mas que ainda guarda esperança —Armemanel , nunca seria capaz de esquecer esse nome, Zéfiro nunca foi bom em guadar segredos e espalhou a novidade aos quatro cantos do mundo e chegou aos ouvidos malignos de Armamanel e então com o apoio do rei de seu mundo invadiu o reino de Nish com um exército, ninguém esperava por aquilo, eram épocas de paz e de união e mesmo assim ele teve a covardia de invadir e massacrar um reino inteiro, os gênios por mais que fossem criaturas poderosas não tiveram tempo de se preparar e pereceram ou viraram escravos, o príncipe foi um deles, diziam que o alquimista tinha o levado como um troféu e pelo que me vocês contaram é verdade— ele para e encara a toca de coelho que estava limpando até então abaixa devagar fazendo com que seu braço seja mais uma vez engolido pelo buraco o puxa de volta e se afasta da arvore.

-Ela é o que protege vocês de humanos egoístas como eles— é quem os mantêm escondidos dos olhos curiosas das crianças e o que me mantem vivo para olhar por vocês.


As raízes retorcidas que estavam sobre terra mergulham de volta no solo a deixando reta e frondosa como nas histórias que meus avós contavam de um mundo distante em que não precisávamos nos esconder, folhas começam a aparecer dos galhos que a dez segundos atrás eram secos e quebradiços assim como esferas de cristal que brilham com os primeiros raios da manhã


-Ela não estava morta, estava hibernando, poupando forças para conseguir protegê-los enquanto não recebia o seu coração novo — diz agora com a voz menos cansada e sua feição mais jovem.

-O escudo está erguido novamente, podemos viver em paz, com a certeza de que ninguém virá durante a noite para os arrancar suas asas.



24 de Junho de 2021 às 00:04 0 Denunciar Insira Seguir história
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