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| Sadfic‱oneshot | Jeongguk adorava ir ao parquinho perto de sua casa, adorava mais ainda ir lĂĄ para ver Jimin, que era visto frequentemente com o menininho de dentes fofos. | NĂŁo aceito adaptaçÔes! | | TambĂ©m postada no spirit e wattpad! |


Fanfiction Bandas/Cantores Todo o pĂșblico.

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Era manhĂŁ, os carros barulhavam na estrada tentando atravessar a nevasca, os adultos estavam ocupados demais correndo atrĂĄs das outras crianças que brincavam de pique-pega na neve e, vocĂȘ, estava sozinho no balanço do parquinho. O vento frio batia contra seu rosto, causando rubor em suas bochechas cheinhas, fios loiros caiam sob os olhos e as lĂĄgrimas teimosas que vocĂȘ derramava marcavam seu rosto. Quando percebi, jĂĄ estava indo em sua direção, curioso, confuso.


— Por que estĂĄ chorando? — Perguntei. VocĂȘ, um pouco assustado com minha aproximação repentina, levantou o olhar, e nĂŁo sei o porquĂȘ, mas mesmo te vendo pela primeira vez, mesmo que seus olhos brilhassem em maresia, que seu pequeno nariz estivesse avermelhado graças ao frio e seu cabelo estivesse arrepiado, eu te achei lindo.


— E-eu nĂŁo estou chorando. — VocĂȘ disse. Tombei a cabeça para o lado, te observando. Por que vocĂȘ estava mentindo?


— Uh? EntĂŁo por que seu rosto estĂĄ Ășmido e seus olhos estĂŁo brilhando? — Toquei na sua bochecha com o indicador, seu rosto estava realmente gelado. — EstĂĄ com frio?


Receoso, vocĂȘ assentiu, balançando os pezinhos e mordiscando o lĂĄbio inferior, gĂ©lido, mesmo com roupas de frio. Tirei o meu agasalho, quentinho e grande o suficiente para lhe cobrir. VocĂȘ abraçou o tecido envolvido como se fosse um urso de pelĂșcia e me agradeceu baixinho. Eu me sentei no balanço ao lado do seu, pegando impulso e me balançando levemente, levando os pĂ©s para frente e para trĂĄs a cada embalo.


— Eu me chamo Jeongguk, e vocĂȘ?


— Jimin



— Jimin? Uah, que nome bonito! — Sorri, vocĂȘ se encolheu no meu casaco, mas ainda pude ver suas orelhas enrubescendo — Quantos anos vocĂȘ tem, Jiminie?


VocĂȘ tirou as mĂŁos enluvadas da roupa, levantando sete dedos.


— Sete? Hum, eu tenho seis.


VocĂȘ ficou calado. Era tĂŁo difĂ­cil fazer vocĂȘ falar, eu queria ouvir mais a sua voz.


— Onde estão seus pais, hyung?


— Foram comprar sorvete.


— SĂ©rio? Os meus tambĂ©m! Podemos provar o sorvete um do outro depois, Jiminie hyung! — Eu estava animado, queria esperar e conhecer seus pais, queria pedir para brincar com vocĂȘ. — Eles estĂŁo ali, olha! — Apontei afobadamente para uma barraquinha de sorvete um pouco mais adiante de nĂłs, onde algumas pessoas se juntavam para comprar o doce, incluindo os meus pais. — Algum daqueles sĂŁo os seus?


VocĂȘ negou. Estavam em outra barraca, entĂŁo?


Deduzi que onde quer que eles estivessem, voltariam logo. EntĂŁo, lhe convidei para brincar no escorregador. VocĂȘ era muito tĂ­mido, tive que pegar na sua mĂŁo, tĂŁo pequena quanto a minha, fomos juntos atĂ© lĂĄ. Subimos atĂ© a casinha que enfeitava o escorrega, a neve cobria as telhas e os degraus coloridos da escada. Com muito custo, consegui fazer com que vocĂȘ se soltasse mais, que se divertisse comigo. Quando cansamos dos brinquedos do parque, o chamei para fazermos um boneco de neve, a essa altura os meus pais tinham voltado com o sorvete, eu o saboreava enquanto vocĂȘ terminava de pĂŽr pedrinhas no boneco que fizemos juntos, sendo os botĂ”es. Me sentei ao seu lado na neve quando terminou, percebendo que seus olhinhos reluzentes encaravam o sorvete de casquinha que eu segurava, ofereci para vocĂȘ, que aceitou na hora, ansioso para se lambuzar com o doce de morango. Embora fosse mais velho que eu, mesmo que por apenas um ano, nĂŁo consegui nĂŁo achar fofo quando vocĂȘ sujou a pontinha do nariz e um pouco das bochechas de sorvete.


— Jiminie.


— Hum?


— VocĂȘ Ă© fofo.


Eu podia jurar que meu coração errou algumas batidas quando vocĂȘ levantou o rosto, me mirou com o rosto todo sujinho de doce e sorriu, tornando seus olhos apenas dois riquinhos. Algo dentro de mim se aqueceu naquele dia, a partir daquele momento.


— VocĂȘ tambĂ©m Ă© fofo, Jungkookie



Eu sorri de volta, feliz com o apelido novo, feliz por ter te conhecido naquela manhĂŁ coberta por neve e feliz com o sentimento estranho que eu estava sentindo, mesmo sem saber exatamente o que era.


Depois daquilo, tive que me despedir de vocĂȘ, Jiminie, nĂŁo pude ver seus pais, entĂŁo pedi para os meus me levarem ao parquinho no dia seguinte, disse que fiz um amiguinho novo, que vocĂȘ era muito legal e queria o ver novamente. Minha mĂŁe riu, mas, como nĂŁo morĂĄvamos muito longe dali, ela concordou em me levar de novo lĂĄ para lhe ver. Claro que nĂŁo me esqueci de pedir para vocĂȘ me esperar.


Assim foi feito, eu fui ao parque outra vez e, para minha surpresa, vocĂȘ estava no mesmo lugar que no dia anterior, quando lhe encontrei, sozinho, no balanço, com as mesmas roupas de frio.


— Jiminie hyung! — Gritei seu nome, vocĂȘ levantou num solavanco quando me viu e veio correndo em minha direção. Acabamos caindo quando nossos corpos colidiram.


VocĂȘ estava tĂŁo ansioso quanto eu, nĂŁo Ă©, hyung?


— Jungkookie, vocĂȘ veio!


— Eu disse que viria, hyung!


Rimos, deitados na neve fofinha. Ficamos ali, parados, observando os flocos se juntarem ao chĂŁo. Notei quando um pequeno floquinho pousou no seu nariz, o deixando rosado, no mesmo tom de suas bochechas redondinhas, tĂŁo atrativas. VocĂȘ fechou os olhos, sentindo o cĂ©u cair sobre nĂłs atravĂ©s de cristais de gelo. Estava tĂŁo terno, tĂŁo calmo, tĂŁo bonito, eu nĂŁo sei quando e o que me impulsionou a isso, talvez fosse a sua aura, mas, quando notei, meus olhos tambĂ©m estavam fechados e meus lĂĄbios jĂĄ estavam selados Ă  sua bochecha rubra e gelada.


Quando os abri, vocĂȘ me encarava, nĂŁo com a careta que eu esperava, e sim com um sorriso, o sorriso que me aquecia atĂ© mesmo naquele inverno intenso. VocĂȘ voltou a olhar para o cĂ©u, ainda sorridente. Talvez eu tenha me sentido um pouco incomodado com o seu silĂȘncio contĂ­nuo, entĂŁo me atrevi a quebra-lo.


— E os seus pais, minnie?


Na Ă©poca, eu queria muito saber por que vocĂȘ parava de sorrir quando eu lhe perguntava isso.


— Foram comprar sorvete.


— De novo? Demoram tanto. Queria conhecer eles, aposto que vocĂȘ puxou a beleza da sua mĂŁe, hyung.


— VocĂȘ me acha bonito, Jungkookie?


— É claro! Se vocĂȘ Ă© meu namoradinho Ă© porque Ă© bonito!


— Namorado? Somos namoradinhos, Kookie-ah?


— Meu irmĂŁo mais velho dĂĄ beijinhos na minha noona e eles namoram, eu dei um beijinho em vocĂȘ, entĂŁo somos namoradinhos agora, Jimin-ssi!


— Que legal, Kookie-ah! Mas
 Como que namora?


— Acho que devemos cuidar um do outro, dar beijinhos e nos casarmos quando formos adultos, hyung!


— Uah! Casar? Aí poderemos nos ver todos os dias?


— Sim, Jimin-ssi!


— Então, quando formos adultos, vamos nos casar, kookie-ah! E vamos viajar juntos por todo o mundo!


Fizemos àquela jura, juntando nossos mindinhos, trocando nossos cachecóis, como presentes um do outro, como alianças na nossa imaginação. Duas crianças que mal se conheciam aos olhos alheios, mas, para eles, para nós, nos conhecíamos o suficiente para amar.


Nos encontramos por mais dois dias seguidos, por algum motivo vocĂȘ se encontrava cada vez mais magro e frio, eu me preocupava, vocĂȘ dizia que seus pais foram comprar sorvete, eu me perguntava hĂĄ quanto tempo eles foram comprar sorvete.


— Jiminie
 Os seus pais não voltaram?


VocĂȘ negou.


— E desde quando vocĂȘ estĂĄ os esperando?


— Desde o dia em que te conheci, Jungkookie



Eu nĂŁo tinha idĂ©ia do porquĂȘ os seus pais nĂŁo voltaram, hyung, porque eu nunca abandonaria vocĂȘ, nĂŁo se abandona alguĂ©m que ama, nĂŁo Ă©? Por dentro, eu queria gritar com eles, se os achasse.


— NĂŁo se preocupe, hyung! Vou falar com os meus pais, eles vĂŁo deixar vocĂȘ ficar conosco, vamos morar juntos, sem nem termos casado ainda!


— VocĂȘ promete, kookie-ah?


VocĂȘ me fitou, cansado, seus olhos brilhantes que eu tanto gostava estavam escuros, pareciam querer se apagar, suas bochechas fofinhas se foram, dando lugar a um rosto magro, sem o colorido que vocĂȘ emanava. Eu estava com saudades das suas bochechas coradas.


— Eu prometo, Jiminie hyung! Só espere por mim, só mais um pouco!


Despedimos com um beijinho, um nĂŁo, vĂĄrios. Fiz questĂŁo de selar cada cantinho do seu rosto, atĂ© mesmo nos seus lĂĄbios, um selar breve, mas com muitos sentimentos. Pude sentir, mesmo que por segundos, o quĂŁo frio vocĂȘ estava, o quĂŁo estava doente, e eu queria chorar ao te ver daquele jeito, mas nĂŁo faria isso na sua frente, nĂŁo antes de cuidar de vocĂȘ. NĂŁo tive permissĂŁo para lhe levar para casa naquele dia, mas eu berraria se fosse preciso para isso acontecer.


Acabei deixando escapar um “eu amo o Jiminie hyung!” quando minha mĂŁe perguntou o porquĂȘ de eu gostar tanto de lhe ver, ela nĂŁo se agradou muito com a minha reposta. NĂŁo me deixou ir ao parque depois disso, e eu chorava, esperneava, soltava toda a minha frustração em nĂŁo poder te ver de novo nos meus gritos, disse que vocĂȘ estava doente, mas ela nĂŁo acreditava, dizia que vocĂȘ estava bem, sendo cuidado como devia em sua casa, mas eu sabia que nĂŁo era verdade. VocĂȘ estava lĂĄ fora, com frio, com fome, sozinho, e eu estava dentro, aquecido e saudĂĄvel, era egoĂ­smo do universo deixar Ă quilo acontecer.


Prometi que voltaria, mas não consegui cumprir essa promessa. Éramos uma criança apaixonada e uma criança abandonada, quando eu pensava nisso, minha garganta ardia em uma imensa vontade de gritar e meus olhos ficavam iguais aos seus no dia em que te conheci, chorosos.


Era por isso que vocĂȘ estava chorando, nĂŁo era? VocĂȘ estava sentindo essa frustração, essa tristeza e solidĂŁo, nĂŁo estava, hyung? Passei muito tempo me amaldiçoando por nĂŁo ter dado mais atenção Ă  isso.


Lembro perfeitamente de quando saí do castigo em que fui posto, quando saí em disparada ao parque, sem mesmo me agasalhar ou esperar meus pais, corri como se a minha vida dependesse disso. Meus pulmÔes queimavam, me sentia cansado, acabei ficando doente também, mas, mesmo daquele jeito, eu corri, o mais råpido que minhas fracas pernas podiam, ignorando os berros que me chamavam, eu apenas corri. Meu rosto estava molhado, comecei a chorar sem mesmo notar, era nítido o meu desespero. Só queria lhe ver de novo, lhe abraçar, encher de beijinhos e aquecer com todo o meu amor, ou com o que eu julgava ser amor.


Mas, quando cheguei, vocĂȘ nĂŁo estava lĂĄ.


NĂŁo estava, eu procurei por todo o canto dali, gritei por vocĂȘ vĂĄrias vezes, atĂ© minha voz falhar, atĂ© minha voz sumir, mas vocĂȘ nĂŁo estava lĂĄ.


Eu queria ao menos um resquĂ­cio da sua presença, do seu sorriso caloroso, dos seus olhos brilhantes, da sua voz suave, qualquer coisa de vocĂȘ, mas nada surgia.


NĂŁo tinha mais lĂĄgrimas para derramar, nem voz para gritar, sĂł me permiti ajoelhar na neve que jĂĄ teimava em ir embora. Senti meu corpo ser elevado, minha mĂŁe me levou no colo atĂ© em casa, me dando vĂĄrios sermĂ”es, enquanto eu, em seus braços, apenas observava o balanço que vocĂȘ sempre ficava sumir de minha vista.


Adormeci naquele fim de inverno, e sĂł despertei quando vocĂȘ me visitou em meus sonhos, me dando um fio de esperança de que, um dia, eu ainda te veria.


Hoje, agora, enquanto estou com o seu cachecol carmim enrolado no meu pescoço, me embalando e tentando afastar o estresse que a faculdade causava, vocĂȘ me vem Ă  mente, hyung.


Meu primeiro amor.


20 de Maio de 2021 Ă s 23:27 0 Denunciar Insira Seguir histĂłria
1
Fim

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