LADO A: Novamente estamos no bar bebendo um vinho barato. Então o vinho acaba. A noite acaba. E o que já era previsto, acontece. Ambos sabíamos, era nossa última noite juntos. Uma última conversa. Um último beijo. Não havia (res)sentimento. Apenas a necessidade de um último contato para que não houvesse dúvida e arrependimento. Por fim, seguimos caminhos opostos. Apesar do longo tempo de convivência e de todas aquelas noites intermináveis em que o corpo dele aquecia o meu, nos tornamos completos estranhos. Mesmo assim, fui até a casa dele sem que ele soubesse. Entrei no porão, aquele em que ele nunca permitiu que alguém entrasse. Foi meu maior erro e eu não gostaria de fazer parte daquele estoque macabro que encontrei.
LADO B: Novamente estamos no bar bebendo um vinho barato. Então o vinho acaba. A noite acaba. E o que já era previsto, acontece. Ambos sabíamos, era nossa última noite juntos. Uma última conversa. Um último beijo. Havia (res)sentimento, mas fingi que não. Por fim, seguimos caminhos opostos. Apesar do longo tempo de convivência e de todas aquelas noites intermináveis em que o meu corpo aquecia o dela, nos tornamos completos estranhos. Cheguei em casa e notei uma luz no porão. Caminhei silenciosamente até lá com um pedaço de ferro nas mãos. Ela gritou ao me ver, pediu milhares de explicações. Queria saber de quem eram aqueles pedaços de corpos conservados em líquidos que ela não conhecia. Falou que ia me denunciar e eu apodreceria na cadeia. Não havia outra opção, se ela fosse embora, minha vida seria arruinada. Fiz o que foi necessário, um único golpe na cabeça. E desde então, quem está apodrecendo é ela.
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