jikook_siempre JiKook_Siempre

- A foto! Você tirou uma foto nossa. Lembra? Minhas mãos quase não me obedecem. Pego meu celular do bolso. Vou provar como não estava sozinho. Abro a galeria de imagens e procuro a última foto. Sento. A respiração presa no peito. Lá estou eu: sozinho, com o mar e Busan às minhas costas. Sem entender nada, ouço o velho marinheiro falar para os turistas: - Jimin é o nome do garoto que sumiu naquela ilha e nunca mais foi encontrado.


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#JiKook #Jimin #JungKook
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Garoto Misterioso

Olá pessoal!
Bom essa história é uma adaptação do livro "7 história de gelar o sangue" de Antônio Schimeneck.
Espero q gostem e perdoem os erros.
Boa leitura!

✶⊶⊷⊶⊷❍⊶⊷⊶⊷✶

Gosto deste cheiro de mar que invade todos os lugares nas cidades litorâneas. Chegamos ontem à noite, e não vejo a hora de dar um mergulho na água salgada. Todos os anos, eu e meus pais passamos uma temporada na praia. Neste ano, o patrão de meu pai ofereceu a casa para nos hospedarmos durante uma semana. Adorei a notícia. Tanto que, agora, ao acordar no meu primeiro dia de férias, caminho até a janela e faço correr a cortina para o lado.

Ali está ele: o mar. Daqui, a visão é de tirar o fôlego. A casa também é incrível, uma construção antiga que a última reforma deixou com um aspecto bem moderno. Seus detalhes em madeira, como a grande escadaria que liga o andar térreo ao superior e as janelas e portas antigas, foram todos preservados.

O lugar faz jus ao seu nome: Busan. Com uma paisagem deslumbrante de montanhas e praias, e cheia de águas termais e frutos do mar, a segunda maior cidade da Coréia do Sul.

O lado mais à direita é o preferido pelos surfistas, pois as ondas, ali, são fortes o suficiente para a prática do esporte. Já o lado esquerdo é ideal para quem gosta de calmaria. A onda bate de leve e quebra com tranquilidade na areia branca. Semana passada, ao pesquisar na Internet informações sobre o local, soube que esse efeito é produzido pela ilha localizada logo à frente, há pouca distância de Busan. Consigo vê-la do meu quarto, pelo meu quarto, pelo menos uma parte delas. As árvores recobrem toda a sua extensão e, bem ao centro, uma imensa pedra quadradae branca. Os moradores decidiram, há muitos anos, colocar uma enorme cruz de madeira em cima da rocha, bem à esquerda. Realmente o que se vê é um enorme túmulo em pleno oceano, o que justifica o seu nome: Ilha da Sepultura.

Desço à cozinha. Pego uma maçã e vou até a praia. Enquanto trinco os dentes na fruta, respiro aquele ar morno e salgado. Deixo a água molhar meus pés. A manhã está apenas no seu início, o sol vai nascer em breve. Algumas pessoas caminham, exercitando-se na areia. Com o canto do olho, percebo que não admiro a paisagem sozinho. Perto de mim, um jovem de cabelos curtos e lisos preto contempla o mar.

Ele vira o rosto para o meu lado. E nossa!! Ele era tão lindo, sua pele parecia tão macia. Um anjo. Não consigo desviar o olhar a tempo, ele percebe que eu o observo. O jeito é dar um sorriso amarelo, como criança pega fazendo algo que não deve. Para quebrar o constrangimento, resolvo puxar assunto:

- Linda esta praia!

- É verdade - replica ele e dá alguns passos em minha direção.

Seus olhos têm um quê de esverdeado, num tom que combina muito bem com a água à frente. Procuro prolongar a conversa, mesmo sem ter muito o que dizer:

- Você é daqui?

- Sim, nasci e vivo aqui. Já tive vontade de ir embora, mas não consigo ficar longe deste mar...

O garoto fala com um sorriso tímido. Não sei por que, mas aquele jeito me faz bem. Sinto vontade de ficar mais tempo conversando com ele.

- E você, está de férias? - pergunta ele. - Vai ficar quanto tempo?

- Sim. Vou ficar uma semana - respondo

- Bom, vou indo então - diz o garoto. - Espero que goste daqui e que suas férias sejam legais!

Já é - penso, mas digo apenas:

- Também espero!

Ele vira-se para ir embora, lembro de algo e o chamo:

- Ei! Sabe se existe alguma visita guiada até a ilha?

- Uma vez por semana, na quinta-feira, o velho Choi leva os turistas. Ele tem um barco e o usa para transportar os passageiros.

- Você já foi lá?

- Sim, mas não gosto daquele lugar. É triste. Cheira à tragédia.

- Por que?

- Outra hora eu conto. Preciso ir agora. Tchau.

- Qual seu nome?

Ele volta o rosto novamente para mim:

- Jimin .

- O meu é JungKook...

O sol lança seus raios diretamente sobre mim.

Vou pesquisar sobre os acontecimentos desta cidade. Jimin me colocou uma pulga atrás da orelha. Embora não tenha dito nada de concreto, a forma como se referiu à Ilha da Sepultura me deixou com o estômago embrulhado.

O sol anda alto no céu. Da janela do meu quarto, vejo que a praia está lotada. Os surfistas deslizam nas ondas. No andar inferior, minha mãe ouve o último sucesso Super Junior. Tento não prestar atenção, mas deixei os fones de ouvido na sala e estou com preguiça de buscá-los. Meu pai devora uma pilha de revistas na varanda, em frente à residência. Digito o nome da ilha no notebook e dou 'enter'. Decido por uma. Leio a seguinte definição:

"Ilha distante 600 metros da Praia Haeundae, na cidade de Busan, com aproximadamente 180.000 m². Possui vegetação nativa e, ao centro, uma formação rochosa em formato quadrado que ocupa um terço de toda a sua área. A leste, uma pequena praia de areias brancas e água cristalina propícia para mergulho. Mesmo apresentando tanta beleza natural, o local é envolto em mistério desde que dois jovens, segundo relatos dos antigos moradores, ali perderam a vida. O corpo de um dos rapazes nunca foi encontrado.

O que foi encontrado foi sepultado na ilha e, em homenagem aos dois, foi erguida uma grande cruz no alto da pedra achatada."

Olho pela janela para a enorme rocha à minha frente. Um arrepio percorre meu corpo. O que aconteceu de tão misterioso naquele lugar? Por que os jovens estavam lá sozinhos? Quero visitar o local. Talvez eu o conhecendo, esse mal-estar desapareça. Quem sabe consigo convencer Jimin in a ir comigo...

***

Estou gostando muito da casa e deste início de férias. A conversa com Jimin foi o mais próximo do que chamam de "fazer amizade" desde que aqui cheguei. Falando nisso, me deu vontade de falar com ele. Não o vejo desde ontem. Bom, vou dar uma corrida, quem sabe o encontro enquanto me exercito um pouco por aí.

O sol já vai se pondo. Acabo de chegar em casa. Percorri a praia pela orla de chão batido, paralela à areia branca. Coloco a mão na maçaneta da porta. Antes de entrar, ouço que alguém me chama:

- JungKook!

Viro-me e avisto Jimin.

- E então?! Tudo certo por aqui?

- Acabo de dar uma corrida.

- Que tal curtir o pôr-do-sol?

Setamos na areia. Não resisto muito tempo sem tocar no assunto que me perturba desde que a conheci:

- Li um pouco ontem sobre o casal que morreu na ilha.

- É?! - ele responde vagamente. - Nem sabia que tinha algo escrito sobre isso.

- Pesquisei na Internet.

- É então?

- Só não descobri por que eles estavam na ilha. Você sabe alguma coisa?

- Dizem que um dos rapazes se apaixonou pelo filho de um empregado do pai. Para piorar a situação, ele já havia sido prometido em casamento para a filha de um figurão de Busan. Como a família nunca aceitaria o namoro, o casal se encontrava às escondidas na ilha. Só quem sabia do fato era uma criada da casa do rapaz que os ajudava, para que ninguém desconfiasse que eles andavam se encontrando. Numa tarde, uma forte neblina veio do mar e cobriu toda a cidade. Vários pescadores ficaram por horas à deriva. Quando notaram o desaparecimento dos dois, a pobre empregada teve que revelar o segredo. O pai do garoto, acompanhado por um grupo de empregados, foi até a ilha. Encontraram a canoa escondida em meio à vegetação. No topo da montanha achatada, avistaram o rapaz, filho do empregado, caido no chão. Ele estava com várias perfurações no corpo e completamente sem sangue. O filho do chefe nunca foi encontrado.

- E descobriram oque aconteceu com ele?

- Foi atacado por morcegos-vampiros.

- E eles ainda vivem na ilha?

- Acreditoque não. De qualquer maneira, não é bom deixar as janelas abertas à noite.

- Deve ter sido muito triste.

- A família ficou arrasada. Se o amor deles tivesse sido respeitado, nada daquilo teria acontecido. Resolveram enterrá-lo lá mesmo, e o lugar recebeu o nome de Ilha da Sepultura.

- Que história triste. E onde era a casa do rapaz desaparecido?

- Isso é fácil. Você está hospedado nela.

Recebo a informação com um baque no peito. Que estranho. Ficar em uma casa na qual os seus antigos moradores estiveram envolvidos em uma história tão macabra. Tomo uma decisão:

- Quer fazer o passeio comigo amanhã?

- Acho que não é uma boa. Não tenho vontade de estar naquele lugar.

- Bom, eu vou. Se mudar de ideia, será muito legal ir até lá com você.

- Até uma hora dessas...

Enquanto Jimin se afasta, observo o seu andar calmo, a camisa grande e folgada em seu corpo, o cabelo sendo atrapalhado pelo vento da noite que se aproxima. Sinto uma tristeza por ele me deixar ali sozinho. Olho para o mar. Será que estou gostando desse garoto?

***

O barco do velho Choi está a postos e pronto para zarpar. Além de mim, apenas um casal de turistas ocupa o convés da embarcação. Nosso guia anuncia a partida. Não estou com vontade de conversar com ninguém. Subo ao andar superior. Uma embarcação enorme para tão poucos tripulantes. Então, avisto mais alguém. Eu conheço aquela cabeleira escura esposta ao vento. Ele veio.

Embora a tarde esteja um pouco encoberta, a paisagem não deixa de ser menos bela. O barco avança, deixa atrás de si um rastro branco de espuma. Arrisco falar algo:

- Que bom que você veio.

- Não quero deixar que você vá sozinho para lá.

- Por que?

Não obtenho resposta. Do alto-falante, a voz do comandante corta nosso diálogo e fala sobre a vegetação, o enorme bloco de pedra, no qual subiremos mais tarde, e a praia, somente visível para quem circunda a ilha.

Chegamos. Desembarcamos no trapiche de madeira e caminhamos até a praia. A paisagem é realmente estonteante. A areia de uma brancura fascinante. Coqueiros altos balançam ao vento. Vamos em direção à trilha que nos levará à grande pedra em forma de túmulo. Para chegar ao alto, é necessário escalar uma parede íngreme em que se desenham alguns degraus de concreto, ali colocados de propósito para facilitar a subida e chegar à grande cruz.

Jimin está quieto, parece pouco à vontade.

Sempre afastado do grupo. Puxo conversa:

- Vamos tirar uma foto?

- Pode ser - diz ele, sem mostrar muito interesse.

Preparo o celular e vou até o casal que nos acompanha. Peço para a mulher tirar uma foto. Volto para junto de Jimin. Fico ao seu lado. Como cenário, temos a enseada com a pequena cidade ao fundo.

Logo abaixo da grande cruz de madeira há uma lápide com a seguinte inscrição: "Que o amor os encontre na eternidade." Passo a mão pela placa, na tentativa de retirar a areia trazida pelo vento. Procuro ler os nomes dos protagonistas daquela paixão cheia de desventura, mas algo faz meus olhos se desviarem para o oceano. O que vejo me deixa perturbado. Aponto e falo num fio de voz:

- Pessoal! O que é aquilo?

Uma tempestade se aproxima da ilha.

- Temos de correr, se quisermos chegar ao barco antes do temporal - informa o velho Choi.

Iniciamos a descida. Por mais que tentemos, não é possível vencer a distância até o barco com rapidez. O caminho é íngreme e cheio de pedras que podem ferir, caso alguém escorregue.

Estamos na metade do caminho. A neblina chega, fazendo a trilha desaparecer. A visibilidade cai vertiginosamente. O marinheiro pergunta:

- Estão todos aí?

- Sim - respondo. Ouço meus companheiros, mais à frente, responderam afirmativamente.

- É melhor ficarmos de mãos dadas para que ninguém se perca - fala o guia.

O casal desce na dianteira com o dono do barco. A mulher me estende sua mão trêmula e começa uma oração em voz baixa. Seguro a mão de Jimin, a última da fila. A neblina misturada ao vento parece querer nos açoitar. A temperatura baixa bastante. Estamos enregelados. Ninguém veio preparado para enfrentar a drástica mudança do tempo.

É a primeira vez que toco em Jimin. Lamento por ser nesta situação. Sinto sua fria mão presa na minha, mas não consigo vê-la nitidamente, devido à forte cerração que nos envolve. O velho Choi grita:

- Continuem de mãos dadas. Aconteça o que acontecer, não se soltem. Já vamos chegar à praia.

Aperto a mão de Jimin e digo:

- Tudo vai ficar bem.

Ela não responde. A única coisa que nos une é aquele aperto de mão em meio à tempestade.

Minha atenção, que até agora está voltada para as instituições do guia, se desvia para um estranho chiado. Acompanha o som algo que sobrevoa o grupo, dando rasantes bem perto de nossas cabeças.

- O que é isto? - pergunto

- É o que eu temia - responde o velho - Os vampiros.

- O quê? - grito do meio da brancura que nos cerca.

Sinto que a combinação de vento neblina é essa nova informação fazem meu coração saltar descontroladamente no peito. Um tremor me invade. O frio que teima em me fustigar por fora, agora circula também pelo meu sangue, gelando meu corpo inteiro. Me abaixo, procurando fugir dos rasantes das criaturas que passam zunido logo acima de nós. Esse movimento faz com que eu solte a mão dos dois. Um enorme morcego passa raspando meu cabelo. Assusto-me é perco o equilíbrio. Caio morro abaixo sem conseguir segurar nas pedras e nos galhos da vegetação costeira.

Por mais que tente, não consigo enxergar nada, perdido no meio da neblina. Ouço, ao longe, a voz do guia, mas ainda estou meio tonto por conta da queda. Sinto que alguém pega meu braço. Seu rosto chega junto ao meu, tão próximo que consigo reconhecer Jimin. Ele diz:

- Vou te tirar daqui.

- Como? - pergunto, mas ele simplesmente me arrasta em meio ao ataque dos morcegos tomadores de sangue.

Percebo a madeira do estaleiro em meus pés. O barco balança com o vento. O velho Choi conseguiu embarcar com o casal de turistas. Jimin para ao meu lado e diz:

- Sobe.

Escalo o mais depressa que posso a estreia escada e me jogo no chão. Tateio um lugar para sentar, mal podendo suportar as pernas. O velho dá partida ao motor. Enquanto trabalha, explica o que está acontecendo:

- Esta ilha tem uma colônia de morcegos-vampiros. Eles vivem nas cavernas da grande pedra. Normalmente só saem à noite, mas hoje, devido à tempestade, aproveitaram a neblina para saírem de suas tocas.

Dizendo isso, desliga o motor do barco. Pede calma e avisa que precisa esperar o tempo melhorar para voltarmos para casa em segurança.

Da mesma forma como veio, a tempestade começa a desaparecer. Avisto ao longe a enseada e a cidade que nos espera. Sinto uma alegria imensa por Jimin. Ele não está ali. Subo a escada em direção ao andar de cima. Nem sinal dele. Grito assustado:

- JIMIN!

Desço a escada até onde estão os outros:

- Cadê o garoto que estava comigo? Precisamos voltar.

O velho Choi se aproxima de mim. Segura meus ombros tentando me acalmar; olha-me profundamente e fala:

- Meu filho, deve haver algum engano. Você estava sozinho.

- Não. O Jimin estava comigo. Vocês acham que estou louco? Vamos voltar!

- Acalme-se, logo chegaremos à praia...

- Não! Precisamos ir buscá-la.

- Buscar quem? Você embarcou sozinho - disse a turista.

- A foto! Você tirou uma foto nossa. Lembra?

Minhas mãos quase não me obedecem. Pego meu celular do bolso. Vou provar como não estava sozinho. Abro a galeria de imagens e procuro a última foto. Sento. A respiração presa no peito. Lá estou eu: sozinho, com o mar e Busan às minhas costas.

Sem entender nada, ouço o velho marinheiro falar para os turistas:

-Jimin é o nome do garoto que sumiu naquela ilha e nunca mais foi encontrado.

14 de Maio de 2021 às 09:52 0 Denunciar Insira Seguir história
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