llepallet 𝐦𝐚𝐥𝐮𝐚⁷ | 🌙

No ápice da vida adulta, Park Jimin, com seus 23 anos, prefere se enfiar em suas cobertas aos fins de semana e assistir diversos episódios seguidos de seus desenhos animados favoritos, ou quem sabe, virar as madrugadas de sexta-feira e sábado ensaiando a bateria. É então que, depois de um dia de trabalho, durante um show de estreia de uma das bandas locais, Jimin se vê hipnotizado pelo guitarrista de mechas azuis e voz suave, viajando na vasta imensidão das orbes negras e brilhantes. Cada detalhe do rapaz alto, tatuado e extremamente atraente, eram como ímãs para si, o convidando e o puxando cada vez mais para o olho do furacão que era Jeon Jungkook. Desde esse dia aos seguintes, Jimin se convenceu de que estava encantado pela bagunça que era o guitarrista azulado, mudando sua rotina que antes era entediante e monótona, para uma em que Jungkook preenche suas memórias e momentos com diversas tonalidades de sua cor favorita. [ capa: @TAEHYSTAR ] • Iniciada em: 03/03/2021 no Wattpad e em 08/05/2021 no Inskspired #NotasAzuisJJ ( Não aceito adaptações desta obra. )


Fanfiction Romance adulto jovem Impróprio para crianças menores de 13 anos.

#jimin #jungkook #jikook #yaoi #praia #gay #park #jeon #azul
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Como Elis Regina

Pois é, amigos, cá estou eu apostando em uma fic mais uma vez. Confesso a vocês que eu estou uma verdadeira PILHA DE NERVOS.


Tudo sob controle.


A música indicada para esse primeiro capítulo é Locked Out Of Heaven, do Bruno Mars. Ela se encaixa na parte que está em negrito na história, então pesquisem para dar uma sensação melhor durante a leitura; se já tiverem a música baixada, melhor ainda hihi.


Mas vamos lá, né? Tô enrolando vocês demais.


Não esqueçam de comentar bastante porque isso me deixa super hiper ultra mega motivada e também alegra meu coração de autora de araque.


Espero que curtam o capítulo!!! Tenham uma boa leituraaaaaaa!


📷


"São as águas de março
Fechando o verão.
É promessa de vida
No teu coração." ¹


Ciannus, 2 de março.


O sininho tocava incessantemente, anunciando a entrada e saída de pessoas. A lanchonete não para, e no horário da tarde fica mais movimentado do que quando abre como café pela manhã. Todos os dias são assim, o que muda são os rostos dos clientes, as roupas que usam, suas expressões e até mesmo o que carregam nos braços ou nas costas. Gosto disso. Gosto de notar a diferença nas feições de quem passa por aqui. Gosto de como meu trabalho se tornou um ótimo lugar para observar tudo e todos, além se ser bastante aconchegante. Gosto de mexer nas máquinas e sentir o cheirinho fresco do café torrado, o vapor que aquece minha face, do aroma de chocolate dos bolos e docinhos.

E esse é mais um dia na vida de Park Jimin


Isso mesmo, eu.


Um jovem de estatura mediana — não me pergunte minha altura, não sei nem meu CPF — com 23 anos na cara, funcionário da lanchonete e cafeteira Plural; estudante no último período da faculdade, baterista em segredo na calada das noites de final de semana, e morador de Ciannus, uma cidadezinha praiana e pacífica.


Naquele instante, estava eu no balcão organizando as bandejas dos garçons com carinho e de maneira organizada, dando meu próprio toque em alguns guardanapos rabiscados com frases como "Você é incrível", "Pedido preparado com amor", "Lanche especial para alguém especial" ou até mesmo um coraçãozinho mal feito. Pequenas atitudes que podem mudar o dia de alguém ou o deixar mais alegre e colorido.


— O que está escrevendo dessa vez? — Seokjin perguntou à medida que se apoiava no outro lado do balcão.


— "Você é perfeito do seu jeitinho" — respondi sem tirar os olhos do guardanapo enquanto finalizava o desenho de uma florzinha sorridente. — Terminei.


Levantei o papel fraquinho para que Seok pudesse visualizar a garrancheira que eu chamo de caligrafia, e de volta, recebi um dos seus sorrisos fofos.


Jin é dono um rosto angelical e que eu digo ser esculpido por deuses, e mesmo com seus 30 anos, tem a aparência de alguém da minha idade — ou até mais novo. Os olhos dele pareciam chocolate e contrastavam perfeitamente bem com a pele branquinha e os cabelos loiros tingidos recentemente. Venhamos e convenhamos: Seokie fica bonito com qualquer cor de cabelo, mas o loiro é superior a todos os outros que ele já teve. Ele se formou em administração, mas depois que terminou a faculdade preferiu se ocupar com algo que fosse mais tranquilo e que não cobrasse tanto de si, o que resultou na sua vinda para a Plural e o trabalho de atendente.


— Eu e o Hobi estávamos pensando de sair hoje. O Meirandus terá uma apresentação exclusiva — comentou, lendo as frases rabiscadas nos guardanapos abaixo dos pedidos.


— Sério? — Perguntei enquanto terminava de arrumar a última bandeja do balcão, cantarolando a música que soava pelo salão da lanchonete através dos auto falantes.


— Sim, é uma banda. O Hoseok é amigo do pessoal, e pelo que ele me contou, os rapazes já são um tanto populares aqui em Ciannus, fazem covers para postar nas redes sociais e tudo mais. Hoje será o dia de estreia deles.


— E como eles se chamam?


The Blues — respondeu, já com uma das bandejas em mãos e pronto para ir entregá-la a mesa correspondente. — Você deveria vir com a gente. É sexta-feira, e eu tenho certeza que seria bem mais divertido do que ficar enrolado na cama assistindo She-ra e chorando por personagens 3D.


— Nem ouse falar mal da minha She-ra — rebati, apontando a canetinha que antes servia para desenhar coisinhas fofas e que agora poderia virar a arma de um possível crime. Chega a ser até engraçado pensar nisso: Jimin, um nanico, contra Seokjin, um poste. Logo de primeira eu levaria uma rasteira e sairia chorando. Tudo na paz. — E não sei, não. Você sabe que eu não curto muito a ideia de ficar em um ambiente lotado, quem dirá no dia de estreia de uma banda. O Meirandus vai parecer um formigueiro


— Ah, mas você vai sim. — Bendita seja a minha paciência com Seokjin. — Às 22:00. Nem um minuto a mais, nem um minuto a menos.


E lá se foi o Kim, me deixando para trás com uma canetinha nas mãos e uma expressão completamente confusa.

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Meirandus;
Um barzinho com estética vintage e uma vibe de rock antigo, aqueles dos anos 80 e 90 e que trazem uma nostalgia incrível. Conhecido por ser o ponto inicial de algumas bandas e artistas solo famosos aos arredores de Ciannus, é um bom lugar para passar o tempo, esfriar a cabeça ou até mesmo afogar suas mágoas e frustrações na bebida — não que isso seja recomendável. Encontrar amigos também entra na lista, quem sabe fazer novas amizades... socializar.


É exatamente nesse ponto que eu não me encaixo: Socialização.


Sei muito bem que socializar com as pessoas é algo fundamental para o desenvolvimento tanto em sociedade quanto o próprio, que é uma coisa boa e blá blá blá. Mas digamos que isso é um tanto... complicado para mim, visto que eu não gosto de sair de casa — a não ser por necessidade — e que também não faço muita 'questão' de conversar com pessoas — tirando meus companheiros de trabalho, Hoseok, Jin e meus pais.


Justamente aí que chegamos então a minha situação atual: sentado em uma mesa próxima a parede, um cantinho com pouca iluminação e que me deixava 'camuflado' diante das incontáveis pessoas dentro do estabelecimento. A forma mais "confortável" — digamos assim — que fui capaz de encontrar para esperar os dois cabeçudos atrasados que marcaram comigo. Eles mesmos, Jung Hoseok e Kim Seokjin. Não preciso nem beber mais um gole do ice de morango em cima da mesinha para ter a certeza de que ele já perdeu quase todo o gás, além de ter derretido todo o gelo e acabar ficando 'quente' no final de tudo.


Nesse momento, o que eu mais queria era me enfiar na cama até fazer um buraco nela e permanecer lá assistindo She-ra, enrolado no meu edredom da Ariel — a princesa. Sim, a própria. Aquela doida que trocou a voz por pernas para ir atrás do príncipe Eric e que é protagonista do meu filme preferido da Disney.


Bufei. Minhas mãos puxavam os pelinhos da calça jeans rasgada e até mesmo brincavam com a barra de minha camiseta azul e branca listrada; anota aí também que eu já estava começando a ficar desesperado sozinho ali, prestes a me enfiar debaixo das cadeiras. Quem sabe eu poderia chamar um carro e no meio do caminho mandar mensagem a Jin dizendo que estava com dor de barriga, nunca (quase sempre) falha.


— Jiminnie!


A cabeleira ruiva de Hoseok se destacava naquela multidão, e, estranhamente, após olhar para sua direção, um dos holofotes foi direcionado nele, me capacitando de ver o enorme sorriso com formato de coração em seus lábios. Ao seu lado, Seokjin. O loiro de seus fios se misturando e entrando em contraste com sua roupa preta. A vontade de ir até eles e dar um peteleco na testa de cada um não me faltou, mas como eu sou uma pessoa zen, da paz, extremamente calma e sofisticada (às vezes), aguardei sentadinho na cadeira alta que estava ocupando, balançando meus pés para frente e para trás com a maior cara de tacho.

— Por Deus, eu estava a dois passos de entrar dentro dessa parede e só sair quando todo mundo já 'tivesse ido embora. Onde vocês se meteram? Não me diga que você — apontei para Hoseok — teve que esperar ele — dei uma enfatizada no ele, apontando indicador na direção da palh— digo, Seokjin — terminar de se arrumar?


— Lógico, ou você acha que eu iria colocar qualquer roupa e sair de casa normalmente? — Seokjin rebateu. — Certo que eu sou lindo mesmo sem uma arrumação caprichada, mas por favor, como eu iria ficar tão belo quanto agora sem algumas horinhas de beleza?


— Beleza você quis dizer stress, né? Sério mesmo Jimin, tu tinha que ver esse marmanjo quase chorando na frente do guarda-roupa porque não conseguia fazer uma boa combinação de peças — Hoseok falou, e eu vi nos olhos dele que estava segurando a risada. Cobra.


— Acho bom vocês aquietarem os ânimos e sentarem logo nessas cadeiras antes que eu chute a canela de cada um!


— Deixemos claro que nem isso você consegue fazer. — Disse o cabelo de palha.


— Duvida 'pra você ver, Seokjin, duvida mesmo.


— Enquanto vocês discutem como duas crianças de 7 anos, eu, Jung Hoseok, Hobinho, vulgo Sol, vou pegar algo para beber. Querem que eu traga algo?


— Traz um ice de morango, o meu perdeu o gás de tanto tempo que eu esperei vocês — estiquei minha mãozinha na direção do ruivo.


— E uma cerveja. — Jin falou, tratando de ocupar a cadeira à minha direita.


Hobi não perdeu tempo, e antes que eu pudesse notar sua saída, vi novamente só a cabeleira vermelha vagando no meio do bar.


Ficamos então eu e a palhinha Seokjin que já estava com o celular na mão tirando milhares e milhares de fotos em diferentes poses. Mais nada pude fazer além de apoiar o queixo na palma da minha mão e observar o cantinho do estabelecimento mais detalhadamente. Atrás de mim, algumas bandanas brancas e pretas penduradas na parede, placas de carros antigos e até mesmo quadros de artistas como Paul Anka, Elvis Presley, The Cure e um, em especial, que me deixou surpreso; Elis Regina iluminando a fotografia com um enorme sorriso, o microfone em sua mão e a expressão de alegria em seu rosto, demonstrando a paixão pelo que fazia.


Em certos momentos, desejo viver uma vida assim: fazer o que realmente amo, levando alegria ou quem sabe, até mesmo conforto com minha música. Já imaginou como deve ser ter pessoas que se sentem abraçadas com aquilo que você passa nas suas letras? Porque eu já, nossa, já pensei muito. Para falar a verdade, ainda penso. E cá entre nós, não desejo ser uma grande celebridade, alguém que está sempre com holofotes apontados para si e que por qualquer coisinha, por menor que seja, um errinho, possa gerar uma enorme polêmica. Quero apenas... ser eu. Intensa e alegremente eu.


— Reformaram o bar? — Questionei com os pensamentos indo embora, me distraindo com o pingente de floco de neve que havia preso à correntinha em meu pescoço.


— Só aumentaram um pouco o tamanho do palco, e também colocaram uma nova decoração — respondeu Jin.


— Eu gostei, quem sabe um dia eu poderia me apresentar aqui...


— Com o talento que você tem naquela bateria, eu não tenho dúvidas de que esse dia logo logo vai chegar. E eu vou 'tá lá, hein? Na primeira fileira, segurando um cartaz bem grande com "JIMIN EU TE AMO! ÍCONE, ESTRELA! AGORA ME PAGA UM BOLINHO!".


Eu gargalhei, uma risada tão gostosa que carregava um sentimento belo e uma confirmação mais linda ainda; Seokjin acreditava no meu sonho. Ele acreditava que eu tinha capacidade de subir no palco do Meirandus um dia e mostrar o meu talento, minha paixão e o meu verdadeiro "eu" realizando o que gosta.


— Irei dedicar uma música especialmente para você, oh, grande Seokjin.


— Olha que eu cobro — apontou o dedinho torto e que acho fofo para mim, seu sorriso indo de orelha a orelha assim como o meu. — Lá vem o Hobi.


Nem foi preciso me virar, pois as mãos de Hoseok repousaram na mesa com as bebidas geladas conforme ele sentava na cadeira vazia que tinha restado.


Cerveja para Seokjin.
Energético para Hoseok
E ... caipirosca?

— Hoseok — chamei colocando a mão no ombro dele —, acho que erraram o pedido.


— Ah, Ji. Os ices de morango acabaram, então optei em trazer uma caipirosca pra você. Ela é um pouquinho mais forte que o ice, mas eu pedi que diminuíssem a quantidade de vodka. — Deu um gole no energético, mandando um beijinho no ar em seguida.


— Pelo menos vem com um moranguinho.


A frutinha vermelha logo parou na minha boca, e foi impossível (anotem também o "impossível") não fazer uma careta por causa do gostinho azedo e levemente adocicado do morango. Puta merda, amigos. Amo morangos, pode colocar um pacote cheio deles na minha frente e eu como todos, mas nunca sem conseguir segurar a caretinha. Fala sério, quem é o doido que come uma fruta dessas normalmente, sem nem dar aquela fechada no olho direito — ou esquerdo —, e torcer um pouquinho a boca?


Pois eu digo e repito: você é doido, piradinho, maluco, lelé da cuca, se come morango sem fazer uma carinha feia.


— Hobi-ah, como está sendo as aulas na escola? — Perguntou Jin, e reparei então que havia deixado o celular de lado para se ocupar com a cerveja.


— Incríveis! Vocês têm que ir lá algum dia para ver. A animação das crianças só aumenta a cada aula, e elas também me ajudam a criar novos passos de dança. Acreditam que criamos até uma coreografia juntos?


— Deve ser incrível mesmo, principalmente com toda essa sua energia — movimentei os braços para cima e agitei, de forma que pudesse representar a animação que Hobi tem. Falhei miseravelmente. — Eu admiro muito você por conseguir trabalhar em uma escola, ainda mais de ensino fundamental. Não consigo me imaginar rodeado de crianças sem surtar.


— Isso é porque você tem a animação de um senhor de 85 anos — rebateu a palha novamente.


— Vem cá, Seokjin, por acaso você me odeia?


— Eu? — Levou a mão ao peito, fazendo aquela típica carinha de ofendido que os vilões mexicanos fazem nas novelas. Seokjin, 1. Paola Bracho, 0. — Jamais, Jimin. Longe 'Jimin.


— Péssimo trocadilho, só para avisar. — Jung devolveu.


— Olha vocês dois também, hein? Vou te contar, é complicado.


Eu e a Chapeuzinho Vermelho — vulgo Hoseok — rimos; meu copo de caipirosca bateu contra a latinha de energético dele em um brinde. A conversa voltou a soar na mesa, dessa vez sem muito da minha participação já que eu ainda permanecia 'preso no quadro com a fotografia de Elis. Me via completamente apaixonado na expressão dela; uma alegria radiante que fazia até seus olhos sorrirem. Continuaria até observando mais o quadro, isso se as luzes não 'tivessem sido apagadas e ter mergulhado o Meirandus no escuro. De primeira um silêncio, depois vozes se sobressaindo uma por cima da outra; confusas.


— Não pagaram a conta de energia ou foi só uma queda? — Alguém segurou minha mão e juro que se não fosse o Hoseok, cairia duro no chão sem mais nem menos.


— Deve ter sido a segunda opção, ou então...


Oi pessoal — a voz ressoou por todo o bar, silenciando todos de uma única vez. — Provavelmente vocês estão pensando agora que a energia caiu ou foi cortada, mas não é nada disso. Digamos que é a entrada triunfal e marcante, coisa de iniciante, se me entendem. — Risadinhas ecoaram, e eu podia apostar que também fui capaz de ouvir um riso baixinho de quem quer que fosse que estivesse falando naquele microfone. — Sejam muito bem vindos a apresentação de estreiado The Blues.


As luzes se acenderam novamente mas somente na região do palco. Holofotes azuis passeavam do chão ao teto no bar, iluminando cada rosto ali presente e cada canto do Meirandus. Então começou.


As notas da guitarra tremendo as caixas de som por causa do amplificador e dos dedos que dançavam com maestria sobre aquelas cordas, sendo seguidas pelo baixo, teclado e mais uma guitarra — para a minha surpresa. Foi mais rápido do que pude perceber, e logo minha mente se entregava à melodia de Locked out of Heaven, do Bruno Mars.


Entendi — depois de alguns segundos processando tudo aquilo — o 'porquê' da banda se chamar The Blues. Estava bem óbvio, justamente na minha cara. As cabeleiras azuis balançando com o ritmo do som que eles mesmos produziam, os instrumentos, e até mesmo nas roupas ou em pequenos detalhes.


E foi ao escutar aquela voz, exatamente aquela voz, que tive uma enorme sensação de nostalgia. Era como se um furacão me atingisse em cheio, me levasse dentro dele e me contrastasse no meio de seu caos. Singela, doce, suave, e, decerto, encantadora. Assim que eu a defini naquele instante, e nada mais me importava a não ser aprecia-la.


— Eles são... Eles... — Não conseguia. Não tinham palavras exatas para descrever o que eram os rapazes do The Blues. Não existiam palavras corretas para descrever o The Blues. E muito menos para descrever ele.


Agradeci a Deus, aos anjos e a todos os seres existentes por ter escolhido aquela mesa, porque só assim eu pude ter a oportunidade de admirar o vocalista de mechas azuis.


Seus olhos brilhavam mais do que qualquer coisa dentro daquele estabelecimento. O sorriso em seu rosto era mais do que evidente, e a alegria... A alegria poderia ser comparada ao quadro de antes. Sua expressão de estar ali naquele momento, mostrando todo o seu talento ao lado dos companheiros, era igual a de Elis Regina.


Chegava até a ser um pouco estranho, porque no mesmo instante em que sua expressão era como Elis, sua vibe era como Chase Atlantic. Dois conceitos extremamente diferentes, mas que nele se encaixavam perfeitamente.


Os cabelos azuis esvoaçavam e se bagunçavam a medida que eles pulavam naquele palco, transmitindo suas emoções para a platéia animada e que seguia fazendo o mesmo que eles. Todas as pessoas do Meirandus se juntaram em uma só voz para cantar com o The Blues, e presenciar aquilo me arrepiou dos pés a cabeça.


Era fantástico.


Eu desejei que o tempo passasse em câmera lenta quando ele me encarou. Meu coração disparou de uma maneira desconhecida por mim, e eu movi meus lábios em sussurro para cantar o último verso juntamente com ele, olhando em seus olhos e sentindo tudo ao meu redor sumir.


Cause you make me feel like, I've been locked out of heaven... — existiam apenas eu e o vocalista de mechas azuis naquele bar, cantando com os olhares conectados e em uma sincronia perfeita. — For too lo-ong, for too lo-ong.


O que exatamente eu senti ali? Não sei. Não consigo formular uma frase para descrever.


O burburinho da platéia aumentou assim que a música chegou ao fim na sua última nota. Assobios, palmas e gritos reverberam cada vez mais e mais, e enquanto isso, nós ainda estávamos ali; meu olhar cruzado com o dele como o laço do Akai Ito e meu ventre borbulhando.


— Devo dizer que isso foi mais do que incrível. — O sorriso se desenhou novamente em seus lábios, e eu tive pena do meu pobre coraçãozinho que se derreteu naquela hora. Suas mãos cruzaram a guitarra transparente com detalhes azuis sobre seu peito, deixando o instrumento sobre suas costas e suas mãos livres para segurar o microfone. — Vou confessar que senti esse palco tremer com a energia de vocês. Foi fantástico!


A risada animada foi contra o microfone e se amplificou nas caixas de som. Foi impossível — repito novamente, impossível — não sorrir. O sorriso mais bobinho e derretido que já dei em toda minha vida de adulto (perdendo apenas para gatinhos fofos do Twitter).


— Vamo' mais uma, pessoal? — A pergunta foi tanto para a platéia quanto para os outros membros da banda. "Sim", foi o resultado. — Quero ver todo mundo aqui cantando, hein? Perde essa animação agora não, que ainda tem muito mais para vocês aproveitarem!


Assim se seguiu, com tanto o The Blues quanto a platéia cantando 'Why'd You Only Call Me When You're High?'. Em nenhum segundo, tirei meus olhos dele; de seus dedos deslizando com facilidade pela guitarra, seu cabelo preto e azul se bagunçando mais e mais, e claro, de seu rosto angelical e tão bem desenhado.


— Quem é ele? — Não precisou de mais uma palavra ou gesto para Hoseok perceber a quem me referia.


— Jeon Jungkook, o vocalista principal da banda — respondeu, largando o copo de caipirosca de morango que havia pedido para mim depois de um longo gole. Nem me lembrava mais da bebida.


— Jeon Jungkook... — Eu não tirava minha atenção dele nem quando tinha uma breve e curta conversa com o Chapeuzinho Vermelho.


Jeon Jungkook.
Jungkook.


Nem se quisesse conseguiria esquecer esse nome, muito menos o momento de minutos atrás. E de certeza, não conseguiria esquecer o azul que carregava em si, fosse nas mechas de seu cabelo ou até mesmo o azul da guitarra e de sua roupa.


Por alguns segundos jurei ser coincidência do destino, porque assim como o The Blues e o próprio Jungkook, eu também carregava azul juntamente a mim.


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¹ — Canção de Elis Regina, chamada Águas de Março.

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!


E então? O que acharam? Gostaram?


De antemão, quero me desculpar com vocês caso tenham erros ortográficos, ultimamente escrevo os capítulos pelo celular e é um pouquinho complicado.


Caso queiram conhecer os personagens de TB, tem um tweet fixado no meu perfil (@llepallet). Não deixem de me acompanhar lá e no Instagram, às vezes solto uma coisinha aqui, uma coisinha ali... O user é o mesmo.


Por hoje, me despeço de vocês aqui. Dêem muito e carinho para TB.


Fiquem no aguardo, ativem as notificações e se cuidem. Bem água, até porque é melhor uma pedra no caminho do que nos rins. Usem álcool em gel e não esqueçam de jeito nenhum de usar a máscara!


Com carinho,
Malua.


#NotasAzuisJJ 🎸

8 de Maio de 2021 às 17:04 0 Denunciar Insira Seguir história
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Continua… Novo capítulo A cada 30 dias.

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𝐦𝐚𝐥𝐮𝐚⁷ | 🌙 Amo livros, chás, gatinhos, plantinhas, arte e diariamente estou estressada. | Ficwritter de araque. 🥑 Estou em processo de novas descobertas, à procura de novos hábitos e novas paixões. 🥑 Link's das playlists serão encontradas na minha conta no Twitter; 🥑 Não aceito adaptações de minhas obras, apenas inspirações.

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