samuraim Samurai Misterioso

Ela continuava o seguindo para qualquer lugar que fosse, ela era a única que nunca o deixava sozinho.


Paranormal Impróprio para crianças menores de 13 anos.
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Sinal de peso

Talvez seja um assunto polêmico, mas realmente se todos as pessoas pensassem em si mesmo como o próximo. O mundo seria um lugar melhor?

Eu não posso te afirmar isso, nem negar o mesmo. Talvez tudo isso seja apenas um pensamento, que passou na cabeça de cada um. Sendo ele a mesma resposta, ou apenas do mesmo modo com outras palavras. Debaixo de sua própria casca, você esconde o seu verdadeiro eu. E antes que pense, não, não é um ser incrível e que na verdade tem coisas excelentes escondidas dentro de si mesmo. E se ele realmente existe, já se perguntou, por que nunca o revelou a ninguém?

Pensamentos como esse sempre passavam na cabeça dele, olhando fixamente para um teto branco, aonde com certeza, não era nem um pouco novo. Em um quarto bagunçado mas também arrumado, porque por mais que parecesse, ele sabia exatamente aonde deixava tudo. Levantando da cama desarrumada, acabado de acordar, foi até a cozinha sem os chinelos. Ninguém se importaria, se ele pegaria um resfriado ou não. Aquela pessoa sempre o seguia, usando a mesma roupa, pra todo lugar que fosse. Abriu uma das pequenas prateleiras e pegou uma limitada quantidade de cereal. Ele não gostava nem um pouco daquele cereal, mas mesmo assim o pegou. O fundiu com o leite, se sentando e começando a comer, como fazia todos os dias. Talvez porque fosse uma rotina, talvez porque ele estivesse mentindo pra si mesmo, e realmente gostasse daquele cereal. Nunca iremos saber.

Depois de terminar o cereal, colocou a tigela na pia, satisfeito, andou novamente até seu quarto. Pegou sua blusa de frio, com um velho cachecol vermelho enrolado até a boca, pegou também sua mochila enquanto vestia suas luvas, e saiu pela porta da frente de seu condomínio. Lá fora, fazia frio. A neve ficava e destacava, deixando tudo completamente branco, chão ou casas. Aquilo era normal por ali, apenas mais um dia de inverno. O homem olhava para todos em sua volta, com um olhar um tanto quanto "sinistro", e eles sempre o retribuíam de maneira confusa, se perguntando o que ele queria com aquilo.

– Viu algo novo?

– ...

– Ei, não me ignore

– Talvez...


Continuava o seu caminho com passos lentos, ele sempre saía mais cedo, era melhor para ele em sua opinião, ir devagar e pensar enquanto andava. No meio do caminho, no atravesso de uma rua, uma mulher o chamou a atenção. Uma mulher de cabelos longos, mas amarrado, com uma roupa quase idêntica a dele, mas usando um cachecol azul escuro. Ele continuava a encarar, se alguém o visse, teria certeza que ele seria algum tipo de molestador medonho, que estava olhando até demais para aquela mulher. Mas não... Algo parecia estranho, ele não encarava a mulher, mas sim, a criatura que ela carregava nas costas. A criatura olhava para ele, com um sorriso de orelha a orelha. O sinal então se abre, mas ele não avança, ele parecia estar esperando alguma coisa. Ele esperou até que aquela mulher tivesse uma distância, e depois disso, tomou o passo. A mulher encarava o chão, andando com passos lentos iguais ao dele, quem sabe até mais devagar, mas com um olhar diferente no rosto.

- O que espera fazer?

- Eu não sei

- Isso iria compensar?

- Eu não sei

- Alguém iria te julgar por isso?

- Eu...Não sei

A mulher continuava com o mesmo padrão de passos. Até chegar em outra rua, que do mesmo jeito, tinha uma travessia com um semáforo para pessoas atravessarem, com um sinal ainda em vermelho. A mulher chegou até a faixa, mas, não parou. O sinal obviamente estava vermelho, o que aquela mulher estava pensando, talvez estivesse distraída, ou perdida em seus próprios pensamentos. Algo então toca seu ombro, e ela para, olhando para trás, e vê apenas um homem. Um homem com cabelos pretos e ondulados, um pouco bagunçado, com aquele cachecol vermelho e suas luvas bem frias. Ela o observou por alguns instantes sem entender nada, ele continuava com a mão em seu ombro, a encarando com um olhar meio fechado. E enfim o sinal abriu.

– Gostei do seu cachecol – Disse sorrindo e depois atravessou a rua

Com o cachecol, pelo menos para ele, ele apenas fechou os olhos, não tinha um sorriso verdadeiro. Mas a mulher continuou parada naquele mesmo lugar, e ele já estava bem longe dela naquele instante. Ela olhava para o céu agora, naquele mesmo lugar, aonde estava aquele homem, não mexendo um músculo. Até uma lágrima descer pouco a pouco de seu rosto.

– Valeu a pena?

– Eu não sei

Ele continuava o caminho, e a criatura, agora o seguia com um olhar triste no rosto. Ela caminhava em suas quatro patas, sendo um ser pequeno e também magro, sendo tão descarnado, que até poderia se notar os ossos de sua coluna. Aquele homem continuava andando com os mesmos passos, nem um a mais, nem um a menos. Ele via a criatura, mas não parecia se importar com ela, ainda mais o seguindo. O que aquilo queria com ele?

Se notava então, uma pequena loja. Uma lojinha de esquina comum, piscando uma placa de letreiro, a cima dele. "Happy Strawberry", sim, esse era o nome da loja, não tinha um sentido grande sobre esse nome. Apenas se via um cartaz colado do lado de dentro do vidro, sobre "promoção de luvas de 14,99$ por 9,99$".

Ele encarava aquela loja, o vento congelante passava pelo seu cabelo fazendo se mover um pouco para o lado. E mesmo assim aquilo continuava sempre a ele. Arrumou sua mochila, ergueu um pouco o cachecol, que já estava caindo novamente. Olhou mais uma vez ao seu redor, e enfim, entrou na loja.













18 de Novembro de 2020 às 12:51 0 Denunciar Insira Seguir história
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