eduardo-miranda1595643581 Eduardo Miranda

#ARREPIAINKS Aline não dorme há dias, mas nem toda Insônia é patológica....


Horror Histórias de fantasmas Impróprio para crianças menores de 13 anos.

#desespero #cemitério #medo #insônia #suspense #terror #arrepiainks
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Insônia

A noite fria de inverno avança na região rural no sul do país, Aline já retornou do seu trabalho na cidade onde realiza trabalhos administrativos em um escritório de contabilidade. Na solidão de sua humilde casa ela se apressa em finalizar seus afazeres domésticos, quer terminar tudo antes das 22hrs para poder descansar, há dias busca por uma noite de sono tranquila que parece ter desaparecido de sua vida.

Após lavar a louça se entrega em sua banheira onde tenta relaxar, alguns minutos depois o único ruído perceptível é o de gotas caindo da torneira em um ritmo hipnotizante e das criaturas noturnas que rodeiam a casa de campo, grilos e corujas que elevam o clima do lugar para uma tensão mórbida. Aline há várias noites tem tido problemas para dormir, suas olheiras não escondem sua dificuldade noturna. Ela sai da banheira e com uma toalha ao redor do corpo caminha pelo corredor até seu quarto, no trajeto cruza com Baxter, seu gato cinza que rodeia seu calcanhar pedindo ração, ela retorna até a cozinha, a tensão em seus nervos aumenta, ela sabe que logo iniciará o tormento que vem se repetindo por vários dias, pega a ração no armário e despeja o suficiente para Baxter passar a noite. Tensa ela retoma o caminho até seu quarto, se senta em na cama e inicia a hidratação pelo corpo, tudo é válido para tentar uma boa noite de descanso, chegou a comprar remédios, porém os efeitos colaterais só pioraram coisas, desde então tenta relaxar de forma natural. De repente um ruído estranho do lado de fora da casa lhe chama a atenção, tensa ela corre os olhos pela fresta da janela sem encontrar nada além de insetos que rodeiam o poste em frente da casa.

Sentada de frente para o espelho inicia outro processo de relaxamento, a escovação de seus cabelos longos cabelos negros, para evitar qualquer interrupção de ruídos esternos ela liga seu mini system que inicia tocando Roxette – I Must Have Been love, na sequência outras baladas dos anos noventa tocaram até que finalmente ela se deita e adormece, rapidamente entra em sono profundo, na casa apenas o som de tic tac do relógio Cuco da sala, herança de família, de repente mini system para como se a bateria tivesse descarregada, agora o som do antigo relógio invade a casa. O ponteiro do despertador no criado mudo avança rapidamente e quando marca 03:04hrs Aline estremece enquanto dorme, como se um calafrio percorresse todo seu corpo e então a perturbação noturna se inicia.

Um choro distante vai invadindo o interior da casa e Aline vai aos poucos despertando de seu sono lentamente até que o choro aumenta seguido por gemidos. Aline acorda, mais uma noite de descanso interrompida, seus nervos querem saltar para fora, sua cabeça recebe pontadas que parecem enlouquecer. O choro mesclado gemido aumente e parece dominar a mente de Aline, que se senta na cama e coloca suas mãos na cabeça e também passa a gritar enlouquecida.

“Pare de chorar, me deixe em paz” cada vez que Aline pede para os lamentos pararem eles aumentam mais ainda como uma afronta. “Cale-se você está me enlouquecendo”.

Já em seu limite, Aline veste seu roupão corre desesperadamente pelo corredor da casa abre a porta e sai correndo pela escuridão da noite. O terror que lhe aflige é tão intenso que ela não se incomoda com frio da madrugada, após alguns metros percorridos em uma noite sem luar ela finalmente chega a um cemitério que pertence a sua família, se joga em um túmulo e chora. “Mãe, pare com isso, já fiz tudo o que podia, me deixe em paz”.

#arrepiainks

27 de Outubro de 2020 às 20:24 10 Denunciar Insira Seguir história
9
Fim

Conheça o autor

Eduardo Miranda Paulistano, 47 anos, casado e pai de 3 filhos, amante da música e de esportes em geral, adora o cinema em especial o gênero suspense e terror. Meu primeiro trabalho iniciou em 2008 quando escrevi a fantasia , Maddems, em 2017 finalizei meu segundo trabalho, Um Santo Amigo, escrevi também cerca de 21 contos de terror. e agora me aventuro a escrever online o suspense "A Estrada Escura".

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Inkspired Brasil Inkspired Brasil
Olá, Eduardo! Primeiramente, gostaríamos de agradecer a sua participação no #arrepiainks! Ver vocês, autores, abraçando este desafio e inovando com suas histórias, nos deixou realmente felizes! Agora, vamos à sua história! A proposta foi realmente interessante e a narrativa calma, apresentando o sofrimento que a protagonista tinha durantes as noites mal dormidas, foi muito bem colocada. As cenas possuem detalhes suficientes para sabermos onde estamos e o que está acontecendo, e sua forma de escrever conseguiu sintetizar todas as informações necessárias dentro do limite de palavras do desafio. A escolha da música nos mostrou que ela tem um excelente gosto musical e ter I Have Must Been Love tocando no quarto antes de dormir, após um delicioso banho, hidratação do corpo e escovação dos cabelos nos deu a esperança de que nessa noite tudo se resolveria. O final, entretanto, nos deixou mais curiosos do que aterrorizados. O que teria acontecido com a mãe dela? Qual pensamento ou acontecido a atormentava tanto? Parabéns pela sua história e obrigada, novamente, por participar deste desafio! No mais, reiteramos que os vencedores do desafio serão anunciados em 29/10 — hoje — através do Facebook. Fique de olho! Um abraço, Equipe de Comunidade da Embaixada Brasileira do Inkspired.
October 29, 2020, 19:20
𝐏𝐒𝐘𝐂𝐇𝐎𝐂𝐀𝐓 . 𝐏𝐒𝐘𝐂𝐇𝐎𝐂𝐀𝐓 .
Olá, Eduardo. Como vai? Eu sou a Amy, uma das embaixadoras responsáveis pelo #arrepiainks! Em breve você receberá um comentário mais completo, feito através do perfil oficial da Embaixada, mas vim aqui deixar minhas impressões individuais sobre a sua história. Afinal, excesso de incentivos é o único que não faz mal, ainda mais pra um colega de trabalho. ♡ Cara, que final foi esse? Eu fiquei c h o c a d a. Me faltam palavras para descrever o quão surpreendente foi... sem contar toda a narrativa que se antecede, sua descrições são lindas! Eu estava longe de imaginar que os gemidos e choro vinham da falecida mãe. Meus parabéns pelo seu conto! Construiu uma história única e surpreendente. Um abraço e até mais! :D
October 29, 2020, 14:29
CC C Clark Carbonera
Ah, senhor Eduardo Miranda meu bom escritor...descrevestes quase todas as noites de final de julho por que passei (noites insones, tendo que controlar o medo dos visitantes em meu quarto: não tem problema algum se não crê em espíritos ou algo do tipo, ainda seremos amigos; se não aceitar a amizade, podemos ser colegas hehehe) Apesar de ter postado o conto no último minuto, valeu a pena! Seria bem interessante se no futuro pudesse elaborar mais a história (visto que sei como isso é bem difícil tendo a limitação de 700 palavras), especialmente sobre a "patologia" de Aline, quem sabe qual era a relação dela com a mãe, ou sobre a morte da mãe? Talvez uma novela de terror isso poderia se tornar? Ideias, ideias, só ideias :) Gostei de ler seu conto e de te ver participando do desafio. Abraços o/
October 28, 2020, 19:26

Isís Marchetti Isís Marchetti
Olá, Dudu! Que conto incrível, ouso até dizer que não esperava menos de você mesmo entrando no 45 do último tempo. Adorei a forma que você descreveu o terror de Aline, patológico. Sem contar que é algo que apesar dela sentir somente de noite, ela fica naquela expectativa em saber se naquela noite ela vai ter paz. Adorei demais! Abraços.
October 28, 2020, 12:32

Karimy Lubarino Karimy Lubarino
Oi, Dudu! Adorei muito ler sua história! Achei bem interessante o tema que escolheu pro conto, em principal por se tratar de um terror tão íntimo - uma mãe que se foi, mas permanece no nosso mundo pars atormentar a filha. Achei bem interessante que o terror da Aline não começa apenas quando ela tenta dormir, em vez disso ele persegue ela o tempo inteiro: ela fica na expectativa de conseguir ter paz, mas ao mesmo tempo parece saber que isso não vai acontecer. Que terrível deve ser pra ela. Parabéns pela história!
October 27, 2020, 23:37

Antónia Noronha Antónia Noronha
Enquanto psicóloga por profissão penso que sentimentos ou que remorsos ou que coisas ficaram por fazer ou dizer à mãe. Mas o meu lado irracional questiona que coisas aquela mãe deixou fazer ou dizer! Muito boa história! É tão bem descrito que ate me senti completamente tensa como a personagem! Parabens!
October 27, 2020, 22:07

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