peregrin-agbora Peregrin Agbora

Os monstros estão mortos. Os heróis não são mais necessários. E o mundo pode viver em paz mais uma vez. Ou não? Como voluntário do projeto de reintegração, Genos se muda para Z-City - o mais desolador e apavorante distrito - e espera encontrar respostas para o súbito desaparecimento dos seres misteriosos e para a perda de memória que todos estão enfrentando... ele apenas não imaginou que encontraria um velho amigo num apartamento escuro e nem que o maior herói do mundo foi completamente esquecido.


Fanfiction Anime/Mangá Impróprio para crianças menores de 13 anos.

#saitama #Genos #Kuseno #drama
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Prólogo

— Eu estive esperando por você, Saitama-san. Esperei por um longo tempo, mas finalmente nós estamos aqui. — ela sorriu para ele, tão gentil quanto uma manhã de primavera.

— Sabe o que vai acontecer agora, não sabe?

— Sim. — ela deixou de lado o bordado que fazia e afastou os cabelos do rosto. Seus olhos não carregavam qualquer ressentimento quando o encarou. — Agora você vai me matar.


Numa tarde de verão, sob uma chuva torrencial de proporções bíblicas, as pessoas simplesmente acordaram e perceberam que não conseguiam se lembrar do que lhes acontecera nos últimos dez anos. Não que todos houvessem perdido a memória — seria absurdo! —, mas eles sentiam, de um jeito bastante estranho, que despertavam de um sono longo e turbulento. Um sono que lhes custara amigos e parentes, onde criaturas estranhas surgiram e desapareceram sem mais nem menos.

Como era de se esperar, as pessoas entraram em pânico.

“Quando foi que eu me mudei?”

“Minha cidade foi destruída?!”

“Eu perdi meu emprego?”

“Onde estão meus pais?”

“O que aconteceu?!”

E no meio daquele caos, com gente questionando a própria sanidade e grupos radicais culpando o governo por todos os males do mundo, a Associação de Heróis e seus membros se tornaram alvo de especulação.

Homens extraordinários. Mulheres com poderes além da compreensão. Gente que nunca antes mostrou qualquer interesse na humanidade e que, de súbito, se tornaram seus salvadores e ídolos.

Como isso aconteceu? Quando eles se tornaram tão necessários? Por que eles?

Ninguém entendia.

Não queriam entender.

Para dar um basta nos boatos e acabar de vez com as investigações o governo, em parceria com a Associação de Heróis, iniciou um projeto de reintegração, convertendo os heróis em cidadãos comuns: atores de dramas, funcionários de lojas cosplay, instrutores de academia, assalariados e — nos casos mais incomuns — membros da máfia local ou operadores de telemarketing.

E tudo estava bem novamente.

Para os civis.

Para os que não se importavam.

Para os que escolheram viver e morrer fingindo que não passavam as noites em claro com a sensação de que faltava algo mais em suas vidas.

Naquele mesmo ano, ironicamente, o governo percebeu que teria sérias dificuldades para manter aqueles desajustados acomodados nas grandes cidades e, numa jogada rápida, enviou os heróis desincorporados para as cidades abandonadas — as chamadas Zonas Mortas — com intuito de se livrarem do problema e, ao mesmo tempo, estimular os refugiados a retornarem mais depressa às suas casas.

A Associação de Heróis, é evidente, colaborou com o plano e concordou em fornecer uma renda substancial aos que se voluntariassem para o serviço.

E um dos primeiros a aceitar a oferta foi Genos.

A situação do rapaz, que mal se lembrava de como perdera a família ou onde vivera nos últimos anos, inspirava simpatia e ninguém o recriminou quando ele admitiu se sentir deslocado nesse mundo recém-desperto. Verdade seja dita, o que mais o incomodava era o vazio, a inexplicável sensação de que algo — ou alguém — ainda estava ausente. Talvez fosse algum tipo de luto tardio ou uma confusão temporária. Não importava. O fato é que, por mais que Genos se esforçasse para aceitar as mudanças uma parte dele hesitava em reestabelecer contato com a sociedade; portanto não houve surpresa quando o cyborg anunciou que iria se estabelecer em Z-City — o mais desolado e assustador dos 26 distritos.

E foi assim, com uma bolsa nas costas, uma carta de autorização no bolso e a dolorosa sensação de conformismo no peito, que Genos seguiu para o que consideravam a Zona Morda da cidade.

Os prédios tinham um quê ameaçador, com suas paredes rachadas e janelas escuras. Escombros formavam pilhas assustadoramente altas nos terrenos baldios e rachaduras estranhas marcavam os locais onde combates sangrentos ocorreram entre os heróis e os chamados “seres misteriosos”.

Não era de surpreender que as pessoas evitasse o lugar, a aura de Z-City era simplesmente sinistra.

Genos analisou as ruas e prédios com interesse calculado, tentando descobrir qual escolheria e quais vantagens deveria buscar em sua nova moradia. O governo lhe dera carta branca para ocupar o apartamento que desejasse — desde que estivesse comprovadamente desabitado — e ele planejava escolher um espaço agradável, de preferência que lembrasse sua própria casa.

Estava pensando em janelas amplas e varandas espaçosas quando uma porta rangeu e um homem saiu do prédio à frente.

O casaco amarelo se destacava na luz do sol e o capuz, puxado sobre a cabeça, assombreava o rosto. Uma sacola plástica cheia de lixo pendia na mão esquerda enquanto a direita se ocupava em conferir a caixa postal vazia.

Tem uma pessoa morando aqui?!

Talvez fosse o choque de encontrar outro humano ali, ou um mal contato entre os transmissores de energia, mas Genos sentiu o coração artificial palpitar em seu peito quando o homem o encarou por baixo do capuz e suspirou pesadamente.

— Isso é algum tipo de piada? — e a voz do homem, apática e rouca, soou muito alta na rua vazia.

20 de Outubro de 2020 às 12:02 0 Denunciar Insira Seguir história
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