Sete anos atrás...
Um homem estava sentado num ambiente, onde apenas a luz da TV de tubo, suspensa no alto da parede, iluminava a sala. Na TV passava a queda do império que ele construiu.
Emiliano Falconni estava arruinado.
A medida que o âncora falava, o homem via o brilho nos olhos do jornalista, contente pela desgraça dele.
Agora precisava de dinheiro. Muito dinheiro para poder escapar daquele cerco.
Era um dinheiro que, antes, ele conseguiria em poucos telefonemas e com um pequeno grupo de pessoas vendendo um de seus produtos, numa simples noite conseguiria o dinheiro que necessitava.
Mas não aquela noite.
Aquela noite em específico ele estava pobre, como quando nascera. Pobre como quando tinha que dividir o quarto de quatro metros quadrados com cinco pessoas e toda a raiva daquela época voltou, queimando toda sua coluna e subiu até sua nuca, fazendo um grunhido escapar de sua garganta.
- Chefe – Seu melhor segurança o chamou, após uma batida na porta. Ele levantou o celular, o entregando.
Ao ver o número, sorriu.
- Sua voz soa como uma canção angelical – Falconni disse sorrindo ao telefone, aproximando-se da janela.
Estava no bairro industrial, iluminada pela lua cheia de um inverno tempestivo. Naquele momento a chuva havia dado uma trégua. A cidade brilhava em pontinhos no horizonte e ali estava protegido.
O homem ouvia com atenção o que lhe era dito pelo telefone.
- Você quer fugir dessa situação, pedindo minha ajuda? – Perguntou com uma tranquilidade que não fazia jus ao mundo que desabava ao seu redor.
Pensou que, com essa pessoa dentro da família, poderia lhe dar o acesso necessário para que seu império prosperasse. Para que nada se interpusesse ao que o mundo lhe devia.
Mesmo mantendo os negócios em rédeas curtas, as coisas não saíram do jeito que queria. O dinheiro que ele batalhou para conquistar, foi usado indevidamente e por isso, o castelo desabava.
Entretanto, não podia negar o pedido naquele momento. Havia planos que necessitava daquela pessoa ainda, mesmo ela a ter colocado naquele momento.
- Você receberá a ajuda necessária. Mas saiba que haverá contrapartidas – Ele falou, voltando para frente da TV e sentando.
Ele ouvia e ouvia.
Um relâmpago iluminou toda a sala, mostrando as rachaduras e o reboco caindo da sala decrépita e esquecida.
Um trovão retumbou nos céus, no mesmo instante que a chuva caiu furiosa e batia contra a janela.
Tempestades não duram para sempre.
Ele se ergueria como sempre.
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