— O que você faz aqui? O rei não deseja vê-la neste castelo.
Disse o serviçal, que colocava uma taça de vinho na bandeja de prata.
— Ouvi dizer que ele deseja me ver. — disse a mulher. Ela segurava a barra de seu vestido que insistia em arrastar pelo chão. — Essa bandeja será levada até ele? — perguntou interessada.
Com um breve sinal positivo o rapaz parecia querer evita-la, então logo pegou a bandeja e se certificou que estava tudo em ordem. Quando fez menção de ir em direção ao corredor, foi interrompido pela mulher de cabelos negros e com ondas perfeitamente modeladas.
— Deixe me levar isso, não será incomodo já que ele deseja me ver. — disse, pegando a bandeja dos braços do garoto de forma bruta, fazendo uma gota daquele liquido vinho ser derramado.
Com o dedo, ela secou a gota logo á transferindo até sua boca de forma sensual.
— Como você pode agir dessa maneira depois do que aconteceu? — perguntou ele, vendo que ela sairia dali rapidamente. — Você é seca, algum dia já sentiu seu coração bater?
A mulher escutou as palavras ainda de costas para o serviçal, que conhecia tão bem.
— Talvez eu seja mesmo uma pessoa sem coração como você está dizendo.
Após dizer aquelas palavras ela atravessou alguns corredores e subiu cautelosa as longas escadas em direção aos aposentos do rei. Sua porta já podia ser vista entre a berra, foi então que, posicionando a bandeja no batente da janela de vidros coloridos, ela tirou um frasco de dentro dos seus seios fartos. Observando para ter certeza de que não havia ninguém a espiando, ela colocou grande parte do liquido que havia no frasco dentro da taça.
Satisfeita, ela guardou de voltar o frasco e seguiu em direção a enorme porta de madeira. Após duas batidas em sua porta, ela pode ouvir a voz do seu amado rei.
—Entre. — disse ele, sem saber do que se tratava. Após ver a imagem da mulher de corpo belo e sensual entrando pela porta, ele levantou-se da seu a cama macia com rapidez. — O que faz aqui? Não me lembro de ter a chamado.
Ela sorriu, um sorriso perverso, pois era o único que ela tinha.
— Vim lhe trazer uma taça de vinho, para comemorar. — disse ela, fechando a porta do quarto lentamente para que não fizesse barulho.
Mesmo que algum barulho insistisse em sair de dentro daquele quarto ninguém seria capaz de ouvir, ou se quer pensar em atrapalhar o grande rei. A torre em que o eles estava era afastada o suficiente para não ouvir o caos em que estava o reino, mas também era o lugar perfeito para que os planos de um ser sem nenhum sentimento se realizassem.
O que teria acontecido naquele fatídico dia para que uma mulher preenchida por ódio tentasse algo contra o principal líder daquele Reino?
— Ada... O que...você fez? — Perguntou o rei, que tossia sangue.
— Fiz o que deveria ter feito a muito tempo. — disse ela tranquilamente indo em direção a uma decoração que estava no quarto. — Não devia guardar esse tipo de arma no seu quarto, elas são muito perigosas, meu senhor. — disse calmamente se virando em direção ao rei, que já estava caído no chão. — Não ouse morrer agora, seu desgraçado. — Ada virando seu rosto abruptamente em direção ao rei caído. — Digo, querido rei.
Andando lentamente, ela chegou até o rei, que parecia fraco, e com cuidado ela foi tirando-lhe a roupa que cobria o tórax, tomando cuidado para não se sujar com o sangue que ele havia cuspido.
— O que...? — tentou perguntar o rei com a voz fraca. — Meus homens vão pegar você.
— Contanto que me deixe terminar o que comecei. — Deu de ombros, não se importando com o que poderia lhe acontecer.
Erguendo seus braços enquanto segura um objeto cortante, o Rei podia ver seus olhos brilhando. Ele conhecia bem aquele olhar, eram iguais ao seu.
— Está pronto para conhecer o inferno? — perguntou Ada sorridente, parecendo o próprio diabo em corpo de mulher.
A maldade existe, e ela havia decidido tomar o corpo de Ada naquele dia. Mas ela não parecia ligar, afinal ela já estava ligada por uma linha tênue e escura a muito tempo.
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