artemisiajackson Artemísia Jackson

Oikawa tinha uma incrível habilidade de inventar inseguranças infundadas. Mas Iwaizumi se certificaria de sempre estar ali para refutá-las.


Conto Impróprio para crianças menores de 13 anos.

#fanfic #haikyuu #iwaoi #cute #fluffly #boykiss
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Capítulo único

Essa aqui é uma produção rara: curta! Eu quase nunca sei ser sucinta, fico muito feliz quando consigo hehehe

Mais uma estréia no mundo de Haikyuu, ótimo no quesito de render plots. E vamos de sagrada palavra do IwaOi, PORQUE EU SIMPLESMENTE AMO ESSE SHIPP <3

Boa leitura ;)

***

Oikawa respirou fundo, tentando manter aqueles pensamentos idiotas e infundados longe de si, encarando a equação idiota enquanto tentava se concentrar.

Aquelas inseguranças não tinham fundamento algum, não podiam estar certas. Mas… e se estivessem? E se ele realmente não fosse nada além de um tapa buraco, alguém em que as pessoas se apoiavam com a esperança de preencher o vazio, não pelo que ele era, mas pela fama que ele tinha?

E se ele fosse só um remendo para cobrir insatisfações próprias, e se ele fosse só um consolo para horas ruins, para rejeições? Oikawa sabia racionalmente que se ele fosse algo assim para alguém, então era a outra pessoa quem tinha problemas — não só de autoconhecimento como de falha de caráter. Porém, tentar explicar de forma racional algo para um coração inseguro é o mesmo que enxugar gelo.

Irritado, o jovem mordeu o lábio e se levantou, pedindo licença ao professor para ir ao banheiro. Ao tê-la concedida, foi sem pensar duas vezes.

Precisava de água gelada e ar fresco, só isso. Suas inseguranças sumiriam assim, certo? Bom, ele esperava que sim, caso contrário, daria um jeito de sufocá-las.

***

Iwaizumi sabia que algo estava errado. Os passes de Oikawa estavam uma porcaria, e ele parecia cada vez mais ansioso conforme a hora de voltar para casa se aproximava. Eles já estavam ali há mais de uma hora além do treino oficial, sozinhos na quadra, e apesar de exausto, o levantador não parecia inclinado a sair dali tão cedo.

— Qual o problema? — Hajime perguntou enfim, sem rodeios, segurando a bola ao invés de cortá-la, já que a altura e a velocidade foram ruins o suficiente para permitir que ele a agarrasse.

— Problema nenhum, Iwa-chan, vou melhorar meus passes — mentiu Tooru, desviando o olhar.

— Oikawa — chamou Iwaizumi, num tom de aviso. Atravessou a quadra e parou diante do outro, encarando de baixo, sem vacilar. O conhecia bem demais, e Tooru sempre fora um mentiroso patético quando se tratava de mentir para Hajime.

— Não é nada demais, só umas paranóias minhas — Oikawa esquivou-se novamente.

— Paranóias que te fizeram ir mal no treino o dia todo, Shittykawa — insistiu Iwaizumi. Sabia que poderia ajudá-lo com qualquer que fosse a paranóia, e só por isso insistia no assunto.

Oikawa respirou fundo, dando-se por vencido. Começou a andar lentamente até a parede, encostando-se nela e deixando-se deslizar até alcançar o chão. Uma vez sentado, fez sinal para que o outro o acompanhasse.

— Iwa-chan, eu estava pensando... — começou ele, de forma lenta e reflexiva, os olhos vidrados no teto. — E se as pessoas me vêem só como uma tapa buraco, alguém para quem elas recorrem quando outra pessoa deixa um machucado que elas não podem curar sozinhas?

— Da onde você tirou isso, Tooru? — indagou Iwaizumi, perplexo com as coisas traiçoeiras que a mente insegura de Oikawa podia inventar.

— Eu não sei, Iwa-chan — respondeu ele, dando de ombros. — Você sabe, eu imagino as coisas sobre mim e elas se tornam reais na minha mente, não sei como fazer parar — revelou, abraçando a si próprio.

Iwaizumi suspirou. Às vezes, Oikawa parecia tão vulnerável que ele só queria guardá-lo em seus braços para sempre, de modo que ninguém se aproximasse ou lhe fizesse mal. Como não podia fazer isso, Hajime resolveu tentar trazer razão ao outro por meio de palavras, torcendo para que elas o blindassem contra essa insegurança infundida pelas suas relações familiares — toda vez que Oikawa surgia com essas ideias, a família estava envolvida.

— Vou explicar só uma vez: você não é tapa buraco de ninguém, mas caso você saía da vida de alguém por algum motivo, o buraco na vida dessa pessoa vai ser tão grande que nenhum tapa buraco vai preencher a lacuna ou remendá-la, entendeu? — se aproximou, pegando o queixo de Oikawa entre o polegar e indicador, obrigando-o a encará-lo. — E se alguma pessoa não se sentir assim ao ver você partir, é porque ela é quem tem sérios problemas, Tooru. Você é incrível, quem não percebe isso é cego ou idiota, provavelmente os dois.

— Você seria qual pessoa se eu partisse, Iwa-chan? — perguntou Oikawa, seus olhos finalmente encarando os de Iwaizumi com uma intensidade avassaladora.

— Nenhuma delas, porque você nunca vai sair da minha vida, eu não vou deixar — replicou com simplicidade, sustentando o olhar que lhe era direcionado.

Iwaizumi não teve tempo de se preparar para o abraço sufocante que recebeu, quase caindo para trás — já que ele não tinha se apoiado na parede — ao ser enlaçado pelo pescoço. Mantendo um cotovelo apoiado no chão para não desabar, ele se permitiu envolver pelo menos um braço na cintura de Oikawa, trazendo-o ainda mais para perto. O calor do corpo dele era reconfortante contra o seu, e Hajime não se incomodaria de ficar preso ali para sempre.

— Quer me dizer o real motivo que te fez pensar assim, Shittykawa? — indagou cuidadosamente, alisando as costas alheias.

— É que… bem, você sabe que minha mãe não conversa muito comigo normalmente — começou Oikawa, desvencilhando-se do abraço devagar. — Mas ontem ela veio atrás de mim e até me chamou pra ver um filme. Eu achei que tinha sido um grande avanço, até perceber que ela e o meu pai brigaram, e por isso comecei a pensar essas coisas.

Iwaizumi tremeu de raiva, embora sua carranca não fosse direcionada ao companheiro, mas sim à família dele. Desde que se assumira como bissexual, Oikawa enfrentara muito preconceito dentro de casa, e um afastamento bem desagradável vindo da parte de seus pais.

— Se você pensar isso de novo, Tooru, eu vou te trazer pra realidade com uma cabeçada, entendeu? — rosnou Iwaizumi.

— Ah, Iwa-chan, sempre tão rude! — resmungou Oikawa, antes de sorrir maliciosamente. — E eu nunca vou contentar só com a cabecinha, você sabe.

— Você não presta! — reclamou Iwaizumi, embora sorrisse de forma igualmente maliciosa.

— Presto sim, eu sou um anjo! — defendeu-se, pousando a mão no coração como forma de enfatizar sua proclamação.

— Lúcifer também era — retrucou Iwaizumi, levantando-se e oferecendo a mão para que Oikawa agarrasse e se içasse para cima.

— Mas Lúcifer não amou um certo Iwa-chan rude como eu amo, certo? — disparou, com as mãos nos quadris e sobrancelhas erguidas, ciente de que havia ganhado.

Aquele era um argumento irrefutável, não pela dificuldade de rebatê-lo, mas sim porque sempre que Oikawa dizia que o amava, Iwaizumi perdia o raciocínio, a fala, o chão, perdia tudo.

— Eu também te amo, seu idiota — devolveu Hajime, aproximando-se para acariciar o rosto do outro. — E é por isso que se você achar que é só um tapa buraco na minha vida, eu vou fazer um buraco tão grande no teu rabo que você nunca mais vai conseguir sentar sem sugar o assento com seu cú!

— Pelos deuses, Iwa-chan, que criativo — Oikawa gargalhou, inclinando o rosto na direção da mão que o alisava. — E rude!

Iwaizumi pensou em mandá-lo calar a boca, mas preferiu agir de modo mais efetivo, calando-a ele mesmo. Capturou os lábios dele num beijo suave e lento, sem pressa. Logo, os corpos se encaixavam com facilidade, naquela sincronia harmoniosa que só eles tinham. As línguas valsavam — o que era uma raridade, já que geralmente ambos costumavam trocar socos linguísticos —, executando perfeitamente cada passo naquela dança do amor.

Hajime amava muito seu namorado, e ficava puto com certas inseguranças que ele criava. Porém, puto ou não, ele sempre se certificaria de estar ali para refutar todas elas — aquelas vagabundas.

***

Críticas, sugestões, elogios e surtos são sempre bem vindos ;)

Até a próxima!

11 de Julho de 2020 às 02:03 0 Denunciar Insira Seguir história
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Fim

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Artemísia Jackson Afogando as mágoas na escrita!

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