nanacastro Nana Castro

Escolher o presente para seu amigo secreto é sempre difícil, mas dessa vez, Molly já sabia qual seria antes mesmo de descobrir o amigo! Que sensações aquela camisa azul seria capaz de trazer?


Fanfiction Seriados/Doramas/Novelas Impróprio para crianças menores de 13 anos.

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Amigo (não tão) Secreto

Ele abria os botões lentamente. Aquela camisa azul parecia fazer com que seu tórax se sobressaísse ainda mais. E combinava com seus olhos azuis. Como combinava! À medida que os botões saiam de suas casas, sendo retirados por dedos hábeis, a visão daquela pele branca se tornava mais frequente... Ele e ela apenas. O fim da linha de botões. Um braço, depois o outro. Aquela mão com dedos compridos vindo na direção do seu rosto, gentilmente. O calor do peito já descoberto...

– Sai da frente, moça!

O grito dos carregadores tirou Molly do transe. Não sabia já há quanto tempo estava parada em frente daquela vitrine, admirando o manequim que vestia aquela camisa azul. Haviam colocado uma peruca cacheada nele. Pra que complicar a vida daquele jeito?

Sherlock já tinha uma daquela e esse era o motivo de Molly estar tão fascinada. Quando chegava ao laboratório e lá estava Sherlock vestindo-a, sentia como se estivesse fazendo mil sessões de corrente russa ao mesmo tempo. E a vez em que ele ficou em mangas de camisa, sem o blazer, ela teve que se segurar para não cair da banqueta. A coisa piorou quando John e Mary acharam que seria uma boa ideia fazer um amigo secreto no natal que se aproximava. Talvez para evitar o constrangimento que a viram passar no ultimo em que estiveram todos juntos. Dessa vez, havia até uma criança. Seria tudo diferente. E ela orou e orou para tirar a pequena Rose no sorteio, mas não. Como se o destino jogasse na cara dela que ela não tinha saída nessa vida, o seu amigo secreto era Sherlock Holmes. E o que dar a Sherlock Holmes?

"Eu daria eu mesma." Pensou sinceramente, quando leu o nome no pequeno pedaço de papel, mas essa opção não contava. Ela já era dele, mesmo que ele não soubesse. Então, incontrolável, seu pensamento voou para Sherlock e aquela camisa azul. E lá ele ficou.

Havia encontrado o presente. Afinal, camisas, principalmente aquela camisa azul, nunca eram demais.

...

Sherlock descobriu rapidamente quem havia tirado quem. Mal piscou. Os semblantes e olhares mal disfarçados denunciavam. Estava contente. Havia tirado a pequena Rose. Não fazia ideia do que dar a um bebê, mas não faria muita diferença perguntar a John e Mary o que ela precisava. Rose com certeza, não se importaria. Mas o que Sherlock queria mesmo era ter tirado Molly. Há um bom tempo tentava achar maneiras de se aproximar dela, de provocá-la, de estar com ela. Sentia-se cada vez mais atraído e, depois dos dois anos longe, prometera a si mesmo que tentaria, que daria uma chance aos dois. Mas aí veio Tom, Magnussen e aquele maldito vídeo com Jim Moriarty, coisas que fizeram com que Molly acabasse em segundo plano. Mas agora não. Ele tiraria uma folga da vida atribulada. Nesse natal ela seria seu foco, estava decidido. E o amigo secreto seria uma ótima oportunidade para começar. Tentou até manipular o resultado do sorteio, para que ela fosse sua amiga. Prestou atenção em como Mary escrevera o nome de Molly no papel, o formato em que ele fora cortado e como ele fora dobrado. Tentou manter a trilha dele dentro do saquinho, o que provou ser bem inútil quando Mary fez o favor de chacolhar o bendito. Tentou descobrir no tato, mas percebeu que não era tao fácil assim. Sequer possível. Mas, a cada um que tirava o seu amigo, Sherlock via que o destino estava a seu favor. Não que acreditasse muito nisso, mas... Molly suspirou e sua cabeça virou-se levemente para a direção onde Sherlock estava. Quase imperceptível para os outros, mas completamente visível para ele. Molly estava com seu nome. E ele daria um presente à ela, mesmo por fora das regras. Mesmo fazendo o jogo ao contrário.

...

"Mary W: Vamos falar do amigo secreto!"

Era a primeira mensagem que se via na janela do chat de Molly:

"Molly H: Mary, oi. Não podemos falar... a ideia é essa!

Mary W: Eu tenho palpites para todos. Tenho certeza que sei quem tirou quem! E vc? Vamos, Molly! Eu sei quem você tirou!

Molly H: Duvido que saiba! Aposto uma caixa de bombons com vc.

Mary W: Você tirou Sherlock!!! hahahaha

Molly H: ¬¬'

Mary W: O que isso significa? Que estou certa, não é?

Molly H: É! Como você sabia

Mary W: Eu manipulei o sorteio, para você sair com ele! :P

Molly H: Mary! Não acredito!

Mary W: Por que você acha que te deixei por último? O papel com o nome dele ficou na minha mão o tempo todo. E quando Mrs. Hudson, falando como uma matraca, pegou o dela, eu coloquei o nome dele disfarçadamente no saquinho e entreguei a você. Sou uma máquina do mal!

Molly H: Ah! Mas por quê? Ele é o cara mais difícil de se agradar,

Mary W: Não quando o presente vem de você. Você não tem percebido, não é Molly?

Molly H: Percebido o quê?

Mary W: Tá aí.

Molly H: Mary, para!

Mary W: Ok. E o que você vai dar pra ele? Aquela camisa azul que vc vive babando em cima? HAHAHAHAHA

Molly H: Tchau, Mary! Eu nem sei como vc sabe dessas coisas!

Mary W: Eu observo! :P

Molly H: Eu não mereço! Dois Sherlocks na minha vida agora!

Mary W: Ah! Fala sério! Você iria amar dois Sherlocks. Um pela f...

Molly H: MARY! Tchau!"

Vermelha e constrangida, mas com um sorriso no rosto, Molly saiu do Facebook.

...

– Vamos começar com esse amigo secreto então! - Disse Mary, animada, chamando todos para se reunirem na sua sala.

A festa de natal corria bem, sem nada fora do comum. A não ser o comportamento de Sherlock. Mas como ele era meio esquisito mesmo, ninguém se importou muito. Molly, por sua vez, reparou que algo estava diferente. E sentia que era ela o motivo. Sherlock não saia do seu lado. A rodeava o tempo todo, parecia querer ouvir suas conversas com as outras pessoas, descobrir alguma coisa. E ele realmente queria. Queria saber o que ia ganhar e como usaria isso para se aproximar mais. Espiava por cima do ombro de Lestrade, Molly pegando seu pacote e indo para a sala, quando sentiu um tapinha nas costas:

– É uma camisa azul. - Disse Mary.

– O quê? - Respondeu Sherlock, fingindo estar confuso.

– Camisa azul. É isso que ela vai te dar.

– Como...? - Dessa vez Sherlock estava realmente confuso:

– Eu tenho os meus meios! E você sabe, eu não sou o John... sei quando você está enrolando. Agora trate de pensar em alguma coisa, fale com ela de verdade quando a brincadeira acabar. Pare de ficar em volta dela como uma mariposa na lâmpada... ela já percebeu.

– Certo.

– Ah! Mais uma dica, Sherlock. Ela gosta muito do caimento daquela camisa azul sabe...

E assim Mary afastou-se e, a troca de presentes começou. John deu um empurrão em Sherlock e fez com que ele fosse o primeiro:

– Meu amigo secreto é pequeno, baba e não fala... ainda.

– Ótima descrição, Sherlock. - Disse John e todos riram. Sherlock então estendeu um pequeno pacote para Rose, que estava no colo de Mary. A garotinha rasgou o papel de uma vez e se encantou com a bonequinha que encontrou:

– Bem, como Rose não fala, fato bem pontuado por Sherlock, eu farei as honras - Disse Mary, levantando-se com a bebê. - O amigo de Rose cuidou do pai dela em várias ocasiões... Alimentando-o muito bem!

Todos aplaudiram quando Mrs. Hudson se levantou para pegar seu presente.

E assim continuou. Mrs. Hudson tirou John, John tirou Lestrade. Lestrade tirou Mary e Mary tirou Molly.

"Certeza que ela manipulou isso também." Pensou Molly ao pegar seu pacote e, ao apertá-lo um pouco, descobrir que Mary havia entregado um chicote.

– Você vai precisar disso daqui uns dias. - Mary sussurrou para a amiga, ao abraçá-la. Molly ficou vermelha como um pimentão.

E chegara o fatídico momento, onde Molly entregaria seu presente. Ela nem precisou fazer suspense, já que todos agora sabiam quem era o seu amigo secreto. Sherlock estava de pé a sua frente e sorria. Ela estendeu o presente. Ele pegou e a beijou no rosto:

– Obrigada, Molly.

E ali estava a eletricidade novamente. Se Sherlock tivesse esperado só mais um pouquinho, ele sentiria também. Então ele se afastou com o pacote na mão e uma ideia na cabeça.

10 de Julho de 2020 às 01:52 0 Denunciar Insira Seguir história
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