ageha_sakura Ageha Sakura

KyungSoo era apenas mais um jovem "bonzinho", moldado pela sua própria família em prol de agradar os outros. O tempo passou e ele se tornou um adulto exemplar, gerente de uma grande empresa, além de um viciado em trabalho. Cansado de toda essa rotina que tira toda a sua liberdade, KyungSoo decide recomeçar e nada melhor do que pedir demissão e se jogar nos braços de um belo dançarino, este que jurou abrir os portões do inferno para si.


Fanfiction Bandas/Cantores Para maiores de 18 apenas.

#kaisoo #sookai #jongintop #kaitop #lemon #kyungsoobottom
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Único; You can't pay my price

Bom dia / Boa tarde / Boa noite


Sejam todos bem vindos a "Don't Call Me Angel"!


Essa história foi escrita inspirada na música de mesmo nome e na capa da @pinkmeup 💜


Espero que gostem e tenham uma boa leitura 💞 [🌚]


_______________


Boy, don't call me angel

You ain't got me right

– Don't Call Me Angel


Lembro da minha infância, sempre cercado por milhares de adultos e sendo taxado como a "criança perfeita" que meus pais tanto faziam questão de apresentar. Eles amavam se gabar de qualquer feito meu, pois um mínimo pretexto era suficiente para que alcançassem o topo.


Fui isolado por outras crianças, nunca sendo convidado para brincar junto deles e aquilo feria o meu pequeno coração. Era agoniante a dor que a solidão causava. Já meus pais comemoravam por não ser como as outras crianças, por esse motivo me obrigaram a fazer aulas cansativas de piano e violino, fazendo com que participasse de eventos e tocasse sempre para agradar os outros e não a mim mesmo.


Naquele momento até cogitei em odiar a música, culpá-la por me sentir tão infeliz mesmo sendo tão pequenino, contudo, não poderia culpar algo tão divino e que em alguns momentos tornou-se minha principal companhia.


Durante a adolescência pensei que tudo mudaria, que começaria a viver como os demais, sempre desejando ser notado e escolhido para vivenciar os momentos da juventude, todavia, nada havia de fato mudado.


Meus pais diziam que não deveria me misturar com os outros, pois segundo eles mancharia a minha nobre reputação. Mesmo que eu não ligasse de está manchado por sorrisos sinceros e não forçados.


Muitas vezes desejei que alguém se aproximasse, que tentasse ser meu amigo e me apresentasse o verdadeiro significado de viver sem limites. Queria ser rebelde. Matar aula para não fazer nada com uma turma de amigos, ou sair depois das aulas para uma maratona de Karaokê. Pensava em ir ao parque, experimentar a sensação do primeiro beijo e da primeira vez.


Mas todas as expectativas foram por água a baixo. Todos os meus desejos ficaram aprisionados no meu eu adolescente e agora só me restava continuar vivendo como o garoto bonzinho que sempre fui, durante todos os longos e tediosos anos da minha vida.


Muitos me chamavam de anjo, faziam comparações com seus filhos e sempre elevavam a autoestima e o famigerado ego dos meus pais as alturas. Mas de fato muitas vezes desejei não ser chamado dessa forma, queria ser diferente e viver intensamente, sem amarras que continuassem a me fixar dentro daquela casa, no meio daquelas pessoas frívolas. Eu somente queria experimentar o gostinho adocicado da liberdade. Da juventude.


Porém, em nenhum momento consegui ou tive coragem de decepcionar meus pais, então todos os meus desejos não passaram de pensamentos e sonhos imaginários que nunca chegaram a se realizar de fato. Permaneci apenas como o mesmo garoto bonzinho, o anjo que todos faziam questão de admirar como um deus.


No fim eu não era KyungSoo e sim o filho perfeito da família Do. Quem sabe um dia poderia quebrar esse falso estereótipo e ir em busca de desejos mundanos que meus pais tanto fizeram questão de mantê-los longe de mim.


Quem sabe um dia poderei ser o KyungSoo que sempre desejei durante toda a minha infância e adolescência; aquele tipo de rapaz que faz o que quer sem pensar nas consequências, muito menos no que os outros vão pensar.


Aquele mesmo tipo de pessoa que vive intensamente sem pensar no amanhã ou em riquezas, simplesmente aproveitando as belezas que a vida tem a nos proporcionar.


Uma pessoa que sente e se expressa sem o medo do que o futuro pode reservar, apenas seguindo seus instintos e completando todas as metas que conseguir traçar em sua vida. Apenas queria viver como nunca teve oportunidade, fugir dos seus padrões sem ter medo da dura realidade.


Apenas queria ser um KyungSoo que pode acordar todos os dias orgulhoso pela escolha que fez. Me sentir bem apenas em saber que não houve arrependimentos, apenas uma vida pacata da forma que sempre sonhei.


Infelizmente pensar nisso era algo distante, totalmente diferente da minha atual realidade, mesmo que no fundo eu fosse apenas eu.


[.♥.]


Era uma manhã realmente bonita.


Os pássaros cantavam alegremente, o cheiro da chuva que caiu na madrugada ainda estava presente, afastando os rastros de poluição.


Os raios solares estavam intensos e aqueciam a minha pele com delicadeza, trazendo consigo uma paz inexplicável e que apenas tornava-me um completo amante.


O mundo é realmente belo.


A minha frente estavam depositadas diversas pastas para analisar e todas deveriam ser entregues ainda hoje, o que com toda certeza esgotava toda a energia do meu corpo e deixava a minha mente ainda mais exausta de toda aquela rotina.


O vício no trabalho era quase o pior de todos os vícios, pois a sua dependência tornava-se tão dura quanto o uso de drogas ilícitas. Era viciante, tentador. Almejar subir na vida, pensar nas premiações e nos cargos, sem contar no exorbitante salário no final do mês.


Pensar dessa forma é como realizar um grande sonho, mas para toda ação tem uma reação. A própria Física nos ensina isso, explicando que para qualquer ato, seja ele humano ou não, haverá uma reação que pode ser benéfica ou não. E o desejo luxuriante de querer mais era a prova disso.


No final apenas resta uma enorme mesa como a minha, cheia de pastas e papéis, mas não existe uma fotografia sequer de parentes ou amigos. Porque no fim você fica sozinho.


Sou retirado da minha onda constante de pensamentos pelos meus colegas de trabalho. Sempre que olho para eles vejo o quão estonteantes são, exalando vida e uma liberdade que havia desistido de almejar.


Eles eram felizes de verdade.


— Você soube? – Perguntou BaekHyun, colega do RH da nossa empresa.


— Sobre o que? – Questiona Minseok, outro colega que dessa vez fica na mesma área que a minha.


— Abriu uma nova boate gay. – Dessa vez Byun falou de forma sussurrada, mas pela minha proximidade consegui escutar com atenção.


— Pretende ir? – A expressão animada de Minseok era bem óbvia e contagiante.


— Nós vamos. – Ditou BaekHyun, seu sorriso estava largo como sempre, mas dessa vez carregava um traço de maldade em seus lábios.


Após sorrirem de uma forma cúmplice voltaram aos seus devidos afazeres, deixando-me com uma certa carga de ansiedade relacionada ao assunto.


Talvez aquele fosse o sinal para tentar uma nova mudança, ir em busca da normalidade e do desejo de descobrir mais sobre quem eu era de verdade. Mostrar para todos que não era um anjo e sim um demônio que deseja mais do que o mundo possa oferecer.


Eu queria descobrir o que era a sensação de prazer e aquela era com toda certeza a minha tão esperada chance. Não poderia deixá-la escapar põe entre meus dedos.


Vou quebrar a imagem que criaram de mim.


[.♦.]


Você é o meu amado filho, meu anjinho precioso, claro que estou com saudade. – A voz carregada em um tom forçadamente doce pertencia a minha mãe. Ela sempre criou uma falsa máscara na minha presença, acredito que como forma de me manter por perto e continuar sendo o seu filho perfeito.


— Também estou, mãe. – Era uma clara mentira, mas ela havia acreditado nisso durante todos os anos, assim como também pensou que acreditei no falso amor que exclamava aos quatro ventos ter por mim.


No fim estávamos cercados em um mar de mentiras.


— Quero que apareça logo com uma noiva, está na hora de casar e me dá netos! – Exigiu a mais velha, utilizando uma típica exigência de mãe mesmo que na realidade detestasse a ideia de ter crianças lhe chamando de avó.


Ela usou tantas máscaras que acaba enganando a si mesma, mas não a mim.


— Quem sabe. – Solto um fraco suspiro, desejando apenas me jogar naquele colchão macio e pensar no que realmente deveria fazer — Até a próxima, mãe.


— Até a próxima, meu anjinho.


Anjo. Uma palavra bela e cheia de significados religiosos designados a criaturas místicas que possuem asas.


Chega a ser irônico me comparar com uma criatura que exala perfeição, pois na realidade não passo de um ser humano comum e cheio de defeitos. Não importa o quanto insistam asas não nasceram em minhas costas, uma areola não aparecerá sobre a minha cabeça e meus olhos não irão carregar o universo, já que em mim existem mais defeitos claros de um ser humano do que a definição de um ser puro e sem erros.


Não sou digno de ser chamado de anjo, muito menos de perfeito, já que tudo o que enxergam em mim não passa de uma mera ilusão que ousaram me vestir, criando um perfeito manequim que não sabe agir por conta própria.


Suspiro. Talvez seja mesmo a hora de quebrar as cordas que controlam a perfeita marionete que sou, andar com meus próprios pés e descobrir os prazeres de uma vida errônea completamente humana.


Estava na hora de buscar a humanidade que ainda existe em mim, escondida em meio a falsos sorrisos e uma máscara forçada e pregada em minha fragilizada alma. É o momento certo para viver como nunca tive a oportunidade.


Fitei o meu reflexo com atenção no espelho do guarda roupa, analisando as minhas olheiras roxas de noites sem dormir, todas dedicadas a analisar papeladas e perder horas preciosas em uma empresa frívola que amava o meu sofrimento em prol do capitalismo.


Meus olhos não expressavam nada, não existia brilho neles e isso me entristeceu. Estava com uma aparência humilhante. Esse de longe é o tipo de pessoa que não queria me tornar, mas por ter sido sempre um garoto bom todos os caminhos me levaram até aqui.


— Do que adiantou moldar um filho para agradar os outros e a eles próprios? Apenas para levantar os seus egos e tornar a vida dele um mar de prestígio, mas ao mesmo tempo uma tempestade de tormenta. – Apertei os olhos com força, cansado de tudo e todos. Encostei a testa no espelho e abri os olhos novamente, lembrando da conversa entre meus colegas que despertou o meu interesse — Já passou da hora de quebrar as correntes e buscar a minha felicidade.


Meu olhar agora carregava um brilho intenso de determinação, um sentimento forte que nunca tive o prazer de sentir até aquele dia. Talvez fosse necessário passar por tudo isso para aprender novamente o que era desejar algo mais sentimental do que material.


E pela primeira vez um sorriso surgiu em meus lábios, mesmo pequenino ainda sim carregava um traço forte de importância no meu coração. Estava decidido que iria mudar e ninguém mais poderia me controlar.


Don't call me angel

(Não me chame de anjo)

You can't pay my price

(Você não pode pagar o meu preço)

Ain't from no heaven

(Não sou do céu)

Yeah, you heard me right (Yeah, you heard me)

(Sim, você me ouviu direito)


[.♠.]


O dia no trabalho havia ocorrido como sempre, cheio de afazeres e papeladas para organizar, além de reuniões irritantes com os sócios que sempre exigiam mais propostas para atrair novos investidores para a empresa.


Toda essa rotina exaustiva carregava tudo de mim, deixando apenas a carcaça cheia de olheiras que trabalhava arduamente em prol de homens e mulheres frios no mundo dos negócios.


Estava mais do que decidido a abandonar toda aquela rotina, a buscar um novo curso e seguir um caminho onde pudesse fazer o que gostava e não o que os outros gostariam. Mas para isso era necessário concluir aquele projeto e receber a aprovação do mercado. Aquele era o preço a ser pago pela minha liberdade e não iria abrir mão, mesmo que isso custasse mais noites sem dormir e mais dores por todo o corpo.


Tudo era necessário para dá adeus ao passado e olá ao futuro que me aguarda longe daqui.


Even though you know we fly

(Mesmo que você saiba que voamos)

Now you know we

(Agora você sabe que nós...)

Don't call me angel

(Não me chame de anjo)


Foram duas semanas corridas para organizar tudo e correr atrás de investidores interessados em patrocinar. Lutei arduamente junto a meus colegas e enfim conseguimos que tudo ocorresse bem, agora um degrau havia sido escalado e a carta de demissão já estava pronta para ser entregue.


Confesso que irei sentir falta, contudo, o melhor agora é seguir em frente e traçar novas metas para cumprir, tudo em busca da liberdade que tanto desejei.


Estava mais do que na hora de voar, mesmo que não fosse um anjo.


Meus passos em direção a sala do chefe eram firmes, conquistando os olhares de todos os meus colegas que estavam surpresos pelo rapaz mais dedicado decidir ir embora. Alguns deveriam estar comemorando pela minha vaga está a disposição, outros apenas agradecendo pela minha saída já que nunca tive contato sério com nenhum deles.


Chegava a ser divertido.


Depositei duas batidas e a voz grossa permitiu a minha entrada, seu olhar sério e de aparência cansada expressava que já sabia sobre a minha decisão.


— Então o garoto de ouro irá abandonar a nossa firma. – Começou o meu chefe, a voz rouca ecoando por toda a sala com firmeza — Qual o concorrente que está levando um dos meus melhores funcionários?


— Nenhum, chefe. – Respondi sem demonstrar nenhum medo para o homem a minha frente — Apenas estou desistindo do mundo dos negócios.


Suas sobrancelhas estavam franzidas em pura surpresa e indignação, era realmente impressionante a decisão que havia tomado.


— Você é um jovem promissor e não consigo entender a sua decisão.


— Apenas quero viver como sempre desejei mas nunca fui capaz. Quero ser livre, chefe e para isso preciso sair dessa vida e buscar novas opções.


Seus olhos tinham pés de galinha, estava marcados pelo tempo e por isso me analisavam com vigor, tentando buscar algum sinal que denunciasse uma possível mentira, já que em todos esses anos ele nunca havia ouvido algum funcionário seu dizer isso.


E como em um passe de mágica ele sorriu. Sorriu largo e verdadeiro, demonstrando um claro sinal de orgulho para a decisão que um dos seus melhores trabalhadores havia tomado.


— Seus olhos brilham pelo desejo de conhecer um mundo, eles expressam o que a sua alma desejou durante muito tempo e saber que você tomou coragem me deixa feliz. – Seu olhar agora era afetuoso, tão sincero que conseguiu me comover. Ele me apoiava — Vá em busca dos seus sonhos, seja quem você quer ser e não olhe para trás.


— Obrigado, chefe. – Em forma de agradecimento deixei que ele pudesse ver meu sorriso sincero, o pequeno formato de coração pareceu encantá-lo e isso serviu como forma de agradecê-lo por todos aqueles anos e pela motivação para a buscar sem medo o caminho dos meus sonhos.


Com mais um capítulo resolvido, agora era o momento de virar a página e almejar novos destinos a se seguir, mas antes precisava comemorar toda aquela iniciativa. Iria conhecer a boate.


Sai da empresa radiante, conquistando diversos olhares surpresos dos meus antigos companheiros, deixando claro o quanto iria mudar muito mais daqui pra frente.


É o momento de recomeçar.


[.♣.]


O som estrondoso das batidas remixadas serviam como combustível para todas aquelas pessoas que pareciam soltar as suas feras.


Um jogo de luzes coloridas e lasers deixavam o ambiente mais atraente, sendo auxiliado pela fumaça densa e esbranquiçada, além dos palcos cheios de strippers que dançavam com sensualidade.


Nunca havia estado em uma balada antes, muito menos festas adolescentes, mas apesar da música barulhenta e dos corpos suados e cheios de purpurina, o lugar era agradável.


Havia uma diversidade tão colorida como um arco íris, era lindo ver casais de diferentes sexualidades podendo expressar o que sentiam sem temer a sociedade. Admirava cada uma daquelas pessoas por conseguirem ser quem são.


Não sabia de fato onde me encaixar, muito menos experimentei os prazeres de um primeiro amor ou a famigerada primeira vez. Minha alma era virgem assim como o meu corpo, pois desfrutar de sentimentos e sensações era algo novo e não me importava de descobrir agora, já que nunca seria tarde para mudar e conhecer o seu verdadeiro eu.


No momento realmente não estava me importando com rótulos, preferia descobrir tudo aos poucos e apenas aproveitar o presente sendo que quero ser. Assim como experimentar um toque mais íntimo não despertava tanta emoção, apenas queria aproveitar tudo sem preocupações e me concentrar nas sensações. Eu não tinha nada a perder, apenas a ganhar.


Se o mundo é um mar denso e perigoso, quero me jogar de corpo e alma sem pensar nas consequências, apenas poder viver intensamente sem cogitar pensar no amanhã.


Resolvi caminhar em direção a uma das poltronas dispostas para os palcos, pois a pista de dança no momento estava fora do meu objetivo. Meu olhar avaliativo fitava tanto o ambiente e as pessoas, como o cardápio de bebidas e petiscos. Tudo era tão tentador que não resisti em pedir por dois coquetéis de frutas e algumas batatas fritas para acompanhar.


Enquanto aguardava meu pedido comecei a prestar uma devida atenção aos palcos, principalmente para o que estava de frente ao meu onde um belo homem de blazer e calça vermelha dançava com emoção.


Sua pele amorenada era exposta pelo blazer aberto, onde as luzes ilumina e realça a sua beleza com tamanha precisão. Seus cabelos castanhos grudam na testa e gotículas de suor escorriam pelo seu pescoço e abdômen. Seu quadril é largo e balança seguindo o ritmo da música, pois a sua intensidade era mais profunda do que os seus colegas de trabalho.


Muitos estavam indo a loucura consigo e eu não era diferente, estava tão absorto nos teus encantos que nem percebi quando meu pedido chegou, já todo o meu foco estava direcionado apenas para o deus a minha frente.


Seus traços carregavam um ar angelical, tão sedutor e ao mesmo tempo etéreo demais para um lugar impróprio como aquele. Ele também exalava um ar luxurioso, como um demônio pronto para levar todos a loucura e no fim roubar suas almas.


Ele é o céu e o inferno em uma só pessoa e ninguém poderia ou sequer conseguiria negar este fato.


Observei quando desceu do palco e veio em minha direção, sendo acariciado por diversas pessoas que estavam claramente loucas por si, contudo, seus olhos afiados e carregados de luxúria apenas estavam focados em mim.


Estava mais do que claro em sua face o quanto queria possuir meu corpo como seu, me levar a loucura com seus toques firmes e fazer questão de apresentar o mais valioso prazer carnaval já existente em nosso mundo.


O homem de vermelho queria o meu corpo para si e assim o teria, pois a sua aura havia conseguido me conquistar.


— Qual o seu preço para me deixar passar essa noite com você? – Perguntou mantendo um olhar afiado em minha direção, suas orbes analisando a minha feição com muita atenção.


— Nenhum. – Ao dizer isso seu sorriso vai aumentando gradativamente, fazendo com que reparasse na beleza e no contorno dos lábios alheios — Leve-me para o céu ou o inferno essa noite.


— Como desejar. – Segurou a minha destra com tanta delicadeza que julguei ser um objeto de porcelana, entregue aos cuidados do mais renomado admirador de arte.


Saímos do bar após pagar a conta do meu pedido, seguindo rumo ao meu veículo que nos aguardava do lado de fora da boate. Entramos com o destino do meu apartamento traçado em mente, decididos a aproveitar a noite da melhor forma que poderíamos.


Seria a minha primeira vez, mas isso não tem importância, pois o quê realmente importa é o desejo de experimentar algo tão inusitado. O gostinho da liberdade dançava em meu paladar, a felicidade pintada em meus lábios e olhos refletiam um brilho que pareceu contagiar o rapaz ao meu lado, totalmente disposto a sentir e desfrutar tudo na mesma intensidade que eu.


Ao chegarmos em nosso almejado destino, deixamos apenas que o silêncio confortável reinasse entre nós, deixando claro que não havia desconforto em nenhuma das partes e sim uma confiança um tanto inusitada, mas admirável.


— Chegamos no palácio do príncipe. – Kai comentou de repente, permitindo que desse boas risadas sobre o seu comentário um pouco sarcástico — Você ainda não me falou sobre a sua vida.


— Quer mesmo saber? – Perguntei com a sobrancelha arqueada, observando o seu sorriso ladino que mexia comigo de uma forma estranha.


— Claro que sim. – Apoiou os braços na bancada da cozinha, fitando-me com certa admiração no olhar.


— Trabalhava como gerente em uma empresa, mas pedi demissão e aqui estou. – Sorri largo, dando de ombros para o que acabado de dizer.


— E por qual motivo? – Perguntou em um tom curioso, seu olhar analisando cada mínimo detalhe do meu corpo e da minha alma.


Liberdade. – Fico de costas ao abrir a geladeira e buscar pelas garrafas de vinho seco, pois queria aproveitar cada momento ao lado do rapaz desconhecido.


— Entendo – ele sussurra de maneira audível para que pudesse ouvir — Você parece que nunca desfrutou de momentos bons na vida.


Acertou! – digo com um sorriso largo nos lábios, as garrafas de vinho em minhas mãos foram depositadas no balcão para serem abertas por Kai — Família tradicionalista e mesquinha, filho controlado como marionete e sempre taxado como um garoto bonzinho.


— E mesmo tendo passado por tanta pressão, ainda sim decide quebrar as barreiras com um sorriso e viver da forma que sempre quis. – Completou o moreno, os olhos carregando um brilho diferenciado de antes.


— Exato. – Ele abre a primeira garrafa e eu entrego as taças, recebendo de volta pela metade — Passei anos da minha juventude ansiando por isso, muitas vezes me lamentando e sentindo inveja dos meus colegas. – Beberico o vinho com lentidão, degustando do sabor um pouco forte — Acho que por passar tantos anos sofrendo não tenho mais o que lamentar.


— Você apenas amadureceu, KyungSoo. – A voz um pouco grossa respondeu, balançando a taça e fitando o conteúdo com atenção — Percebeu que agora é um adulto com a vida formada e não precisa mais obedecer e agradar os seus pais. – Deu uma golada, fitando novamente a taça antes de olhar atentamente para a minha direção — É tarde, realmente poderia ter tomado as rédeas da sua vida mais cedo, mas acredito que esse era o momento certo para você conseguir viver da forma que desejava.


— Realmente. – Respondo em um tom baixo, sem ousar quebrar a troca intensa de olhares que estávamos mantendo — Talvez eu só estou em choque o suficiente para não saber como reagir, já que passei toda uma vida sem sorrir e muito menos andar por mim mesmo. Agora tudo é novo e um pouco assustador, contudo, o desejo pela liberdade me mantém forte.


— Você é admirável.


— E você é bonito, parece um anjo.


Kai fitou-me com descrença, não conseguindo acreditar no que havia acabado de dizer para si. Seu olhar ficou sério de repente, levantou da cadeira e rodeou a bancada até ficar atrás de mim, ainda segurando a taça com a destra e usando a cantora para apertar com força a minha cintura.


Eu posso abrir os portões do inferno para você, por isso garoto não me chame de anjo. – disse tudo com os lábios cor de mel colados a minha orelha, mordendo o lóbulo com força em seguida.


Um forte arrepio subiu pela minha espinha, os meus pelos estavam eriçados e Kai pareceu perceber o efeito da sua voz em mim. Provavelmente ele iria se aproveitar disso durante toda a noite, deixando o meu estômago revirar em ansiedade.


— Pode abri-los. – digo em um tom sério, virando o suficiente para olhar em seus olhos castanhos que mais parecem cascatas que transbordam centenas de sentimentos — Abra os portões do céu e do inferno, deixe-me desfrutar do pecado do seu corpo e eu não te chamo mais de anjo e sim de deus.


O sorriso satisfeito em seus lábios expressavam a sua resposta sem precisar dizê-la. Aproximou os lábios carnudos dos meus, roçando os de leve enquanto movimentava o seu corpo ao som de uma melodia silenciosa, convidando-me para uma dança sensual junto a si.


Caminhamos juntos em direção a sala, deixando as taças pela metade sobre a mesa. Aproximei-me do aparelho de som e liguei o rádio, deixando que a música acompanhasse o envolvimento dos nossos corpos.


E como uma ironia do destino tocava Don't Call Me Angel das deusas Ariana Grande, Miley Cyrus e Lana Del Rey. Deixando óbvia a melodia que combinava conosco, a clara frase que fazíamos questão de experimentar naquele momento.


Uh, don't call me angel when I'm a mess

(Não me chame de anjo quando eu estiver parecendo horrível)

Don't call me angel when I'm get undressed

(Não me chame de anjo quando eu me despir)

You now I, I don't like that, boy (Uh)

(Você sabe que eu não gosto disso, garoto)


Suas mãos firmes agarram a minha cintura com devoção, seu olhos castanhos devoravam a minha alma por inteira, ansiando ainda mais pela proximidade que estávamos criando naquele espaço.


Nossos corpos dançavam lentamente, as intimidades ganhando vida quando íamos ficando mais próximos, quase colados naquela balada lenta que às vezes se contradizia com o ritmo da música.


O corpo mais alto e forte que o meu se encaixava como uma peça de quebra cabeça, protegendo o meu corpo de todo o mal e deixando que a conexão não fosse rompida naquele momento.


I make my money, and I write the checks

(Eu ganho meu dinheiro e assino os cheques)

So say my name with a little respect

(Então diga o meu nome com um pouco de respeito)


Kai sorri pequeno ao entender aquele trecho da música, soltando uma indireta apenas com o olhar em minha direção. Apenas dou uma risada baixa e afundo o meu rosto no seu peito, deixando que ele me abrace enquanto continuamos a dançar.


Ele entendia bem que eu queria aproveitar aquele momento, por isso estava sendo tão compreensível mesmo que nossos corpos estivessem ansiosos para se entregarem de vez.


All my girls successful

(Todas as minhas garotas fazem sucesso)

And you're just our guest

(E você é apenas o nosso convidado)


Afasto o suficiente para levar minha mão até a sua nuca e puxá-lo em minha direção, ficando na ponta dos pés para alcançar a sua altura e deixar que nossos lábios se encontrem com fervor.


Seus braços me envolvem com mais intensidade, quase me mantendo suspenso no ar. Sua língua encontra a minha e baila a som da música que era tão nossa naquele momento, expressando nosso lado feroz e animalesco em meio aquela sala.


Talvez a junção de vinho e Don't Call Me Angel tenha ascendido as chamas do desejo luxurioso que brotava em nossos corpos.


Do I really need to say it?

(Eu realmente preciso dizer isso?)

Do I need to say it again, yeah?

(Preciso dizer de novo, sim?)


Nossos lábios separam contra a nossa vontade, a falta de ar sendo culpada de afastar um ósculo envolvente tão desejado como aquele.


Kai sorriu para mim e me solta aos poucos, caminhando em direção a mesa de centro e bebendo todo o vinho contido na taça, deixando que o seu pomo de adão molhe com os resquícios que escapa de seus lábios tão seduzentes.


— Mostre-me o seu quarto. – Soa como uma ordem, todavia, ele percebe que comigo as coisas não funcionam daquela forma, por isso pega a minha taça e se aproxima lentamente, grudando o seu corpo quente no meu — Desculpe. Vamos para o seu quarto?


Sorriu largo em sua direção, o formato de coração pareceu conquistá-lo e isso serviu como um ponto naquela disputa por conquista.


Agora sim. – Acariciou os fios da sua nuca e os puxo delicadamente — Vamos.


Dou as costas a ele e sinto os seus braços me envolverem e entrega a taça, deixando que eu bebesse durante o curto caminho para o cômodo que nos esperava a um bom tempo.


You better stop the sweet talk

(É melhor você parar a cantada)

And keep your pretty mouth shut

(E mantenha a sua boca bonita fechada)


Abro a porta com o moreno abraçado a mim, andamos lentamente enquanto ainda era possível escutar a música. Deixei a taça quase vazia sobre a cômoda e virei sem quebrar o abraço, sentindo seus braços afrouxarem e descerem em direção aos meus glúteos, apertando-os com força.


— Cabem nas minhas mãos. – Ele comenta sorridente, descendo um pouco mais e me puxa para entrelaçar as pernas ao redor do seu corpo, colocando-me contra a parede fria.


— Você sabe que tudo é seu, faça bom uso mas tome cuidado com a sua boca bonita. – Repreendo ao passar o indicador sobre os lábios alheios, vendo um sorriso ladino brotar neles.


— Se aproveitando da música? – Ele ri baixo, causando ainda mais arrepios em meu corpo — Como desejar, anjinho.


Ao escutar a sua clara ousadia dou o tapa fraco em seu rosto, parecendo despertar um lado selvagem em Kai.


Não me chame de anjo! – Reclamo alto, recebendo outra risada em resposta.


— E você muito menos. – Ataca os meus lábios com os seus de repente, sem deixar que outra resposta afrontosa escape pelos meus lábios.


Seu corpo me prensa contra a parede com ainda mais força, suas mãos apertam minhas coxas enquanto nossos membros eram esmagados pelos nossos corpos.


Boy, don't call me angel

(Garoto, não me chame de anjo)

You ain't got me right

(Você não me entendeu direito)

Don't call me angel

(Não me chame de anjo)

You can't pay my price

(Você não pode pagar meu preço)

Ain't no heaven

(Eu não sou do céu)

Yeah, you heard me right (Yeah, you heard me)

(Sim, você me ouviu direito)


A melodia parecia percorrer nossos corpos, nos induzindo a continuar com aquela demonstração ardente de êxtase que corrói a pele, ardendo como as chamas em brasa ardente.


Os beijos afoitos que trocamos, as mordidas e chupões estendendo-se por toda a epiderme do pescoço e clavículas. Os sorrisos em meio a tudo isso, completando uma conversa muda e seduzente.


Minhas costas foram afastadas da parede e de repente estava jogado em meio aos lençóis de seda, o corpo do dançarino sobre o meu, esfregando nossos quadris em uma falsa simulação de penetração.


Cada toque ardente daquele homem estava me levando a loucura, o prazer descomunal apossando do meu corpo e possuindo todo o meu ser. Sua boca bonita percorria todo o meu corpo sem pressa, degustando de cada parte como se estivesse saboreando um prato divino feito por deuses.


— Estou em estado de completa devoção – escuto Kai murmurar rente aos meus mamilos, o olhar carregado em luxúria direcionado a mim — você é o meu templo particular.


Sem perceber deixo que um som baixo de aprovação escape pelos meus lábios, parecendo agradá-lo e servindo de incentivo para que abocanhasse meu mamilo direito, chupando e mordendo a aréola com dedicação.


O som estalado dos seus beijos obscenos, a saliva quente que escorria de seus lábios e a língua perversa que serpenteava por toda a região. O seu corpo em si é um pecado; um pecado luxurioso que quero me entregar de corpo e alma.


Minha destra apertou os fios castanhos de Kai com força, trazendo-o para mais perto, ansiando por mais contato da sua boca quente tocando e beijando a minha pele. Seus beijos vão descendo em sinal de concordância, deixando mordidas fortes em algumas regiões que resultaram em marcas quase permanentes.


Chegando na minha região pélvica ele me olha novamente, seus olhar feroz deseja devorar a minha alma e apenas permito que faça tudo o que deseja, mas que me ensine a fazer o mesmo.


Desabotoa a calça e a puxa delicadamente do meu corpo junto a cueca, deixando a minha pele nua por completo. Kai começa a analisar todo o meu corpo de cima, dando uma aparência gloriosa de um homem que ao mesmo tempo não parece ser um humano normal. Arfo em tom alto, deixando que ele percebesse os efeitos que tem sobre mim.


Sua palma desliza do meu pé até as minhas coxas, massageando-as internamente, causando mais espasmos do que deveria por todo o meu corpo sensível e inexperiente. Ele estava se divertindo com as minhas reações, o seu sorriso largo denunciava isso e eu apenas queria me vingar de sua ousadia.


See you here with somebody

(Vejo você aqui com alguém)

You sizin' up my body, oh yeah

(Você analisando o meu corpo, oh sim)


Seu olhar atento às minhas expressões ousou se distrair por um momento, apenas para fitar o meu pênis duro e gotejante por si, o que era tempo suficiente para a minha vingancinha.


Levantei o suficiente para que ele focasse em mim e se assustasse com a minha boca rente ao seu peitoral, lambendo e mordendo aquela pele macia e bronzeada que me seduziu de primeira. Eu era inexperiente e isso era claro, mas precisava expor o que sentia e colocar Kai em seu devido lugar.


Meus olhos fitaram a sua expressão franzida em puro prazer, completando o meu feitiço para deixá-lo ainda mais desnorteado e morder com força o seu mamilo. Ele era um demônio e eu queria me tornar o príncipe do inferno.


Seu grito esganiçado de dor e prazer era fofo, assim como o seu olhar perdido e fragilizado em minha direção.


— O que foi... isso? – Questiona com um tom fragilizado, perdido em meio aos seus sentidos que carregavam puro êxtase.


Apenas sorri ladino, esperando que a música respondesse por mim naquele momento.


Don't you know that I bite when the sun set, yeah?

(Você não sabe que eu mordo quando o sol se põe, sim?)

So don't you track' em around me

(Então você não as siga ao meu redor)


Sua aparência confusa dá lugar a uma divertida, sem conseguir acreditar que estávamos seguindo a música mais ao pé da letra do que imaginávamos. Aquela com toda certeza era a nossa música, somente ela poderia se encaixar naquele momento envolvente e divertido que nos encontrávamos.


Suas mãos grandes me empurra pelos ombros, fazendo-me cair novamente no colchão em uma posição claramente entregue a si, pois era dessa forma que me sentia desde o momento em que o vi dançando naquela boate.


Seus braços se apóiam na lateral do meu corpo e minhas mãos instintivamente vão em direção as suas peças de roupa, estava decidido de que não seria só eu a estar despido naquele momento. O som do zíper e da minha palma adentrando suas peças era sexy, não podia negar. Seu pênis pulsava em minha mão, e o pouco que senti percebi ser não muito grande mas um pouco grosso.


Kai é a própria definição de sedução em pessoa.


Aproveitando-se do meu feito ele decide simular uma penetração em minha palma, impulsionando o seu quadril com força enquanto minha mão apertava o seu pau, causando algum efeito alucinante nele.


Continuou com suas simulações até se desfazer em minha mão, a masturbação permanecendo até todo o seu líquido escorrer pela cueca como prova do prazer que sentiu ao me ter tocando-o diretamente.


— Em minha defesa a culpa é toda sua – sussurrou rente ao meu ouvido, fazendo-me rir apenas para si — deixa eu te foder com força?


— Já disse que meu corpo é todo seu hoje, não precisa pedir permissão.


E sem uma resposta clara ele se afasta de mim bruscamente, retirando o blazer vermelho e a calça de mesma cor junto a cueca de fio dental preta. Kai é de fato surpreendente.


Ousado – murmuro baixo, mas eu sei que ele foi capaz de ouvir, pois o seu sorriso ladino não me enganava.


Você ainda não viu nada.


I appreciate the way you watch me

(Eu aprecio o jeito que você olha para mim)

I can't lie

(Não posso mentir)


E sem mais delongas volta para o colchão, sua boca tomando a minha com força enquanto me resta apenas ceder a toda a sua dominância. A língua afiada acaricia a minha, puxando-a para que seus lábios viciantes chupem-a com precisão, me fazendo gemer alto em meio ao beijo lascivo.


Filetes de saliva escorrem de maneira promíscua, suas mãos apertando todo o meu corpo enquanto se pressionava contra mim. Sua destra desenha um caminho invisível em direção ao meu pau, ao chegar aperta-o com força me fazendo gemer mais uma vez.


Ele me enlouquece e não posso negar que gosto de tudo isso.


Sua mão começa a punhetar o meu pau com rapidez, a destreza de seus movimentos acompanhando o esfregar obsceno dos nossos corpos envolvidos em prazer. Gemidos e o som pornográfico de nossos corpos preenchem todo o quarto, talvez até esteja perturbando os meus vizinhos mas isso não é importante.


Ele continua aquele mesmo ritmo intenso, não me deixando escolha a não ser cravar minhas unhas curtas em suas costas e perfurar a sua pele com vergões que ficarão por um bom tempo. Meus braços enlaçam seu pescoço e puxo Kai para mais perto, gemendo alto rente a sua boca até sentir os espasmos de prazer percorrerem o meu corpo e gozar em jatos quentes, sujando ambos os abdomens.


Ele largou o meu membro dolorido e levou sua mão em direção a minha boca, não resisti e saboreei o meu próprio gosto, chupando os seus dedos com lentidão enquanto recuperamos o fôlego após todo aquele início de adrenalina.


I fell from heaven, now I'm living like a devil

(Eu caí do céu e agora estou vivendo sendo má)

You can't get me off your mind

(Você não pode me tirar da cabeça)


Tirou os seus dedos da minha boca, seu rosto ainda próximo do meu enquanto nossas respirações se misturavam, o suor dos nossos corpos não incomodava.


— Se você pudesse se ver agora também iria enlouquecer – a sua voz sai rouca pela demora de usá-la, causando ainda mais arrepios no meu corpo cansado.


E Kai sorri novamente, um sorriso lindo que não consigo resistir e acabo beijando os seus lábios novamente, degustando do sabor adocicado do mel presente neles. Ele é uma tentação que não vou conseguir esquecer, pois além das marcas em meu corpo o gosto da sua boca é indescritível.


Perderia noites em claro apenas saboreando cada pedacinho daquele homem a minha frente, mesmo que seja apenas uma única vez.


Os beijos eram lentos e calmos, queríamos recuperar um pouco do fôlego antes de chegar ao ponto que mais ansiamos. Os pênis eram esfregados um no outro, ganhando vida novamente naquela dança sensual que fazíamos.


Kai de repente rompe o beijo e sai de cima do meu corpo, seus passos cambaleantes chegam até a calça em tom vermelho e pega dois pacotinhos, voltando logo em seguida para a minha direção. Ele rasga um deles com o dente e coloca em seu membro, dando-me a visão deliciosa dos seus olhos apertando em puro prazer enquanto se masturba apenas para mim. Era melhor do que qualquer cena de filme clichê.


Seus olhos afiados como os de uma fera me olham atentamente, seus lábios entre abertos permitem que os gemidos saíam com destino certo e traçado até mim. Mordo meus lábios e sorrio em resposta, antes de também levantar e beijá-lo novamente, colocando a minha mão sobre a sua e aumentando aquela masturbação por mais algum tempo.


Rompemos todo o contato entre os nossos corpos e ficamos nos olhando por algum tempo, a confirmação mais uma vez foi silenciosa. Kai sentou na cama e me chamou para sentar em seu colo, batendo as mãos nas suas coxas torneadas e tão acobreadas que não resisti em me ajoelhar rapidamente para mordê-las.


Sem demora sentei em seu colo, sentindo nossos membros juntos e a sua mão rasgar o outro pacote, melando seus dedos com a gosma que percebi ser lubrificante. Seu olhar se manteve firme no meu, não ousando rompê-lo. Sua mão livre acariciou a minha cintura e desceu até meus glúteos, apertando uma banda com força e depois desferindo um tapa audível e doloroso.


Em resposta mordi com força o seu queixo, escutando um resmungo um pouco irritado. Quando iria começar a rir de sua carinha emburrada, seus dedos arrombaram a minha entrada sem aviso, o que rendeu uma dor alastrante e um gemido rouco rente aos seus lábios.


— Você quer me matar? – Pergunto assustado, o incômodo causado pelos seus dedos ainda permanecia, meu ânus se encontra dolorido e eu só queria espancá-lo por isso.


— Só se for de prazer – ele sussurra mais uma vez, a voz rouca fazendo efeitos milagrosos até naquele exato momento.


Kai era a minha perdição, o meu demônio pessoal que me levaria direto ao inferno.


I drop it low, I back it up, I know you wanna think you're mine

(Eu abaixo, eu levanto, eu sei que quer pensar que é meu)

Baby, I totally get it, you can't get some

(Amor, eu entendo totalmente, você não consegue)


Seus dedos continuaram indo fundo dentro de mim, levando-me ao seu inferno particular, cumprindo cada uma das suas palavras ditas mais cedo. Kai é o meu inferno particular.


Minha próstata era acariciada pelos seus dedos longos e amorenados, meus lábios só sabiam escapar sons constrangedores enquanto meus olhos devoravam o seu com luxúria. Sem aguentar mais comecei a quicar em seus dedos, observando o seu sorriso ladino tornar-se ainda mais largo em minha direção, aprovando por completo todas as minhas atitudes.


— Gosto da forma que você vai se soltando, sinto que estou te fazendo bem. – Ele comenta ainda mantendo nossa troca de olhares, deixando um selar rápido em meus lábios entreabertos.


Tão cuidadoso... – sussurro lentamente, beijando-o mais uma vez e mordendo o seu lábio inferior com força — deixa de enrolação e me fode logo.


Tão mandão – ele murmura rente aos meus lábios, sua expressão denunciava o quanto gostava do meu jeito e isso me agradava.


Sinto os seus dedos saírem do meu interior de repente, meu corpo sendo puxado para cima do seu membro coberto pela camisinha. Meu corpo estava febril com os seus toques, seu olhar devorava a minha alma por inteiro e sem mais delongas abriu minhas bandas e sentei em seu pau com força, meu interior rasgando e tentando expulsar o senhor intruso.


Meu gemido saiu rouco e dolorido, o desconforto aparente deixando claro o quanto estava sendo difícil, principalmente por ser a primeira vez, mas iria ignorar aquele fato.


— Desconta a sua dor em mim – ele sussurra novamente, seus dentes percorrendo o meu pescoço com força para tentar me distrair.


— Claro que vou... castigá-lo. – Puxo os seus fios da nuca com força, mordendo o seu lóbulo devagar e descendo com chupões por toda a extensão da sua pele amorenada que tanto admiro.


Esperamos apenas mais alguns minutos e logo os movimentos começaram, seu quadril impulsionando devagar de encontro ao meu, que apenas rebolava em seu pau seguindo o ritmo das estocadas.


O ritmo era lento de início, da forma como Kai percebeu que eu gostava e seguir o ritmo daquela música que parecia nunca acabar era tentador demais. Aos poucos consegui me sentir mais à vontade para quicar em seu pau, deixando que o meu lado luxurioso assumisse o controle de toda a situação.


Suas mãos apertavam minhas nádegas com força, incentivando ao movimento ousado de sobe e desce, seguindo as ondas de prazer que percorriam todo o meu corpo. Meu ponto de prazer era acertado todas as vezes que o engolia, surrando a minha próstata com força.


Kai não resistiu e se impulsionou mais em minha direção, as mãos firmes apertando e dando tapas em minhas nádegas, seu olhar animalesco devorando toda a minha alma em poucos segundos. Ele estava perto.


Mãos bobas, apertos e tapas que com toda certeza deixariam claro o prazer luxurioso que desfrutamos naquela noite. Mordidas e beijos molhados foram depositados por toda a região do meu pescoço e abdômen, recebendo em troca meus gemidos e arfares satisfeitos pelo prazer que ele me proporciona.


Kai me levava a loucura e apenas queria me jogar ainda mais naquele abismo luxurioso que nos envolvia.


Quanto mais me impulsionava para baixo, mais ele repetia o meu ato na direção contrária, tornando os nossos movimentos intercalados e rápidos em busca do prazer que já dava claros sinais de que estava próximo. Seus gemidos roucos faziam duetos com os meus, agudos e suaves. Éramos uma dupla perfeita e ninguém poderia negar.


E quando menos esperávamos o torpor prazeroso nos cercou, os jatos quentes de prazer sendo jorrados ao mesmo tempo que nossos gritos audíveis indicavam a chegada do tão esperado orgasmo.


Nossos corpos caíram de encontro ao colchão, as respirações pesadas e quase escassas. Nossos rostos próximos e os sorrisos largos expressavam o quão bom havia sido a transa.


Seu pênis foi afastado da minha entrada, aproveitei para sair do seu corpo e me arrastar até a cômoda, buscando pela taça quase vazia de vinho. Beberiquei um pouco e entreguei o restante a ele, que tomou tudo de uma só vez. Devolvi ao seu posto anterior, voltando para os braços do dançarino que havia me seduzido naquela noite.


Decidimos aproveitar todo aquele momento em silêncio, o cansaço tomando conta dos nossos corpos e o sono nos fazendo ceder aquele momento.


Provei do gosto que a liberdade me trouxe, experimentei cada sabor que o corpo de Kai tinha e desfrutei do prazer de seus lábios, assim como do seu corpo se arremetendo ao meu. Entreguei-me de corpo e alma ao inferno que ele trouxe aquela casa.


E sem perceber dormimos, nos entregando aquele momento delicioso que permaneceu no quarto. Estávamos abraçados, sentindo o cheiro um do outro que se mesclava ao suor. A única melodia da música encerrando junto com o nosso ato, deixando claro o quanto havíamos desfrutado daquele prazeroso e inesquecível momento.


You can't get me off your mind

(Você não pode me tirar da cabeça)

We in it together, but don't call me angel

(Nós estamos juntos, mas não me chame de anjo)

Oh, boy, don't call me angel

(Oh, garoto, não me chame de anjo)

Don't call me angel

(Não me chame de anjo)


*Notas Finais:*


Primeiramente quero agradecer a @pinkmeup por doar a belíssima capa Kaisoo, ao qual me inspirei para escrever essa história, muito obrigada💖💞
Também agradeço a @tkbiased por ter feito essa magnífica capa do Wattpad, estou completa e perdidamente apaixonada, muito obrigada 💞 💜


Espero que tenham gostado, eu não sou muito boa com lemons mas tento kk @Vluzz que arrasa nesse assunto, sou uma mera aprendiz.


Twitter: @stephy_lilian


Nos vemos em uma próxima história 💕

26 de Maio de 2020 às 21:55 0 Denunciar Insira Seguir história
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Fim

Conheça o autor

Ageha Sakura >> why do you still wishing to fly? >> taekook is a cute world sope ; bwoo ; kaisoo ; markson ; hyudawn twitter: @stephy_lilian [Ficwriter]

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