u15901745741590174574 Fábio Hingst Fabri

[CONTOS TODAS AS SEXTAS!] Eis uma densa coletânea de relatos sombrios, acerca de homens comuns, de ladrões miseráveis, mendigos imundos, nobres pomposos a cavaleiros gloriosos, ao enfrentar de frente o desconhecido, encarar segredos obscuros e perigos sinistros há muito negados pela civilização, afundados na mais profunda escuridão. Histórias inseridas em realidades deturbadas e sangrentas mostrarão a você os limites da sanidade e da loucura.


Fantasia Medieval Para maiores de 18 apenas. © Copyright © Fábio Henrique Hingst Fabri. Todos os direitos reservados.

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Ladrão 1

O SOPRO CORTANTE FERIA SEUS OLHOS.

Trazia minúsculas partículas gélidas, as quais raspavam as bochechas vermelhas expostas. Seu hálito de estômago vazio congelava ao escapar da boca e o terreno pedregoso e escorregadio atrasava sua passagem. O abismo enevoado abaixo suplicava para que ele errasse um passo e caísse. O vento parecia puxá-lo para a escuridão.

Preciso proteger a face, pensou o ladrão, ocultando o semblante castigado com uma máscara de lã. Não acredito que aceitei um trabalho tão desgraçado por míseras cinco peças de prata, reclamou, quase mergulhando para o abraço da morte por pisar em falso. Enfiou a mão na bolsa que levava no ombro e tateou o interior. Ao tocar a superfície lisa, retirou cuidadosamente o conteúdo, cuidando para não o rasgar.

Esticou o mapa da região na frente de seu rosto e esforçou-se para lê-lo.

Estou próximo, constatou, firmando as mãos no papel amarelado. O lugar é em algum ponto a Norte daqui, não andarei mais que setenta metros.

Uma lufada brusca subiu a encosta e arrancou o mapa de suas mãos.

Já havia desaparecido no nevoeiro quando pensou em esticar-se para recuperá-lo no ar.

Merda, rosnou o ladrão. Como irei encontrar a droga do Forte?

Após vencer a longa subida, deu-se com uma região plana e lustrosa, como se o solo fosse de puro gelo. Um sol vermelho o observava ameaçadoramente de cima, denotando que a noite logo mataria a luz. No limite de sua visão, uma mancha negra contrastava com a palidez cinzenta do cenário. Aproximou-se do que parecia ser a silhueta de uma fortaleza abandonada, engolida pelo frio, enterrada no mesmo gelo que se alastrava até o horizonte incerto.

Ou, pelo menos, o que sobrou dela, pensou, dando cada passo com cuidado.

Uma única torre erguia-se no meio de montes de escombros e tijolos que um dia já formaram muralhas, cisternas e pátios. Não havia sinal algum de vida naquele lugar desolado, fato que fez um calafrio percorrer sua espinha.

Lembrou-se de como os cidadãos de seu povoado costumavam referir-se àquela edificação sombria.

"O Forte dos Gritos".

22 de Maio de 2020 às 19:30 0 Denunciar Insira Seguir história
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