Código Errado - Primeiro Ato.
"Eu acho que tenho quase certeza, que estou em dúvida."
A chuva dava uma pequena trégua naquela noite e, mesmo assim, as pessoas juntavam-se em uma pequena multidão curiosa para tentar ver o que acontecia. Os policiais tentavam inutilmente tranquilizar as pessoas mandando-as embora, mas os seres humanos curiosos como são, não iam tão facilmente.
O silêncio não era uma opção nem mesmo em uma madrugada em meio de semana. Os carros de polícia parados em "V" frente à casa também não colaboraram, os homens fardados davam passagem aos poucos para a equipe.
Com uma típica expressão neutra um homem com luvas de couro cortava caminho em meio ao grupo de pessoas, sem pedir licença, apenas empurrava-os para o lado mostrando o distintivo. Olhou um dos guardas com um sorriso meia-boca e inclinou-se ultrapassando a faixa amarela.
Moveu-se entre as pessoas sem dificuldade, parando apenas para avaliar brevemente a situação das coisas ao redor.
Um corpo havia sido encontrado num galpão, os vizinhos já não aguentaram mais o cheiro e, após algumas reclamações, mais do que um animal morto foi achado. Andou indo de encontro ao local em que apenas polícia e perícia passavam.
— Ei garoto, demorou hoje — Um senhor acenou indo de encontro ao jovem asiático, o homem trajava um colete com a identificação do departamento de perícia e suas mãos estavam enluvadas.
— Meu GPS falhou hoje — Mentiu olhando para, o que já havia sido uma pessoa, dentro do casebre — O que temos aqui?
— A bolota de gordura ali ainda não foi identificada, mas achamos algumas coisas interessantes.
Cruzou os braços dando-lhe um aceno de cabeça para que continuasse. Jeon Jeongguk não era o homem mais paciente do mundo, descendente de um pai coreano e uma mãe francesa, havia puxado o temperamento forte da matriarca.
Seus olhos analíticos encaravam o senhor seguir até o corpo, a sobrancelha ergueu-se ao lhe ser mostrada as mãos do defunto.
— Sem unhas. Mãos e pés? — Indagou juntando-se a ele.
— Exatamente, a língua também foi arrancada — Ergueu o tecido que cobria a barriga do cadáver — E, conhece essa letra?
Jeon passou os olhos pelas letras talhadas na pele, e um estalo o fez suar frio. Levantou-se, colocou a mão na barba por fazer e pigarreou para si mesmo.
— Este maníaco está morto, não tem como ele ainda estar caminhando por aí — Começou a andar de um lado para o outro — Você acha que alguém pode por voltar do inferno?
— Só se sentar no pau do coisa e gemer muito, talvez.
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