Meu quarto cheira a cigarro E o pigarro na garganta, Me diz que já não adianta, Que já não mais aguenta Toda vez mais que incessante Essa minha alma indecente Sempre sente e acalanta Se meu corpo se levanta Acalanto, no entanto, Cala o pranto transparente De um pesar já tão distante Que diz tanto em ser presente

Palavras são ditas a todo momento Sem cor Odor E sem fundamento Por isso Me escondo nos versos Para que Quando disperso Eu possa da página saltar E tua emoção Com a palma da mão Poder vir a tocar

Todo duvidoso fica lindo se visto por seus olhos. Sonhos saem soltos em busca de retalhos; ponto cruz, zigue-zague, costurando a vida. Todo galho seco se retorce, vermelho de vergonha para ver melhor a vida no papo da cegonha; dar à luz, um piripaque, o ar pra respirar. Toda descoberta é pose pro espelho esperando que eu aprove, desfrute o desempenho; fruta fresca, faz careta. Toda brisa leva brilho ao teu sorriso, só isso que me releva, me põe na defensiva, unidade de medida difícil de contar.

O que os olhos podem ver? O que verão depois do outono? Em ver no que virá, me vira inverno todo ano...

Ouvi uma voz que sussurrava o mais belo verso... Jamais imaginado... Nunca antes citado. .. E quem dizia, dizia calado.

E se passa em segundos O que me faça inseguro Em segundo lugar Em ser tudo ou quase nada Em ser tênue Incerteza a carregar O que me põe a despertar Que aperta forte o peito E não tem jeito de cessar

Um bom escritor com uma palavra faz um livro. Mas um bom livro de horror, não pode se dispor de um único grito.

A inspiração vem a ser concebida em seus distintos momentos. Em avulso está o álcool. Que invenção maravilhosa este engarrafado acervo de ideias!

Pode ser que sim, ou talvez que não... Mas como se pode discutir o assunto em questão? Se todas as palavras do mundo são ditas em vão... Como a apatia de tolos, que se diga em antemão!